"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

domingo, janeiro 18, 2015

A Consciência revela o Ser que somos


- Núcleo -


No ser humano Deus "aparece como" Consciência [no sentido de que "Se revela"/ "Se expressa" / e também de que "É percebido como" Consciência]. A Consciência impessoal do ser humano e de qualquer outro ser ou manifestação fenomênica, pois, só há Um SER e infinitas manifestações. É o OCEANO, que "pode ser pecebido" pela ONDA, dO qual ela emerge e que é sua base, substância e Fonte. Note que não há um "Ele" aqui, mas o Ser, o Ser que Eu Sou. "Quem percebe isso" não é a mente humana, a sua ou a minha mente. É a própria Consciência do Ser, em mim. Esta é a percepção consciencial que todos tem. Se isto é percebido pela mente humana, sua ou minha, então esta é a percepção mental, aquela que percebe de forma dual, que vê dois ou muitos onde só há um. A mente percebe muitos seres individualizados, como se estivessem separados do Ser que lhes deu causa, em vez de perceber apenas o Ser e Suas infinitas manifestações ou formas de expressão.

Se a percepção está sendo consciencial então o que se vê é apenas Deus, seja qual for a forma que o Ser assuma. É como um teatro de marionetes, no qual é perceptível que todos são "personagens movidos pela mão do artista", que lhes dá movimento, expressão e vida. E saber disso, perceber isso, não retira a graça da apresentação do teatro de marionetes.

Note que a percepção mental é uma crença, um "acreditar em"; não é o real conhecimento.

Há pessoas, os personagens, que "acreditam em" Deus e também os que não acreditam. Este "acreditar em" ou "não acreditam em" está restrito aos limites da percepção humana, que no Núcleo chamamos de percepção mental. Mas, independentemente de as pessoas acreditarem em Deus ou não acreditarem em Deus, esta percepção não altera a realidade. Não se trata de uma questão de crença, mas sim, de identidade. O personagem é apenas o que está sendo representado, não é o Ser Real. O personagem que estou representando é o que estou sendo. Mas nada/ninguém é o que está sendo. Tudo/todos são o que são! É a Consciência do Ser em mim que me faz consciente de que Sou o Ser Real e de que, enquanto personagem, enquanto ser humano, estou sendo uma representação consciente do que Sou. Mas, se percebo isto de forma mental, imediatamente a realidade perceptível se transforma diante da minha visão, a realidade que percebo se altera instantaneamente, e passo a ver as mesmas coisas, mas com uma interpretação, uma sensação, uma visão bastante diversa da realidade percebida consciencialmente. Então, aquela "representação consciente" do que Sou passa a ser uma representação inconsciente do Ser que Eu Sou.

Esta "consciência de quem Eu Sou" tem reflexo direto na realidade do personagem que estou representando! A partir do momento que estou consciente de que a realidade perceptível pela "minha mente", pela mente do personagem, é criada pelo Ser que Sou, então posso estar também consciente da realidade que está diante de mim, posso fazer uma leitura, uma "tradução consciente" da realidade que está sendo percebida por mim.

A realidade percebida consciencialmente me faz consciente de que a vida do personagem é o que Eu, o Ser Real, me proporciona. Há na Bíblia a revelação de que "Deus fez tudo" e que Ele viu que tudo o que fez era bom. E continua sendo bom. O que Deus fez é perfeito!

Não é o que Deus fez (e o fez de forma totalmente consciente) que não é bom, mas sim, aquilo que o ser humano faz, quando o faz de forma inconsciente de quem ele realmente É.

Assim como na palavra "eu" há um poderoso significado, que pode revelar que "eu" e "Eu" são o mesmo, dependendo da identificação que temos de nós mesmos, como personagem ou como o Ser, ou seja, como "eu" ou como "Eu", também na palavra "ser" há um detalhe, uma sutileza que deve ser notada: O "eu" é a identidade percebida pela mente, que se revela como "ser humano", um personagem do Ser; enquanto que o "Eu" é a identidade percebida pela Consciência, que se revela como "Ser Real", o próprio Ser. A percepção mental percebe o "Ser" como sendo “humano”, o personagem que estou sendo; e Deus passa a ser concebido como alguém separado de mim. A percepção consciencial percebe o “Ser”, o que Eu Sou.

Há uma profunda metáfora na "subida" de Moisés à montanha, local onde ouviu a revelação de Deus, quando disse: "Eu Sou o que Sou".

Quando "nos elevamos em percepção" (quando subimos do nível da percepção mental) a revelação feita a Moisés se torna também a nossa! Conhecemos a real identidade do Ser, nossa identidade, revelada por Deus: "Sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo".

Este conhecimento, esta percepção, é para ser aplicada na vida cotidiana, do personagem que estamos representando. Percebendo que “eu” e “Eu” são Um, só que visto sob percepções distintas, podemos conscientemente escolher a percepção com que vemos o mundo diante de nós, conhecendo Quem faz e nos tornando conscientes que não estamos separados da Fonte.

Jesus disse: Quando o Espírito da Verdade vier ele revelará toda a verdade.

Nenhum ser humano nos revela a verdade, porque a verdade é algo a ser “percebido”.

Os que conhecem a verdade, e despertam, passam da “percepção mental” de uma vida humana separada de Deus, para a “percepção consciencial” do reino de Deus, no qual percebemos que já não somos nós quem vivemos, mas, Cristo é Quem vive em nós. No reino de Deus a vida é eterna. E disse Jesus: A vida eterna é esta: Que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro.

Tudo isto já está escrito mas não basta. É preciso ser revelado, “percebido”. Quem revela isto ao “eu”, ao personagem, é o Ser, o “Eu” que vive em nós.

Escolha despertar a percepção consciencial, esta visão de “Quem” você É. Transcenda a visão mental, do personagem, escale a montanha, eleve-se... Isto pode ser feito neste instante, no presente, não em algum tempo futuro!

As Sagradas Escrituras na qual toda a verdade é revelada já foram escritas.

Jesus disse: “Eu” e o “Pai” somos Um.

Este “Eu” é a Consciência divina, o Cristo em nós, aquele que esteve morto (não percebido por nós, mentalmente, até o instante em que despertamos!) porque, Cristo vive de eternidade a eternidade. Ele é Aquele que É, Aquele que vem para vencer a guerra final, o Armagedon, que está em sua mente...

Krishna revelou que: “Eu” sou tudo.

Este “Eu” é a Consciência do Ser, o próprio Krishna em nós, Aquele que vem para vencer a guerra final, no Kurukshetra, que está em sua mente...

Perceba que “Quem” nos faz perceber a verdade é a própria Consciência divina em nós!

Livre-se da ilusão mental de que sou “eu”, qualquer que seja a forma assumida: Sou “Eu”!

Isto só pode ser percebido pelo "coração espiritual", um “núcleo" de percepção espiritual.

Para acessá-lo fique em silêncio, ainda que em atividade, permaneça alerta e receptivo.

Esteja onde estiver, "vá para o Núcleo”; permaneça lá até conhecer/perceber A VERDADE!


8 comentários:

Anônimo disse...

Olá! Obrigada pela disponibilidade em nos ajudar. Tem uma coisa que me intriga profundamente, claro que me sinto confusa mentalmente,consigo me colocar como observadora e entendo que sou além do personagem e até me alívio em saber que não sou o que penso ser... confusa, indecisa, sensível etc. Pelo que entendo (infelizmente ainda com a mente)é que tudo acontece primeiramente no plano divino.A pergunta é: quando vejo pessoas que por exemplo cometem crimes e seus personagens são cruéis e todo tipo de gente que pratica o mal, quem é responsável? Essas atitudes também surgem no Ser e qual o meu papel como personagem diante de tudo isso, de principalmente evoluir e praticar o bem.???????????

Templo disse...

Olá, inicialmente obrigado pelo comentário.

Respondendo à sua pergunta, os responsáveis são os personagens. Isso porque os personagens são dotados de mente - a mente do personagem -, que possui livre arbítrio, é dualística, podendo cada indivíduo optar pelo bem e pelo mal. Com a mente, o personagem pode realizar tanto bons atos, como maus atos. Note que a pessoa que realiza o bem também é responsável por seus atos, tanto quanto o é a pessoa que realiza o mal. O fato de o personagem fazer o bem não significa necessariamente que Deus é o responsável pelos atos das pessoas. E também não significa que ela esteja consciente de que é o Ser por detrás do personagem - ela é apenas uma pessoa boa. Mas aqueles que sabem que são o Ser - o Ser único, que se manifesta como tudo e todos -, agem com a consciência de Quem são, identificados com o amor/unidade que inere ao próprio Ser.

Pessoas que cometem crimes e são cruéis e praticam o mal, estão profundamente mergulhadas na mente de seus personagens, acreditando piamente nas crenças/ideias/condicionamentos que foram construídos ao longo de suas vidas. Muitas vezes, as pessoas são cruéis, não porque querem ser, mas porque não sabem ser de outra forma - elas também estão fazendo o que podem, dando o melhor de si mesmas. Elas são insanas não por uma questão de escolha, mas por questão de ignorância. Eckhart Tolle diz que ninguém é insano conscientemente; uma pessoa consciente jamais irá escolher sofrer, ser insana, ou agir em desconformidade com a verdade do Ser. Mas inconscientemente escolhemos ser insanos, doentes, praticamos atos que são prejudiciais tanto para nós como para os outros... isso é o ego que atua e se empenha para manter sua existência, o seu (falso) senso de "eu".

O mundo está cheio de pessoas que estão identificadas com os seu egos e que desconhecem a verdade profunda de que todos somos o Ser por detrás dos nossos personagens. Em decorrência disso, as pessoas estão atuando sob o jugo caótico da mente, a qual abrange tanto o bem como o mal. É então que na sociedade surge os mais variados acontecimentos, bons e ruins; e, enquanto for assim, o bem e o mal sempre estarão presentes no mundo.

Assim, o nosso papel real é tornarmos-nos consciente de Quem somos. Somos o Ser, e não personagens. Praticar atos de bondade é um bom começo para começar a nos alinhar com a verdade do Ser, porque um personagem bom, que age com perdão e amor, expressa o Ser muito mais fidedignamente na representação do que um personagem que pratica o mal. Na representação, o bem reflete/espelha/representa a verdade divina muito mais do que o mal. Mas não devemos nos deter em querer apenas fazer do bem, do contrário seremos apenas bons personagens - personagens bons, mas inconscientes de Si mesmos. Quando realizamos o Ser, sentimos o amor de Deus que habita o Ser, e então agimos de acordo com a Verdade que conhecemos a nosso respeito.

Grato pela participação!
Grande abraço!

Anônimo disse...

Obrigada por responder, muito me ajudou, agora entendi, praticar o bem nos identifica mais com o Ser mas pra não ser apenas um personagem com bons atos de que maneira posso realizar o Ser e sentir o amor de Deus que habita em mim e em nós??? Desculpe a pertinência, sou uma buscadora de longos e longos tempos.
Grata

Templo disse...

Olá, bem vinda, mais uma vez. Esteja sempre à vontade para fazer comentários ou perguntas. Estamos sempre à disposição.


Um dos caminhos que levam ao Ser é a vivência do amor. Não é a toa que a vida pautada no amor é um dos principais pontos dos ensinamentos deixados por Jesus Cristo. Existiram muitos personagens que alcançaram Deus tão somente pela vivência do amor, bondade, perdão, caridade, pureza de atos, pensamentos e intenções. E da devoção a Deus. Viver o amor constitui um dos caminhos para se chegar a Deus. Por isso, à medida que nos aprimoramos na prática do bem, nos aproximamos mais e mais de Deus. No início de suas caminhadas, esses personagens eram apenas personagens bons porém inconscientes de Si mesmos. Mas com o passar do tempo, ao vivenciarem o amor, eles iam compreendendo o que o amor era. Quanto mais eles viviam o amor, mais eles eram o amor e, por isso, mais compreendiam o amor. Assim eles puderam transcender a condição de "personagens com bons atos" para a de "personagens com bons atos conscientes de Si mesmos". A vivência do amor é um caminho.

Mas há também outros caminhos: o caminho da sabedoria. Esse caminho está mais presente nas tradições orientais. É um caminho que também leva em conta a prática do bem, do amor, mas a verdadeira tônica dele é a meditação, a auto-investigação, a compreensão. As pessoas procuram aprender (e apreender) o significado das escrituras, e vivenciá-lo através da meditação. E existem muitos métodos e técnicas de meditação no mundo.

Para realizar o Ser é necessário ir além da mente de nossos personagens (que percebe apenas os personagens e o mundo da representação) e perceber que há em nós uma outra Mente - a Mente (ou Consciência) do Ser. Quando nos damos conta de que a Consciência do Ser está presente EM nós (e "nós", aqui, não está se referindo ao personagem que estamos sendo, pois os personagens também estão aparecendo em nós), passamos a perceber com a percepção do próprio Ser que somos. Somente o Ser é capaz de perceber a Si mesmo. A mente do personagem não O percebe, por isso o personagem não o percebe. A regra é essa: personagens percebem apenas personagens. E o Ser percebe o Ser. Por isso, por mais brilhante e astuta que uma mente possa ser, por mais inteligente e capacitada que uma mente possa ser, ela nunca será capaz de perceber as coisas provenientes das Consciência do Ser.

Para conseguir ir além da mente do personagem, muitas coisas são ensinadas: viva o momento presente, o agora, consciente de que Deus está aparecendo como cada ser (animado ou inanimado) com que você se depara; aprenda a ficar em silêncio interior, o que significa: não julgue e não emita opiniões mentais, do contrário sua mente estará "falando", e sempre que a voz da mente "fala", ela se sobrepõe à voz proveniente da Consciência do Ser; encontre uma meditação que você goste e faça ela diariamente, a meditação é como a oração: ela é o tempo destinado exclusivamente para um encontro entre você e Deus.

E há muitas outras coisas. É grande o número de ensinamentos que existem para ensinar a pessoa como realizar o Ser.

Sugiro pra você a leitura deste texto:

http://busca-espiritual.blogspot.com.br/2014/12/desperte-perceba.html

E também da série "Preleções Nucleares: a Unidade Essencial", neste endereço:

http://busca-espiritual.blogspot.com.br/2014/12/prelecoes-nucleares-unidade-essencial-14.html


Namastê!



Anônimo disse...

Estou muito feliz, suas explicações me trouxeram uma deliciosa calma. Ainda não consegui encontrar uma meditação que me trouxesse um bom resultado mas a busca continua. Quanto aos ensinamentos de Eckhart Tolle tenho absorvido muita coisa e Jesus Cristo é meu mestre maior. Depois das suas explicações eu pude entender que sim, estou trilhando um caminho que me levará cada vez mais a atingir a realização do Ser se é que posso colocar assim. Por vezes fico confusa e desorientada mas no fundo sei que estou sendo guiada. Muito obrigada. Namastê !

Anônimo disse...

Numa outra oportunidade irei relatar um sonho que tive, gostaria da Sua opinião sobre ele. Pode ser?

Templo disse...

Se é o seu desejo conhecer e realizar Deus, não tenha dúvidas de que está sendo guiada. Apenas o desejo, a vontade ardente e sincera, basta! A nossa vontade de realizar Deus faz com que forças do universo entrem em movimento e é então que passamos a ser guiados. Se você ainda não encontrou um caminho ou alguma prática que seja ideal para você, logo você vai encontrar, o universo trabalha para que isso aconteça.

No mais, fique a vontade para escrever sobre o que quiser. Muito Obrigado pela visita.

Namastê!

Templo disse...

Olá, visitante anônima.

Tem e-mail para contato?
Por favor, envie na forma de comentário, que assim poderei falar com você com a privacidade que vc solicitou.

Namastê!