"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

quinta-feira, abril 14, 2016

O Segredo do Princípio de Curar


- Joel S. Goldsmith -


A cura espiritual está baseada na compreensão do principio espiritual da vida. Este princípio afirma que Deus mantém e sustém o Universo, incluindo cada indivíduo que nele vive, em absoluta integridade.

Contrário a este ensinamento, está o mundo das aparências, o mundo dos sonhos, um mundo mesmérico que não tem lei para sustentá-lo, nenhuma substância que o suporte, nem continuidade, exceto a que nós, em nossa ignorância, lhe damos.

Uma vez que esta verdade é percebida, você terá um princípio que prevalecerá, não importando a natureza dos problemas que lhe sejam apresentados. Isto não significa que você curará qualquer pessoa ou qualquer condição, não porque o princípio seja inadequado para qualquer situação, mas porque nem todas as pessoas envolvidas com ele, estão preparadas para viver este princípio, ou viver por este princípio; elas não estão prontas para abandonar aquelas coisas que interferem com a demonstração deste princípio. Em outras palavras: Jesus, ele próprio, não tentou levar o moço rico para o céu. Não por causa da riqueza do homem por si só, mas porque a fé, a confiança e a esperança deste homem, estavam na sua riqueza; todas as suas expectativas e esperanças de vida estavam baseadas no montante de suas posses, e tal homem não poderia ser elevado à consciência espiritual.

Assim, existem pessoas que procuram a cura, mas apenas para curar suas dores e discórdias mundanas, não buscando uma cura espiritual verdadeira que transformaria suas vidas. Entretanto, este princípio é tão absoluto que, dada uma boa oportunidade a alguém que seja bastante receptivo ao modo de vida espiritual, a harmonia se manifestará na experiência desta pessoa e ela se iluminará espiritualmente.


A Estrutura deste Mundo

O princípio que é o segredo de todas as curas é a compreensão da natureza do erroO erro nunca é uma pessoa, uma condição ou uma coisa. Portanto, nunca leve até o seu pensamento - e nem queira tratar em pensamento - uma pessoa, condição ou coisa. Na verdade, o erro sempre aparece como uma pessoa ou condição e é isso que confunde os trabalhadores espirituais do mundo. Com cada aparência de erro, se instala no indivíduo uma rebelião, uma resistência ou uma batalha contra alguma pessoa, lugar, circunstância ou condição, e assim a luta está perdida. Ninguém na terra, nem grupo algum de pessoas é seu inimigo; nenhum pecado ou doença é seu opositor ou antagonista. Quanto mais você lutar contra uma pessoa, uma doença, um pecado ou uma condição, tanto mais você estará enredado naquilo que chamamos de "este mundo".

Talvez você acredite que haja alguma pessoa ou algum grupo de pessoas que se interpõe entre você e sua harmonia. Para trazer a cura, você os trata ou trata por eles, ou trata aquele "algo a fazer" a respeito deles. Em outras palavras, você está em antagonismo, em resistência ou em rebelião contra eles. Seus esforços se dirigem a eles para removê-los ou para trazê-los à harmonia; e ao agir assim, você perde a sua demonstração. Pode ser que não seja uma pessoa, mas uma doença que se interponha entre você e sua harmonia, e novamente você se encontrará engajado numa batalha contra ela e assim "cavando a sua própria cova".

Pessoas, coisas ou condições nunca são a fonte de nossas discórdias. Sejamos muito claros neste importante ponto. Há uma força universal, uma crença universal e um hipnotismo universal, que é a fonte de todas as discórdias que se manifestam em nossas experiências. Toda limitação, todo pecado, toda tentação e toda doença que chegam até nós, são nada mais que o efeito de uma força ou magnetismo universal, o qual, lembre-se que, por si só não tem poder; somente tem poder pela aceitação da mente humana a ele. Se o erro fosse poder, não poderíamos dissipá-lo. No entanto, ele não é poder, exceto, para o sentido do mundo. A crença universal é o único poder que temos que considerar ao depararmos com o pecado, a doença, a morte, a carência ou a limitação, mas esta não é poder.

Para ilustrar, tomemos o caso de uma pessoa que está morrendo. Agora, entenda isto: ninguém morre. Se você for chamado alguma vez para auxiliar alguma pessoa que parece estar se aproximando da morte, trate da velha crença universal de uma vida separada de Deus, uma vida que teve um começo e consequentemente deve ter um fim. Não tente salvar esta vida, porque não conseguirá; mas trate do mesmerismo universal da morte, o hipnotismo universal que diz que todo aquele que nasceu, tem que morrer. É este mesmo hipnotismo que diz que nascemos, que fomos criados da matéria, que nascemos de um homem e uma mulher. A crença que você é um pai ou uma mãe, ou que nasceu de um pai e uma mãe, não é uma crença sustentada só por você individualmente. Não é uma crença pessoal -- é uma crença universal que existe desde o princípio dos tempos. É a crença universal no nascimento que resulta na crença universal na morte. Mas não estamos tratando com o nascimento ou com a morte, senão com a crença universal, o hipnotismo universal que faz com que as pessoas pareçam morrer, ou que tenham que morrer só porque nasceram algum tempo atrás.

Suponhamos que agora mesmo você esteja sonhando que está nadando em direção ao horizonte. Ao olhar em volta, você percebe que foi muito longe e que não tem condições de voltar atrás. Aí é que começa a luta. Você se deixa tomar pelo pânico ao se ver sozinho a lutar longe na água; mas, é real esta luta? Existe água? Existe um "você"? Qual é o tecido ou a substância da pessoa que você está vendo na água? Qual é o tecido ou a substância da luta? Tudo é o seu sonho e apenas o seu sonho. O sonho é a substância, o tecido; e você, a água e a luta são os objetos formados pelo seu sonho.

Se você tomasse um pedaço de couro e num canto formasse um homem, à esquerda um piano e em cima o céu, ainda assim você não teria nem um homem, nem um piano, nem o céu -- o que você teria mesmo seria couro. Mas se você destruísse este couro, destruiria o homem, o piano e o céu. Com a destruição do couro, o homem, o piano e o céu desapareceriam também. Da mesma forma, com a destruição do seu sonho, com a destruição da falsa crença de você na água, a água e a luta desapareceriam. Agora, se no seu sonho de luta de vida e morte na água, se, ao invés de gritar pedindo para ser salvo, alguém o acordasse do sonho, automaticamente seguiria-se a dissolução de "você" na água, da água e da luta.

A matéria prima de todas as discórdias de nossa experiência humana é um hipnotismo universal, uma crença universal. É a matéria prima ou substância de todo sentido de limitação que possa vir a sua experiência; seja limitação nas finanças, na saúde, na família, nos negócios, nas relações sociais ou qualquer outra aparência de discórdia. A causa de toda desarmonia, portanto, é um hipnotismo universal, a crença universal num universo separado de Deus.

Quando Jesus disse: "Eu venci o mundo", ele não queria dizer que tinha vencido todas as pessoas do mundo ou todos os males das pessoas do mundo. Seu ministério não durou tanto para que pudesse conseguir tal feito. Mas sim que ele superou o mundo, e de uma vez só: Pela compreensão e realização de que o único mundo que necessitava ser superado era composto por esta ilusão mesmérica. Então, todas as pessoas, todas as circunstâncias e todas as condições de limitação lhe desapareceram.


A Ignorância Universal Mantém o Mundo na Escravidão

Lembremo-nos primeiramente que a ignorância que separa as pessoas de uma realização da verdade não é pessoal, nem para você nem para mim, nem para ninguém; é uma ignorância universal, um sentido universal de hipnotismo que não tem -- jamais tem! -- presença, nem poder. Há uma ignorância universal, que domina a mente de praticamente todos os indivíduos na terra, fazendo-os antagônicos à verdade. Por que? Porque a verdade recebida conscientemente varre da mente tudo o que a humanidade aprendeu a amar... a pompa e a glória do egoísmo pessoal, o poder pessoal, a força pessoal, a sabedoria pessoal, a glória pessoal, a realização pessoal. A mente humana está numa rebelião contra tudo que possa destruir isto. Ela se ressente ao ouvir: "Por que me chamas de bom? Há apenas um bom... O Pai no céu". A mente humana se dedica à auto-glorificação: "Veja a minha força; veja a minha sabedoria; veja a minha beleza; veja o meu poder; veja a minha saúde; veja a minha riqueza; elas são minhas; eu fiz tudo isto".

A ignorância universal que separa as pessoas da apreensão, da compreensão e da demonstração da mensagem do Caminho Infinito, não é uma limitação pessoal; não tem nada a ver com a educação ou com a falta de educação de uma pessoa, nem com seu aprendizado religioso ou com a sua falta de aprendizado religioso: tem a ver apenas com a ignorância universal, com o mesmerismo universal o qual é para sempre, sem presença e sem poder. Você o segue? Você está sempre tratando com este mesmerismo ou hipnotismo universal, que é a matéria da qual é formado este mundo? Lembre-se: você não está tratando das figuras que esta matéria lhe apresenta, senão com a própria matéria ou hipnotismo em si mesmo. A realização deste fato é a sua graça salvadora. Em outras palavras, nunca temos um moribundo a salvar ou um enfermo para curar. Nós temos um estado universal de hipnotismo aparecendo como doença, pecado, alguém moribundo ou morto. Nunca temos uma pessoa má. No momento que realizamos isto, a pessoa má desaparece e podemos contemplá-la como ela realmente é.

Ressentir-se contra uma pessoa ou uma condição é enredar-se com elas, é deixar-se prender numa armadilha. Só há uma maneira de escaparmos da ilusão dos sentidos; só há uma maneira de escapar de qualquer forma maligna do mundo -- de pessoas malignas, pensamentos malignos, planos malignos -- e esta é parando de lutar contra eles e realizando que atrás deles está o tecido de sonhos do qual são constituídas, e que este tecido de sonhos é ilusório e sem princípio creativo algum, já que Deus não o creou. Portanto, não há existência ou lei que o sustente; nenhuma substância, nenhuma continuidade. Esta compreensão o destrói. Não há uma ilustração mais clara para isto que a de uma pessoa que morre, porque é extrema. Não temos nenhum moribundo a ser salvo; temos somente um sentido ilusório de morte. Quando tratamos a morte a partir deste ponto de vista, o moribundo se levanta e diz: "Aqui estou, totalmente novo, forte e bom". Você, assim, nada fez à pessoa que morria; porque, para começar, o moribundo não existia. O que você fez foi destruir a estrutura de aparências, o tecido do qual estavam aparecendo. Não há outra maneira de superar "este mundo".

Esta visão, este desdobramento, veio-me quando estava lendo a vida de Buda Gautama, que se tornou mais tarde o Buda. Certo dia, viu ele um homem doente, um cadáver e um mendigo e horrorizou-se de que tais coisas pudessem existir. Na vida que seu pai lhe proporcionava, tais coisas nunca eram-lhe mostradas e, portanto, ele nunca tinha testemunhado nenhuma destas tragédias da existência humana. Ele perguntou ao seu conselheiro: São estes os únicos casos no mundo? Quando ele soube que eventualmente todos nos encaminhamos ao mesmo fim -- a morte -- ficou chocado. Era impensável para ele que, no belo universo que conhecia, pudesse a doença, a morte e a pobreza manchar sua harmonia. E foi esta pergunta, que ele fez a sua própria mente, que lhe deu a pista sobre todo o problema: "Devo encontrar um modo de remover o pecado, a doença e a morte do mundo". E isso foi tudo. Ele nunca pensou em sair e curar, reformar ou enriquecer as pessoas. O seu único pensamento foi "como erradicar o pecado, as doenças e a morte do mundo."

A mensagem do Caminho Infinito é uma revelação de como erradicar o pecado, a doença e a morte do mundo, de como erradicar a ignorância que separa a humanidade da verdade. No Caminho Infinito, as pessoas são apenas incidentais ao nosso ministério. O verdadeiro ministério em si, é a remoção do pecado, medo, morte e limitação do mundo; e isto é para ser cumprido -- não conseguindo o dinheiro para fazer a todos milionários, não tendo um maior número de guerras no mundo para matar uma suficiente quantidade de pessoas, de modo que haja menos para alimentar, senão removendo completamente o hipnotismo da limitação, ignorância, pecado, medo, doença e morte.

Você já me ouviu declarar que quando sou solicitado para uma cura, nunca tomo em consideração, em minha consciência, a pessoa ou a sua condição. E a razão é esta: a pessoa ou a sua condição é um engodo, o laço da armadilha para prender o praticante. Se você quer ajudar a alguém, pare de pensar na pessoa ou em sua condição e entenda que elas são apenas um retrato, uma imagem ou uma aparência do tecido da crença universal, deste sonho universal chamado sonho mortal, chamado de ilusão universal, chamado por muitos outros nomes. Não faz diferença o nome pelo qual você o chame, desde que você compreenda que este é um sentido universal que, em si e por si, não tem nenhuma lei que o sustente, nenhuma causa, nenhum efeito e nenhuma pessoa através da qual operar.


Este Mundo

Nunca solucionaremos os nossos problemas individuais, nem os nacionais ou internacionais, tentando mudar as pessoas, curá-las, reformá-las, ou enriquecê-las. Só conseguiremos trazer harmonia ao nosso mundo individual se pudermos ver cada coisa, pessoa ou situação discordante, como um filme produzido por esta substância ilusória chamada de sonho da existência humana, ilusão universal, hipnotismo universal, crença universal, ou se você preferir, o nada universal, que aparece como pessoas e condições. Nunca tente salvar um moribundo. Nunca tente enriquecer um pobre, nunca tente curar um doente. Lembre-se que está lidando, não com uma pessoa, não com uma condição, não com uma coisa, mas com uma sugestão hipnótica, com uma influência hipnótica, com um quadro hipnótico, que não tem existência fora da mente humana, da crença humana, da aparência humana. Nesta realização, você destrói todo o tecido do qual o erro é constituído.

Cada condição limitante -- seja nas finanças, saúde, moral, ou condições de vida -- não é outra coisa senão a expressão de um hipnotismo universal, de uma ilusão universal, de uma crença numa existência separada de Deus, ou seja, da crença de uma causa separada de Deus, de uma substância separada de Deus, de uma sabedoria separada de Deus. Toda esta série de crenças constitui uma influência mesmérica que nos faz ver pessoas, lugares, coisas e condições limitadas. Você pode quebrar este sonho Adâmico nas partes que o compõem e encontrará que este sonho Adâmico é feito da crença do bem o do mal, da crença da vida sem Deus, da lei sem Deus, de uma substância, causa ou atividade sem Deus.

Sempre que for chamado para ajudar na solução de um problema, verifique que quase sempre haverá uma pessoa envolvida nele; mas, já que Deus é o único principio creativo, o filho de Deus não pode se envolver com problema algum; o problema será apenas a crença de uma existência sem Deus. Perceba que cada problema que lhe é apresentado sempre vem como uma condição. É uma condição de Deus? Não, pois se fosse uma condição de Deus, não apresentaria problema, em absoluto. O mero fato de se apresentar como uma condição, já revela que é uma aparência que não tem existência real, pois na verdade não existe pessoa nem condição sem Deus. Toda e qualquer aparência contrária deve ser parte do que se chama "sonho de Adão", ou sonho mortal, ou sentido mortal da existência, que Jesus chamou de "este mundo".

Deveríamos achar muito fácil solucionar todos os casos que se nos apresentam em busca de ajuda, simplesmente dizendo,"este mundo", e desfazê-los com um sorriso, sabendo que eles são apenas condições "deste mundo", do mundo ilusório, não do mundo real, não do mundo de Deus. É como se saíssemos à rua e víssemos as crianças brincando um jogo que consiste em desenhar um círculo de giz no chão, e aprisionar uma criança dentro dele. Esta criança dentro do círculo não pode sair dali, até que alguma coisa seja feita para resgatá-la.

Entretanto, você, ao invés de tentar tirar a criança do círculo, sorri, olha para ela e diz: "Oh!, Mas aquilo é apenas o mundo das crianças.....!!", e vai se embora, sabendo que, na realidade, a criança não está presa. Se você se acostumasse à ideia de que tudo que aparece limitado por qualquer sentido, seja uma pessoa ou uma condição, é parte "deste mundo" -- ou seja, o mundo de sonho, o mundo de Adão, o mundo irreal, e fosse embora sem ligar para ele -- descobriria, logo, quão depressa a ilusão desapareceria para seu paciente, seu amigo ou seu parente.

Testemunhamos algumas condições externas ou pessoas más, porém se existe um Deus em tudo, não pode haver tal coisa como uma pessoa, lugar ou coisa má. A dificuldade é que, primeiro vemos a aparência e logo procuramos fazer alguma coisa a respeito da aparência, e assim fazendo, ficamos enredados, nos envolvemos e caímos na armadilha. Se, no entanto, víssemos a aparência, quer ela se mostre como uma pessoa, um lugar ou uma condição, e instantaneamente lembrássemos que o fundamento disto é um sonho, o sentido ilusório de um universo separado de Deus, ou "este mundo", e passássemos ao largo dizendo: "Oh! É apenas 'este mundo'", acabaríamos logo com o sonho. Acordamos do sonho da limitação, no momento em que, por nós mesmos, nos tomamos desipnotizados.

Tenho dito que este é o ano em que nossos estudantes devem ser mais diligentes em acabar com o sentido mesmérico que os ata às crenças humanas, e isso só se consegue apreendendo o princípio de que, em realidade, não há nem bem, nem mal. Ao aceitar tanto o bem como o mal, perpetuamos o sonho. Nos seus estudos metafísicos anteriores, você já aprendeu que todo erro é uma ilusão. Mas no Caminho Infinito, você deve ir um passo além e compreender que o sentido finito do bem também é tão ilusório quanto o erro. Você chega a esta consciência através da realização diária que não há nem bem nem mal na forma, mas que o Espírito é a realidade subjacente a tudo. Tente compreender que é a crença do bem e do mal que perpetua o sonho e mantém você fora do Jardim do Éden.

Um praticista é uma pessoa que em certa medida é desipnotizada, que num certo grau, não teme as aparências e não cessa de anulá-las. Fora, no mundo, há pecado, doenças e morte. Uma pessoa que não seja praticista olha e diz: "Oh!, que terrível!". Se, no entanto, o praticista tenha alcançado realmente um estado de consciência de praticista, olhará e dirá: "Tch..Tch... este mundo... hipnotismo, nada", e continua a viver. Só existe uma coisa impedindo a harmonia em nossa experiência pessoal, e esta é um sentido universal de uma vida ou uma seidade separada de Deus, ou de uma lei à parte de Deus. E existe somente uma maneira de romper este sentido de limitação, e este é retirar-se da batalha do mundo, retirar-se da batalha e da oposição a pessoas ou condições.


Vivendo a Vida Cristã

Viver uma vida cristã significa aceitar os ensinamentos do Mestre: "ama o teu próximo como a ti mesmo, mas acima de tudo, ama a Deus com todo o teu coração, com toda a tua mente, com toda a tua alma". Estes mandamentos não são mais que banalidades insossas, até que comecemos a selecioná-las em nossa própria mente e cheguemos a uma compreensão delas. Como podemos amar o Senhor nosso Deus com todo nosso coração, toda nossa alma e toda nossa mente? O que significa isto? Cada um de nós pode ter uma explicação e uma experiência diferentes, mas para mim, amar o Senhor nosso Deus com todo o meu coração significa não amar indevidamente, e nunca odiar ou temer aquilo que está no âmbito dos reinos físico ou mental. Para mim, é depositar toda a fé no Infinito Invisível como a realidade da vida que se manifesta externamente como efeito. Chegar a uma realização do profundo significado desta verdade requer muito estudo. Ao não amarmos, odiarmos ou temermos o que nos aparecem nos reinos físico ou mental, rompemos com o sonho mesmérico de uma seidade ou um universo à parte de Deus.

Amar nosso próximo como a nós mesmos é reconhecer que Deus é o Eu sou de todos os seres reais. Que Deus é o Eu sou de todos os indivíduos na face da terra, ainda que apareçam como humanidade doente, pecadora ou moribunda. Deus é o Eu sou; Deus é a vida; Deus é a inteligência; Deus é a lei de todas as pessoas, mesmo quando no sonho mesmérico pareçam ser doentes, pecadoras ou estúpidas. Amar o nosso próximo como a nós mesmos, significa realmente reconhecer que Deus é o verdadeiro ser de tudo que é manifesto, não importando a aparência mesmérica que está nos confrontando.

Quando seguimos estes dois mandamentos literalmente, logo vemos que toda a aparência que interpretamos como sendo humanidade doente, estúpida, moribunda ou ignorante, é creada pelo "sonho do mundo", aquilo que o Mestre chamou de "este mundo". Quando isto se torna claro para nós, não mais amaremos, odiaremos ou temeremos tais aparências. Não amaremos as pessoas deste mundo mais do que as odiaremos ou temeremos, porém amaremos aquilo que constitui as pessoas: Deus, o Cristo, o Espírito e a Alma de todo ser individual na terra. Esta é a única maneira pela qual realmente se pode amar "este mundo" -- porque você verá logo, que é impossível amar as aparências que este mundo nos apresenta. Consequentemente, se você olhar através destas aparências, para aquilo que elas realmente são, rumo ao que realmente lhes constitui o ser, chegará a um pleno estado de amor capaz de ajudar o teu ajudar o teu próximo, quer seja ele um homem, uma mulher ou criança, ou ainda um animal ou inseto. A sua conscientização concretiza essa verdade. Uma vez que você tenha percebido que existe uma Alma invisível, que é o ser real de todos, então você estará apto a olhar através das aparências, a olhar diretamente através dos olhos, para a verdadeira Alma que mora por trás da aparência humana, e assim alcançar o verdadeiro estado de amor por todos os seres.

"Ame seu semelhante através de uma atividade espiritual. Veja o amor como a substância que existe em tudo, não importando a forma com que se apresente. Ao nos elevarmos acima da nossa humanidade para uma dimensão superior de vida, na qual compreendemos que nosso próximo é um ser puramente espiritual, governado por Deus, nem bom, nem mau, estaremos amando realmente." (Joel Goldsmith - Praticando a Presença, 1956 )

Ao se treinar, olhando através dos olhos das pessoas e dos animais que se aproximam de você, automaticamente você atingirá o nível de consciência onde não mais estará amando, odiando ou temendo o mundo aparente, ou aquilo que Jesus chamou de "este mundo". Na proporção em que se aperfeiçoa nisto, poderá dizer com certeza: "Eu tenho superado este mundo. Não mais o amo, odeio ou temo; não mais tento me ver livre dele; não mais me debato ou luto contra ele; vejo através dele - através e além dele. Vejo o que realmente é: Deus. Vejo que aquilo que aparenta ser, não é senão uma imagem no pensamento feita do material de sonho do mundo".

Este é o segredo de todos os segredos; este é o segredo do viver espiritual; este segredo não é encontrado na literatura de este mundo. Quando você lê a mais inspiradora literatura, ainda que você a encontre inspiradora, usualmente terá os mesmos problemas a enfrentar no dia de amanhã. A literatura inspiradora do mundo, em si e por si, não é nada. Ela pode elevar-nos e fazer-nos mais receptivos ao Espírito, mas ela não nos dá a verdade necessária ao nosso desenvolvimento. E esta verdade é a de que as discórdias, limitações e desarmonias deste mundo, provêm do tecido da ilusão --"este mundo" -- o nada. Com este reconhecimento, você terá o segredo da superação -- a superação "deste mundo".


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