Masaharu Taniguchi
Entre as Palavras de Sabedoria da Seicho-no-Ie, há uma frase que diz: “Tanto as circunstâncias como o corpo carnal são sombras de sua própria mente”. Que o corpo carnal é sombra da mente pode ser percebido no semblante: torna-se carrancudo quando a pessoa fica zangada, ou risonho quando ela fica alegre, ou empalidece quando ela fica preocupada, mas muitas pessoas não percebem que as circunstâncias ou o ambiente também são sombras da mente. No budismo, diz-se: “Os três mundos são unicamente a manifestação da mente; não há outra existência fora da mente”, mas as pessoas comuns costumam pensar que isso não passa de filosofia de Sakyamuni (Buda), sem aplicação na vida prática. São poucas as pessoas que percebem que “os três mundos são unicamente a manifestação da mente”, e que “o ambiente e as circunstâncias não estão no mundo exterior, mas sim no seu interior”. Por isso, a maioria das pessoas, quando quer obter alguma coisa, pensa que ela está no mundo exterior e avança apenas em direção a ele, esquecendo-se de verificar o interior de sua mente.
Entretanto, como aquilo que parece ser mundo exterior na realidade é sombra daquilo que há no “seu mundo interior” (da mente), quando a pessoa se lança cegamente em direção ao mundo exterior sem verificar o mundo interior, ela acabará projetando a desarmonia interior no mundo exterior, tornando-o mais desarmonioso e desordenado. (...) A Seicho-no-Ie, deste modo, está demonstrando na vida prática que “os três mundos são unicamente a manifestação da sua própria mente; não há outra existência fora da mente”.
Tornam-se desnecessários os óculos
Há uma senhora, Nobuko Miya, cujos relatos de significativas experiências estão sendo frequentemente publicados na revista Seicho-no-Ie. Ela é uma secretária da Associação das Senhoras de uma Universidade Feminina, na região de Kobe. Ela teve sua vista melhorada após ler o livro sagrado Seimei no Jisso e conhecer a Verdade, passando a ler sem óculos até os furigana (letras miúdas que vêm ao lado do kanji para indicar o som dos mesmos), que acompanhavam as letras de corpo 6, sendo que antes na conseguia ler nem as de corpo 4, que são bem maiores, a não ser com o auxílio de óculos. Ela me visitou neste fim de ano e contou uma experiência provando que “o ambiente e as circunstâncias são manifestações da mente”.
Na região de Kansai há um organismo federativo denominado Federação das Associações Femininas de Kansai que agrega mais de cem associações femininas. Essa Federação promove todos os anos na “Semana da Solidariedade” o chamado “mercado móvel”, ou seja, ela entra em entendimento com as lojas e as representantes de cada associação participam como balconistas para vender dentro dessas lojas os artigos necessários para o fim de ano. Dez por cento da renda é doado aos pobres para as despesas de fim de ano. A sra. Miya também participava desse “mercado móvel” quase todos os anos, representando a sua associação; mas no ano retrasado, os sogros dela se opuseram dizendo: “Não precisa ficar saindo de casa para tais coisas”. Mesmo assim, a sra. Miya, achando que estava praticando uma boa ação que ia ajudar os pobres, saiu furtivamente de casa e foi participar da campanha da Semana da Solidariedade daquele ano.
Como saiu furtivamente, queria voltar o mais rápido possível. Assim que terminou o serviço, e enquanto as outras voluntárias só iam embora depois de tomar chá na sala de descanso, ela, sem ao menos tomar chá, saiu da loja e correu para o ponto do bonde. Mas o bonde demorou para vir; precisou esperar trinta minutos, e o outro bonde também demorou o mesmo tanto. Quando chegou em casa, era tão tarde que os seus sogros ficaram ainda mais mal-humorados. Nessa época a sra. Miya ainda não conhecia a Seicho-no-Ie, nem a “lei da mente”, e por isso pensou que o fato de os sogros ficarem zangados era um acontecimento que ocorria no mundo exterior a ela, e que a sua mente nada podia fazer. Ela saía para praticar boas ações, mas se os sogros não aprovavam, paciência. Porém, a sra. Miya, no ano passado, teve contato com a Seicho-no-Ie e conheceu a lei da mente e a Verdade de que “tanto o ambiente como as circunstâncias são a sombra da própria mente e mesmo as coisas que parecem ser do mundo exterior são todas projeção do mundo interior”.
Com isso, começou a ficar claro que os sogros, que até então pareciam constituir um “mundo exterior” a ela, e que não podiam ser modificados com a mente dela, na verdade estavam no mundo interior dela mesma, e eram “coisas do interior dela” que podiam ser modificadas como ela quisesse, de acordo com a sua mente. Por isso, quando estava para ir a campanha da “Semana da Solidariedade” do ano passado, acalmou seu espírito e, abandonando a idéia de que os sogros são incompreensivos, fez todos os serviços de casa até sair, e disse a eles: “Agora vou para a campanha da Semana da Solidariedade”. Então a resposta deles foi completamente diferente da do ano anterior: “Ah, pois não, pois não, vá indo”, e a deixaram sair, com muita boa vontade.
A sra. Miya estava por isso muito tranqüila. Mesmo ficando o dia inteiro em pé no mercado móvel, com as mercadorias na mão, não se cansou nem um pouco. Uma outra senhora que também estava trabalhando na campanha, disse: “Trabalhar em pé assim, quando não se está acostumada, deixa a gente um bocado cansada e com ombros rígidos, não!?” Mas a sra. Miya não estava com os ombros endurecidos nem cansada. “A senhora está tão cansada assim? Se o ombro fica endurecido e a senhora se cansa, é porque fica tensa”, respondeu-lhe. Após o serviço, já que tinha o consentimento dos sogros, só foi embora após tomar sossegadamente o chá e conversar com as outras senhoras, na sala de descanso. E assim que chegou ao ponto, veio um bonde que lhe servia. O outro bonde também não demorou nem um minuto para chegar. E assim, ela chegou em casa mais cedo do que no ano anterior, quando correu para tomar o bonde sem sequer tomar chá. Nem é preciso dizer que os sogros estavam de bom humor. Desta maneira, a sra. Miya, que até o ano retrasado pensava que os sogros eram uma existência que se situava no mundo exterior a ela, no ano passado comprovou que isso era “existência no seu interior” até ao nível da vida prática, e não apenas uma teoria filosófica.
Deste modo, a Seicho-no-Ie ensina que quaisquer problemas, sejam na família, entre sogro e nora, sejam de ordem financeira, se resolvem solucionando os problemas da mente. Qual é a chave que nos conduz à solução de tais problemas? É a Verdade segundo a qual “sendo o mundo das formas sombra da mente, quando a mente atinge um estágio de total liberdade, no mundo das formas as coisas também passam a correr livremente, e onde quer que a pessoa vá, todas as coisas e fatos a aguardam, abrindo-lhe o caminho”.
Então, o que fazer para atingir esse “estágio de total liberdade”, ou seja, o estágio em que nada prende a mente? Para isso, é preciso compreender, de um lado, o fato de que a matéria é o “nada”, e de outro, que o Jisso do homem é originariamente Filho de Deus. Por pensar que a matéria existe, a pessoa se prende à matéria, mental e fisicamente, e começa a dizer que “neste mundo as coisas não correm como a gente quer”. Na Seicho-no-Ie, aprende-se que “a matéria é o nada”. E, sendo “nada”, não há como se prender a ela; torna-se possível fazê-la circular abundante e infinitamente de acordo com a sua mente.
Se a pessoa estiver com a mente libertada do “precisa” que determina que “precisa fazer isso, precisa fazer aquilo”, ao mesmo tempo que ela enriquece e torna felizes aqueles que a cercam, ela própria recebe a retribuição do seu pensamento benéfico, e jamais se tornará pobre. O ensinamento que, libertando os homens de todos os “precisa”, vivifica o indivíduo, o lar, a pátria, o corpo carnal, a economia, o ambiente, harmoniza todas as coisas e faz prosperar todas as coisas – é a Seicho-no-Ie.
Entretanto, como aquilo que parece ser mundo exterior na realidade é sombra daquilo que há no “seu mundo interior” (da mente), quando a pessoa se lança cegamente em direção ao mundo exterior sem verificar o mundo interior, ela acabará projetando a desarmonia interior no mundo exterior, tornando-o mais desarmonioso e desordenado. (...) A Seicho-no-Ie, deste modo, está demonstrando na vida prática que “os três mundos são unicamente a manifestação da sua própria mente; não há outra existência fora da mente”.
Tornam-se desnecessários os óculos
Há uma senhora, Nobuko Miya, cujos relatos de significativas experiências estão sendo frequentemente publicados na revista Seicho-no-Ie. Ela é uma secretária da Associação das Senhoras de uma Universidade Feminina, na região de Kobe. Ela teve sua vista melhorada após ler o livro sagrado Seimei no Jisso e conhecer a Verdade, passando a ler sem óculos até os furigana (letras miúdas que vêm ao lado do kanji para indicar o som dos mesmos), que acompanhavam as letras de corpo 6, sendo que antes na conseguia ler nem as de corpo 4, que são bem maiores, a não ser com o auxílio de óculos. Ela me visitou neste fim de ano e contou uma experiência provando que “o ambiente e as circunstâncias são manifestações da mente”.
Na região de Kansai há um organismo federativo denominado Federação das Associações Femininas de Kansai que agrega mais de cem associações femininas. Essa Federação promove todos os anos na “Semana da Solidariedade” o chamado “mercado móvel”, ou seja, ela entra em entendimento com as lojas e as representantes de cada associação participam como balconistas para vender dentro dessas lojas os artigos necessários para o fim de ano. Dez por cento da renda é doado aos pobres para as despesas de fim de ano. A sra. Miya também participava desse “mercado móvel” quase todos os anos, representando a sua associação; mas no ano retrasado, os sogros dela se opuseram dizendo: “Não precisa ficar saindo de casa para tais coisas”. Mesmo assim, a sra. Miya, achando que estava praticando uma boa ação que ia ajudar os pobres, saiu furtivamente de casa e foi participar da campanha da Semana da Solidariedade daquele ano.
Como saiu furtivamente, queria voltar o mais rápido possível. Assim que terminou o serviço, e enquanto as outras voluntárias só iam embora depois de tomar chá na sala de descanso, ela, sem ao menos tomar chá, saiu da loja e correu para o ponto do bonde. Mas o bonde demorou para vir; precisou esperar trinta minutos, e o outro bonde também demorou o mesmo tanto. Quando chegou em casa, era tão tarde que os seus sogros ficaram ainda mais mal-humorados. Nessa época a sra. Miya ainda não conhecia a Seicho-no-Ie, nem a “lei da mente”, e por isso pensou que o fato de os sogros ficarem zangados era um acontecimento que ocorria no mundo exterior a ela, e que a sua mente nada podia fazer. Ela saía para praticar boas ações, mas se os sogros não aprovavam, paciência. Porém, a sra. Miya, no ano passado, teve contato com a Seicho-no-Ie e conheceu a lei da mente e a Verdade de que “tanto o ambiente como as circunstâncias são a sombra da própria mente e mesmo as coisas que parecem ser do mundo exterior são todas projeção do mundo interior”.
Com isso, começou a ficar claro que os sogros, que até então pareciam constituir um “mundo exterior” a ela, e que não podiam ser modificados com a mente dela, na verdade estavam no mundo interior dela mesma, e eram “coisas do interior dela” que podiam ser modificadas como ela quisesse, de acordo com a sua mente. Por isso, quando estava para ir a campanha da “Semana da Solidariedade” do ano passado, acalmou seu espírito e, abandonando a idéia de que os sogros são incompreensivos, fez todos os serviços de casa até sair, e disse a eles: “Agora vou para a campanha da Semana da Solidariedade”. Então a resposta deles foi completamente diferente da do ano anterior: “Ah, pois não, pois não, vá indo”, e a deixaram sair, com muita boa vontade.
A sra. Miya estava por isso muito tranqüila. Mesmo ficando o dia inteiro em pé no mercado móvel, com as mercadorias na mão, não se cansou nem um pouco. Uma outra senhora que também estava trabalhando na campanha, disse: “Trabalhar em pé assim, quando não se está acostumada, deixa a gente um bocado cansada e com ombros rígidos, não!?” Mas a sra. Miya não estava com os ombros endurecidos nem cansada. “A senhora está tão cansada assim? Se o ombro fica endurecido e a senhora se cansa, é porque fica tensa”, respondeu-lhe. Após o serviço, já que tinha o consentimento dos sogros, só foi embora após tomar sossegadamente o chá e conversar com as outras senhoras, na sala de descanso. E assim que chegou ao ponto, veio um bonde que lhe servia. O outro bonde também não demorou nem um minuto para chegar. E assim, ela chegou em casa mais cedo do que no ano anterior, quando correu para tomar o bonde sem sequer tomar chá. Nem é preciso dizer que os sogros estavam de bom humor. Desta maneira, a sra. Miya, que até o ano retrasado pensava que os sogros eram uma existência que se situava no mundo exterior a ela, no ano passado comprovou que isso era “existência no seu interior” até ao nível da vida prática, e não apenas uma teoria filosófica.
Deste modo, a Seicho-no-Ie ensina que quaisquer problemas, sejam na família, entre sogro e nora, sejam de ordem financeira, se resolvem solucionando os problemas da mente. Qual é a chave que nos conduz à solução de tais problemas? É a Verdade segundo a qual “sendo o mundo das formas sombra da mente, quando a mente atinge um estágio de total liberdade, no mundo das formas as coisas também passam a correr livremente, e onde quer que a pessoa vá, todas as coisas e fatos a aguardam, abrindo-lhe o caminho”.
Então, o que fazer para atingir esse “estágio de total liberdade”, ou seja, o estágio em que nada prende a mente? Para isso, é preciso compreender, de um lado, o fato de que a matéria é o “nada”, e de outro, que o Jisso do homem é originariamente Filho de Deus. Por pensar que a matéria existe, a pessoa se prende à matéria, mental e fisicamente, e começa a dizer que “neste mundo as coisas não correm como a gente quer”. Na Seicho-no-Ie, aprende-se que “a matéria é o nada”. E, sendo “nada”, não há como se prender a ela; torna-se possível fazê-la circular abundante e infinitamente de acordo com a sua mente.
Se a pessoa estiver com a mente libertada do “precisa” que determina que “precisa fazer isso, precisa fazer aquilo”, ao mesmo tempo que ela enriquece e torna felizes aqueles que a cercam, ela própria recebe a retribuição do seu pensamento benéfico, e jamais se tornará pobre. O ensinamento que, libertando os homens de todos os “precisa”, vivifica o indivíduo, o lar, a pátria, o corpo carnal, a economia, o ambiente, harmoniza todas as coisas e faz prosperar todas as coisas – é a Seicho-no-Ie.
(Do livro 'A Verdade da Vida', vol.05 -- págs. 147 à 152)
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