Joel S. Goldsmith
A MENSAGEM DAS ESCRITURAS
Só pode haver uma meta para o buscador sincero: conhecer verdadeiramente Deus, como disse o Mestre: "Buscai primeiro o Reino de Deus (que está em vós) e todas as demais coisas vos serão dadas por acréscimo". Esta é a direção apontada por todas as Escrituras Sagradas e, por isso, elas assumiram um papel tão importante no destino da humanidade.
Cada grande Mestre criou sua própria Escritura -- uma mensagem adequada a seu povo. Em conjunto, elas compõem a literatura espiritual do mundo. Krishna, o primeiro homem de luz de que temos conhecimento histórico, deu ao mundo as primeiras Escrituras, que foram incorporadas nos VEDAS e nos UPANISHADES (que inclui o Bhagavad-Gita) na tradição Hindu. A tradição chinesa é a herança deixada pelo iluminado Lao-Tsé: o Caminho do TAO. Gautama, o Buda, incorporou à sabedoria indiana a sua mensagem e Shankara acrescentou o ADVAITA. Jesus Cristo nos trouxe a Sua Boa Nova, da qual destacamos o "Sermão da Montanha" -- um modo de viver pela Graça. O apóstolo Paulo nos deu mensagens práticas para viver em Cristo que foram acrescentadas aos Evangelhos, em O Novo Testamento. Nanak trouxe o seu rico ensinamento aos Sikhs, na Índia. E a todas estas Escrituras, Mary Baker Eddy nos ofereceu sua Escritura Metafísica: "Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras", como acréscimo metafísico para nossa época.
Qual o propósito de todas estas Escrituras? A resposta está no próprio exemplo deixado pelos homens e mulheres que as escreveram ou transmitiram: eles atingiram a Consciência divina e se consagraram tão amorosamente aos demais -- ansiosos de partilhar as alturas que atingiram porque sabiam, por experiência própria, que não há plenitude de vida e nem meta maior na vida que a infusão de nossas consciências na de Deus, numa unidade de Graça inexprimível!
A GRANDE E ÚNICA DEMONSTRAÇÃO
Aprender a importância da meditação (no sentido que lhe damos aqui) é um dos primeiros requisitos no desenvolvimento da consciência espiritual.
A partir de nossas capacidades intelectuais, de nossos conhecimentos e quantidade de informações adquiridas, nossa consciência espiritual se expande somente com o exercitamento da meditação. A consciência espiritual só pode ser desenvolvida no silêncio da receptividade e entrega ao Divino interno - não pelo pensar, ouvir ou ler. Um minuto real de silêncio interno nos desenvolve mais do que vinte e quatro horas de leitura. Eis porque ouvir palestras, ler, estudar, devem ser meios que nos capacitem a alcançar aquele silêncio interno, conhecido como meditação. Quando meditamos e abrimos a Alma interna ou faculdade espiritual, não só podemos compreender melhor as coisas que conhecíamos nebulosamente, mas também coisas de que nunca havíamos ouvido falar.
Na quietude e no sossego do silêncio, tornamo-nos capazes de receber aquilo que não pode ser captado pelos ouvidos comuns. Quanto mais amiúde meditamos - não em extensão de tempo, mas por pequenos períodos, ainda que de apenas 1, 2 ou 3 minutos - tanto mais rapidamente desenvolvemos nossa consciência espiritual. E tanto mais a harmonia espiritual se manifestará em nossa experiência. Ao fechar nossos olhos e mergulhar na escuridão interna, lá encontramos o reino de Deus inteiro, pronto para derramar-se em nossa mente, em nosso coração, em nosso corpo, em nossas atividades e relacionamentos, e até mesmo em nossa carteira.
Fechar os olhos é uma atitude expressiva: de fechar as janelas dos sentidos para o mundo e abrir-nos ao Ser profundo. É convidar Deus ou o Espírito a ensinar-nos, a banhar-nos com Sua luz, a abençoar-nos com Sua plenitude. Ao aquietar-nos e entregarmo-nos, o Espírito Se exprime em nós como Graça. A Medida de nosso Ser é a Infinitude.
O primeiro e maior princípio deste Caminho - sobre o qual se fundamenta toda a sua atividade - é que Deus constitui o Ser individual - meu e seu.
Deus é a minha mente, a minha vida, a Alma, o espírito. Deus é a minha capacidade. Portanto, tenho acesso à Inteligência Infinita, à Vida eterna e infinita. Tenho acesso ao suprimento infinito, à harmonia infinita, à paz, à perfeição e a todas as coisas que representam a infinitude de Deus. Esta infinitude pode ser trazida à nossa experiência na medida de nossa compreensão da Verdade: "Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará". Notemos: não é a Verdade que liberta, mas a compreensão dela. Saiba, então: nada menos que a infinitude constitui a natureza e o caráter, a qualidade e a quantidade de nosso Ser.
Podemos demonstrar essa infinitude na medida de nossa realização e atingimento dessa compreensão. O simples conhecimento de que Deus é a nossa Mente, não nos capacita a ser infinitamente inteligentes. Só a convicção de que Deus constitui a nossa Mente é que faz a sabedoria infinita de Deus acessível à nossa consciência individual, para fazer-nos compreender, saber, discernir e manifestar. Jesus disse: "Eu, de mim mesmo, nada faço". Podemos ir além e dizer: "eu, de meu próprio ser, não posso ser nada; eu, de meu próprio ser, não posso ter nada; mas devido à minha sintonia ou unicidade com Deus, tudo o que o pai tem é meu". Esta infinitude de Deus torna-se individualmente nossa, por decorrência de nossa ligação com Ele; de nossa conscientização da Verdade.
A PRESENÇA DE DEUS É A ÚNICA DEMONSTRAÇÃO NECESSÁRIA
"Não vos preocupeis quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir... Vosso Pai celestial bem sabe que necessitais destas coisas". Este é o principio sobre o qual a demonstração de nossa vida inteira deve ser fundada. Nunca devemos tentar demonstrar qualquer coisa em qualquer tempo: nem saúde, nem prosperidade; nem suprimento; êxito em negócios; harmonia no lar ou nas amizades. Se o fizermos, estaremos demonstrando a finitude ou forma - e toda forma é destrutível e limitada. Em vez disso, deixemos de nos preocupar com o que havemos de comer ou beber ou vestir, ou como seremos alojados ou como melhorar nossos relacionamentos. Devemos buscar, em primeiro lugar, a realização de Deus; a consciência da Presença de Deus. Então Ele aparecerá como forma finita: como suprimento, como companheirismo, como lar, como transporte ou como segurança.
Deus é a "salvação de minha face"; "O Senhor é minha rocha e fortaleza"; "Deus é meu rochedo e nele confiarei"; "Deus é a força de minha salvação e meu alto retiro"; "Deus é meu refúgio"... Então por que demonstrar saúde, suprimento, segurança? Nossa necessidade não é de demonstrar altos retiros, abrigos e fortalezas, mas demonstrar Deus, que é torre alta, a proteção real, o único poder capaz de nos sobrepor às perturbações de toda espécie, sejam bombas, pobreza, discórdia etc...
Neste Caminho não tentamos demonstrar paz, mas, sim, a conscientização da presença de Deus. Ao adquirir esta consciência, encontramos nossa paz, nosso descanso, contentamento, abundância e plenitude em todas as coisas.
"Onde o Espírito do Senhor está, ali há liberdade" - liberdade do verdadeiro sentido: liberdade, justiça, misericórdia, benevolência, abundância.
A base inteira de demonstração deste Caminho é a conscientização da presença de Deus. Só isto é que devemos demonstrar. Não há espaço para qualquer outra demonstração. Não conheço melhor meio para eliminar febres e caroços; nenhum outro modo mais eficaz para levar um desempregado ao emprego certo; ou harmonizar desentendimentos em família, ou melhorar os negócios ou comunidades. Temos harmonizado disputas entre patrões e empregados; temos trazido reconciliação entre membros de família e pacificado relacionamentos humanos. E como podemos realizar todas estas coisas? De um só modo: conscientização da presença de Deus!
Quando somos solicitados a ajudar, através da contemplação e reconhecimento da Verdade - o que chamamos de tratamento - elevamo-nos a um plano de consciência tranquilo, onde a presença de Deus pode ser realmente sentida e realizada. Deus se torna, então, algo mais do que a simples palavra ou conceito mental: converte-se em Algo atual, real, uma Presença perceptível, vivenciada, tangível, dentro de nós. Quase poderíamos dizer que vimos Deus face a face ou, pelo menos, que muitas vezes sentimos o Seu toque!
Tenho sentido esta gentil Presença em meu íntimo e às vezes fora de mim, pela contemplação de Deus; em meditar e habitar nEle como uma realidade sempre presente. Não importa o tipo de problema que estejamos enfrentando agora. A solução está em conscientizar a presença de Deus em nosso íntimo e deixar que Ele vá adiante de nós para acertar as coisas; que Ele caminhe ao nosso lado como proteção; ou atrás de nós, como real proteção. Deus não pode ser definido ou analisado, mas compreendido como uma Presença invisível.
Ninguém jamais comete o erro de tentar compreender o que Deus é. Ele está além de nossa compreensão, porque a compreensão é finita e Deus é infinito. Bem disse Maimônidas, o místico hebreu: "Dizer que Deus é, é tudo que se pode dizer ou conhecer de Deus. Dizer que Deus é bom, ou poderoso, ou presente, ou amor, nada mais é do que dizer que Deus é". Esse é o único e necessário conhecimento. Dizer "Deus é" é compreender que não apenas Deus é, mas que se encontra mais próximo do que a nossa respiração; mais perto do que nossos pés e mãos. Nesse reconhecimento, o lugar em que piso é solo sagrado e ouço o Pai dizer-me: "Filho, tu estás sempre comigo; tudo o que é meu é teu. Sim, tudo o que Eu Sou, tu és".
Todavia, da quantidade e qualidade da natureza infinita de Deus, só podemos demonstrar o grau de realização que tivermos atingido. No entanto, por pequena que seja nossa realização da Presença de Deus em nós, isso já produz milagres em nossa experiência! Deus aparece como cumprimento da necessidade do Momento.
Em "êxodo" é dito que, quando Moisés conduzia o povo hebreu para fora do Egito, eles eram guiados durante o dia por uma nuvem; e de noite, por uma coluna de fogo. Mas estou seguro de que ele nunca pensou em demonstrar estas coisas. Talvez, a única coisa que Moisés mais desejava era de contar com a presença de Deus; a certeza de que, aonde ele fosse, Deus iria com ele. Era a convicção de que ele não podia estar fora de Deus, porque "nEle vivia, se movia e tinha o seu ser". E Deus nele estava.
Foi por esta realização que a presença de Deus se manifestou como nuvem durante o dia e como coluna de fogo, durante a noite, e mais tarde, quando foi necessário, como o maná caído do céu. Será que Moisés pensou no maná ou apenas conscientizou Deus? Quase posso dizer que ele orou: "Pai, onde estou, Tu estás. Onde Estás, eu estou, pois sou aquilo que Eu Sou. Tu e eu somos um". Aprendemos que Jesus demonstrou a multiplicação dos pães e peixes para nutrir as multidões. No entanto, ele apenas olhou para o céu e conscientizou a presença de Deus. E este reconhecimento do único poder, do único suprimento, foi que multiplicou os pães e peixes, para atender à necessidade do momento.
Elias também demonstrou a presença de Deus quando, fugindo do deserto, era alimentado por um corvo. E também foi nutrido por bolinhos que uma pobre viúva partilhava com ele, com o óleo que não se extinguia; com a farinha que não acabava. Ele também tinha reconhecimento desta verdade: "Onde estou, Tu estás; onde Estás, eu estou, porque somos um". Foi assim que o suprimento lhe chegou no momento certo, pelo corvo e pela pobre viúva de Serepta. Mas estou certo de que Elias nunca pensou que um corvo lhe trouxesse comida ou uma viúva pobre lhe cozesse bolinhos.
Elias tal como é revelado pelas escrituras, era um homem que vivia, se movia e tinha o seu ser em Deus, constantemente, não vivendo, por um momento sequer, fora da Divina atmosfera. Ele nunca se preocupava com o que deveria comer, ou beber ou vestir. Ele tinha Deus: e isto lhe bastava!
O apóstolo Paulo demonstrou a mesma confiança: "A Minha Graça te basta!" Não foi dito que o dinheiro era a suficiência; ou a segurança; ou bens. Deus apenas disse: "A Minha Graça te basta!" E onde a Graça de Deus está, há plenitude. Nada de Deus pode ser limitado por tempo e espaço. A graça está além. Não há tempo ou espaço em que Deus não esteja. Ele habita em plenitude, para manifestar as coisas segundo as necessidades.
"Em Tua Presença há abundância de alegrias; em Tua mão direita há delicias perpetuamente". Por que preocupar-nos, então? Basta-nos a Presença de Deus! Quando estamos em Sua Presença, estamos na presença da plenitude, da saúde, de suprimento, de harmonioso relacionamento e de serviço útil. E ainda sobrarão doze cestas! A Presença transcendental - que chamamos Consciência de Deus, é a substância de nossa demonstração. Quando temos a substância, que é Deus, temos tudo o que é necessário ao nosso desenvolvimento ou demonstração.
O problema de suprimento é constante. Não há um dia e nem um momento durante o dia em que não tenhamos necessidade de alguma coisa. Uma delas, muito necessária, é o dinheiro. Mas o dinheiro toma a forma necessária, no tempo e lugar em que nos achamos.
Tenho viajado por todos os lugares. Nos Estados Unidos o dinheiro aparece como dólares; na Inglaterra como libras ou Shillings; na Alemanha como Marcos; na Suíça e na França como Francos. Muito raramente nos dão Dólares na Europa, Ásia ou Austrália. E nos Estados Unidos não nos dão outra moeda que não seja Dólares. Por que é assim? Porque o suprimento - Deus - é onipresente, mas toma a forma necessária segundo a experiência imediata.
Se, em vez de dinheiro, a necessidade fosse alimento, o suprimento viria como alimento. Se fosse de transporte, apareceria como meio de transporte. A idéia é de que não nos devemos preocupar pela forma de suprimento ou com a forma de demonstração. Devemos apenas conscientizar a substância, que é Deus, exprimindo-Se como torre alta, fortaleza, saúde corporal. Deus é a essência necessária, a substância, o tudo em tudo da demonstração. É a forma que cuida de si mesma.
Só pode haver uma meta para o buscador sincero: conhecer verdadeiramente Deus, como disse o Mestre: "Buscai primeiro o Reino de Deus (que está em vós) e todas as demais coisas vos serão dadas por acréscimo". Esta é a direção apontada por todas as Escrituras Sagradas e, por isso, elas assumiram um papel tão importante no destino da humanidade.
Cada grande Mestre criou sua própria Escritura -- uma mensagem adequada a seu povo. Em conjunto, elas compõem a literatura espiritual do mundo. Krishna, o primeiro homem de luz de que temos conhecimento histórico, deu ao mundo as primeiras Escrituras, que foram incorporadas nos VEDAS e nos UPANISHADES (que inclui o Bhagavad-Gita) na tradição Hindu. A tradição chinesa é a herança deixada pelo iluminado Lao-Tsé: o Caminho do TAO. Gautama, o Buda, incorporou à sabedoria indiana a sua mensagem e Shankara acrescentou o ADVAITA. Jesus Cristo nos trouxe a Sua Boa Nova, da qual destacamos o "Sermão da Montanha" -- um modo de viver pela Graça. O apóstolo Paulo nos deu mensagens práticas para viver em Cristo que foram acrescentadas aos Evangelhos, em O Novo Testamento. Nanak trouxe o seu rico ensinamento aos Sikhs, na Índia. E a todas estas Escrituras, Mary Baker Eddy nos ofereceu sua Escritura Metafísica: "Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras", como acréscimo metafísico para nossa época.
Qual o propósito de todas estas Escrituras? A resposta está no próprio exemplo deixado pelos homens e mulheres que as escreveram ou transmitiram: eles atingiram a Consciência divina e se consagraram tão amorosamente aos demais -- ansiosos de partilhar as alturas que atingiram porque sabiam, por experiência própria, que não há plenitude de vida e nem meta maior na vida que a infusão de nossas consciências na de Deus, numa unidade de Graça inexprimível!
A GRANDE E ÚNICA DEMONSTRAÇÃO
Aprender a importância da meditação (no sentido que lhe damos aqui) é um dos primeiros requisitos no desenvolvimento da consciência espiritual.
A partir de nossas capacidades intelectuais, de nossos conhecimentos e quantidade de informações adquiridas, nossa consciência espiritual se expande somente com o exercitamento da meditação. A consciência espiritual só pode ser desenvolvida no silêncio da receptividade e entrega ao Divino interno - não pelo pensar, ouvir ou ler. Um minuto real de silêncio interno nos desenvolve mais do que vinte e quatro horas de leitura. Eis porque ouvir palestras, ler, estudar, devem ser meios que nos capacitem a alcançar aquele silêncio interno, conhecido como meditação. Quando meditamos e abrimos a Alma interna ou faculdade espiritual, não só podemos compreender melhor as coisas que conhecíamos nebulosamente, mas também coisas de que nunca havíamos ouvido falar.
Na quietude e no sossego do silêncio, tornamo-nos capazes de receber aquilo que não pode ser captado pelos ouvidos comuns. Quanto mais amiúde meditamos - não em extensão de tempo, mas por pequenos períodos, ainda que de apenas 1, 2 ou 3 minutos - tanto mais rapidamente desenvolvemos nossa consciência espiritual. E tanto mais a harmonia espiritual se manifestará em nossa experiência. Ao fechar nossos olhos e mergulhar na escuridão interna, lá encontramos o reino de Deus inteiro, pronto para derramar-se em nossa mente, em nosso coração, em nosso corpo, em nossas atividades e relacionamentos, e até mesmo em nossa carteira.
Fechar os olhos é uma atitude expressiva: de fechar as janelas dos sentidos para o mundo e abrir-nos ao Ser profundo. É convidar Deus ou o Espírito a ensinar-nos, a banhar-nos com Sua luz, a abençoar-nos com Sua plenitude. Ao aquietar-nos e entregarmo-nos, o Espírito Se exprime em nós como Graça. A Medida de nosso Ser é a Infinitude.
O primeiro e maior princípio deste Caminho - sobre o qual se fundamenta toda a sua atividade - é que Deus constitui o Ser individual - meu e seu.
Deus é a minha mente, a minha vida, a Alma, o espírito. Deus é a minha capacidade. Portanto, tenho acesso à Inteligência Infinita, à Vida eterna e infinita. Tenho acesso ao suprimento infinito, à harmonia infinita, à paz, à perfeição e a todas as coisas que representam a infinitude de Deus. Esta infinitude pode ser trazida à nossa experiência na medida de nossa compreensão da Verdade: "Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará". Notemos: não é a Verdade que liberta, mas a compreensão dela. Saiba, então: nada menos que a infinitude constitui a natureza e o caráter, a qualidade e a quantidade de nosso Ser.
Podemos demonstrar essa infinitude na medida de nossa realização e atingimento dessa compreensão. O simples conhecimento de que Deus é a nossa Mente, não nos capacita a ser infinitamente inteligentes. Só a convicção de que Deus constitui a nossa Mente é que faz a sabedoria infinita de Deus acessível à nossa consciência individual, para fazer-nos compreender, saber, discernir e manifestar. Jesus disse: "Eu, de mim mesmo, nada faço". Podemos ir além e dizer: "eu, de meu próprio ser, não posso ser nada; eu, de meu próprio ser, não posso ter nada; mas devido à minha sintonia ou unicidade com Deus, tudo o que o pai tem é meu". Esta infinitude de Deus torna-se individualmente nossa, por decorrência de nossa ligação com Ele; de nossa conscientização da Verdade.
A PRESENÇA DE DEUS É A ÚNICA DEMONSTRAÇÃO NECESSÁRIA
"Não vos preocupeis quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir... Vosso Pai celestial bem sabe que necessitais destas coisas". Este é o principio sobre o qual a demonstração de nossa vida inteira deve ser fundada. Nunca devemos tentar demonstrar qualquer coisa em qualquer tempo: nem saúde, nem prosperidade; nem suprimento; êxito em negócios; harmonia no lar ou nas amizades. Se o fizermos, estaremos demonstrando a finitude ou forma - e toda forma é destrutível e limitada. Em vez disso, deixemos de nos preocupar com o que havemos de comer ou beber ou vestir, ou como seremos alojados ou como melhorar nossos relacionamentos. Devemos buscar, em primeiro lugar, a realização de Deus; a consciência da Presença de Deus. Então Ele aparecerá como forma finita: como suprimento, como companheirismo, como lar, como transporte ou como segurança.
Deus é a "salvação de minha face"; "O Senhor é minha rocha e fortaleza"; "Deus é meu rochedo e nele confiarei"; "Deus é a força de minha salvação e meu alto retiro"; "Deus é meu refúgio"... Então por que demonstrar saúde, suprimento, segurança? Nossa necessidade não é de demonstrar altos retiros, abrigos e fortalezas, mas demonstrar Deus, que é torre alta, a proteção real, o único poder capaz de nos sobrepor às perturbações de toda espécie, sejam bombas, pobreza, discórdia etc...
Neste Caminho não tentamos demonstrar paz, mas, sim, a conscientização da presença de Deus. Ao adquirir esta consciência, encontramos nossa paz, nosso descanso, contentamento, abundância e plenitude em todas as coisas.
"Onde o Espírito do Senhor está, ali há liberdade" - liberdade do verdadeiro sentido: liberdade, justiça, misericórdia, benevolência, abundância.
A base inteira de demonstração deste Caminho é a conscientização da presença de Deus. Só isto é que devemos demonstrar. Não há espaço para qualquer outra demonstração. Não conheço melhor meio para eliminar febres e caroços; nenhum outro modo mais eficaz para levar um desempregado ao emprego certo; ou harmonizar desentendimentos em família, ou melhorar os negócios ou comunidades. Temos harmonizado disputas entre patrões e empregados; temos trazido reconciliação entre membros de família e pacificado relacionamentos humanos. E como podemos realizar todas estas coisas? De um só modo: conscientização da presença de Deus!
Quando somos solicitados a ajudar, através da contemplação e reconhecimento da Verdade - o que chamamos de tratamento - elevamo-nos a um plano de consciência tranquilo, onde a presença de Deus pode ser realmente sentida e realizada. Deus se torna, então, algo mais do que a simples palavra ou conceito mental: converte-se em Algo atual, real, uma Presença perceptível, vivenciada, tangível, dentro de nós. Quase poderíamos dizer que vimos Deus face a face ou, pelo menos, que muitas vezes sentimos o Seu toque!
Tenho sentido esta gentil Presença em meu íntimo e às vezes fora de mim, pela contemplação de Deus; em meditar e habitar nEle como uma realidade sempre presente. Não importa o tipo de problema que estejamos enfrentando agora. A solução está em conscientizar a presença de Deus em nosso íntimo e deixar que Ele vá adiante de nós para acertar as coisas; que Ele caminhe ao nosso lado como proteção; ou atrás de nós, como real proteção. Deus não pode ser definido ou analisado, mas compreendido como uma Presença invisível.
Ninguém jamais comete o erro de tentar compreender o que Deus é. Ele está além de nossa compreensão, porque a compreensão é finita e Deus é infinito. Bem disse Maimônidas, o místico hebreu: "Dizer que Deus é, é tudo que se pode dizer ou conhecer de Deus. Dizer que Deus é bom, ou poderoso, ou presente, ou amor, nada mais é do que dizer que Deus é". Esse é o único e necessário conhecimento. Dizer "Deus é" é compreender que não apenas Deus é, mas que se encontra mais próximo do que a nossa respiração; mais perto do que nossos pés e mãos. Nesse reconhecimento, o lugar em que piso é solo sagrado e ouço o Pai dizer-me: "Filho, tu estás sempre comigo; tudo o que é meu é teu. Sim, tudo o que Eu Sou, tu és".
Todavia, da quantidade e qualidade da natureza infinita de Deus, só podemos demonstrar o grau de realização que tivermos atingido. No entanto, por pequena que seja nossa realização da Presença de Deus em nós, isso já produz milagres em nossa experiência! Deus aparece como cumprimento da necessidade do Momento.
Em "êxodo" é dito que, quando Moisés conduzia o povo hebreu para fora do Egito, eles eram guiados durante o dia por uma nuvem; e de noite, por uma coluna de fogo. Mas estou seguro de que ele nunca pensou em demonstrar estas coisas. Talvez, a única coisa que Moisés mais desejava era de contar com a presença de Deus; a certeza de que, aonde ele fosse, Deus iria com ele. Era a convicção de que ele não podia estar fora de Deus, porque "nEle vivia, se movia e tinha o seu ser". E Deus nele estava.
Foi por esta realização que a presença de Deus se manifestou como nuvem durante o dia e como coluna de fogo, durante a noite, e mais tarde, quando foi necessário, como o maná caído do céu. Será que Moisés pensou no maná ou apenas conscientizou Deus? Quase posso dizer que ele orou: "Pai, onde estou, Tu estás. Onde Estás, eu estou, pois sou aquilo que Eu Sou. Tu e eu somos um". Aprendemos que Jesus demonstrou a multiplicação dos pães e peixes para nutrir as multidões. No entanto, ele apenas olhou para o céu e conscientizou a presença de Deus. E este reconhecimento do único poder, do único suprimento, foi que multiplicou os pães e peixes, para atender à necessidade do momento.
Elias também demonstrou a presença de Deus quando, fugindo do deserto, era alimentado por um corvo. E também foi nutrido por bolinhos que uma pobre viúva partilhava com ele, com o óleo que não se extinguia; com a farinha que não acabava. Ele também tinha reconhecimento desta verdade: "Onde estou, Tu estás; onde Estás, eu estou, porque somos um". Foi assim que o suprimento lhe chegou no momento certo, pelo corvo e pela pobre viúva de Serepta. Mas estou certo de que Elias nunca pensou que um corvo lhe trouxesse comida ou uma viúva pobre lhe cozesse bolinhos.
Elias tal como é revelado pelas escrituras, era um homem que vivia, se movia e tinha o seu ser em Deus, constantemente, não vivendo, por um momento sequer, fora da Divina atmosfera. Ele nunca se preocupava com o que deveria comer, ou beber ou vestir. Ele tinha Deus: e isto lhe bastava!
O apóstolo Paulo demonstrou a mesma confiança: "A Minha Graça te basta!" Não foi dito que o dinheiro era a suficiência; ou a segurança; ou bens. Deus apenas disse: "A Minha Graça te basta!" E onde a Graça de Deus está, há plenitude. Nada de Deus pode ser limitado por tempo e espaço. A graça está além. Não há tempo ou espaço em que Deus não esteja. Ele habita em plenitude, para manifestar as coisas segundo as necessidades.
"Em Tua Presença há abundância de alegrias; em Tua mão direita há delicias perpetuamente". Por que preocupar-nos, então? Basta-nos a Presença de Deus! Quando estamos em Sua Presença, estamos na presença da plenitude, da saúde, de suprimento, de harmonioso relacionamento e de serviço útil. E ainda sobrarão doze cestas! A Presença transcendental - que chamamos Consciência de Deus, é a substância de nossa demonstração. Quando temos a substância, que é Deus, temos tudo o que é necessário ao nosso desenvolvimento ou demonstração.
O problema de suprimento é constante. Não há um dia e nem um momento durante o dia em que não tenhamos necessidade de alguma coisa. Uma delas, muito necessária, é o dinheiro. Mas o dinheiro toma a forma necessária, no tempo e lugar em que nos achamos.
Tenho viajado por todos os lugares. Nos Estados Unidos o dinheiro aparece como dólares; na Inglaterra como libras ou Shillings; na Alemanha como Marcos; na Suíça e na França como Francos. Muito raramente nos dão Dólares na Europa, Ásia ou Austrália. E nos Estados Unidos não nos dão outra moeda que não seja Dólares. Por que é assim? Porque o suprimento - Deus - é onipresente, mas toma a forma necessária segundo a experiência imediata.
Se, em vez de dinheiro, a necessidade fosse alimento, o suprimento viria como alimento. Se fosse de transporte, apareceria como meio de transporte. A idéia é de que não nos devemos preocupar pela forma de suprimento ou com a forma de demonstração. Devemos apenas conscientizar a substância, que é Deus, exprimindo-Se como torre alta, fortaleza, saúde corporal. Deus é a essência necessária, a substância, o tudo em tudo da demonstração. É a forma que cuida de si mesma.
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