"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

segunda-feira, setembro 13, 2010

A Verdade e a medicina - parte 1


Mary Baker Eddy


Que é que existiu primeiro, a Mente ou a medicina? Se a Mente foi a primeira e era auto-existente, então a Mente, não a matéria, deve ter sido a primeira medicina. Como Deus é Tudo em tudo, Ele fez a medicina; essa medicina, porém, era a Mente. Não poderia ter sido a matéria, que se aparta da natureza e do caráter da Mente, Deus. A Verdade é o remédio de Deus para o erro de qualquer espécie, e a Verdade só destrói o que não é verdadeiro. Daí o fato de hoje, como ontem, o Cristo expulsar os males e curar os doentes.

É claro que Deus não emprega medicamentos ou higiene, nem os provê para o uso humano; do contrário Jesus os teria recomendado e empregado em suas curas. Os doentes estarão mais deploravelmente perdidos do que os pecadores, se os doentes não puderem contar com a ajuda de Deus, e os pecadores o puderem. A Mente divina jamais chamou a matéria de medicina, e a matéria precisava de uma crença material e humana, antes de poder ser considerada medicina.

Às vezes, a mente humana emprega um erro para poder medicar outro. Forçada a escolher entre duas dificuldades, a mente humana faz uso da menor para aliviar a maior. Nessa base, rouba para salvar de morrer de fome, e aplaca a dor com calmantes. Admites que a mente exerce certa influência sobre o corpo, porém concluis que o estômago, o sangue, os nervos, os ossos, etc., mantêm a preponderância de poder. Governado por essa crença, continuas na velha rotina. Tu te apóias no que é inerte e não inteligente, sem nunca perceber como isso te priva de utilizar a superioridade da Mente divina. O corpo não é cientificamente governado por uma mente negativa.

A Mente é a grande criadora, e não pode haver poder algum exceto aquele que é derivado da Mente. Se a Mente foi a primeira cronologicamente, se é a primeira em potencial e tem de ser a primeira para sempre, então dá à Mente a glória, a majestade, o império e a sabedoria devidos por toda a eternidade ao seu santo nome. Métodos de cura inferiores e não espirituais talvez tentem uma coalizão entre a Mente e os medicamentos, mas os dois não se misturam cientificamente. Por que, então, desejar que se misturem, quando nada de bom pode advir disso?

Se a Mente é a primeira e a superior, confiemos na Mente, que não necessita da cooperação de poderes inferiores, mesmo que esses intitulados poderes sejam reais.



Nada é o escudeiro quando o rei está perto;
Apaga-se a estrela quando luz o sol desperto.




As diversas crenças mortais formuladas pela filosofia humana, pela fisiologia e pela higiene, são principalmente afirmações da matéria e proporcionam fracos vislumbres de Deus, ou a Verdade. Quanto mais material uma crença, mais obstinadamente tenaz é o seu erro; quanto mais fortes as manifestações dos sentidos corpóreos, mais fracos os indícios da Alma.

A força de vontade humana não é Ciência. A vontade humana faz parte dos assim chamados sentidos materiais, e seu uso deve ser condenado. Exercer a força de vontade para curar os doentes não é a prática da metafísica da Ciência Cristã, mas é mero magnetismo animal (*nota: 'magnetismo animal' é a atuação - ou, melhor dizendo, - a não-atuação/influência da ilusão). A força de vontade humana pode infringir os direitos do homem. Produz o mal continuamente e não é um fator no realismo do ser. A Verdade, e não a vontade do corpo, é o poder divino que diz à moléstia: "Acalma-te, emudece!"

Por estar a Ciência divina em luta com a assim chamada ciência física, da mesma maneira como a Verdade está em luta com o erro, as antigas escolas ainda se opõem a ela. A ignorância, o orgulho ou o preconceito fecham a porta a tudo o que não seja esteriotipado. Quando a Ciência do ser for universalmente compreendida, cada homem será seu próprio médico, e a Verdade será a panacéia universal.

Pergunta-se hoje se os antigos sanadores inspirados entendiam a Ciência da cura cristã, ou se lhe apanhavam os doces tons como o músico por natureza apanha os tons da harmonia, sem poder explicá-los. Tão divinamente imbuídos estavam do espírito da Ciência, que a falta da letra não pôde impedir a obra deles; e essa letra, sem o espírito, lhes teria tornado nula a prática.

A luta pelo restabelecimento dos doentes continua, não entre métodos materiais, mas entre mentes mortais e a Mente imortal. A vitória só estará do lado do paciente quando a Mente imortal, por meio do Cristo, a Verdade, subjugar a crença humana na doença. Não importa o método material que se possa adotar, quer seja fé em medicamentos, confiança na higiene, ou em outro meio curativo de ordem inferior.

A cura científica tem esta vantagem sobre outros métodos - que nela a Verdade domina o erro. Desse fato resultam seus efeitos tanto éticos como físicos. Na realidade, seus efeitos éticos e físicos estão indissoluvelmente ligados uns aos outros. Se há algum mistério na cura cristã, é o mistério que a piedade sempre apresenta aos ímpios - o mistério que sempre surge da ignorância acerca das leis da Mente eterna e infalível.

Outros métodos tentam enfrentar o erro com o erro, e assim aumentam o antagonismo de uma forma de matéria contra outras formas de matéria ou erro, e a luta entre o Espírito e a carne continua. Devido a esse antagonismo, a mente mortal tem que enfraquecer continuamente seu próprio pretenso poder. A teologia da Ciência Cristã inclui a cura dos doentes. Curar foi o primeiro artigo de fé que o nosso Mestre propôs a seus discípulos, e ele provou sua fé pelas obras. Os antigos cristãos eram sanadores. Por que se terá perdido esse elemento do cristianismo? Perdeu-se porque nossos sistemas de religião são mais ou menos governados pelos nossos sistemas de medicina. A primeira idolatria foi a fé na matéria. As escolas puseram em moda a fé em medicamentos em vez de a fé na Divindade. Por confiarmos na matéria para destruir sua própria discórdia, a saúde e a harmonia foram sacrificadas. Tais sistemas são desprovidos da vitalidade do poder espiritual, pelo qual o sentido material vem a ser o servo da Ciência, e a religião torna-se mais crística.

Para curar o corpo, a medicina material emprega medicamentos, em lugar do poder de Deus - o poderio da Mente. O escolasticismo apega-se à pessoa do homem Jesus para salvar-se, em vez de apegar-se ao Princípio divino dele; e sua Ciência, o agente curativo de Deus, se reduz ao silêncio. Por que? Porque a verdade tira aos medicamentos materiais o seu poder imaginário, e reveste o Espírito com supremacia. A Ciência é o "forasteiro" que está dentro "das tuas portas", e dela ninguém se lembra, mesmo quando seus efeitos enaltecedores provam praticamente sua origem e efeicácia divinas.

A Ciência divina deriva sua sanção da Bíblia, e a origem divina da Ciência é demonstrada pela santa influência da Verdade na cura da doença e do pecado. Esse poder curativo da Verdade deve ter existido muito antes do período em que Jesus viveu. É tão antigo quando o "Ancião de dias". Vive através de toda a Vida e se estende por todo o espaço.

A metafísica divina está agora reduzida a um sistema, a uma forma compreensível e adaptável ao pensamento da época em que vivemos. Esse sistema habilita o aluno a demonstrar tanto o princípio divino, no qual estavam baseadas as curas de Jesus, como as regras sagradas para a plaicação atual desse sistema à cura da doença.

Pelo fim do século dezenove demonstrei as regras divinas da Ciência Cristã. Foram submetidas à mais ampla prova prática, e em toda parte, quando honestamente aplicadas sob circunstâncias em que a demonstração era humanamente possível, essa Ciência mostrou que a Verdade nada perdera de sua eficácia divina e curativa, embora houvessem decorrido séculos desde que Jesus havia posto em prática essas regras nas colinas da Judéia e nos vales da Galiléia.

Embora este volume contenha a Ciência completa da cura-pela-Mente, não acredites jamais que podes absorver todo o significado da Ciência pela simples leitura deste livro. O livro tem que ser estudado, e a demonstração das regras da cura científica te fixará firmemente nos alicerces espirituais da Ciência Cristã. Essa prova te eleva muito acima das teorias já antiquadas, fósseis que se estão esboroando, e te habilita a compreender os fatos espirituais do ser, até agora não alcançados e aparentemente indistintos.
Cont...

(Do livro "Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras" )


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