"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

terça-feira, janeiro 21, 2014

Comentário ao post anterior

Gugu

Caros amigos,

Nesta postagem, gostaria de compartilhar algumas considerações importantes sobre os seguintes versículos bíblicos citados no texto anterior.

Jesus disse:

1) “E eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja.” (João 17:26)

2) “Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos, e testificamos o que vimos; e não aceitais o nosso testemunho. Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?” (João 3:11-12)

Na passagem acima, parece (pode dar a entender) que Jesus está falando de um cenário/situação em que havia indivíduos que "não conheciam", então ele (o homem Jesus, o personagem) veio e transformou o cenário, fazendo com que "aqueles que não conheciam" passassem a "conhecer". Essa sequência de fatos (ou seja, essa lógica ou linearidade de acontecimentos) constitui característica própria da representação. É somente na representação que ela pode existir. Não é uma característica do reino de Deus. E Jesus não está falando de "coisas da representação", não está falando das coisas "deste mundo"; mas está falando das "coisas celestiais", do "reino de Deus". 

No reino de Deus não é possível haver "sequências", porque nele tudo já é. É inconcebível que em toda a realidade que constitui o reino de Deus haja um "pontinho" onde algo "não seja" agora e que somente depois possa vir a "ser". Por exemplo: se houvesse no reino de Deus algum "ponto" em que o conhecimento não estivesse presente, isso significaria que a ignorância estaria presente e, devido a isso, o conhecimento estaria ausente. Nesse caso, somente por intermédio de uma "sequência" (ocorrência linear) é que o conhecimento poderia passar a estar presente. Isso constituiria uma limitação ao reino de Deus, pois naquele "ponto" haveria falta de conhecimento. E se houvesse algo faltando no reino de Deus, isso significaria que ele seria destituído de infinitude e onipresença. Contudo, não há nada faltando em qualquer parte da Realidade ou reino de Deus. Por isso é dito que no reino da Verdade (Realidade) tudo já é.

As palavras de Jesus: "e eu lhes fiz conhecer o teu nome", significam algo além do que possa parecer à primeira vista. Ele não está fazendo referência às obras de seu eu humano (Jesus de Nazaré, o filho do homem, o personagem) aqui na terra, mas está falando das obras de seu Eu verdadeiro (Jesus Cristo, o filho de Deus – a Consciência que é o caminho, a verdade e a vida). Ele está dizendo que, desde sempre, na realidade atemporal, "Eu nos faz conhecer". É uma afirmação/revelação que deve ser entendida/apreendida em sua totalidade, num só lance de compreensão, de uma única vez. Ela é um dizer destinado à Consciência em nós, e não à nossa mente. Ou seja, é para ser lida e entendida com a própria Consciência ao invés de com a mente. Ao bater o olho na afirmação "e eu lhes fiz conhecer", a mente, na tentativa de entender, imediatamente começa a avaliá-la através de partes, pensando: "esse fato aconteceu lá no passado". A mente apenas consegue avaliar e apreender através de partes; somente a Consciência apreende com totalidade.

A apreensão com totalidade faz com que a "Verdade revelada" seja vista e válida para nós aqui e agora. Imediatamente nos vemos "conhecendo a Verdade" (no presente!). Quando a Verdade nos é revelada, não percebemos como se houvesse alguém (nem mesmo Deus ou a Consciência) chegando para trazer a Verdade e nos fazer conhecê-la. Uma linearidade assim não ocorre. O acontecimento da revelação é totalmente não-linear, descontínuo, súbito, de modo tal que nele simplesmente nos vemos conhecendo a Verdade agora, desde sempre. Compreendemos que o presente é pleno de tudo (somente assim ele pode permanecer fora da linearidade), e que apenas o momento presente nos basta. Ficamos completamente de fora da linearidade ou sequências.

Portanto, somente assim é que é possível compreender a fala iluminada de Jesus. O propósito de Jesus é nos dizer que o Pai, a Consciência, Deus, já nos fez (está desde sempre nos fazendo) "conhecer o Seu nome". Isso deve ser acatado consciencialmente; a mente não será capaz de fazê-lo. Jesus está revelando: já temos a percepção iluminada de estar vivendo e desfrutando da realidade a qual ele chamou de "reino de Deus". Explicando de outro modo: ele nos está dizendo que todos já temos a consciência de sermos iluminados. As palavras de Jesus não consideram qualquer sequência ou linearidade. Sua verdade é imediata: já conhecemos o nome de Deus. Assim é. Compreender isso é fundamental. Essa verdade está contida em todos os ensinamentos da Verdade. Todo ensinamento da Verdade diz que, cedo ou tarde, haveremos de abandonar até mesmo a necessidade/propósito de alcançar a iluminação. Isso porque "alcançar a iluminação" significa percebermos que já somos iluminados, e isso é algo a ser percebido consciencialmente.

"Porque àquele que tem, mais se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado." (Mateus 13:12)

"Aquele que tem" significa aquele que conscientizou que já tem. Essa conscientização surge quando o indivíduo, rompendo com toda e qualquer sequência/linearidade, subitamente se percebe estando de posse do conhecimento (percepção) da Verdade. Ele então adentra o estado ao qual a bíblia se refere como "aquele que já tem". E, na bíblia, Jesus diz que ao que tem, muito mais lhe será dado.Todavia, enquanto a pessoa estiver esperando pela vinda da Verdade/Iluminação, ela estará atada à um universo limitado pela lógica (sequências), e ficará andando em círculos. Tal pessoa será aquela que "não terá nunca". Explicando de modo simples, o que a sabedoria bíblica procura transmitir é que é impossível que "aquele que não tem" consiga afinal tornar-se "aquele que tem".

Jesus Cristo nos revelou ter feito com que cada um de nós conhecesse o santo nome de Deus. Portanto, já somos possuidores do conhecimento ao qual ele está se referindo na passagem "e eu lhes fiz conhecer o teu nome". E ele diz que, uma vez que sejamos portadores desse conhecimento, ele nos fará "conhecer ainda mais" as coisas de Deus. Exatamente como está escrito em "àquele que tem, mais se dará, e terá em abundância."

Todos os que ouviram Jesus por intermédio da mente, ativeram-se às sequências/linearidades que limitam a percepção que podemos ter do universo, da vida e de nós mesmos. E por isso eles não puderam "conhecer o nome" ou a Verdade divina. Mas os que ouviram Jesus verdadeiramente (isto é, sem a intermediação da mente), apreendendo a revelação com a Consciência (que está em cada um) puderam "conhecer o teu nome"  e também "conhecer ainda mais" das coisas de Deus.

Por tudo o que foi dito, finalizo este texto dizendo amém. A palavra amém tem um sentido muito profundo, significando que "assim é" (ou seja, "assim já é"), sem questionar ou levar em consideração qualquer sequência/linearidade por meio da qual a existência, a vida, nós, o universo chegasse ao estado de ser o que já é. Simplesmente é.

Amém.


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