"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

segunda-feira, agosto 28, 2017

A Consciência revela o Ser que somos


- Núcleo -


No ser humano Deus "aparece como" Consciência [no sentido de que "Se revela", "Se expressa", e também de que "É percebido como" Consciência]. A Consciência impessoal do ser humano e de qualquer outro ser ou manifestação fenomênica, pois, só há UM SER e infinitas manifestações. É o OCEANO, que "pode ser percebido" pela ONDA, do qual ela emerge e que é sua base, substância e Fonte. Note que não há um "Ele" aqui, mas o Ser, o Ser que Eu Sou. "Quem percebe isso" não é a mente humana, a sua ou a minha mente. É a própria Consciência do Ser, em mim. Esta é a percepção consciencial que todos tem. Se isto é percebido pela mente humana, sua ou minha, então esta é a percepção mental, aquela que percebe de forma dual, que vê dois ou muitos onde só há um. A mente percebe muitos seres individualizados, como se estivessem separados do Ser que lhes deu causa, em vez de perceber apenas o Ser e Suas infinitas manifestações ou formas de expressão.

Se a percepção está sendo consciencial então o que se vê é apenas Deus, seja qual for a forma que o Ser assuma. É como um teatro de marionetes, no qual é perceptível que todos são "personagens movidos pela mão do artista", que lhes dá movimento, expressão e vida. E saber disso, perceber isso, não retira a graça da apresentação do teatro de marionetes.

Note que a percepção mental é uma crença, um "acreditar em"; não é o real conhecimento.

Há pessoas, os personagens, que "acreditam em" Deus e também os que não acreditam. Este "acreditar em" ou "não acreditam em" está restrito aos limites da percepção humana, que no Núcleo chamamos de percepção mental. Mas, independentemente de as pessoas acreditarem em Deus ou não acreditarem em Deus, esta percepção não altera a realidade. Não se trata de uma questão de crença, mas sim, de identidade. O personagem é apenas o que está sendo representado, não é o Ser Real. O personagem que estou representando é o que estou sendo. Mas nada/ninguém é o que está sendo. Tudo/todos são o que são! É a Consciência do Ser em mim que me faz consciente de que Sou o Ser Real e de que, enquanto personagem, enquanto ser humano, estou sendo uma representação consciente do que Sou. Mas, se percebo isto de forma mental, imediatamente a realidade perceptível se transforma diante da minha visão, a realidade que percebo se altera instantaneamente, e passo a ver as mesmas coisas, mas com uma interpretação, uma sensação, uma visão bastante diversa da realidade percebida consciencialmente. Então, aquela "representação consciente" do que Sou passa a ser uma representação inconsciente do Ser que Eu Sou.

Esta "consciência de quem Eu Sou" tem reflexo direto na realidade do personagem que estou representando! A partir do momento que estou consciente de que a realidade perceptível pela "minha mente", pela mente do personagem, é criada pelo Ser que Sou, então posso estar também consciente da realidade que está diante de mim, posso fazer uma leitura, uma "tradução consciente" da realidade que está sendo percebida por mim.

A realidade percebida consciencialmente me faz consciente de que a vida do personagem é o que Eu, o Ser Real, me proporciona. Há na Bíblia a revelação de que "Deus fez tudo" e que Ele viu que tudo o que fez era bom. E continua sendo bom. O que Deus fez é perfeito!

Não é o que Deus fez (e o fez de forma totalmente consciente) que não é bom, mas sim, aquilo que o ser humano faz, quando o faz de forma inconsciente de quem ele realmente É.

Assim como na palavra "eu" há um poderoso significado, que pode revelar que "eu" e "Eu" são o mesmo, dependendo da identificação que temos de nós mesmos, como personagem ou como o Ser, ou seja, como "eu" ou como "Eu", também na palavra "ser" há um detalhe, uma sutileza que deve ser notada: O "eu" é a identidade percebida pela mente, que se revela como "ser humano", um personagem do Ser; enquanto que o "Eu" é a identidade percebida pela Consciência, que se revela como "Ser Real", o próprio Ser. A percepção mental percebe o "Ser" como sendo “humano”, o personagem que estou sendo; e Deus passa a ser concebido como alguém separado de mim. A percepção consciencial percebe o “Ser”, o que Eu Sou.

Há uma profunda metáfora na "subida" de Moisés à montanha, local onde ouviu a revelação de Deus, quando disse: "Eu Sou o que Sou".

Quando "nos elevamos em percepção" (quando subimos do nível da percepção mental) a revelação feita a Moisés se torna também a nossa! Conhecemos a real identidade do Ser, nossa identidade, revelada por Deus: "Sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo".

Este conhecimento, esta percepção, é para ser aplicada na vida cotidiana, do personagem que estamos representando. Percebendo que “eu” e “Eu” são Um, só que visto sob percepções distintas, podemos conscientemente escolher a percepção com que vemos o mundo diante de nós, conhecendo Quem faz e nos tornando conscientes que não estamos separados da Fonte.

Jesus disse: Quando o Espírito da Verdade vier ele revelará toda a verdade.

Nenhum ser humano nos revela a verdade, porque é algo a ser “percebido”.

Os que conhecem a verdade, e despertam, passam da “percepção mental” de uma vida humana separada de Deus, para a “percepção consciencial” do reino de Deus, no qual percebemos que já não somos nós quem vivemos, mas, Cristo é Quem vive em nós. No reino de Deus a vida é eterna. E disse Jesus: A vida eterna é esta: Que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro.

Tudo isto já está escrito mas não basta. É preciso ser revelado, “percebido”. Quem revela isto ao “eu”, ao personagem, é o Ser, o “Eu” que vive em nós.

Escolha despertar a percepção consciencial, esta visão de “Quem” você É. Transcenda a visão mental, do personagem, escale a montanha, eleve-se... Isto pode ser feito neste instante, no presente, não em algum tempo futuro!

As Sagradas Escrituras na qual toda a verdade é revelada já foram escritas.

Jesus disse: “Eu” e o “Pai” somos Um.

Este “Eu” é a Consciência divina, o Cristo em nós, aquele que esteve morto (não percebido por nós, mentalmente, até o instante em que despertamos!) porque, Cristo vive de eternidade a eternidade. Ele é Aquele que É, Aquele que vem para vencer a guerra final, o Armagedon, que está em sua mente...

Krishna revelou que: “Eu” sou tudo.

Este “Eu” é a Consciência do Ser, o próprio Krishna em nós, Aquele que vem para vencer a guerra final, no Kurukshetra, que está em sua mente...

Perceba que “Quem” nos faz perceber a verdade é a própria Consciência divina em nós!

Livre-se da ilusão mental de que sou “eu”, qualquer que seja a forma assumida: Sou “Eu”!

Isto só pode ser percebido pelo "coração espiritual", um “núcleo" de percepção espiritual.

Para acessá-lo fique em silêncio, ainda que em atividade, permaneça alerta e receptivo.

Esteja onde estiver, "vá para o Núcleo”; permaneça lá até conhecer/perceber A VERDADE!


4 comentários:

Anônimo disse...

Me desculpe amigo, mas fica difícil entender essa ideia de que há uma percepção mental e outra consciencial. O que me parece é que simplesmente há uma percepção e que sou eu quem percebo, mas que, aquilo que percebo pode ser a realidade ou ilusão. Vou dar uma exemplo: a pouco tempo ganhei um quadro de uma amiga, a princípio achei se tratar de uma pintura, mas, observando melhor, percebi ser uma fotografia trabalhada para parecer uma pintura, então, tudo que sempre houve foi percepção, porém, antes havia uma percepção equivocada e que, com melhor entendimento, passou a ser uma percepção da realidade.

Templo disse...

Sim, amigo, seu modo de observar a questão está correto!

Também é possível dizer que há uma única percepção, e dois modos de ver.
Quando se diz que "há duas percepções" é porque cada uma vê de modo tão distinto da outra, que pareceria mesmo haver duas percepções. Duas percepções que revelam mundos bastante diferentes!

Uma outra questão que fundamenta a linguagem de "haver duas percepções" é que a percepção mental está acontecendo no personagem, ao passo que a percepção consciencial não tem sua fonte/origem no personagem, mas em Deus, a Consciência do Ser. A percepção que Deus tem da representação é de unidade; e a percepção que o personagem tem da representação é de dualidade. Quando o personagem está percebendo a unidade na representação, não é ele quem está percebendo, Deus é que está percebendo nele.

Namastê!

Anônimo disse...

Entendi. Sendo assim, entendido o que é percepção, deixe-me compartilhar com o amigo a percepção que tive.

Recentemente, ao ter uma perda importante, notei que embora estivesse sentido a dor da perda, no fundo de minha consciência, eu estava feliz, tranquilo e em paz, pois sabia ter feito o meu melhor. Esse sentimento me deixou um pouco confuso, mas finalmente desabrochou e percebi o que significava.

Percebi que nada que não possa macular minha consciência pode me atingir realmente. Mesmo que me humilhem, falem mal de mim, pensem mal, ou mesmo que me machuquem fisicamente, nada disso pode me atingir verdadeiramente. Só o mal que faço é que pode me atingir, pois vai macular minha consciência.

Entendi que aqueles que ainda ofendem e machucam outros seres, na verdade, como disse o Cristo, não sabem o que fazem, pois não entendem que estão maculando suas próprias consciências e que é somente isso que os pode atingir.

Com essa percepção consegui perdoar àqueles que me ofenderam e também perdoar a mim mesmo, pois não sabiamos o que faziamos

Cristo nos pediu para que oferecessemos a outra face, ou para que perdoassemos as ofensa recebidas setenta vezes sete, Ele sabia que somos os únicos que verdadeiramente podemos nos ferir.

Agora, se o único mal que pode me atingir é o mal que faço, pois esse mal macula a paz que carrego, quem sou eu então? Não seria eu a propria paz. Não seria eu a paz que antes estava identificada com a guerra?

Obrigado amigo por sua explicação sobre percepção, isso me ajudou ainda mais a entender.

Grato.

Templo disse...

Obrigado por compartilhar suas experiências e percepções!

Feliz ano novo!