- Gustavo -
Há alguns dias atrás, um leitor deixou o seguinte comentário:
Gostaria de um post sobre o que BUDA disse:
"O Eu é o mestre do eu. Que outro mestre poderia existir? Tudo existe, é um dos extremos. Nada existe, é o outro extremo. Devemos sempre nos manter afastados desses dois extremos, e seguir o Caminho do Meio." (Buda)
Muito obrigado.
Adolfo.
Atendendo ao pedido de nosso visitante, segue um comentário sobre a fala do Buda.
Buda é aquele que despertou para a sua real identidade. Ele está consciente de que seu ser não é o corpo físico que surge através do nascimento, vive uma curta duração de tempo, e que desaparece na morte. Ele identificou-se com Algo que está além do corpo físico. O corpo físico impele o ser humano a perceber o seu ser como algo separado de Deus e de toda a existência. O mundo ensina-nos a identificar nosso ser como sendo o corpo físico e, assim, experimentamos a nós mesmos como se existíssemos separados do Todo. Esse é o ego, o pequeno "eu", o qual existe a serviço da dualidade e da separação. Mas Buda (assim como outros grandes mensageiros iluminados) nos aponta a verdade de que nosso verdadeiro Ser não é o pequeno "eu" que se vê separado de Deus, mas sim o Eu transcendental que revela a Unidade do ser humano com tudo o que é.
Identificados com a separação (com o ego, o pequeno "eu") vivemos uma vida de dor, medo, angústia, sofrimento, carência, limitação. Essas serão a nossa experiência neste mundo sempre que o nosso ser estiver identificado com o pequeno "eu". Todavia, se ao invés de nos associarmos com a separação, nos identificarmos com a Unidade, nossa experiência neste mundo será de paz, alegria, amor, realização, integridade. Isso é o que está revelado por todos os mestres, escrituras e ensinamentos: a Unidade é realidade, a separação/dualidade é ilusão. É por isso que Buda diz: "O Eu é o mestre do eu. Que outro mestre poderia existir?". Nosso Eu Real, o qual existe sempre na luz da Unidade, é existência verdadeira. Ele é o Senhor a quem o pequeno eu deve se curvar e desaparecer. Quando o Eu verdadeiro brilha, o eu irreal tem de desaparecer, assim como a escuridão desaparece quando vem a luz.
"Tudo existe, é um dos extremos. Nada existe, é o outro extremo. Devemos sempre nos manter afastados desses dois extremos, e seguir o Caminho do Meio."
Neste trecho, Buda traz o ensinamento sobre a importância do não-julgamento. Para conhecer a Verdade sobre o mundo como ele é, não se deve julgar como ele se nos apresenta. Ao longo da história sempre existiram discussões religiosas/filosóficas sobre a natureza do mundo. Alguns diziam que o mundo existia como parte integrante da realidade; outros diziam que o mundo não constituía parte da realidade, mas era uma ilusão/irrealidade.
O mundo é real ou irreal? Sobre isso a doutrina budista afirma: "É difícil conhecer o mundo como ele é verdadeiramente, pois, embora pareça real, ele não o é, e embora pareça falso, ele não o é. Os néscios não podem conhecer a verdade a respeito do mundo. Somente o Buda conhece verdadeira e completamente todas as coisas do mundo como elas são, e as ensina a todos os homens."
E Buda diz: se você quiser descobrir a verdade sobre o mundo, não o julgue, apenas o perceba. Apenas lance para ele uma percepção/olhar descomprometido, exatamente como o faz o espelho ao refletir qualquer coisa que se coloque diante dele. Ao proceder assim, você está se afastando de dois extremos. Um dos extremos diz que o mundo é real, o outro extremo diz que ele é irreal. Afastando-se dos extremos, e permanecendo no Caminho do Meio, você chega a conhecer Aquilo que é real. Uma Unidade é revelada sobre esses dois extremos. Mas isso não é algo para se ficar teorizando, é necessário colocar-se na posição de não-julgamento e buscar observar/perceber exatamente conforme Buda ensinou. Somente então você poderá ter a experiência de conhecer a Verdade.
Namastê!
Neste trecho, Buda traz o ensinamento sobre a importância do não-julgamento. Para conhecer a Verdade sobre o mundo como ele é, não se deve julgar como ele se nos apresenta. Ao longo da história sempre existiram discussões religiosas/filosóficas sobre a natureza do mundo. Alguns diziam que o mundo existia como parte integrante da realidade; outros diziam que o mundo não constituía parte da realidade, mas era uma ilusão/irrealidade.
O mundo é real ou irreal? Sobre isso a doutrina budista afirma: "É difícil conhecer o mundo como ele é verdadeiramente, pois, embora pareça real, ele não o é, e embora pareça falso, ele não o é. Os néscios não podem conhecer a verdade a respeito do mundo. Somente o Buda conhece verdadeira e completamente todas as coisas do mundo como elas são, e as ensina a todos os homens."
E Buda diz: se você quiser descobrir a verdade sobre o mundo, não o julgue, apenas o perceba. Apenas lance para ele uma percepção/olhar descomprometido, exatamente como o faz o espelho ao refletir qualquer coisa que se coloque diante dele. Ao proceder assim, você está se afastando de dois extremos. Um dos extremos diz que o mundo é real, o outro extremo diz que ele é irreal. Afastando-se dos extremos, e permanecendo no Caminho do Meio, você chega a conhecer Aquilo que é real. Uma Unidade é revelada sobre esses dois extremos. Mas isso não é algo para se ficar teorizando, é necessário colocar-se na posição de não-julgamento e buscar observar/perceber exatamente conforme Buda ensinou. Somente então você poderá ter a experiência de conhecer a Verdade.
Namastê!
O mundo existe e não existe "ao mesmo tempo"...
ResponderExcluirMaya pode esconder ou revelar Brahmam. Depende do referencial...
Caro SERgio,
ResponderExcluirÉ exatamente isso!
Suas palavras me lembraram uma observação de Humberto Rohden, em um livro onde ele comenta sobre o Bhagavad Gita. Ele diz:
Maya é a Natureza visível, que é maha-ya – grande afirmação, uma grande revelação de Brahman, mas que para os profanos se converte em “ilusão”. Se Maya é ilusão ou revelação, isso não depende de Maya, mas sim do homem que a contempla, com ignorância ou com sapiência. Nesse sentido, diz a filosofia oriental que a Natureza visível é como a teia da aranha, que tanto revela como vela (encobre) a aranha – Assim como Maya revela Brahman (o Ser), mas ao mesmo tempo o vela; a Natureza manifesta e oculta de Deus.
Com isso, ele revelou a mesma verdade indicada nas citações de Buda contidas neste post. Muito obrigado pelo comentário.
Grande Abraço!