"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

domingo, julho 17, 2016

Como abrir a Porta da Felicidade - 1/2

- Masaharu Taniguchi - 


"Os semelhantes se atraem" – esta é a lei que atrai a felicidade. Diz o budismo que os três mundos (mundo fenomênico) são projeções da mente, e o cristianismo diz "Seja-te feito conforme creste"(Mateus 8:13). A seita Konko diz: "A graça está na minha mente", e a seita Kurozumi, "A mente do outro é um espelho que reflete a minha mente". O povo diz: "Onde há risos, vem a felicidade"; "O marimbondo pica o rosto de quem chora". Tudo se refere à lei "Os semelhantes se atraem". Significa que "Quem chor atrai marimbondo" e "quem sorri atrai felicidade".

Agora há pouco, o sr. Ishibashi relatou uma misteriosa ocorrência em sua vida, dizendo que, ao escrever numa pequena folha de papel o seu próprio nome acompanhado de "Provisão infinita", recebeu pouco dinheiro, mas ao escrever isso numa grande folha de papel recebeu grande soma de dinheiro.

Ouvindo isso, poderão pensar que o ato de escrever um pedido acrescentando o próprio nome seja a fonte da provisão infinita, mas não se trata disso. Mesmo que não se escreva no papel, Deus já nos concedeu a provisão infinita, desde o princípio, mas, ao escrevê-la claramente num papel, ela manifestou-se concretamente porque foi nitidamente desenhada na mente. Esse ato teve a função de captar vibrações semelhantes e, assim, atuou a lei da manifestação fenomênica "Os semelhantes se atraem".

Mesmo sem escrever no papel, um desejo mentalizado com intensidade e clareza se manifesta. Jesus Cristo se referiu a isso dizendo: "Tudo o que pedirdes na oração, credes que o haveis de conseguir, e o obtereis" (Marcos 11:24). A oração concretiza o desejo porque tem a função de desenhá-lo bem nítido na mente.

Oremos ou não, já nos foi concedida a provisão. Assim como a água sai ao abrir a torneira, a provisão de Deus já está aqui. A oração, que é o ato de desenhar bem claro na mente a provisão desejada, tem a função de abrir a "torneira". Então, a questão de como abrir com eficácia essa "torneira" e fazer jorrar a provisão infinita de Deus torna-se importante para levar uma vida feliz no mundo fenomênico. Basta conseguirmos fazer isso com destreza que o mundo onde vivemos será naturalmente um mundo de provisão infinita, sem doença nem infelicidades, e a Terra será naturalmente um paraíso.

A Seicho-No-Ie pesquisou a forma como manifestar neste mundo a provisão infinita da felicidade que nos foi concedida por Deus e divulga esse método. Publicamos isso na coletânea A Verdade da Vida, e os leitores que o colocaram em prática constataram "Realmente, funcionou".

Dentre as provisões infinitas, existem provisão infinita de dinheiro, de trabalho, como também de Vida, de Sabedoria, enfim de todas as espécies. E, como somos filhos de Deus, Ele já nos concedeu tudo. Se conseguimos usufruir ou não isso, depende unicamente do modo de abrir a porta da Imagem Verdadeira.

Para abrir uma porta, é preciso que a chave esteja de acordo com a respectiva fechadura. Há necessidade de a chave e a fechadura serem semelhantes. Para manifestar concretamente a Imagem Verdadeira da provisão infinita já concedida a nós, é preciso usar a chave que tem a mesma forma da Imagem Verdadeira, ou seja, suscitar pensamentos semelhantes à Imagem Verdadeira. Por mais que a pessoa use belas palavras, se tem dificuldade financeira ou desarmonia familiar e se seu mundo fenomênico não está em ordem, é prova de que sua mente não tomou a forma da chave que abre a porta da Imagem Verdadeira, ou seja, não alcançou o despertar espiritual.


SHINTAI E SETAI

O budismo se refere à Imagem Verdadeira com o termo Verdade primeira ou Shintai (Verdade absoluta). E usa o termo setai (verdade mundanal) em referência à manifestação no mundo fenomênico da paz e da felicidade, obtendo a cura de doenças e a provisão infinita. Diz-se que se realizou setai quando a Verdade se manifesta na vida de pessoas comuns. No mundo existem pessoas que consideram nobre apenas a Shintai, a Verdade absoluta, desprezando o segundo nível da Verdade que é a setai. Não obstante, tomam refeições diariamente. E isso faz parte da setai. Se é possível realizar normalmente a setai, significa que a forma da chave mental está de acordo com as linguetas da fechadura do cofre de tesouros da Imagem Verdadeira.

Mesmo que alguém convenceu os pais com argumentos, se esquecer-se do dever filial, causar incômodo a eles e achar isso algo natural, como também não ter dinheiro para pagar as contas, é prova de que a chave da mente não está de acordo com a fechadura da porta da Imagem Verdadeira.

Todos nós, seres humanos, somos filhos de Deus no âmbito da Imagem Verdadeira e donos do cofre da provisão infinita na qualidade de herdeiros do infinitamente rico Deus. Apesar disso, se não conseguimos abrir esse cofre, significa que ainda não nos tornamos pessoas adultas e independentes. A realização da setai consiste em como conseguir manifestar neste mundo a provisão infinita e, para isso, a chave que abre o cofre da provisão infinita deve ter a forma adequada. Por isso, o monge zen-budista Jyoshu disse: "Após a refeição, lave a tigela que usou". Não se pode admitir a postura de quem está sendo sustentado pelos ensinamentos e deixa a tigela do pai suja de areia, alegando que já está se sustentando sozinho.

O budismo expressa a realização da setai com as palavras: "Os três mundos são projeções da mente". Na Sutra Avatamska consta: "A mente é semelhante a um hábil desenhista. Nada há que possa criar. Tudo se cria desenhando-o na mente". Isso se refere a setai, ao mundo fenomênico que se transforma. Estou falando do ensinamento budista, mas em todas as religiões existem a Shintai (Verdade absoluta) e a setai (verdade mundanal / relativa). Quando se apreende a Shintai, realiza-se naturalmente a setai.

Existe a expressão "Höni jinen" que expressa o aspecto da Shintai (Verdade) se revelando de modo natural no mundo fenomênico. É um erro pensar que Shintai e setai são duas coisas distintas. Quando se desperta para a Shintai, ordena-se naturalmente a setai. Não há necessidade de repudiar a parte de setai, ou seja, as graças fenomênicas, dizendo que isso é crendice ou fé interesseira.

Existem muitas pessoas que repudiam a busca de benefícios fenomênicos através da religião, mas é fato que, na vida prática, todos os homens anseiam por esses benefícios. Acordamos de manhã e lavamos o rosto – isso já significa que já estamos usufruindo dos benefícios deste mundo. Depois, tomamos uma refeição. Isso também é um benefício mundanal. Fazemos as necessidades fisiológicas, e isso não deixa de ser um benefício fenomênico. Assim, estamos todos os dias usufruindo esses benefícios. É a Verdade que se manifesta e lava o rosto, toma a refeição e faz a necessidade fisiológica. Tudo é manifestação da Grande Verdade que preenche o Universo. Sendo tudo manifestação da própria Verdade, diz-se Höni Jinen. O fato de o pé de chorão ser verde, e a flor, vermelha, também é manifestação da Grande Verdade.

Afirmando isso, pode haver quem pergunte: "Faz parte também da Grande Verdade o inadimplente ou o ingrato que desonra o benfeitor?". A resposta é negativa, pois essas atitudes seriam manifestações da pequena verdade. Algo foi reduzido da Grande Verdade. Não sendo manifestação natural da própria Verdade, mas uma manifestação imperfeita, onde a Verdade está sendo ocultada pela ilusão, é uma atitude incorreta. Uma vida iluminada deve ser aquela em que a Verdade absoluta e a Verdade mundanal estejam firmemente unidas, como se fossem o verso e o anverso de uma moeda. Se a vida da pessoa não está manifestando a própria Verdade, estando a setai firmemente colada no verso da Shintai, significa que ela está ocultando a Verdade em alguma parte e encobrindo a Imagem Verdadeira. Se da torneira não sai muita água, apesar de a água estar vindo de um reservatório inesgotável, é porque a pessoa não a abriu de modo suficiente. De modo similar, na vida dessa pessoa há alguma parte que não está aberta totalmente. A Seicho-No-Ie ensina a maneira de abrir corretamente essa torneira do reservatório inesgotável de água.


(Do livro: A Verdade da Vida, volume 36, pp. 15-20)

Nenhum comentário: