"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

quinta-feira, maio 28, 2009

O que o homem realmente é

"Eu vim para que tenham Vida, e que a tenham em abundância" (DEUS)
(João 10:10)


Hoje estive contemplando algumas coisas, algumas situações que acontecem muito neste mundo. Me pediram pra fazer uma caridade. Concordei. Era apenas fazer uma doação para poder ajudar uma creche abrigadora de crianças carentes. Me disseram que lá estava faltando comida, alimentos básicos como arroz, óleo de cozinha e leite. E não apenas isso: faltava também outras coisas importantes, como sabonetes, para que eles pudessem fazer sua higiene. Isso também é importante. Só que as pessoas, em geral, não se apercebem disso, e sempre que fazem alguma doação ou caridade, doam coisas consideradas "comuns", ou seja, na maioria das vezes, alimentos e roupas. Ajudei com alguma quantia que tinha comigo naquela hora. Mas depois fiquei pensando e contemplando sobre essas situações existentes não só ao meu redor, na cidade onde moro, mas também em toda e qualquer localidade deste mundo.





"Até quando as coisas serão assim"? - Foi essa a pergunta que deu início à uma série de pensamentos meus à respeito desse tipo de situação.

É legal ajudar o próximo, fazendo algo em prol de suas necessidades. Sem dúvida alguma é um feito nobre, virtuoso, bonito de se fazer, mas "será que as coisas terão sempre de ser assim"? Ajudar alguém é uma virtude, mas é uma coisa bonita para aquele que está ajudando. Se eu ajudo o meu próximo, referencialmente a mim isso foi algo virtuoso; significa que eu fui "alguém bom", que se compadeceu do meu próximo, e portanto, os créditos são meus. Por isso, ser caridoso é uma virtude em relação a mim. Mas e o mundo? Essas coisas deveriam acontecer/existir neste mundo? Quando alguém está passando necessidade, de forma a depender totalmente da vontade de alguém que ele nem conhece -- quando tem sua vida nas mãos da sorte --, não podendo fazer nada por si mesmo... isso é algo bonito/virtuoso para o mundo? Isso deveria existir no mundo? Para o mundo isso é um fenômeno feio.

Não há nada de errado em ajudar o próximo com leite, comida e sabonete. Essas coisas precisam serem feitas enquanto perdurar esse tipo de situação. É uma pena que a comida, o sabonete e o leite sejam coisas que acabam tão rápido. Você pode doar R$100,00 para comprar leite, pão, objetos higiênicos, mas em pouco tempo todas essas coisas terão deixado de existir. Em alguns dias, elas desaparecerão e a situação de necessidade ou fome surgirá novamente. Então será preciso mais outros R$100,00, ou aquelas pessoas irão definhar nas mãos da realidade. Quando chegará o dia em que as pessoas poderão ter condições de fazerem algo por si mesmas, sem precisar ficar dependendo de ninguém? Eu acredito que esse dia pode chegar. Mas a solução, definitavamente, não é somente ficar fazendo doações de dinheiro, roupas, alimentos, utensílios íntimos. Todos esses esforços são materiais. E é a natureza da matéria surgir, passar, e desaparecer.




Surgir, passar e desaparecer - isso acontece com tudo neste mundo: com alimento, bebida, todas as coisas importantes para suprir a necessidade do homem, e, até mesmo, com o próprio homem. O nosso próprio corpo é uma existência efêmera e passageira. Assim como todas aquelas coisas - comida, leite, sabonetes -, em questão de anos o corpo deixa de existir. A nossa Vida existe em meio a todo este contexto material. Nossa Vida está cercada pela materialidade, que surge, acontece, e acaba. O que significa isso? O que a Vida, Deus, está tentando nos "dizer" com todas essas coisas? A Vida não é matéria. Ela está em meio à matéria, mas a Vida em si não é substância material. Só há uma Vida. E a Vida é espiritual. "Estar rodeada de coisas materiais", de "coisas efêmeras", é uma pista, um sinal, uma mensagem; nada mais é que um "meio" muito significativo que a Vida tem e se utiliza para nos transmitir algo. Quantos são os que entendem a mensagem? O que a Vida está dizendo é: "Viu? Aquilo passou, mas você ainda está aqui, e, note, você É sem necessitar realmente daquilo, pois aquilo já não existe mais", a mensagem é essa. A Vida não está na dependência da matéria, não está sequer presa "dentro" da matéria. Ela está fora. A Vida é absolutamente livre de toda e qualquer espécie de coisa que não seja ela própria, é uma existência absolutamente transcendente, imaculável, incontaminável, irremendável e pura. Quando desaparece, a matéria vai-se para sempre. Mas a Vida fica. Fica sempre, exatamente, no único lugar onde ela existe: onde quer que ela exista, é "aqui". Todas as coisas que surgem e desaparecem passam pelo "aqui". Não existe outro lugar para elas "passarem por". A Vida é espiritual. Todas as coisas que são fenomênicas, são matéria. Afinal, o que somos? Nascemos algum dia? Entramos "neste mundo" alguma vez na Vida? Um dia, quando tudo acabar para a matéria, morreremos?

O erro que perpetua e prolifera cada vez mais a dependência de um ser humano em relação a outro, está em dedicar a ele somente esforços no sentido material. Apenas pão, leite, comida e sabonete não são o suficente para resolver a situação. São remédios paliativos: você ministra uma dose hoje, o suficiente para que amanhã o paciente volte com a necessidade de lhe pedir por mais. A doença nunca se cura - apenas é remediada (em doses homeopáticas). Esse tipo de coisa, apenas, não irá mudar ou resolver o quadro ridículo que existe no mundo. Se o mundo continuar agindo assim, nada nunca mudará. O que os homens têm feito é "pescarem" eles mesmos e oferecerem o peixe ao próximo, na esperança de ajudá-los. É necessário que eles ensinem as pessoas a "pescarem" elas mesmas. Não devemos ficar esperando que um dia as coisas resolvam-se sozinhas, ou que sejam resolvidas por Deus. Deus não resolverá as coisas por nós. E Deus não irá um dia voltar numa núvem, cercado de anjos tocando trombetas, como acreditam muitos cristãos, para aniquilar o mal e levar os bons para o paraíso. Os textos revelados no Apocalipse são profecias que realmente irão (ou podem) acontecer, mas tudo o que é dito lá está colocado de forma simbólica. Por isso, mesmo que alguns arguam: "não é necessário resolver a situação de modo definitivo, ensinando-os a pescarem. Apenas continuemos dando-lhes o peixe, porque um dia, Deus virá e porá um fim definitivo em toda esta cruel realidade", isso é alienação. Não esperem que Deus venha e resolva as coisas por nós. Não devemos deixar com Deus, nem colocar nEle a responsabilidade, porque Ele não é o responsável por tudo o que está acontecendo. O retorno de Deus, a segunda vinda de Cristo, está acontecendo exatamente agora, da mesma forma que o Gênesis também está acontecendo exatamente agora.

O que o homem precisa receber, principalmente, é alimento espiritual. Precisa aprender a saber/identificar quem ele realmente é. O homem é a Vida, que passa pela matéria, mas que nunca se prende ou se torna um escravo dela. O tempo todo ele é livre - livre de todos os acontecimentos bons e maus que existem neste mundo -, não importa o que esteja sendo mostrado pelos acontecimento/aparências deste mundo. Quando o homem toma consciência disto, quando a mente do homem entra em contato com esta percepção, ela se desprende de todos os acontecimentos fenomênicos -- principalmente dos acontecimentos malévolos. Ao desprender-se do mal e recuperar sua liberdade inata, seu estado originário -- quando o homem recupera o estado mental exatamente na forma em que ele o recebeu de Deus --, o mal começa a se extinguir sozinho. Por que? Porque o mal só existe na mente do homem. Mais do que alimento material, o homem precisa aprender a se alimentar de alimento espiritual. Mas as pessoas que mais precisam de aprender/saber receber alimento espiritual, só recebem benefícios materiais. A Verdade precisa ser expandida ao máximo, até alcançar o entendimento da mente do mundo todo. Assim, as pessoas começarão a perceber que elas são Vida, e que não são dependentes de situações, que não precisam ficar esperando receber alimentos, que a Vida, por si só, sabe como providenciar alimentos, assim como qualquer outra coisa que a pessoa realmente esteja necessitando.

Pediram a Jesus que se alimentasse de comida, mas a eles Jesus respondeu: "Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis". Quando ele disse: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”, referia-se àquele pão/alimento espiritual, e não a alimentos ou circunstâncias exteriores. Também há um registro onde uma mulher, ao conversar com Jesus, pensou que ele falava à respeito da água que havia dentro de um poço localizado perto deles, mas Jesus disse a ela: "Qualquer que beber desta água (do poço) tornará a ter sede; Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.". Na Revelação do Apocalipse foi dito: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido.”(Apocalipse 2:17). Esse "maná escondido" é alimento espiritual. A Vida não necessita nada, não depende de coisa alguma neste mundo. Essa Vida é Aquele a quem Jesus, por conhecer tão bem e saber tão intimamente, chamou de "Pai", de "meu Deus e vosso Deus". Era só isso o que ele queria: que nós conhecêssemos e soubéssemos quem realmente é Deus. E também que, em virtude dessa Unidade nossa, em Deus, nos amássemos uns aos outros. E, nisso, o ensinamento de Cristo está completo. Mas o mundo não conheceu a Deus da forma que Jesus veio nos ensinar. O mundo muitas vezes amou ao próximo, tentou amar ao próximo, mas o fez fora dessa Unidade. Por não compreender a unidade mística e transcendental dos ensinamentos de Jesus, mesmo amando ao próximo, amou-os com a consciência/compreensão de uma vida material, ao invés de espiritual, e nada se resolveu, o mundo tem ficado cada vez pior. Somente amar ao próximo não é o bastante. Pelo menos, não o bastante para resolver de vez as circunstâncias deste mundo. Primeiro é preciso compreender Deus, e a partir daí, a partir Dele, tudo será feito. Deus não é uma entidade que vive exterior a nós. Deus é tudo. Deus é simplesmente a Vida. Onde a Vida estiver, Deus está. Mas quem não conhecer/souber disto, sofrerá as consequências de acordo com sua própria mente.


"Por que te afliges, se o Pai conhece todas as tuas necessidades antes mesmo de a pedirdes"?


Se a humanidade não souber que ela própria é Vida, todo mal que vemos existir neste mundo continuará acontecendo. O mal não é existência real. Ele existe ou parece existir, mas originariamente o mal não existe. Quando Deus criou o mundo, Ele o fez, e viu que tudo era "muito bom". Deus jamais cria coisas imperfeitas. Mas, após algum tempo, o mal "infiltrou-se" na criação, não porque Deus o tenha criado, mas porque o homem o concebeu em sua mente. Quando estava no Éden, o homem encontrava-se em sua "condição original", como Deus o tinha feito. E só quando, por meio de sua própria mente, teve pensamentos que o afastaram de sua condição original, é que ele se viu num mundo completamente diferente da criação originária e perfeita. Com a mente, o homem velou a própria consciência. A mente tem o poder de manifestar tudo o que ela reconhece, tornando a criação originária de Deus encoberta/velada - esse é o livre arbítro do homem. Sabendo disso, tudo o que o ser humano precisa é retirar o véu que foi colocado com a mente. Aquilo que foi velado pela mente deve ser revelado pela Consciência. E durante a história deste mundo, muitos homens vieram aqui, através dos tempos, para nos revelar a Verdade que estava oculta/escondida. Jesus não foi o único, Buda também veio. E não só ele, também Krishna, Abraão, Moisés, Lao-Tsé, Shankara, e todos os místicos em torno dos quais foram reunidos ensinamentos espirituais, vieram para transmitir àqueles que não compreendiam a Verdade de que "o homem é Vida", a verdade de que o homem é "filho de Deus".

Todos os ensinamentos espirituais são válidos. Prefiro citar mais Jesus porque é nEle que quase todo mundo do ocidente acredita. Se Jesus não for mencionado, ninguém vai querer aceitar, ninguém irá sequer cogitar a possibilidade de considerar a Verdade "homem filho de Deus". Mesmo citando Cristo, e colocando-o no foco de todos os ensinamentos, ainda assim será difícil a aceitação por parte dos cristãos. Porque todos estão tão profundamente condicionados/enraizados nas crenças que foram construídas... Os ensinamentos de Cristo não são falsos. As crenças que foram construídas e admitidas sobre os ensinamento de cristo é que, em parte, são falsas e superficiais. Colocaram Deus lá longe, num lugar inalcançável, e disseram que tínhamos que rezar para Ele. Se fôssemos bons, seríamos recompensados. Aqueles que fossem ruins seriam condenados e iriam pro inferno pelas mãos do próprio Deus. Quem não acreditasse em Deus do modo como era ensinado, era um traidor, um pecador. Instituiram uma firme crença no pecado e até criaram teorias, argumentações e sistemas lógicos para justificar sua existência (fruto do conhecimento!). O pecador até poderia ser salvo (afinal, Deus era infinito Amor, infinita bondade, infinito perdão), se voltasse a se comportar e crer dentro dos moldes nos quais o ensinamento de Cristo era propagado. Para ser salvo, precisaria atender a algumas condições. "Deus impõe condições para salvar o homem". - Isso é o que está alojado dentro da mente de muitos cristãos. Mesmo mostrando a Verdade através do Cristianismo, muitos resistirão, pois suas mentes estão carregadas de culpa. "Se deixarmos de crer da forma como o fazemos, acabaremos no inferno", isso é o que está plantado no fundo da mente consciente e inconsciente, individual e coletiva, da maioria dos cristãos. Se eles não entenderem a Verdade, terão de experienciar suas vidas conforme a natureza da crença que existe em suas mentes. Se a crença for boa, o que se seguirá será bom. Mas se a crença for voltada mais para o lado negativo -- do medo, do pecado, da doença, do sofrimento, da violência, da morte, da escassez (o que tende a acontecer, pois essa é e será a tendência da mente coletiva até o dia em que a maioria da humanidade mudar de pensamento e reverter esse quadro) --, o que se seguirá será condizente com a natureza de suas crenças. De qualquer forma, seja a crença boa ou má, ela é uma "ilusão", é um "conhecimento" obtido quando o homem escolheu comer do "fruto da árvore do conhecimento". A Verdade está além de qualquer crença; ela não necessita da força de "crenças" para existir - só aquilo que é ilusão necessita de crença. A Verdade existe por si só. É ela que Jesus ensina o homem a viver -- não uma crença, mas a Verdade.




Jesus disse de si mesmo: "Eu e o Pai somos Um". E nos ensinou: "Pai nosso...". Ele não disse "Pai meu, que cuida do resto da humanidade", mas ensinou-nos a orar chamando a Deus por "Pai". Jesus também disse a nós: "Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus". E em sua última oração junto com os discípulos, no Evangelho de João, cap.17, Jesus ora no sentido de que todos nós sejamos um.


"Para que TODOS sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que TAMBÉM eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste."


Essa Unidade vem sendo pregada em todos os tempos, em todos os lugares, e ninguém compreende ela. A maioria sequer dá "atenção" a ela. Se o mundo não conhecer a unidade existente entre "Deus e o homem" e entre "o homem e o seu próximo", tudo o que vimos acontecendo até agora continuará a acontecer. Aliás, a tendência delas será piorar conforme a mente humana for sendo concentrada e fixada cada vez mais no mal, acreditando ser ele uma existência real. E Deus nunca irá "voltar" para pôr fim a este mundo injusto. A volta de Deus significa apenas a compreensão da Unidade pelo homem. Quando o homem compreende a Unidade, ele compreende Deus e realiza Deus. E essa é a segunda vinda do Cristo. Assim, Deus pode estar voltando para mim, hoje, mas não para você. Você verá a segunda vinda de Jesus quando compreender que tudo é Um. Se só existe Um, só existe Deus. E se só existe Deus, você finalmente entrou no lugar secreto que Jesus chamou "Reino de Deus".


"O Reino de Deus não é deste mundo."


A maior obra de caridade que pode ser feita em favor do nosso próximo é trabalhar no sentido de que ele "veja" a segunda vinda de Cristo. Eu realmente acredito no potencial do resultado que o conhecimento espiritual pode provocar. Sei que a verdadeira transformação do mundo não irá decorrer de guerras, revoluções sociais, mudança de sistema econômico, caridade de bens materiais... nada disso irá resolver o problema. Não me importo de fazer doações e de ajudar ao próximo, mas eu sentiria culpa dentro de mim se minha atividade consistisse somente em fazer "ofertas materiais" aos outros. Sem dúvida, esses atos seriam atos de amor, expressariam amor, mas é a Verdade que precisa ser conhecida. O homem precisa conhecer com a mente a Verdade, e a partir deste conhecimento mudar a própria mente. Se não houver uma mudança mental, pode existir o sistema econômico que for -- a mente irá projetar neste mundo uma situação condizente com aquilo que ela concebe. Se o homem abriga "medo", "violência", "pobreza" no fundo de sua mente, podem ser tirados do poder todos aqueles que exploram os "mais fracos" e colocarem outras pessoas em seus lugares. Podem substituir o sistema capitalista econômico por um outro que seja melhor planejado e mais justo. Mas a mente encontrará uma forma de continuar fazendo aparecer tudo o que existe lá dentro dela. Se a mente da humanidade for mudada, não será preciso sequer trocar de sistema econômico, as coisas darão um jeito de se ajustar dentro do próprio sistema capitalista. O que importa não é o exterior, mas o que existe "dentro". Brincar com o exterior é ilusão, pois o exterior é "sombra". O que libertará a humanidade é somente o conhecimento da Verdade de que "o homem é Vida", "o homem é filho de Deus", um ser originariamente livre, absolutamente liberto. Em seu estado original, o homem encontra-se em sua natureza búdica, ele é o Cristo, a Verdade. "A Verdade liberta" - outra frase célebre de Jesus. Somente a Verdade é livre. Sendo o homem a Verdade, ele é livre, e já vive no Reino de Deus.


" Também vós, deste mundo, não sois"


Por isso, este é o meu trabalho principal, e será até o fim dos meus dias neste mundo - viver pela Verdade. Não importa se eu A tenha realizado ou não dentro de mim, a minha vida será dedicada à Ela. Além da Verdade, nada mais realmente me importa. Amarei a Deus e a meu próximo, principalmente, através da Verdade. E espero que este texto um dia frutifique, incentivando as pessoas ao mesmo feito -- sem nunca deixar de ajudar aos outros usando os meios materiais, pois isso ainda é algo bastante necessário no mundo como ele se encontra --, mas esforçando-se para transmitir ao próximo o conhecimento da Verdade. Se isso acontecer, a minha vida neste mundo terá valido muito a pena.

4 comentários:

Mizi disse...

Gugu do céu... que texto maravilhoso. Muito inspirado, muito profundo. Realmente, é tão importante "ensinar a pescar", quanto dar o peixe... É tb mt importante dar Amor e não só bens materiais como comida e sabonetes... Concordo totalmente com tudo, menos com o fato de o homem conseguir algum dia ser independente. Mas acho que você não está errado na sua forma de pensar. Eu é que penso diferente (e tb não estou certo disso... pois minha busca continua). Mas o texto em si é simplesmente perfeito e promove uma profunda reflexão crítica e espiritual. Com relação ao fato de o homem um dia ser independente, eu acredito no seguinte:

Quem pode doar matéria, que doe matéria...

Quem pode doar espírito, que doe espírito...

Quem pode doar ambos, que doe ambos...

Quem não pode doar nada não é humano. Quem não pode receber nada também não é humano.

Acredito que só não é permitido ao homem endurecer seu coração e não doar nada (ou receber nada). Esse de coração duro é o mais miserável de todos, pq em seu coração não brotará alegria nenhuma (nem mesmo a alegria material, que já é em si muito baixa). Porque não é permitido ao homem endurecer seu coração? Bom, porque ele quebraria a unidade.

Quando isso acabará?? Eu também já fiz essa pergunta várias vezes, mas cheguei a uma conclusão diferente. Eu acredito que isso nunca acabará. O homem sempre será dependente (mesmo o mais iluminado dos homens, ainda é homem, filho de Deus perfeito, mas homem e não Deus em si mesmo. E o homem possui a sua natureza própria, que é ser carente). Quer dizer, ninguém é auto-suficiente, porque ninguém é Deus. Dependemos todos uns dos outros e essa é a Unidade que Deus quer de nós. Não doamos as coisas para acabar com a miséria no mundo (pois pobres sempre teremos conosco). Fazemos doações para aprendermos a viver como irmãos, numa Unidade. E assim também se dá com o plano espiritual. Não doamos dons espirituais e graças para acabar com a desgraça espiritual do mundo. Mas sim para aprendermos a compartilhar a nossa própria graça espiritual. Nosso objetivo não é acabar com carência nenhuma. Nosso objetivo é simplesmente manter a Unidade. A Unidade é compreender que precisamos uns dos outros para viver plenamente (não só materialmente, mas intelectualmente e espiritualmente). Todos os bens visíveis e invisíveis devem ser comunicados uns aos outros nessa União de Amor. Se o homem fosse algum dia auto-suficiente, adeus Unidade entre irmãos. Cada um seria sua própria ilha de bens (tanto materiais quanto espirituais) auto-suficientes. Mas isso não é bom. O ser humano foi feito para ser assim mesmo: dependente... e isso sim é BOM.

"Não é bom que o homem esteja só"

Foi Deus que criou a humanidade plural e dependente. Ele quis assim, e viu que isso era Bom.

E cada dia mais eu vejo a importância de se compartilhar com todos as experiências dessa imensa Vida que nos envolve, não me colocando acima de ninguém, nem abaixo de ninguém, mas a todos chamando de irmãos queridos.

Por isso, irmão, seus esforços nunca terão fim. Você sempre irá tentar passar a Verdade aos outros. E sempre haverá pessoas necessitando ouvir a Verdade. E isso acontecerá muitas vezes na sua vida. E no fim da sua jornada, vc verá que sua Vida neste mundo valeu muito a pena, justamente porque vc nunca se absteu de se doar aos outros. E os outros nunca se absteram de receber de você... Justamente porque houve dependência entre vc e seus irmãos, mas vcs nunca deixaram de viver a Unidade.

Sua missão é a mais sublime. Viver pela Verdade. Viva pela Verdade, Gugu, e continue vivendo assim.. Vc fará muitas pessoas felizes.

Mais uma vez dou os parabéns pelo texto fantástico. Tive que parar de trabalhar aqui para comentar... hehehe

Abraços!

M.A.G

RMA disse...

digno de uma leitura bem calma e compreensiva é este post, muito bem pensado e trabalhado, verdades não faltaram, pois assim q eu terminar de ler sei q encontrarei a minha verdade e pode esperar q um dia juntarei contigo e com os outros q alcancarem a verdade espiritual de cada um...G abraço e até mais

Gugu disse...

Agradeço aos dois pelos elogios quanto ao texto. Obrigado pela interação de vocês.


Mizi,

Seu comentário falando sobre amor ao próximo, como sempre, é muito verdadeiro, amoroso e franco. Eu também tentei expressar essas mesmas qualidades no texto que escrevi.

Eu acredito que o estado de dependência mútuo entre os homens vai até um certo limite. Que seja o homem rico ou não, essa dependência "orgânica" que você falou vai continuar a existir. Se houver pobreza na humanidade, essa dependência vai existir. Contudo, até mesmo se a pobreza fosse completamente erradicada da humanidade, esse sentido de dependência também continuaria a existir. Essa dependência passaria a acontecer de outra forma. Agora as pessoas teriam uma forma mais rica de compartilhar umas com as outras.

Isso que você chamou de "dependência", eu prefiro chamar de "compartilhação". A necessidade de compartilhar nunca deixará de existir, em razão da existência ser um Todo orgânico. Se há ricos e pobres, aqueles que possuem mais podem compartilhar (doando dinheiro, comida, etc.) com os que estão vivendi um condição de dependência/necessidade. E se toda a pobreza no mundo acabasse, o homem ainda continuaria a ter o que compartilhar. Só que agora somente alegria seria compartilhada. E isso supriria aquele sentimento (que vc falou) de dependência que os homens possuem em relação uns aos outros, e que nunca deixará de existir.

É melhor chamá-lo de "compartilhar" do que "depender".

No mais, obrigado pelo comentário.
Abraços!

Mizi disse...

Ok, man.... você é sempre sensacional!

Abraços!