domingo, dezembro 11, 2011

Ser o personagem significa "não ser o personagem"


Dárcio Dezolt


Se um diretor resolver filmar “A Vida de Jesus”, por certo buscará um ator para representar Jesus e outro para representar Judas, além dos demais personagens. Por mais que estes dois atores atuem, jamais eles serão Jesus ou Judas! Estarão sendo sempre “eles próprios”. O suposto “mundo fenomênico” é uma ILUSÃO! Não há realidade em suas encenações! Levar em conta as manifestações dualistas das aparências é negar toda a Verdade de que Deus é, aqui e agora, a NOSSA PRÓPRIA PRESENÇA.

Certa vez, ao expor a Verdade de que a Perfeição é onipresente, alguém perguntou-me: “Você se considera perfeito?” Esta pergunta, obviamente, partia da suposta “mente humana”, uma vez que a Mente infinita, sendo a Perfeição absoluta, exclui esse tipo de questionamento.

Para a mente ilusória, Jesus Cristo é divino, perfeito, enquanto os demais seres são todos humanos e imperfeitos. Esta mente é falsa: capta a “encenação” e esconde a Realidade. Se o ator encarnando Judas dissesse ser perfeito, e o outro encarnando Jesus dissesse ser pecador, quem estivesse vendo o filme diria que as coisas estariam trocadas, erradas ou incorretas. Por que? Por ver os “personagens” atuando fora do CONCEITO HUMANO da crença coletiva. Esta crença fraudulenta aceita seres perfeitos e imperfeitos, por medir cada um mediante uma régua ilusória.

Voltando à pergunta: “Você se considera perfeito?”, uma resposta poderia ser: “Se você acha que ser personagem é ser personagem, a resposta é não! O Judas não poderia representar seu papel sendo perfeito! Mas, se você entender que ser o personagem significa não ser o personagem, eu sou perfeito!” E o mesmo é válido para todos! Estudar a Verdade é permanecer em MIM, no Cristo ou a Verdade, em Deus sendo TUDO! Sem se deixar mover em nada pelo “teatro ilusório” da suposta mentalidade humana!

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