quarta-feira, abril 11, 2012

Não lute com a ilusão

Joel S. Goldsmith


Se for chamado a dar ajuda espiritual a alguém, tente abandonar a prática de fazer afirmações e negações. É uma verdade sagrada que Deus é o único agente de cura. Uma ilusão deverá ser dissipada; porém, seria tolice crermos que isso possa ser feito pela mente humana. Assuma como absoluta a frase de Jesus: "Eu, de mim mesmo, nada faço."

Eis a atitude que devemos tomar: sentados, de olhos fechados, deixamos que o Verbo se manifeste. O trabalho será assim realizado. A cura ocorrerá por não depender de conhecimento ou de compreensão humana da Verdade. A confiança em Deus, na própria Verdade, dissipará a ilusão da mente mortal. O Verbo divino expresso será a prece. Não há nada neste mundo humano que não se possa realizar mediante o recebimento do Verbo divino no pensamento.

O erro, ou o mal, sendo irreal -- um sentido ilusório -- não pode ser exteriorizado (nunca pode ser uma pessoa, lugar ou coisa). Você não viverá harmoniosamente enquanto não entender a natureza da ilusão como sendo uma forma de hipnotismo universal, ou crença universal. Até então, irá temer ou odiar esta ou aquela forma de ilusão.

Mas a ilusão, independentemente da forma com que possa aparecer -- se como pessoa ou condição -- não é para ser temida, odiada, vencida ou destruída: é simplesmente para ser conhecida como NADA.

Pecado, doença, morte - não são problemas: são as formas sob as quais a ilusão ÚNICA aparece. O mal é sempre ilusão, embora possa aparecer como pessoa, condição, falta ou limitação.

Quando a ilusão é tratada como hipnotismo -- o NADA pretendendo ser alguma coisa -- ela desaparece em sua nulidade. Lutar contra seria fatal. Sempre aquilo que estiver aparecendo como mal estará sendo meramente uma sugestão mental agressiva. E você, com esta percepção, irá vê-la se auto-destruindo. Assim, diante de qualquer tipo de ilusão de mal, lembre-se: ela não tem poder algum para ser algo além do que é: miragem, nada. Para ilustrar essa nulidade do mal, analisemos uma parábola oriental do homem que confundiu uma corda enrolada com uma cobra:

"Por volta de 500 A.C. foi escrito: É fácil acontecer de um homem, ao se banhar, pisar numa corda e imaginar que se trate de uma serpente. Ficará aterrorizado e tremerá de medo, antecipando todo o sofrimento causado pelo veneno dentro de seus pensamentos. Que alívio não irá sentir ao perceber que a corda não é uma serpente! A razão de seu susto era o seu erro, sua ignorância, sua ilusão. Se a natureza verdadeira da corda for reconhecida, ele recuperará a sua tranquilidade mental: ficará alegre e feliz. Este é o estado mental daquele que reconhece que não existe nenhum ego pessoal, e que a causa de todos os seus problemas e cuidados é uma miragem, uma sombra, um sonho."

Ao senso material, pecado e doença aparecem como entidades reais, tendo substância, lei, causa e efeito. Ao senso material, o pecado e a doença parecem sólidos e pessoais. Mas, para a consciência espiritual, ambos são irrealidades, existindo apenas como o produto da crença universal numa identidade apartada de Deus.

Na metafísica, as curas do pecado e doença surgem à medida da conscientização da infinitude - da totalidade absoluta da eterna Vida e suas manifestações, e da irreal natureza de qualquer forma da ilusão.


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