A ARTE DA MEDITAÇÃO
(Joel S. Goldsmith)
Capítulo 4 - A UNIÃO INDISSOLÚVEL
Na senda espiritual, pouco, pouquíssimo progresso pode ser feito enquanto não tivermos certa noção do que Deus é, do nosso relacionamento com Ele e o que representa Sua atividade em nossa vida.
Essa experiência tem que ser individual, obtida de maneira inesperada sem a intervenção de qualquer outra autoridade a não ser a Revelação interior.
Investigando incessantemente, meditando com freqüência sobre a presença de Deus dentro de nós, seremos levados a nos aprofundar sobre o Seu significado, Sua Onipresença, Sua atividade em nossas vidas.
Quantas pessoas terão tido experiência direta de Deus? Quantas sentiram o fluxo do espírito em nossas mentes, quem sabe, milhares em cada geração, no entanto, Deus é facilmente reconhecível por qualquer homem, mulher ou criança. Deus exige nosso total amor e devoção; devemos dar-nos a Ele de modo que Ele possa revelar-nos Sua doação eterna. Devemos amá-Lo sobre todas, com todo nosso coração, nossa alma e nossa mente. Amá-lo tanto que a nossa oração seja esta: Desejo sentir Deus, permitir que Ele ocupe minha alma, meu coração, minha mente, todo o meu ser. Referimo-nos a Deus como Inteligência. Mente, Princípio Impessoal, mas Deus também é pessoal.
As relações do indivíduo e Deus podem ser mais estreitas do que o relacionamento com a nossa própria mãe.
A consciência da Sua presença dá-nos tranqüilidade, serenidade, em sua quietude sentimos alegria e paz. Uma vez que tenhamos a experiência de Deus, a benevolência, a paz, o fervor evidenciam-se envolvendo-nos num manto de ternura para tudo e para todos.
Comumente é Deus considerado algo separado, afastado de nós, que possui todos os bens e, no entanto nos sonega. Em geral oramos a Deus tentando obter alguma coisa: saúde, suprimento, oportunidades, companheirismo.
Às vezes, quando a resposta não é imediata, passamos a fazer promessas que na realidade não temos a intenção de cumprir, no intuito fútil de transacionar com Deus.
Com esforço, tentamos conciliar um suposto Deus amoroso com um outro Deus que se mantém surdo às nossas súplicas, muitas vezes nos censuramos pensando que algum ato mau por omissão ou comissão determinou essa recusa de Deus em atender-nos.
Acreditam alguns médicos que muitos males do mundo, físicos e mentais, são resultados de complexos de culpa. Grande número de pessoas se consome em autocondenações, oprimidas por sentimentos de culpa.
Se crermos que estamos sendo punidos por um Deus vingativo, estamos redondamente enganados. Deus não se debruça na contemplação de nossas iniqüidades, não anota nossas fraquezas, Deus não castiga os pecadores; estes são punidos por seus próprios pecados.
Mesmo o mais renitente pecador sabe que certas leis de Deus não devem ser violadas, pois a punição é fatal. O que ele ignora é que essa punição não é aplicada por Deus, ela é imposta pelo próprio pecador. Deus é amor; Ele não recusa nem castiga. Que Deus seria esse, caprichoso e cruel, que contasse conosco para ser bom, que esperasse de nós palavras que o aplacassem, que se preocupasse para que praticássemos meditação, métodos de meditação agradáveis aos seus olhos, para só então derramar sobre nós as bênçãos?
Deus jamais nos dará além daquilo que já nos está dando. Deus é Vida e Amor e está eternamente expressando Sua Vida e Seu Amor. João afirma: “Pediste e não recebeste porque pediste erradamente”.
Agimos erradamente toda vez que nos dirigimos a Deus na esperança de obter alguma coisa. Ninguém precisa pedir-Lhe que torne verdes os vales ou vermelhas as rosas, ninguém precisa falar-Lhe sobre a mudança das estrelas ou das marés. Teremos então a presunção de dizer-Lhe que algo nos está faltando? Deus é a inteligência Infinita deste universo; se Ele sabe fazer para que a ostra produza uma pérola e a terra petróleo, se Ele sabe como orientar os pássaros nos seus vôos, como cobrir a terra com suas maravilhas, não será essa mesma Inteligência Infinita suficiente para influir em nossa experiência, como Guia, sem que se torne necessária qualquer advertência, informação ou sugestão?
A base de toda meditação, de toda oração é a conscientização da presença de Deus em nós e do nosso relacionamento com Ele. Deus é Vida eterna, Inteligência Infinita, Amor Divino – Eu e o Pai somos UM, repousamos nessa afirmação passaremos a viver harmoniosa, jubilosa e abundantemente.
No momento em que nos dirigimos a Deus com a idéia de desejar, pedir ou esperar algo, impedimos que Ele atue em nossa experiência, pois estaremos formulando conceitos e pontos de vista finitos que interceptam o fluxo divino.
Deixando de interferir dobre a Vontade Divina e nos conservando na Sua Presença, puros de coração, sem vontade finita, sem desejos pessoais, sem ambição, então poderemos dizer com as mãos limpas: “Tua Vontade seja feita na terra assim como está sendo feita nos céus. Eu sou Teu, Tu és meu, eu estou em Ti, Tu estás em mim. Que a Tua vontade se cumpra em mim”.
No mundo muitos duvidam do amor de Deus, já que despendem muito tempo rogando pelas messes divinas.
Se realmente acreditassem em Deus, que é Inteligência e Amor, não envidariam esforços para adverti-Lo ou influenciá-Lo. DEUS É. Que maior oração existe do que estas duas palavras? Nada melhor do que elas para conduzir-nos ao interior do reino do nosso próprio ser. A meditação satisfatória é a que se baseia na firme convicção de que DEUS É. De que Ele é Inteligência e Amor, de que não há poder distinto de Deus e nem poder que se oponha a Ele. Nada há que possa interferir na expressão do Amor de Deus para com seus filhos. “Tua Graça me basta para as coisas”.
É o reconhecimento da Presença, Sabedoria, Amor e Poder de Deus em nossa experiência. Observei o que acontece quando começamos a aceitar essa concepção de Deus, quando abandonamos nossa busca infrutífera fora de nós mesmos e permanecemos tranquilos afirmando: DEUS É. Deus é um modo de Ser, um estado de Inteligência Infinita e do Amor Eterno.
A vida não muda, é um estado do Ser do que se pode pensar, nada do que se pode ler sobre Deus é a Verdade, todos os conceitos são apenas meras opiniões humanas sobre Deus.
Para João, Deus revelou-se como o Amor, não podemos aceitar o Amor como a Verdade por ignorarmos o sentido em que João compreendeu e empregou esse termo.
Para Jesus, Deus era o Pai, palavra de profundo significado para sua consciência.
A conscientização da presença de Deus acontece a cada aspirante como desdobramento individual na vida daquele que decidiu palmilhar a senda do aperfeiçoamento espiritual.
Durante os anos do meu próprio desdobramento, foi preciso abandonar um por um, todos os sinônimos de Deus comumente aceitos por não ser possível saber que significado continham esses termos para aqueles que os revelaram.
Quando todos os conceitos foram varridos fiquei com um: “Infinito Invisível”, por quê? Porque o Infinito Invisível não significava algo que eu pudesse entender, nem tu nem eu podemos entender o Infinito, nem tu nem eu podemos ver o Invisível. Infinito Invisível sugere algo que minha mente não pode abarcar e isso me satisfaz. Se me fosse possível captar o sentido do Infinito Invisível, só poderia ser dentro da gama de minha compreensão humana e eu não desejo essa espécie de Deus. Deus não pode ser conhecido pela mente humana, mas Ele se revela se nós O auscultarmos no silêncio. Ele está lá onde nós estamos. “Onde poderei fugir de Tua presença? Se eu estender meu leito no inferno, Tu ali estarás...” Deus está presente em nossa consciência, não precisamos buscá-Lo fora ou procurá-Lo como se estivesse afastado ou fosse difícil de ser alcançado. Muitos ao abandonarem sua frenética busca de Deus, ao aprenderem a ficar tranquilos e deixar de repetir como papagaios, palavras e frases sem sentido, um dia despertarão e descobrirão que Deus sempre esteve ao seu lado murmurando: Por que não paras e não Me deixas dizer alguma coisa”? Como falaria com eles em um momento de desamparo, sem meios de conseguir auxílio humano, abandonados, perdido no deserto? Se O auscultarmos ouviremos Sua Voz: O lugar onde estás é sagrado. Onde poderei ocultar-me de teu Espírito? “Mesmo que caminhe no vale da sombra e da morte, nada temo, porque Tu estás comigo”. Ainda que me sinta só, não estou só; Ainda que me pareça desvalido não estou desamparado. O auxílio Divino está onde eu estou; Ele não precisa procurar-me nem eu buscá-Lo. O Reino de Deus está dentro de mim, porque eu e o Pai somos Um. Deus não está perdido e eu estou certo de que Ele não me perdeu. Se estou aqui, Deus está comigo. Esta é uma meditação poderosa, nada indagamos, nada pedimos, nada pleiteamos. Reconhecemos a Verdade proclamada por Jesus, João, Paulo, Moisés, Elias – a Verdade que eles revelaram – Onde eu estou Deus está. É um ensinamento universal, professado através dos tempos por todos os mestres espirituais, ensinamento que se transformou na adoração de um Deus longínquo e na crença de que Deus e seu amado filho são seres separados.
Nessa meditação percebemos Deus como Realidade dentro de nós, porém não confinado dentro dos limites da nossa mente. Nenhum cirurgião poderá operar e encontrar Deus porque Ele habita na consciência de cada um, mais perto do que o próprio alento da vida. Se nos encontramos em um lugar de discórdia não nos esqueçamos de que Deus é a nossa salvação e que ele está mais próximo do que o ar que respiramos, pois, “Eu e o Pai somos um”. Analise essa frase: “Eu e o Pai somos um”, visualize uma figura na qual está contida a Unidade: Pai, Filho, e Espírito Santo. Essa unidade é Deus, o Princípio Creador Invisível, o Filho e o Invisível Espírito Santo que mantém e apresenta o Filho manifesto por toda a eternidade. Esse UM jamais será dois ou menos porque ALGO a Ele inerente mantém a Unidade. Todos somos UM com Deus. Essa Unidade inclui: Deus-Pai, Filho – a identidade individual e o Espírito Santo que é a atividade de Deus mantendo e sustentando essa Unidade.
A identidade individual chama-se Rute, Roberto, Joel ou outro nome qualquer, não importa o nome, o que importa é que a atividade de Deus mantém a identidade individual por toda a eternidade, ela suporta, alimenta, derramando Sua Graça. Permaneçamos tranquilos e sejamos alimentados, supridos e guiados por essa Força Invisível que tem por função ser o Messias.
O propósito da meditação é alcançar o real significado da Unidade, o sentido profundo do enunciado: “Eu e o Pai somos Um”. Pode às vezes parecer difícil permanecermos concentrados, por algum tempo, na conscientização desse pensamento: “Eu e o Pai somos Um”, mas se conseguirmos, poderemos voltar sempre a ele. Como a onda está ligada ao oceano, assim sou eu um com Deus; assim como o raio solar é a emanação do próprio sol, assim sou eu com Deus.
Portanto, jamais poderei perder-me, jamais poderei ser só. A presença de Deus está onde estou, aqui e agora e para sempre, mesmo que esse lugar seja chamado de inferno ou de vale da sombra e da morte, nada tenho a temer, pois Deus está comigo. Eu nunca te abandonarei, nunca te deixarei. Antes que Abraão fosse, EU SOU; Eu estava contigo, estarei até o fim do mundo. Eu no centro de ti sou poderoso; Eu em ti, tu em Mim somos Um. Onde quer que vás, Eu irei contigo: norte, sul, leste, oeste; nos mares, nos ares, aonde fores eu te seguirei. Se cruzares as águas não te afogarás, se atravessares uma fornalha, as chamas não te queimarão, pois eu estou contigo”. Deus é a natureza do meu Eu. Tranquila e humildemente considere aquele EU que pensas ser tu, que acreditas que tem problemas, aquele EU é Deus. Como podes, pois, tu, aquele EU ter problemas ou conhecer limitações? Se acreditares que aquele Deus é teu Pai e que Aquele Pai está em ti, como será possível que te sintas sem guia, sem proteção, sem auxílio? Desde que compreendas que a natureza de Deus é teu próprio Eu, então não terás problemas. Não é possível que algum de nós se defronte com a situação pouco comum de ficar perdido em um deserto; não duvidemos, porém, que uma vez ou outra, na vida, nos encontremos num deserto de solidão que nos fará descobrir a presença de Deus como maná caindo do céu, como água vertendo da rocha ou o caminho aberto no mar.
Do Gênesis ao Apocalipse (revelação) é a Bíblia a própria história da minha vida e da tua vida. Em certo grau o que aconteceu a Moisés acontecerá a nós; aquilo que experimentou Jesus, Elias, João, Paulo, de certa forma, também fará parte de nossa consciência. Pode ser que tenhamos ocasião de sentirmo-nos isolados em um ermo, para então descobrirmos que “Deus está onde nós estamos” e que “o lugar onde estamos é sagrado”.
A voz de Deus nos guiará sobre o caminho a seguir. Não poderemos auscultá- la se permanecermos na suposição de que ouvir Deus era privilégio de apenas Jesus, Isaías, Elias ou Moisés, dois ou três mil anos atrás. Estaremos aptos a ouvi-la somente se aceitarmos a verdade da Unidade – Deus o Pai universal e Deus o filho. Toda meditação sobre Deus será infrutífera se não compreendermos que o que é verdade sobre Ele é verdade sobre nós, como seres individuais, finitos. Somente quando compreendermos que a natureza Infinita de Deus (essência) é a mesma natureza do ser individual, só então haverá harmonia em nossa experiência. O Eu é a natureza de Deus, aquele EU que habita no centro do nosso Ser. Esse Eu não é o corpo que vemos com nossos olhos físicos, não é o eu egoístico que acredita no supremo poder do ser humano. É o sutil EU SOU que nos contempla do centro do nosso ser. O eu pessoal, humano, deve “morrer diariamente”, para que possa o EU divino, a nossa natureza divina revelar-se. Deus é o SER individualizado, é teu ser, é meu ser, é o SER, a essência de todas as formas de vida: humana, animal, vegetal, mineral. Deus é o Ser, é a Lei, a Alma, a Substância do ser individual, portanto, tudo o que Deus é “Eu Sou”, tudo o que o Pai tem é meu. Este é o belo princípio da Vida, mas praticamente sem valor se não for aplicado em nossa vivência. Deus é o meu ser individual; é a vida, a alma de meu ser. É o Espírito. Deus é toda a substância de que é formado meu corpo, é a única Lei que me governa. Não há leis do credo médico ou teológico; Deus é a única Lei da imortalidade, de eternidade, de perfeição, mantida por si mesma. Tentação é supor que somos separados de Deus, às vezes essa tentação sobrevém de uma ou de outra forma como sugestão de cura. A resposta imediata deverá ser: “Eu não tenho compreensão suficiente”.
Se, no entanto, estivermos vigilantes para a percepção da Verdade de que Deus é o nosso Ser individual, diremos: Sem dúvida não tenho suficiente compreensão e jamais terei bastante para curar alguém.
A saúde não vem através de minha compreensão, ela é uma atividade do Cristo e independe do que eu conheço. Eu sou um instrumento espontâneo. Pai, estou pronto para permanecer tranqüilo, estou pronto para deixar que a atividade do Teu Ser se torne meu ser e Tua Graça a qualidade necessária nessa situação. Eu o Filho sou apenas instrumento do Eu o Pai, de mim nada posso. Somente Deus é a Fonte de tudo que existe, de todo o suprimento, de toda saúde, de todas as conexões. Se empregarmos nosso dinheiro como se ele fosse extraído do nosso próprio depósito verificaremos que ele não tem mais do que seu justo valor (o valor do dinheiro é apenas convencional, não é valor real, mas aparente, sujeito a desaparecer como apareceu). É que toda provisão está em Deus, esse dinheiro não nos pertence, pertence a Deus “Senhor da terra e de toda sua Plenitude”.
Portanto, quando gastarmos, façamo-lo como se estivéssemos usufruindo, não de nosso depósito, mas da abundância de Deus; perceberemos então que não ficamos com menos, mas que restaram ainda doze cestos cheios... este foi o princípio ilustrado pelo Mestre quando multiplicou os pães e os peixes. Ensina a Bíblia que “a terra e sua plenitude são de Deus”, apesar de repetirmos essas palavras, muitos consideram a abundância algo separado, à parte de si mesmos e quando recebem algo é como se tivesse havido uma transferência, passando a ser nosso aquilo que pertencia a Deus. Isso é tão ridículo como a suposição de que são nossas as belas flores que desabrocham no jardim, tal ideia provocaria riso na natureza.
Deus é a fonte de tudo; que diferença faz que a plenitude do Senhor se manifeste como uma flor ou como um dólar? Não há transferência daquilo que existe em Deus para o que existe em nós; ao contrário, tudo o que está em Deus, está em nós, agora mesmo, porque “Eu e o Pai somos Um”. Deus, o Pai, Princípio Creador Invisível; Deus o Filho visível e Deus Espírito Santo, a Fonte Mantenedora. Esse é o ensinamento do Mestre: “Nega-te a ti mesmo ou morre todos os dias”. É o ensinamento de Paulo: permitir que se desfaça a mortalidade, que nos adornemos de imortalidade e que Deus seja revelado em toda a Sua Glória como ser individual. Enquanto houver um eu pessoal (ego) esforçando-se para executar algo, para cumprir ou conseguir alguma coisa, haverá uma luta egoísta para se manter separado de Deus.
Mas é possível morrer todos os dias, com a negação de que “por mim mesmo não posso ser ou ter algo”, de que “por mim mesmo não posso ser bom, espiritual, rico, sadio ou dono de poderes espirituais”. Morrer diariamente quer dizer abandonar a tentativa de querer ganhar alguma coisa para si mesmo.
A lição é fácil: não desejemos juntar peixes e mais peixes em nossas redes, abandonemos o erro de pensar que temos alguma necessidade de peixe porque todo peixe pertence a Deus e tudo aquilo que pertence a Deus também nos pertence.
Renegando o eu-personalidade (ego), glorificamos o Eu divino que realmente somos, nosso verdadeiro ser, cuja medida é o Infinito. Reconhecendo Deus como Ser individual, estaremos reconhecendo o Infinito como centro do nosso próprio ser – O Infinito que pode transbordar do nosso ser para o mundo. Contudo, no momento em que o pensamento de obter, adquirir, fazer alguma coisa nos possua, nesse exato momento, bloqueamos, impedimos o transbordamento do Infinito em nós. Reconhecendo que nada mais somos além de meros instrumentos de Sua entrada na consciência humana, então conduzimos conosco a atmosfera espiritual, sagrada da Plenitude de Deus dentro do nosso ser. Sem traço de egoísmo, sem desejo algum de glória ou proveito pessoal, perceberemos que qualquer pessoa, em qualquer lugar, que sinceramente venha a nós, poderá receber a Graça de Deus.
A Graça de Deus é condição, não o nosso conhecimento pessoal ou nossas posses.
Então, em paz e quietude, o fluxo começa a transbordar de dentro de nós como entusiasmo, renúncia e alegria.
Ser capaz de ficar tranqüilo e saber que nosso Eu é Deus, que Deus é nosso Ser individual, natureza íntima. Caráter, qualidade e que tudo que Deus é em nós exprime-se e manifesta-se visivelmente, é uma atitude que automaticamente nos liberta. Estabelecido nessa relação com Deus, podemos atravessar o mundo sem bolsa e sem dinheiro; podemos começar cada dia e todos os dias sem nada e verificar que, prontamente, todas as nossas necessidades vão sendo satisfeitas. Humanamente não é possível conseguir isso, mas podemos viver o princípio: Deus é o meu Ser individual; tudo o que o Pai é Eu Sou.Tudo o que o Pai tem está contido em minha consciência. Sou apenas instrumento através do qual a plenitude flui para aqueles que ainda desconhecem essa grande verdade de seu relacionamento com Deus. Desde que Deus é consciência individual, com fidelidade, persistência e perseverança poderemos alcançar o Reino de Deus dentro de nós mesmos, induzi-lo a tomar parte em nossa experiência, a tomar conta em nossa própria vida.
A consciência de Deus irá se manifestando na proporção em que formos anulando o senso pessoal do eu. Buscar Deus sem qualquer desejo de algo significa a eliminação do eu pessoal (ego), pois somente o ego tem anseios, desejos, exigências. Sintonizamos com Deus para receber uma bênção espiritual e ninguém pode saber em que essa bênção consiste.
Quando a Graça de Deus nos toca podemos adotar uma vida completamente diversa da que tínhamos antes, se é isso o que Ele nos destina. Há uma espécie de destino para cada um de nós, pois, a cada um de nós é destinada uma espécie de atividade. Há diversidade de dons, porém o Espírito é o mesmo e há diversidade de labores, mas é o mesmo Deus que em todos, tudo opera... A um é dado pelo Espírito a palavra do conhecimento; a outro o dom da profecia; a outro a capacidade de operar milagres; a outro a interpretação de línguas. Tudo obra do mesmo Espírito, dividindo pelos homens segundo sua vontade. Pois, assim como o corpo é um, mas tem muitos membros e todos esses sendo muitos são um só corpo, assim é o Cristo.
Deus opera como os construtores de pontes, mineiros de carvão, negociantes, advogados, artistas, ministros; e é Deus a inteligência Infinita, no centro de nosso corpo que determina nossa forma particular de exprimir.
Para saber o que esse destino significa para nós é mister que nos ponhamos em contato com o Centro Divino dentro de nosso Ser pela Meditação. O grau de conscientização experimentado é proporcional ao grau de aperfeiçoamento de nossa consciência. Onde quer que estejamos nesse momento, expressamos o grau de vida divina consciente e podemos ampliar, aumentar para recebimento de maior fluxo.
Os que pela Meditação se entregam a Deus tornam-se UM com o Infinito Invisível. Deus usa a nossa alma, mente e corpo como instrumento para expressar Sua Atividade e Sua Graça, fazendo fluir Sua Bênção para o mundo. “A ti basta a minha Graça”. Tua Graça não é somente meu suprimento; é o suprimento de tudo na ordem dos meus pensamentos. Pai, eu sou um instrumento através do qual essa bênção invisível pode fluir, aparecer no mundo àqueles que Te buscam.
O Reino de Deus está dentro de mim. Tua graça é um benefício para todos os que estão no mundo. Regozijo-me porque essa Bênção, essa Graça pode derramar-se indistintamente para amigos ou adversários próximos ou distantes, seja qual for a nacionalidade, raça ou credo daqueles que elevam a Deus seus corações.Rejubilo-me pela certeza de que todos os que elevam a Deus seus pensamentos ou sua voz receberão essa Bênção por Tua Graça que flui através de mim.
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