quarta-feira, julho 29, 2009

A escuridão não existe (Osho)

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"Eu estou tateando no escuro. Osho, você poderia tirar-me disso?"

"Eu não vejo escuridão em lugar algum. Você é que está mantendo os olhos fechados. A escuridão não existe. É criação sua. O sol está em todo lugar, a luz está em todo lugar, estamos em pleno meio-dia. Mas você continua apertando os seus olhos, mantendo-os fechados. Daí a escuridão. Agora, ninguém pode forçar os seus olhos a se abrirem. Existem algumas coisas que você tem que fazer por si mesmo.

Se você quiser espirrar, você terá que espirrar, eu não posso fazer isso por você. Se você quiser assoar o nariz, você que terá que fazer isso, eu não posso fazer por você. Existem algumas coisas que você tem que fazer por si mesmo. Esta é uma das coisas mais fundamentais da vida. Se não fosse assim, mesmo em sua liberdade, você seria um escravo. Se eu pudesse tirá-lo da sua escuridão, ou qualquer outra pessoa, aquela luz não será muito luminosa. Você estará aprisionado naquela luz, você não veio de livre e espontânea vontade, você não floresceu espontaneamente.

Alguma vez você já observou uma criança tentando abrir à força um botão de flor? O botão pode ser aberto, mas não será uma flor, alguma coisa ficará faltando, algo de grande significado. A alma estará faltando. A flor tem alma quando ela floresce espontaneamente, daí ela tem vida. Quando você a força, você a destrói. Tudo que é belo na vida pode apenas acontecer; não pode ser feito.

Existe uma bela história sobre um mestre Zen, Joshu:

Um dia, Joshu caiu na neve e gritou 'Ajude-me! Ajude-me!'. Um discípulo de Joshu aproximou-se e deitou ao seu lado.

Joshu riu, levantou-se e disse ao discípulo: 'Certo! Perfeitamente certo! Isso é o que eu estou fazendo com você também.'

Joshu tinha caído na neve e gritado, 'Ajude-me! Ajude-me!' Mas não havia necessidade alguma. Se você caiu, você pode se levantar. A mesma energia que fez você cair, consegue fazer você se levantar. A pessoa que não consegue se levantar, não consegue nem mesmo cair. A mesma energia que o leva a se perder, pode trazê-lo para casa. A pessoa que não consegue voltar para casa, não consegue também se perder, porque é necessário energia.

A mesma energia que faz de você um pecador, pode fazê-lo um santo. Na verdade, ser um pecador é mais complexo, mais difícil, mais trabalhoso. Ser um santo não é complexo nem trabalhoso. E ser religioso definitivamente não é trabalhoso. É a mesma energia! Você está mantendo os seus olhos fechados, e despendendo muita energia para mantê-los fechados. A mesma energia que os está mantendo fechados, se relaxados, irá ajudá-los a se abrirem.

Aquele discípulo é um discípulo de verdade. Ele entendeu Joshu perfeitamente bem. Ele sabe que ele criou uma situação, ele deitou-se conscientemente. Talvez o discípulo estivesse passando e Joshu caiu - criou uma situação - e gritou, 'Ajude-me! Ajude-me!' E o discípulo veio e deitou-se ao seu lado. Ele não o ajudou, em absoluto. O que ele estava fazendo?

Ele não estava tentando ajudá-lo, de modo algum. Ele estava simplesmente sendo compreensivo. Ele estava dizendo, 'O que pode ser feito? Ok, eu sou seu discípulo, eu vou deitar ao seu lado. O que mais eu posso fazer?'

Um mestre é compassivo com você, ele tem compaixão. O que mais ele pode fazer? Um mestre verdadeiro não pode segurar suas mãos, porque isso o manterá sempre dependente. Trazer você para fora à força, é o mesmo que mantê-lo ainda dentro. Na hora em que o mestre soltar suas mãos, você voltará para o seu velho mundo, para a sua velha mente. Aquilo ainda não estava encerrado, ainda estava agarrado dentro de você.

Um mestre verdadeiro ajuda sem ajudar. Tente entender: um mestre verdadeiro ajuda sem ajudar. A sua ajuda é muito indireta, ele nunca vem imediatamente ajudá-lo. Ele vem de maneira muito sutil. Ele se aproxima de você como uma brisa muito frágil, não como uma ventania selvagem. Ele se aproxima de você como uma aura, invisível. Ele o ajuda certamente, mas nunca força você. Ele o ajuda apenas até onde você está pronto para ir, nunca um passo a mais. Ele nunca empurra você violentamente, porque qualquer coisa feita violentamente será perdida, mais cedo ou mais tarde.

Aquilo que você não desenvolveu de livre e espontânea vontade, você perderá. Você não pode desfrutar aquilo que não cresceu em seu ser espontaneamente. Você desfruta o seu próprio crescimento. Eu posso até mesmo dar-lhe a verdade, e você irá jogá-la fora, porque você não irá reconhecê-la. Eu posso forçá-lo a acordar, mas você irá cair no sono no momento em que eu me for, e você vai me xingar e ficar com raiva de mim, pois você ainda estava curtindo os seus sonhos. Você estava curtinho sonhos doces e aí chegou um homem e o acordou.

Algumas vezes observe a si mesmo. Você tem que pegar um trem bem cedo, quatro ou cinco horas da manhã, e você pede alguém para acordá-lo às quatro horas. Assim ele faz. E você fica com raiva. Você não gosta da idéia, mas essa idéia foi sua. Você sente como se ele fosse seu inimigo.

Ouvi contar a respeito de Emanuel Kant, um filósofo alemão, que ele era muito preso a horários. Ele quase se movia como um ponteiro de relógio, exatamente na hora, tudo, nem um minuto a mais, nem um minuto a menos. Por toda a sua vida ele costumava acordar cedo, às cinco horas da manhã. Ele tinha um criado. O criado tinha que arrastá-lo para fora da cama e às vezes até mesmo bater nele. Ele tinha dado tal poder ao criado. Ele lhe disse: 'Ainda que você tenha que me bater, bata. Vai ser uma boa luta para você, mas você tem que me acordar. Não escute o que eu lhe disser de manhã cedo. Eu irei repreendê-lo, gritarei com você e o ameaçarei dizendo que irei colocar fogo em você, mas não se preocupe. Qualquer coisa que eu disser, vai ouvindo, mas me arraste para fora da cama.'

Ele tornou-se muito dependente desse criado, de tal modo que o criado quase se tornou o patrão e o patrão tornou-se o criado. Algumas vezes o criado o deixava. Daí, ele tentava encontrar outros criados, mas ninguém se adaptava, pois como bater no seu patrão às cinco horas da manhã? Mesmo ele dizendo, 'Bata-me!', o criado ficava com medo. E o velho criado tinha que ser trazido de volta novamente.

Mas, como isso acontece? Você pode estar curtinho um sonho bom e aconchegante. Está fazendo frio, mas debaixo do cobertor está quente e aconchegante. Sim, você havia decidido antes que iria se levantar cedo, mas e agora... ? Você quer virar para o lado e cair no sono de novo.

Ninguém pode ser acordado antes da sua hora, nem deve ser.

E não há qualquer problema. Simplesmente tente compreender porque você mantém seus olhos fechados. Mais do que pedir-me para forçá-los a se abrirem, tente compreender porque você os mantém fechados. Tente compreender quais sonhos você ainda tem que sonhar. Você já não sonhou o bastante? Você, na verdade, já não sonhou mais do que o suficiente? Por milhões de vidas você tem sonhado. E você não alcançou nada com todos esses sonhos. Você permanece vazio, oco. Ainda assim, você continua se enchendo com novos sonhos, com novos desejos, com novas ambições. É bem possível que agora você esteja sonhando com iluminação, por isso você fez essa pergunta.

Você sonhou muitos sonhos. Agora um novo sonho surgiu em sua mente: tornar-se um buda, alcançar a iluminação. Isto é novamente um sonho. Se você tivesse realmente terminado com todos os seus sonhos, então quem estaria mantendo você dormindo? Abra seus olhos! Na verdade, nem mesmo haverá necessidade de abrir os seus olhos. Uma vez que você tenha compreendido que você já sonhou todos os sonhos possíveis, os olhos se abrirão. Não haverá nem mesmo a necessidade de abri-los porque ninguém estará lá para fechá-los.

Olhe para meu punho: se eu tiver que mantê-lo como um punho, eu terei que mantê-lo fechado, cerrado. No momento em que eu parar de fechá-lo, ele começará a se abrir espontaneamente. Estar aberto é natural, estar fechado é antinatural. Para mantê-lo fechado você tem que colocar muita energia nele. Para abrir, nenhuma energia é necessária.

Isso é uma coisa muito estranha: para permanecer miserável, você precisa colocar muita energia nisso. Para permanecer alegre, você não precisa de qualquer energia, de jeito algum. A felicidade é grátis, ela nada custa. A miséria você precisa fazer por merecer. Se você quiser ser miserável, muito esforço será necessário para permanecer miserável. É um estado muito antinatural. Um punho cerrado é antinatural; uma mão aberta é natural. A mão aberta não necessita energia, caso contrário você se sentiria cansado; ao final do dia você estaria morto de cansado por ter ficado todo o dia com a mão aberta. Daí, você dirá, 'Por todo o dia eu mantive minhas mãos abertas e agora eu estou me sentindo muito cansado.' Qualquer dia, mantenha o seu punho fechado por todo o tempo e ao final da tarde você se sentirá realmente cansado. O natural é a mão aberta.

Um coração aberto é um fenômeno natural; um ser aberto é simplesmente natural. Um ser fechado é muito antinatural, muito artificial; você tem que colocar toda a sua energia nisso. Essa é a minha observação em milhares de pessoas: elas dão toda a sua energia para se manterem miseráveis. Permanecer no inferno é um grande investimento. Não é fácil, é muito difícil. Você precisa ser muito forte para estar no inferno, muito teimoso, decidido. (...) Você tem que ser duro como um diamante, somente então você pode permanecer no inferno. Se não for assim... ninguém está impedindo o seu caminho. Basta relaxar e você entra no céu, o relaxamento é a porta.

Você diz: Eu estou tateando no escuro. Relaxe. No momento em que você relaxar, os seus olhos começarão a se abrir, assim como um botão abre e se torna uma flor, assim como um punho que não mais se mantém cerrado começa a se abrir e se torna uma mão aberta.

Eu não estou aqui para forçar isto. Eu estou aqui para esclarecê-lo como isto acontece. Eu posso falar a respeito desse processo, eu não posso fazê-lo para você. Compreendido, ele acontece. Eu não lhe prometo coisa alguma. Eu só lhe prometo uma coisa: o que aconteceu comigo eu farei com que fique óbvio para você. Daí, cabe a você seguir.

Buda disse: os budas só indicam o caminho, mas é você que tem que ir, cabe a você seguir o caminho."


OSHO - Zen: the Path of Paradox - Vol. 3 - Cap. 2


domingo, julho 26, 2009

Tem que ser agora mesmo!

John Sherman

Estou aqui para lhe trazer a sugestão de minha mestra, Gangaji, para que neste momento você pare de buscar qualquer coisa que seja. Mais especialmente, que você pare de buscar a iluminação, que é uma metáfora para a felicidade. Pare de buscar felicidade.

Como se pára de buscar a felicidade, a iluminação, ou qualquer coisa que seja? É realmente bastante simples. Você apenas permite que o farol da sua atenção relaxe em sua fonte. É muito simples: apenas relaxe. Simplesmente não preste a menor atenção em nenhum de seus pensamentos. Incondicionalmente, não preste atenção aos pensamentos, e simplesmente permita que sua atenção relaxe no infinito oceano de consciência que é a sua natureza. Se o impulso de buscar parecer tão poderoso que você pensa que não pode relaxar sua atenção, então minha sugestão é que você use todo o esforço, a inteligência e os recursos que você tenha à sua disposição para encontrar a si mesmo.

Abandone toda busca de qualquer outra coisa que não seja o seu ser. A verdade é que isso é realmente fácil. Todo o melodrama espiritual tem uma única conclusão: o fim da busca de qualquer coisa que seja, e a descoberta de que tudo que você sempre desejou já está aqui, como você mesmo. Se permitir que sua atenção relaxe na consciência, você encontrará a si mesmo. Se concentrar todo o esforço de sua atenção na busca de si mesmo, você encontrará a si mesmo. Nada mais tem qualquer utilidade.

Esta é a sugestão de minha Mestra. Isto é o que ofereço a você: pare agora mesmo. A iluminação é um mito. Todo o entendimento espiritual que você tem, todos os conceitos espirituais conservados a fim de continuar sua busca da felicidade, da verdade, da paz e da liberdade, são as únicas coisas que o impedem de encontrar a felicidade, a verdade, a paz que é o seu ser, a liberdade que é a sua natureza.

Se você não consegue parar, descubra quem não consegue parar. A coisa mais impressionante é que no próprio coração do buscador, no coração daquele que não consegue abandonar a busca; no próprio coração do ego, no próprio coração do "eu" que se apega, que necessita, que quer, é onde seu ser há de ser encontrado. Seu ser, que é presença infinita, eterna e que está sempre aqui. Neste momento, é possível descobrir, de uma vez por todas, quem você é, sem considerar sequer o que isso deve ser.

Todos nós já ouvimos o que vamos descobrir. Todos nós adotamos idéias e conceitos magníficos acerca do que é o nosso ser. Adotamos idéias de como se sente alguém que encontrou a felicidade e qual é a sensação de "despertar" ou de "realização". Utilizamos essas coisas com nenhum outro objetivo a não ser o monitoramento do estado que está presente, a fim de determinar se ele condiz com o estado de "iluminação" ou "despertar" ou "realização". Assim, nos mantemos a uma distância segura disto que estamos procurando desde o momento em que nascemos: nosso ser.

Ouvi dizer que esse negócio de auto-investigação é apenas para alguns poucos seres especiais, para os mais "perspicazes". Entretanto, a minha experiência é que isso é tão simples, que está tão completamente disponível, que não requer nada mais do que a determinação de encontrar a si mesmo. Qualquer pessoa, neste momento, pode provar a natureza real de si mesma e, ao prová-la, a busca está encerrada. Não importa se formas-pensamento de busca, o imaginário da busca, os velhos hábitos e comportamentos neuróticos continuam a se manifestar. A busca está terminada.

Isso é tudo que você precisa fazer. Tudo que qualquer pessoa precisa fazer. Esqueça tudo que você sabe sobre absolutamente tudo, e descubra exatamente o que você é, neste momento: que sabor você tem, qual é a sensação de "você", o que é este "eu".

Isso é o que eu tenho para lhe dizer. Estou aqui para falar sobre o mito da iluminação; estou aqui para lhe falar sobre você mesmo. Estou aqui para lhe oferecer, a cada momento, em cada encontro, sempre agora mesmo, esta REALIDADE de "você mesmo" que é impressionante, inacreditável e intocável por qualquer idéia.


quinta-feira, julho 23, 2009

As profundezas da simplicidade


Gangaji


G: A Realidade é - não o que você pensa que é, não o que você imagina que é, e não é o que tem sido dito para você. Isto é, não é o que você acredita é, não é o que você desejaria que fosse, não é o que você teme que seja, - mas o que é simplesmente é. O que é, é , além do que pode ser pensado.

G: Para realizar o que é, uma implacável investigação é necessária, sobre o que é transitório e o que é imutável. Quando eu falo em implacabilidade, não quero significar luta ou esforço. Verdadeira implacabilidade é sem tensão. Tem que ser sem tensão. Uma disciplina que é relaxada e implacável é possível à todo momento. (Por conta da Realidade Absoluta, que é além de todas as coisas).

D: Eu tenho querido este tipo de disciplina.

G: Até querer é muito esforço. Querer é um pensamento, uma complicação, e um adiamento.

D: Muita gente diz que a iluminação é difícil.

G: O grande debate: É o acordar difícil ou fácil? Essa questão é similar ao debate: É o acordar gradual ou instantâneo? Em qualquer época há um grande debate, e o povo que está debatendo se mantêm ocupado. Por estarem ocupados, em lugar de justamente estarem aqui, estarem neste momento, o acordar é adiado. Esqueça difícil e fácil. Quem você é não é tocado por isso. Se não é difícil e nem fácil descobrir quem você é, se acordar é mais próximo que dificuldade ou facilidade, então para que?

G: Quem você é, está fora de medidas. Eu normalmente aponto para a facilidade de se acordar porque eu falo com muita gente que se pega a idéia de dificuldade. Se eu encontro alguém apegado a idéia de que é fácil...

D: Você dirá que é difícil.

G: Talvez, porque a solução é revelada quando há a quebra do apego a qualquer idéia. Quando a discussão interna cessa, a mente fica quieta. No silêncio, onde esta a facilidade ou a dificuldade?

D: Você tem falado que a dificuldade está na resistência em experimentar diretamente o que está surgindo.

G: Sim, eu tenho dito que o que faz qualquer coisa difícil é o seu 'não querer experimentar' totalmente o que é. O que faz qualquer coisa fácil é o seu querer experimentar totalmente todas as coisas.

G: O que eu aponto é imensamente simples. É mais imediato que a memória e mais próximo que a sua própria respiração. Pare de respirar e ainda está presente. Respire a respiração, e isto está presente. Esqueça tudo, e isto está presente. Relembre algo, e está presente. Boas experiências... presente. Más experiências... presente. Negando... presente. Afirmando... presente. Discussões sublimes... presente. Discussões mundanas... presente. Todos os sentimentos, sensações, pensamentos, emoções... presente. Sem sentimentos, sem sensações, sem pensamentos, sem emoções... presente.

Você vê como é simples? Você não está separado do seu verdadeiro ser. Diga me qualquer experiência que você percebeu onde a consciência não estava presente. Somente esse simples reconhecimento pode fazer acabar a habitual procura por você mesmo em algum outro lugar.

Quando a procura acaba, a revelação daquilo que tem sempre estado presente fica evidente. Isto não passa a estar presente ou cresce em presença, é simplesmente sempre presente.

D: Isto é muito simples para a minha mente entender.

G: Pare de procurar em sua mente por totalidade. Quando sua mente começa sua habitual agitação, trate essa agitação como um alarme do dharma, e relaxe. Você não encontrará você em sua mente. Sua mente está em você.

Acordar é experenciado como complicado somente porque você acredita profundamente que é revelado em complicação. Quando você está pronto para ser simples, você colocará de fora suas idéias. Você pára de cozinhar em complicação.

Se você tem levado uma vida complicada, comece direto pelo núcleo desta complicação, bem no centro, onde nada está acontecendo. Se você gostar do que se revelará neste centro, se você se sentir atraído pelo que é revelado, então traga todas as suas complicações para este centro. Talvez surjam complicações enormes, mas quando complicações encontram simplicidade, elas não podem se misturar. A complicação se dissolve. Complicação não pode vencer a verdadeira simplicidade. A simplicidade é muito profunda. Ela absorve todas as coisas. Complicação somente surge como subproduto de atividade mental. Simplicidade é uma emanação da verdade.

Eu sei que muita gente tem receio da simplicidade. Eles tem uma idéia ou uma imagem de que a simplicidade os levará a estupidez.

Simplicidade não é estupidez. Ela é profunda sabedoria.

Eu entendo o medo da simplicidade, mas esse medo somente continua se você o alimenta com mais complicações. Tudo o que é requerido é a sua prontidão para ficar quieto, para ser aquilo que você é em seu centro. Não quem você imagina que você é, não aquilo que dizem que você é. Qualquer nome é por demais complicado. Até a palavra “simples” é muito complicada, porque você pode ter alguma idéia do que simples significa, e qualquer idéia é muito complicado.

Reconheça a complicação de dar um nome, de pensar o passado, elaborar o futuro. Agora ponha de fora todos os nomes. Ponha-me de lado. Ponha-se de lado. Ponha de lado o tempo. Ponha complicação de lado. Ponha simplicidade de lado.

D: Você pode dizer algo sobre como viver em simplicidade?

G: O que é que você realmente quer? Não o que tem sido dito que você quer, e não o que você pensa que quer, mas o que você realmente quer?

D: Eu quero ser capaz de relaxar.

G: Maravilhoso. Então relaxe.

(risos)

G: Sim, isso mesmo! Facilmente, imediatamente. Rir é o melhor método de relaxamento. Ninguém tem que te ensinar como rir.

(mais risos)

G: Isto está perfeito! Essa é a perfeita, imediata yoga de relaxamento. Nesse relaxamento você realizou?

D: Eu senti uma abertura. Se eu justamente sempre saio disso eu perco isso?

G: A imagem ou pensamento de perder é uma tensão da mente. Obviamente, o tensionamento da mente é um hábito forte que vem sendo apoiado pela família, professores e cultura há um longo tempo. Quando este hábito aparecer, relaxe. Na abertura, não há limites. Tudo que se procura com um esforço da mente é encontrado na abertura da mente.

Este é um grande segredo, uma grande ironia. Toda busca, todo esforço, toda luta para encontrar seu verdadeiro ser, é naturalmente revelado na abertura, no simples relaxamento. Continue rindo. Não há tempo para complicar as coisas quando você esta rindo.

O relaxamento físico é muito agradável e, obviamente, se você está fisicamente relaxado há também algum relaxamento mental. Para um profundo relaxamento mental, reconheça que seguir um pensamento necessita de algum esforço, alguma atenção.

Não entre em transe, nem adormeça. Reconheça onde o sono profundo e a vigilância absoluta se encontram.

Usualmente em vigília nós estamos condicionados a seguir os pensamentos: esse é o tempo de planejar, tempo de lembrar de “mim” e “minha estória”; o que eu devo fazer; o que não devo fazer; e o que preciso fazer melhor.

Este dialogo é usualmente chamado de estado acordado. No estado do sono profundo, toda essa conversação cessa. Não há “mim”. Não há relacionamentos. Traga juntos a pura presença do sono profundo à absoluta vigília do estado acordado, e permita que a mente relaxe enquanto se mantém alerta. Para revelar o seu ser para o seu ser é necessário que não haja pensamentos, não haja nomes, não haja formas.

Eu estou apontando para a inteligência no seu máximo potencial, acordada para si mesma. Quando a atenção está livre e aberta, a mente não pode encobrir a Fonte.

D: Ontem, durante a meditação um pequeno click aconteceu. E os “meus” e “mim” e “minhas” todos desapareceram.

G:Um pequeno click? Este click é o fim do mundo.

D: Houve justo um relaxando acontecendo – sem fogo, sem explosão.

G: No centro do fogo, há um limpo e vazio espaço. Isto é paz. Este é o EU do fogo.

D: De algum modo parece tão simples.

G: Sim. O que é mais simples do que o claro centro do fogo? Isto é tão simples e ainda não há fim para as cores que surgem disto. Não há chama, não há queima, não há manifestação de fogo, não há forma de vida, sem aquilo que habita o centro de todas as coisas – a pura e simples presença do eterno ser.

segunda-feira, julho 20, 2009

Deus é (Joel Goldsmith)


Joel S. Goldsmith


A prece é nosso contato com Deus, a Fonte infinita de nosso ser, da qual não podemos ter nenhum conhecimento intelectual, e que temos chamado de Mente, Vida, Verdade, Amor, Espírito ou Infinito Invisível. Deus é o único princípio criativo do universo, o princípio criativo de tudo que É; e, como esse princípio opera a partir da Inteligência suprema, sem começo e sem fim, precisamos aprender a fazer contato ou a nos tornar um com Ele. A menos que aprendamos como fazer isso, não poderemos nos valer da Onipresença, Onipotência e Onisciência de Deus.

A prece, às vezes chamada de comunhão, é a via de acesso ao contato com Deus; através dela, descobrimos nossa unicidade com Deus, nós conscientizamos Deus. Ela é o meio de se trazer à experiência individual a atividade, a lei, a substância, o suprimento, a harmonia e a totalidade de Deus. Este é um dos pontos mais importantes que um estudante de sabedoria espiritual deve saber, praticar, compreender e vivenciar.

Na compreensão da infinita natureza de Deus, entendemos a infinita natureza de nosso próprio ser. “Eu e o Pai somos um” é o fato a nos garantir a natureza infinita do seu e do meu ser. Isto independe de sermos ou não estudantes da Verdade; depende de nosso relacionamento com Deus, pela natureza de unicidade desse relacionamento — unicidade. Em proporção ao nosso progresso, iremos cada vez mais ouvir a respeito da palavra “unicidade”.

Qualquer coisa espiritualmente válida a certo indivíduo, seja santo ou pecador, deverá ser aceita como válida para mim e para você, porquanto o relacionamento entre Deus e Sua Criação é de uma unidade universal. Ao nos ensinar que “Eu e o Pai somos um”, Cristo foi muito cuidadoso em nos assegurar que falava de meu Pai e de seu Pai. Estava revelando a Verdade espiritual universal. Que diferenciava a demonstração de Cristo Jesus da apresentada pelos rabis hebraicos da época? Que diferenciava a demonstração do Mestre daquela de seus alunos ou discípulos? Era o mesmo relacionamento! “Eu e o Pai somos um”— meu Pai e seu Pai! Neste relacionamento em Cristo Jesus, somos todos um, em termos de Verdade ou de Realidade espiritual; logo, a diferença residia na diferença de conscientização.

O Mestre conscientizou sua identidade verdadeira. Reconheceu sua relação com o Pai, com Deus, como a Fonte de seu ser. Reconheceu Deus como sua vida — pão, vinho, água. Reconheceu, portanto, sua substância ou suprimento como infinito, sua vida como eterna, sua saúde como perfeita. Todos estes fatores tinham origem no Pai, e passaram a lhe pertencer por herança divina; revelavam o direito, o privilégio e a experiência do elo Pai-Filho. “Filho, tu estás sempre comigo, e tudo que é meu é teu.” O Mestre, em seu reconhecimento pleno dessa Verdade, podia demonstrá-la. Os discípulos, não tão convictos, não tão conscientizados, chegaram a demonstrar certo poder de cura e certo suprimento, embora em escala menor. O motivo: a diferenciação no grau de conscientização da unicidade.

O fato de você ouvir com seus ouvidos, ver com seus olhos, não constitui prece e não fará a sua demonstração; porém, se algo profundo em seu coração, uma certeza confortadora no íntimo de sua consciência lhe disser: “Sim, isso é a Verdade! Eu sei que somente nessa conscientização sou um com o Pai”, então será esta a medida de sua percepção da natureza da prece. A prece é a certeza da Verdade dentro de você. Ela nunca significa ir a Deus por alguma coisa; nunca significa desejar algo, exceto o desejo de conhecer Deus, ou tomar maior consciência de Sua Presença. Muitos estudantes, tão plantados na velha teologia ou na metafísica mental moderna, vivem na crença de que podem ir a Deus em busca de algo: saúde, suprimento, emprego, companhia ou cura; e acabam, em vista disso, adiando a própria demonstração de harmonia.

Nenhum bem lhe fará ficar a pensar em sua vida, sua saúde, seu suprimento; nenhum bem lhe fará dirigir-se a Deus munido de alguma requisição, pedido ou desejo, pois Deus nada possui que nEle possa estar retido, e Deus não retém coisa alguma que faça parte de Sua posse; Deus é ser ativo infinito. Tudo que Deus É, e tudo que possui, está fluindo constantemente em manifestação, expressão e forma. Será tolice alguém julgar que sua prece poderá influenciar Deus a acelerar a vinda de algo, ou fazer com que Ele lhe traga algum benefício.

A harmonia vem rapidamente à sua experiência, tão logo concorde que não há sentido algum em se dirigir a Deus em busca de algo. Lembre-se: quando digo “concordar”, falo de uma sensação de certeza, de uma concordância interna ou profunda convicção, e não de um mero falar superficial do tipo: “Sim, eu acredito, concordo com o Mestre. Sou cristão e aceito o seu ensinamento.” Esse tipo de aceitação é o mesmo que nada! Você pode sentir a veracidade desse fato? É capaz de sentir a verdade desta tremenda revelação do Mestre, de que “o Pai sabe que necessitais de todas estas coisas…que é de Seu agrado dar-vos o Reino”? Caso não se sinta convicto, não vá a Deus em busca de alguma coisa. Trabalhe dentro de você mesmo; ore no interior de seu próprio ser; realize uma comunhão interna, até perceber uma concordância, um sentimento de que o Mestre realmente sabia que o Pai conhece todas as suas necessidades, e que, antes que Lhe peça, é de Seu agrado dar-lhe o Reino.

A prece é um reconhecimento desta Verdade do amor de Deus por Sua própria Criação; é um conhecimento interior de que jamais o Pai abandonou a Sua Criação. Quando olhamos para o mundo e vemos doença, pecado, morte e calamidade, ficamos prontos para questionar tudo isso; porém, nesse procedimento, estaremos desconsiderando a sabedoria de João, quando nos adverte: “Não julgueis pelas aparências, mas segundo julgamento justo”.

Temos nos dedicado a ver com os olhos e a ouvir com os ouvidos, quando deveríamos estar vendo com os olhos interiores e ouvindo com os ouvidos interiores, com aquela percepção espiritual que não julga pelas aparências, mas pelo julgamento espiritual. E então, saberíamos que todo pecado, doença, morte, carência, limitação e caos, reinantes no mundo de hoje, surgem por um só motivo, e surgem àqueles que vivem pelo sentido material; àqueles que ainda estão voltados a querer ou desejar obter, adquirir e buscar alguma coisa; àqueles que desconhecem a natureza infinita de seu próprio ser, bem como o fato de que, devido a ser infinita esta natureza, eles deveriam DEIXÁ-LA SE EXPRESSAR a partir deles próprios, em vez de viverem tentando acrescentar algo à infinitude.

(*Nota: conforme dito no post anterior, é justamente o "buscar", o "esforçar", o "desejar" que constituem o impedimento para ter o contato com a Realidade Espiritual. Não precisamos realmente fazer nada de nossa parte, mas apenas entrarmos num estado de desapego, de aceitação, de "deixar fluir". E o Infinito em nós cuidará de Se expressar a Si mesmo, e irá fazer isso através de nós, servindo-se de nós como Seu instrumento. Seremos como um bambu oco, uma flauta, a qual Deus irá Se servir para tocar a Sua música. Se algo é infinito, o que podemos fazer em relação a ele? Podemos acrescentar ou diminuir-lhe algo? Jesus disse que não temos poder para acrescentar um côvado que seja à nossa estatura. Porque nada pode ser feito em relação ao Infinito. Por isso Goldsmith diz que somente aqueles que desconhecem a natureza infinita de seu próprio ser é que no mundo vivem "buscando", "tentando", "desejando"... as pessoas estão tentando fazer as coisas por si mesmas. Mas a infinitude não pode ser acrescentada nem diminuída. Jesus, por conhecer tão perfeitamente a Deus, o Infinito Invisível, a Grande Realidade, disse: "Eu de mim mesmo nada faço, nada posso. O Pai que está em mim é quem realiza as obras". Os ensinamentos bíblicos dizem que "as obras de Deus são permanentes, tudo já está feito". Onde? No mundo visível que vemos com nossos olhos carnais? Não. Este mundo visível não existe realmente, não é a Realidade, porque é transitório e mutável. Somente o Mundo Infinito, a Realidade Absoluta, o Jisso - apenas isto não muda. E este é o lugar onde cumprem-se as palavras da Bíblia e os ensinamentos do Mestre Jesus. Este mundo, o Reino de Deus é a única e grande coisa que vale a pena ser buscada. "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e sua Justiça, e todas as demais coisas lhe serão acrescentadas". O Reino de Deus é o Infinito. Logo, como tudo já está feito, é natural que as "demais coisas" já estejam lá "por acréscimo".)

A prece comumente aceita, ortodoxa ou metafísica de cunho mental, deve falhar por ser na maioria tentativa de se obter algo, acrescentar algo, realizar algo ou receber algo, quando a natureza infinita de nosso ser, um com Deus, implica em estarmos com nossos “recipientes” já lotados. Tudo que é do Pai é nosso! Algo mais nos poderia ser acrescido? Browning, o grande poeta, registrou em seus versos o segredo maravilhoso: “A Verdade está dentro de nós mesmos… e o conhecimento… consiste em abrirmos espaço para que escape o esplendor aprisionado…”.

Quando julgamos pelas aparências, submetemo-nos à crença causadora de toda confusão e discórdia da existência humana: o julgamento do bem e mal. Isto é bom; aquilo é mau; assim rotulamos tudo! Naturalmente, aquilo que hoje é chamado de bom, pelas mudanças de regras sociais poderá ser chamado de mau amanhã. E coisas hoje ditas muito más, talvez se tornem normais, naturais e comuns a todos no amanhã. Porém, não estaremos vendo assim enquanto estivermos julgando pelas aparências. Estaremos julgando segundo os padrões atuais da sociedade ou tradições do momento, regras a nós impostas; desse modo, instantaneamente rotulamos tudo como coisa boa ou má, julgando tudo com base em opinião, crença e teoria humanas. Enquanto estivermos encarando o mundo com olhos humanos, sempre estaremos achando algo bom e algo mau, muito embora essa classificação se altere a cada geração que passa.

Para que haja uma compreensão correta da natureza da prece, precisamos, neste instante, abandonar nosso julgamento humano em termos de bem e mal. Não podemos continuar a enaltecer nosso senso de sabedoria psicológica, permitindo-nos julgar as pessoas de nossa família, do círculo profissional ou de nossa comunidade. Deveremos deixar de lado nossas opiniões de bem e de mal, de inteligência ou de ignorância, de honestidade e desonestidade, de moralidade e imoralidade, para termos condição de ver cada indivíduo sem qualquer condenação, sem qualquer crítica e sem qualquer julgamento, unicamente estabelecidos na "percepção de que Deus É!"

Deus É; A Vida É. Não nos é permitido fazer qualquer julgamento que ultrapasse esse ponto. Deus É. Trata-se de um treinamento para deixarmos de emitir opiniões. É muito fácil e agradável, para o ego de alguém, ser um bom juiz da natureza humana, ser humanamente capaz de avaliar aqueles que encontra; e, humanamente, talvez ele até esteja julgando certo. Entretanto, se ficarmos olhando o mundo e julgando a humanidade, colocando rótulos nas pessoas, e permanecendo no âmbito das opiniões e análises humanas, somente atrairemos confusão. Há uma só forma de escaparmos disso tudo e ficarmos apartados: concordando que Deus fez tudo que foi feito, e que tudo que Deus fez é bom; concordando que Deus, Espírito, é a vida, a Alma, e a mente do ser individual. Como poderíamos aceitar um ensinamento que revela Deus como a Vida de toda a existência, como o Princípio criativo de todo ser, e, paralelamente, ficarmos classificando alguma coisa como boa ou como má?

A mulher flagrada em adultério não foi rotulada pelo Mestre: “Mulher, onde estão os teus acusadores?… nem eu, também, te condeno”. E ao cego de nascença, “Nem este homem pecou nem seus pais.” Você está percebendo a necessidade de se abandonar toda censura, toda condenação que se fundamenta em aparências? Toda revelação ou ensinamento espiritual registrado desde 1500 AC. está baseado nos postulados: “Ame a seu próximo como a si mesmo”, e “Faça aos outros o que gostaria que lhe fizessem”. A prece é nosso contato com Deus, e não teremos contato algum com Ele, a menos que amemos nosso próximo como a nós mesmos. O primeiro passo para conseguirmos amar verdadeiramente aos nossos irmãos é cessarmos com todos os nossos julgamentos em relação a eles. Quando os julgamos pelas aparências, imediatamente os condenamos, uma vez que não estaremos vendo-os como Deus os criou, mas reforçando com a nossa visão uma aparência ilusória. Quando aprendemos a olhar com a visão correta para o nosso próximo, isso já é amor.

Esta prática, logicamente, nos irá tirar de muitas das nossas discussões de cunho político ou social, pois não seremos mais capazes de culpar familiares, amigos, sócios ou lideranças políticas pelos nossos problemas, circunstâncias e depressões. Isto nos exigirá disciplina, e irá nos exigir mais o seguinte: um profundo e grandioso amor a Deus. Ninguém poderá penetrar na sagrada atmosfera de Deus exalando críticas, julgamentos e condenações referentes ao próximo. “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti; deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem e apresenta a tua oferta” (Mt.5:23-24.)

Não é possível que haja demonstração espiritual enquanto continuamos presos às opiniões humanas de bem e mal. Quando olhamos para o mundo sem opiniões, julgamentos ou rótulos— mesmo os bons—, conscientizando que DEUS É, criamos uma espécie de vazio interior. Neste vazio aflora a sabedoria espiritual capaz de definir e avaliar o que está diante de nós, e isto se mostrará inteiramente diferente de nossa estimativa humana. Chega-nos à consciência uma espécie de calor, uma sensação de amor pela humanidade, e a percepção de que Deus é a totalidade da Existência. Quando alguém contempla esta revelação da verdade espiritual, encontra-se pronto para dar o passo seguinte: o passo que o torna um praticista de cura espiritual, um salvador, um reformador, um supridor no universo aparente.

Este é o momento em que devemos olhar para toda condição, seja de prisão em cárcere, em corpo doente, em falta ou limitação, sem lançarmos opinião de bem e mal. Devemos poder encarar qualquer situação e circunstância com a conscientização de que DEUS É . Ser-nos-á requerido um elevado grau de consciência espiritual, para olharmos uma doença séria e sermos capazes de contemplar o Cristo. Isto não quer dizer que olharemos para o pecado, a doença, a pobreza, o cárcere, para rotularmos tudo aquilo de “bom”. Não significa que faremos afirmações mentais de que aquilo é espiritual ou harmonioso; tampouco consideraremos que algo seja “mau”, munidos da intenção de superá-lo, melhorá-lo ou curá-lo. Não, não, não. Falamos de um abandono/desapego de todo julgamento humano, na conscientização de que somente DEUS É - DEUS, SOMENTE, É .

Talvez você pergunte: “Que princípio está aqui envolvido?” No reconhecimento de Deus como infinito, poderia você admitir um doente, um pecador, uma condição de pecado ou de doença? Poderia você aceitar uma pessoa ou condição necessitada de cura, mudança ou melhoria? Não, não poderia. Que ocorre quando você testemunha o que o sentido humano chama de “erro”, e ora para removê-lo? A resposta é uma só: ocorre o fracasso.

Lembre-se: você não foi chamado para olhar pessoas e condições errôneas e chamá-las de boas ou espirituais, nem para dizer que uma pessoa em erro é o Filho de Deus. Uma pessoa assim não é o Filho de Deus. Você foi chamado para eliminar toda opinião, teoria ou crença, deixando de lado todo julgamento. Não declare que algo ou alguém seja bom. Disse Cristo: “Por que me chamas bom? Não há ninguém bom, exceto Deus.”

Não vamos chamar nada nem ninguém de bom, mas também não chamaremos de mau. Aprenderemos a olhar para qualquer pessoa e condição com apenas duas palavrinhas: "DEUS É", ou "ELE É" . É — É— É: … nunca “será” curado, melhorado, removido. DEUS É . A Harmonia É. Ele É! ELE É AGORA!

Na percepção de que DEUS É, será revelada toda entidade e perfeição espiritual. E então, você não estará vendo o mal humano transformado em bem; não estará vendo pobreza humana transformada em riqueza; não estará vendo doença humana transformada em saúde; não estará vendo culpa humana transformada em virtude; entretanto, estará percebendo a atividade e Lei de Deus presentes exatamente onde parecia existir uma pessoa boa ou má, uma condição boa ou má.

Não buscamos transformar uma humanidade má em humanidade boa. O objetivo deste trabalho e estudo é alcançar “aquela Mente que estava em Cristo Jesus”, isto é, alcançar o mesmo estado de consciência espiritual manifestado por ele, a fim de contemplarmos o mundo espiritual, o homem espiritual, o Filho de Deus. “O Meu reino não é deste mundo”. O reino de Deus é um reino espiritual, um universo espiritual, governado por lei espiritual. Ele é uma SUBSTÂNCIA espiritual sem começo e que não terá fim.

Podemos compreender melhor esse fato se analisarmos que jamais houve um tempo em que duas vezes dois não fosse quatro. Nunca houve tempo em que uma semente de roseira deixasse de produzir rosa. A lei “semelhante produz semelhante” vem vigorando desde antes que o tempo existisse. Ela sempre foi, é e será. A oração, no sentido comum de prece, não irá provocar esse efeito. Todo “bem” JÁ É.

Mesmo no âmago das chamadas “depressões econômicas”, a terra continuava abarrotada de frutos, os oceanos repletos de peixes, os céus repletos de pássaros. Deus não tem poder para aumentar o Seu suprimento. JÁ É INFINITO! É maior do que a terra possa usar. Ele ainda é, apesar da aparente falta de provisão e dos preços elevados que somente a ignorância é capaz de explicar. O mundo está produzindo mais do que pode consumir ou utilizar. Orar a Deus por aumento de suprimento irá realmente fazer crescer a quantidade de produtos ou benefícios? NÃO! Já existe mais que o suficiente para o mundo todo!

Naturalmente, uma pergunta poderá surgir: “Como nos valeremos desta suficiência?” Resposta: “Através da prece.” Que é prece? A prece é este sentimento, esta convicção, este saber interno que estas palavras são verdadeiras. DEUS É. Você mudaria esse fato? Mudaria algo feito por Deus? Pediria melhorias no universo de Deus? Pediria a Deus para deixá-lo influenciar as leis, a substância e a atividade de Sua própria criação? “Sim, mesmo que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo.”(Salmo 23:4.) DEUS É. Teríamos de orar por algo mais? O sentimento de certeza da declaração “DEUS É”, constitui a sua prece. Exatamente agora, ela lhe será o bastante, desde que possa você abrir mão de todos os seus desejos, vontades e mesmo esperanças, para deixar este sentimento, esta realização, conduzi-lo a planos mais profundos de consciência, fazendo-o penetrar nos reinos mais profundos da prece. DEUS É. Isto não basta?

(Nota: Por que todos os ensinamentos espirituais dizem que não podemos entrar no mundo da iluminação a menos que paremos o nosso desejo? É porque, quando desejamos, isso é um ato humano. E homem algum é capaz de salvar a si mesmo. O mundo da iluminação é visto pela Graça! "Desejos", "vontades", "esforços", "esperanças" - não existe forma mais eficiente de bloquear nossa visão/compreensão espiritual. Por isso, todos os iluminados dizem: pare com o desejo, pare com o seu fazer, pare com a sua busca. Deus está em todos os lugares; por isso, quando paramos de correr na esperança de encontrá-lo - quando paramos completamente -, Ele vem! Onde quer que estejamos, Ele vem. "Parar" significa "criar" dentro de nós algo que podemos chamar de "vazio interior". Quando criamos em nós este "vazio interior", de repente Deus corre em nossa direção e entra naquele espaço e o preenche. Esta realização, este preenchimento ocorre por si mesmo. Não fazemos coisa alguma de nossa parte. Não tentamos ter uma compreensão espiritual. Apenas nos mantemos aquietados. E nisso, cumprem-se as palavras dos Salmos: "Aquieta-te e sabe: Eu Sou Deus". Não diz "Aquieta-te e tente descobrir que Eu sou Deus". Quando nos aquietamos, a resposta, a compreensão evidencia-se a si mesma, porque ela já existe! Se ficarmos quietos, saberemos automaticamente, naturalmente, espontaneamente. A realização alcançada neste estado de profundo silêncio nos conduz aos reinos mais profundos da Consciência. É ela - a Consciência - quem nos mostra, sempre ela! Quando tentamos sondar ou explorar, por nós mesmos, a Consciência, acabamos interferindo em todo o processo. Deus não atua onde o homem atua, porque não conhece o mundo do homem, não conhece aquilo que conhecemos e chamamos por "homem". Deus conhece apenas o seu Reino e vê apenas a Si mesmo aparecendo como cada um de nós. Por que? Porque é Infinito. Não há "homem" existindo ao lado de Deus, porque Deus é tudo. Aquele que acredita em "Deus" e no "homem" está acreditando na existência de outra presença ao lado Presença Única e Absoluta de Deus e, assim, violando o Mandamento que diz: "Eu sou Deus, e ao lado de Mim não há outro", "Não terás outros deuses diante de Mim". O Velho Testamento diz que "Deus é um Deus ciumento". Porque não admite outros. A Verdade Suprema é: Deus é tudo. Só existe Deus. Por isso, Deus É!)

Agora eu reafirmo: não julgue pelas aparências. Olhe para cada pessoa, cada coisa, cada situação, munido somente desta compreensão: DEUS É! A partir daí, deixe a Realidade Espiritual se tornar visível pela ação de seu Pai interior.


sexta-feira, julho 17, 2009

Compreendendo o Jisso

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(Jisso - O Aspecto Real, a Imagem Verdadeira da Vida)


Para compreender o Jisso, não é necessário esforço. Não é necessário uma busca. Não é necessário fazer coisa alguma. A busca e o esforço pertencem ao mundo transitório, mundo que é fenomênico, ilusório. O mundo Real não é "deste mundo". Quando ocorre alguma ação no mundo, isso é o homem "fazendo". Todo empreendimento de ações ou de esforços pertence ao fazer humano - e Deus jamais atua onde atua o homem. Deus age, realiza suas obras, mas opera tudo isso na Sua Realidade Absoluta, que é o Reino de Deus, o Reino dos Céus, o Mundo do Jisso. Quando o homem se esforça, quando ele age e busca no mundo -- tentando compreender/perceber o mundo único de Deus --, isso é "mera ação do homem egoísta que se julga separado de Deus e, por isso, procura alcançá-lo". Deus não atua onde atua o homem. Mas Deus pode atuar como o homem, por meio do homem, utilizando-se do dele como um "canal". Quando ocorre isto, não é o homem atuando, mas Deus.

Não é o homem que compreende Deus e seu Reino - Deus é quem mostra. E é por isso que não é necessário esforços humanos. O que o homem necessita fazer é se aquietar e acalmar todos os seus esforços: os esforços no sentido de "se esforçar" e também os esforços no sentido de "não se esforçar". Quando o homem, na tentativa de ver o Jisso, aprende a parar com essas tentativas de esforços, de repente ei-lo ali! O homem não necessita realmente fazer nada; a ele basta perceber que "a visão já está sendo vista", "a percepção já está sendo percebida", tudo já é! A porta por onde ele entrará e que o fará "ver" já existe, já está lá, pronta, sempre lá. É assim que se "entra" no mundo de Deus.

O problema básico e principal é o homem achar que, para conseguir perceber, ele deverá primeiro aprimorar-se em algum sentido. As pessoas pensam que para chegar "lá" será necessário a elas fazer um exame de consciência, orar mais, meditar mais, compreender as coisas um pouco mais, expandir a consciência um pouco mais, purificar um pouco mais a sua mente... tudo isso (e muito mais) na verdade é desnecessário. Uma pessoa que possuidora de pouco entendimento espiritual possui as mesmas chances de captar o Jisso que possuem os homens abarrotados de conhecimentos espirituais. Conhecimento mundano e conhecimento espiritual - tudo isso pertence a o mundo fenomênico e transitório. Uma pessoa pode possuir muito ou pouco conhecimento espiritual - qualquer um deles existe/pertence ao mundo que não é o Real. Por isso, no que diz respeito ao Jisso, nenhum deles influenciará "para mais" ou "para menos", em qualquer sentido. Porque Deus concede a todos a mesma possibilidade, as mesmas oportunidades. É um Deus justo! O homem que busca conhecer Deus tentando meditar, orar e adquirir cada vez mais conhecimentos está movendo-se no mundo, está partindo do mundo e rumando para o seu destino final e inevitável: o próprio mundo. E o homem que também não está nem aí para Deus move-se no mundo da mesma forma. A diferença de um de de outro é que o primeiro possui a vontade de conhecer, enquanto o segundo não a tem. Mas ambos movem-se no mundo.

Para conhecer a Deus, é necessário o buscador deixar de mover-se no mundo. Para que isso aconteça, é preciso haver uma entrega total, um estado de completo abandono, uma mente (um estado mental) de absoluto desapego. Essa postura mental de desapego surge quando o homem cessa com seus esforços "no sentido de esforçar-se para alcançar", bem como com seus esforços para "fazer cessar seus esforços". Então ele deixa o mundo e subitamente se vê na dimensão onde não é ele quem faz. Não foi preciso a ele fazer esforço pessoal algum, ele viu pela Graça! "Filho, é do agrado do Pai dar-te o Reino", disse Jesus. E o mundo não pára; coisas continuam a acontecer, mas é o Pai quem estará fazendo. "As minhas obras, eu de mim mesmo não as realizo. Mas o Pai quem está em mim, este realiza as obras".

O que importa não são as ações realizadas no mundo pelo homem. E mesmo a busca, mesmo a tentativa de tentar alcançar, são a barreira que impedem o homem de "conseguir".

Outro dia, conversando com alguém sobre este assunto, tal pessoa afirmou que para que consigamos compreender a Verdade, deveríamos estar dispostos a manter uma mente sempre aberta, dispostos a apagar tudo o que sabemos e, assim, recomeçarmos do zero. Deveríamos fazer isto várias vezes quanto necessárias! Recomeçar do zero a cada dia. Isso constituiria um comportamento virtuoso, um ato humilde (mas, na verdade, é um ato imbuído de ego) e espiritual. Manter a mente aberta ou mantê-la fechada, tanto faz - não há meio mais eficiente para atrasar a nossa compreensão espiritual! A compreensão da Verdade não virá através de nada disso! Não é importante o que o homem faz. O homem pode agir com a presunção de que sabe sempre cada vez mais, ou pode agir com a humildade de recomeçar do zero a cada dia - este não é o ponto. Porque ambos eles constituem esforços humanos. Não é importante o estado humano (físico, intelectual, mental, espiritual) que a pessoa se encontra. Deus olha para seus filhos e diz: "filho, se você permitir, eu lhe salvo agora, na forma em que você estiver, na condição que você estiver, onde você estiver, seja quem você for - nada disso importa. Apenas se entregue a Mim". E é assim que Deus arrebata seus filhos para o céu, para o Reino. O ensinamento do Budismo da Terra pura diz que o Buda Amitabha viveu uma vida de imenso sofrimento - assim como Jesus Cristo, O Buda Amitabha sofreu por todos os homens deste mundo, e não somente pelos homens de sua época, mas pelas pessoas de todas as épocas e eras - e os tomou todos sobre si, para que ninguém mais precisasse sofrer para entrar no Céu, no Nirvana, na Terra Pura, no Jisso. E após ter sofrido tanto quanto Jesus Cristo, e ter finalmente atingido a iluminação espiritual, o Buda Amitabha declarou: "Escolhi sofrer no lugar de todos para remir a humanidade. De hoje em diante, aquele que crer em mim e chamar pelo meu nome, eu o salvarei onde ele estiver, como ele estiver, quem quer que ele seja". E, desde então, alguns budistas têm tido como principal prática espiritual a entoação e repetição do nome de Amitabha, através do mantra "Namu Amida Butsu" ou por "Namandabu" (que é a contração do mantra mais extenso).

Jesus diz: "Vinde a Mim, os que estão cansados e sedentos, e EU vos aliviarei", "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida...", "Aquele que crer em MIM, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva... e ainda que ele morra, viverá", "Se pedirdes ao Pai em meu nome, sereis atendidos". Buda diz: "Aquele que crer em MIM e chamar pelo meu nome, será salvo e eu lhe mostrarei a Terra Pura". Krishna diz: "Mas, quem de coração puro se voltar a MIM e fizer em meu espírito tudo quanto faz - quem renunciar a si mesmo e, dia e noite, firmado em MIM, me servir -, esse será salvo por MIM do tempestuoso mar da existência desse inconstante mundo do nascer e do morrer, porque buscou refúgio em MIM.” Deus é misericordioso demais! Só existe um EU. Este EU apareceu neste mundo como Jesus, como Buda, como Krishna e, por Revelação, está aparecendo também como cada vida existente, como cada um de nós. Possuímos o mesmo Espírito, a mesma Essência, porquanto no universo inteiro há um único EU, uma única Presença, uma única Vida. Esta é a Revelação. Os iluminados compreenderam esta Unicidade. Este EU único é o que tem aparecido através dos tempos para mostrar a humanidade o Caminho da Vida.

No livro "A Verdade da Vida, vol. 01", o Professor Masaharu Taniguchi relata uma experiência mística/espiritual que de fato foi vivida por um homem que ele havia conhecido. Segue a transcrição do texto:

"O sr. Giichi Ano era um respeitável seguidor do Budismo. Mensalmente convidava um mestre budista e realizava uma reunião para que jovens e fiéis de sua vila pudessem ouvir boas palavras. Desde quando era jovem de uns 20 anos, pensava seriamente sobre o assunto "vida". Quanto mais pensava, mais foi-se embaraçando nos indecifráveis sofrimentos humanos e chegou a um ponto tal de confusão, que pensou até em se matar, tamanha era sua seriedade. Ele era herdeiro de uma fábrica de molho de soja, por isso, do ponto de vista econômico , não havia propriamente que sofrer. E também não sofreu porque tivesse uma saúde débil. Sofreu psiquicamente a ponto de querer morrer, por pensar em assuntos como o que vem a ser a "vida", o que vem a ser o "homem", o que vem a ser o "desejo". Ainda jovem, com cerca de 20 anos apenas, chegou a sofrer tanto com tais problema; só por isso podemos imaginar o quanto era séria, por natreza, a personalidade do sr. Ano. Quando ouvi esta história do Sr. Ano senti admiração pela seriedade de sua personalidade. Nessa ocasião, o sr. Ano, para resolver o sofrimento da vida, estava fazendo a invocação de Amitabha, sentado em posição de prece, confinado num quarto. Então, certo dia, teve uma visão, na qual contemplou nitidamente uma situação que parecia um paraíso búdico, cheio de luz. Quando viu claramente com seus olhos o aspecto daquele mundo exclusivamente de luz, apagou-se completamente, sem deixar sinal, o seu sofrimento pela vida de treva que levava e, depois disso, o que preenchia seu coração era pura alegria e regozijante bem-estar. Esta visão, na qual lhe foi mostrado o mundo exclusivamente de luz, persistiu por cerca de um mês. Era demais a alegria, demais o regozijo, e nasceu um desejo de experimentar mais uma vez, como antes, o sofrimento em relação à "vida". Ele orou assim: "Permita-me sofrer mais uma vez em relação à vida." Então, de fato, repentinamente, se interrompeu a sua clarividência e apagou-se do campo visual o mundo exclusivamente de luz. Desde então, ele continuou a sofrer a respeito da "vida", exatamente na forma como pediu na oração e, somente agora, conseguiu dominar o sofrimento da vida que ele próprio procurara. (...)" (A Verdade da Vida, vol.01; pg. 184-186)

Essa foi a experiência vivida pelo sr. Giichi Ano, e deu-se através da clarividência. O Jisso verdadeiro não é algo que possa ser "visto", "ouvido", ou "tocado", mesmo que seja por meio dos sentidos espirituais mais sutis. Portanto, o mundo que o sr. Giichi Ano viu não era o verdadeiro Jisso, embora tal mundo o representasse. O Jisso verdadeiro está além de todas as formas. Por isso, "entrar" no Jisso, ou perceber o Jisso, não significa que a pessoa necessariamente terá visões paradisíacas ou celestiais. O Jisso absoluto simplesmente não pode ser captado por nenhuma espécie de sentido (material ou espiritual). Mas isso não constitui empecilho para conseguirmos ver o Jisso. Nós o vemos, mas o fazemos com outra espécie de "olhos" - são os "olhos do Jisso", ou, conforme ensina a Bíblia, a Mente de Cristo. Somente o Jisso vê o Jisso. Somente a Mente Divina vê a existência divina. Somente Deus vê Deus. Tentar ver Deus com outro instrumento que não seja a própria "Mente de Deus" é mera tentativa fútil. Por isso é que Cristo tomou sobre si as dores e os pecados de toda a humanidade. Por isso é que Jesus e o Buda Amitabha tomaram sobre si os sofrimentos de toda a humanidade: para que, no momento em que pedíssemos a eles, tivéssemos acesso incondicional ao Mundo de Deus, à Terra Pura. O segredo para entrar no mundo do Jisso consiste no fato de que nós podemos entrar nele exatamente assim como estamos agora. Não faz diferença se estamos melhores ou piores do que já somos - a dificuldade (assim como a facilidade) de entrar permanece a mesma. Não precisamos melhorar ou sequer mudar nenhum pouco. Somos aceitos como somos.

São poucas as pessoas que conhecem a história de Amitabha - ele foi outro grande Buda histórico. Sidharta Gautama, o Sakyamuni, não foi o único homem a tornar-se Buda. Amitabha foi anterior a ele e, inclusive, várias vezes, Sakyamuni faz referência ao Buda Amitabha para seus díscípulos durante a pregação de suas verdades. O Buda Amitabha possui a mesma história de Jesus Cristo - em épocas diferentes, cenários diferentes, culturas/costumes diferentes... mas a trama é a mesma. Isso mostra que Deus tem se manifestado através dos tempos para conduzir a humanidade a salvação. E a salvação é incondicional! Não depende de condições, esforços, não-esforços, buscas, não-buscas... é incondicional! Porque provém de um lugar que "não é deste mundo". Então, nada que seja deste mundo possui qualificação suficiente para levar-nos à Salvação, que nos é concedida por Deus. A salvação de Deus só pode ser pela Graça - porque não é deste mundo.


"O meu Reino não é deste mundo"


Se, ao ler este texto, você conseguiu perceber o ponto, a sua mente atingiu um certo estado de liberdade, de "libertação". Este estado de libertação deve ser cultivado no dia a dia. Devemos nos recolher a ele sempre que for possível e, assim, nos aprofundarmos neste "vazio", neste "silêncio", cada vez mais. O mundo seguirá sozinho, sem nenhuma interferência de nossa parte (isso inclui os atos que estaremos praticando - não seremos nós as pessoas a fazê-los. Eles simplesmente acontecerão), coisas poderão ser-nos mostradas... Tudo ocorrerá conforme a vontade do Pai. Conforme vamos progredindo em nossa habilidade de "acessar" e "permanecer" no mundo do Jisso, começaremos a comprovar algumas das promessas de Cristo em nossas vidas, como, por exemplo, quando ele diz: "Buscai em primeiro o Reino de Deus e a sua Justiça e as demais coisas lhe serão acrescentadas", "Não vos preocupeis com o que haverão de comer ou de vestir, pois o Pai sabe de todas as tuas necessidades", "Vossa oração foi atendida antes mesmo de a pedirdes".



"(...) Vede, eis o mundo da Imagem Verdadeira!
O Mundo da Imagem Verdadeira é o Reino do Pai,
é o Reino dos Céus,
é o Paraíso.
No Reino do Pai há muitas moradas.
Todas as moradas do mundo da Imagem Verdadeira são Seicho-no-Ie.
Logo, para seus moradores,
não há fome,
não há tristeza,
não há discórdia,
não há doença;
tudo o que é necessário aparece segundo a vontade de cada um
e, cumprida a finalidade, desaparece por si mesmo.
Mundo de harmonia, de fartura,
de pureza, de beleza sublime,
eis o mundo da Imagem Verdadeira!
Eis o vosso mundo!
Não é sonho! É a Imagem Verdadeira!
Não existe outro mundo além deste!"
(Sutra Sagrada: Chuva de Néctar da Verdade; Seicho-no-Ie)


"Neste momento, todos os doentes já estão curados e podem se levantar de seus leitos."
(Seicho-no-Ie)


quarta-feira, julho 15, 2009

A filosofia do Jisso!

Masaharu Taniguchi


"Seimei no Jisso" significa Aspecto Real da nossa vida. A Ciência da Vida pesquisa o aspecto fenomênico da vida, isto é, apreende a vida, como fenômeno. A vida, como fenômeno, manifesta-se de variadas maneiras, conforme mudem as condições. Ou seja, após nascer: cresce, envelhece, adoece e morre. Portanto, a vida fenomênica é inconstante. Uma coisa que, dessa forma se transforma, não é Realidade. O Ser Real não sofre transformações e é a coisa imutável que está por trás daquilo que se transforma. Para que seja possível a ocorrência de uma transformação, em outras palavras, para que "A" possa se transformar em "B", é necessário que haja um corpo verdadeiro imutável que, enquanto "A" se transforma em "B" seja comum tanto a "A" como a "B".

Na ausência deste corpo verdadeiro, imutável, se houver o desaparecimento de "A" e o aparecimento de "B", "A" e "B" serão coisas completamente distintas e sem relação alguma entre si. Então, não poderíamos dizer que "A" se transformou em "B". "A" se transforma em "B" tendo no FUNDO o corpo verdadeiro perene e imutável, que não se transforma. Tanto "A" como "B", que se manifestam como transformações, são fenômenos e o corpo verdadeiro, perene e imutável, que está por trás das transformações, é o Jisso.

Nós nascemos, crescemos, envelhecemos, adoecemos e morremos - em outras palavras, sofremos transformações - mas, ensinanos a Fisiologia que as células corporais com as quais nascemos estarão completamente repostas por novas células após 15 anos de vida. Ou seja, segundo a Fisiologia, uma pessoa considerada no dia de hoje e a mesma pessoa há 15 anos atrás são, do ponto de vista do corpo físico, duas pessoas totalmente distintas uma da outra. Porém, a personalidade daquelas duas pessoas é a de uma única pessoa e há continuidade; tanto que, ela é responsável, ainda hoje, passados 15 anos, por um ato que tenha praticado 15 anos antes. O fato de uma pessoa ser responsável por um ato praticado pelo seu corpo físico, que está completamente reposto decorridos 15 anos, mostra que a continuidade da personalidade não é continuidade do corpo físico. Este é o sentido da expressão: "O homem não é corpo físico" que uso na filosofia "Seimei no Jisso".

Dei o nome "Seimei no Jisso" à vida imortal que, como Realidade, é contínua no fundo do mutável corpo físico. E, isso sim, é a "coisa verdadeira do homem". Esta "coisa verdadeira do homem" não sofre transformações, como envelhecer e morrer; é, por isso, o "eu perfeito e harmonioso que não sofre". Conhecer este "eu perfeito e harmonioso que não sofre" é despertar para o fato da "natural perfeição do Jisso". Quando se desperta, verdadeiramente, para o fato da "natural perfeição do Jisso", apagam-se os temores ao envelhecer, adoecer e morrer, e os sofrimento psíquicos e físicos da doença são extintos realmente pela influência deste despertar. Esta cura não lança mão de meios materiais e se baseia em métodos transcendentes à matéria; por isso, para se referir a este tipo de cura, uso a expressão "cura metafísica" (A cura aqui referida não se restringe às doenças físicas. Quando ocorre o despertar para o "Jisso do eu que é naturalmente perfeito", espontaneamente nasce, na mente, um estado de desapego que faz desaparecer todos os sofrimentos da vida.)

A essência de todas as religiões - em outras palavras, o princípio básico da salvação que é comum a todas as religiões - se identifica com a Verdade pregada na filosofia do "Jisso". Por isso, pessoas criadas dentro das tradições religiosas as mais diversas mostram-se muito contentes, sem mudarem de religião, continuando a reverenciar o Padroeiro da religião tradicional da família, por terem apreendido o princípio da salvação que constitui a sua essência e poderem aplicá-lo na vida prática.

"A Verdade da Vida, vol. 01 -- prefácio".


segunda-feira, julho 13, 2009

O Cristo voltando em você


Dárcio Dezolt



“O único trabalho mental a ser-lhe requerido, para que se mantenha em absoluta harmonia e paz, é reconhecer a natureza de sua própria Mente real, Deus. Assim procedendo, estará “reconhecendo-O em todos os teus caminhos”, e como em Deus, o Bem, você é naturalmente sustentado e mantido em paz, esta proteção e demonstração se tornam uma natural e constante expressão de sua própria Natureza, que é divina.” (Vivian May Williams)

Este parágrafo aponta o início do que nos cabe fazer, ao estudarmos a Verdade. Nosso “ponto de partida” é a admissão incondicional de que DEUS É TUDO! E, como Deus é perfeição, todas as aparências visíveis são meras crenças falsas, retidas coletivamente na suposta mente humana. Portanto, nosso interesse maior deve ser o de nos libertarmos destas crenças.

O apóstolo Paulo nos deixou bem claro, em I Coríntios, 2: 11-15, que “temos a mente de Cristo”, instrumento que recebemos de Deus para discernir os fatos espirituais e perfeitos da Realidade divina! A Mente real de todos nós, portanto, é Deus! E nunca esta suposta mente humana, que é falsa! Por isso, a citação de abertura diz que a ÚNICA ação mental que nos é requerida é a de nos fixarmos unicamente à nossa Mente real, divina, fazendo com Ela uma total identificação.

Cristo disse: “O reino está dentro de vós”. Este reino é a Mente divina já em nós desde o princípio! Por que não a vínhamos percebendo? Por estarmos nos identificando com o que a mente humana nos vinha mostrando sob a forma de variados quadros mutáveis e temporais. Assim, neste trecho, é sinalizada a nossa libertação: deixarmos de nos identificar com mente humana e radicalmente nos fixarmos à revelação de que “temos a mente de Cristo”. Dessa forma, como em Deus a harmonia e paz absolutas são constantes, delas desfrutaremos, simplesmente por percebermos que não existe Mente de Deus separada da Mente de cada um de nós. Deus, a Mente única onipresente, está aqui e agora manifesta COMO a Mente única que temos e que somos.

Esta identificação com nossa Mente real é facilitada quando, em silêncio contemplativo, reconhecemos que, por ser Deus a Mente única e onipresente, a Mente que Deus usa para saber de nossa existência é, necessariamente, a mesma Mente que nós empregamos para saber que Ele existe! Neste reconhecimento, três coisas nos são exigidas: radicalismo, dedicação e perseverança.


“Paulo disse: “Sois salvos não pela lei, mas pela Graça”. Graça é a ação de Deus; assim, se pretende ser salvo por Deus, o Bem, você deve saber que compartilha de Sua Natureza. De fato, você é aquela Natureza divina. Todo o conjunto de métodos, fórmulas e sistemas (leis) que foram criados jamais irão salvá-lo das falsas crenças. Sua única cura ou redenção reside na Verdade Absoluta de que em Deus, o Bem, você é eternamente salvo em virtude do que você é.” (Vivian May Williams)

Como vimos, a autora enfatiza a importância de nossa postura, diante da Verdade revelada de que “temos a mente de Cristo”. Explica que reconhecer a Deus como nossa Mente é a única ação mental que nos é exigida. Nesta segunda citação, ela salienta o papel que cabe a Deus. Deus, sendo TUDO, mantém-Se como Harmonia e Paz onipresentes. Que fazemos, quando reconhecemos nossa Mente como sendo a d'Ele? Discernimos a Unidade Pai-e-Filho! Desse modo, entendemos que é pela Graça, ação natural de Deus em ser tudo, que reside a “nossa” Harmonia, a “nossa” Paz. TUDO É UM!

Aqui, a autora salienta que precisamos ter consciência de que “compartilhamos da natureza de Deus”, ou seja, que somos Espírito, Vida, e tudo o que Deus é! Paulo diz: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (I Cor. 7-109). Em outras palavras, devemos abandonar realmente as crenças materiais sobre nós mesmos para que, de uma vez por todas, possamos aceitar os fatos espirituais, invisíveis, mas reais e já presentes.

Quando utilizamos orações com mentalizações pré-estabelecidas, mesmo que tenhamos com elas algum benefício, não teremos a “cura” ou “redenção” plenas. Por quê? Pela permanência da crença em mente humana, no dualismo, na idéia anti-crística de que ainda não somos unidade-perfeita.

Com total ausência de esforços mentais, simplesmente discerniremos, pela Graça, nossa “unidade essencial em Deus”; assim, como diz a citação, em Deus, o Bem, estamos eternamente salvos em virtude do que somos: Espírito-Vivo em Si.


“Jesus falava como “alguém dotado de autoridade”, pois aceitava as convicções de Sua própria Mente como os fatos da Existência. Ele não dependia de palavras de outros nem perguntava sobre como eles “lidariam” com certas condições. Estabeleceu a Verdade Absoluta sobre Deus e Homem tal como este fato se apresenta: uma UNIDADE, UNICIDADE. Sua percepção espiritual dava-Lhe a necessária transparência de consciência pela qual Deus e Homem pudessem ser vistos em manifestação: esta é a única cura que pode ocorrer.” (Vivian May Williams)

Aqui é exposto que a “autoridade espiritual” é a convicção que flui naturalmente em todos nós, quando assumimos a Mente divina como ÚNICA e, portanto, como “nossa” Mente atual. Desta comunhão, surge a “autoridade crística”, eliminando dúvidas, receios ou dependências, tão comuns em termos da ilusória mente humana.

Há aqui a Verdade Absoluta de que os Fatos reais não são os quadros visíveis mostrados pela suposta mente humana! São a Oniação divina que ocorre em nossa Mente crística!

Em primeiro lugar, vimos que devemos nos identificar com a Mente divina; em seguida,vimos que a nossa salvação, cura ou redenção, isto é, a nossa libertação das falsas crenças, se dá pela Graça, e não por esforços de qualquer natureza. Analisemos esta terceira citação da autora, onde ela explica o Reino de Deus já presente e já manifesto em nós, em “nossa” Mente que, reconhecidamente, é a própria Mente de Deus. Neste ponto, ficamos aptos a fazer as “contemplações da Verdade”, dotados de tudo quanto nos possa ser requerido, em termos de conhecimento, para orarmos exatamente como orava Cristo Jesus: em unidade com Deus, sem mentalizações ou esforços mentais, mas tão-somente “sendo”, simplesmente “vivendo”, “deixando o Pai fazer as obras”.

Que é este suposto “mundo visível”? É uma imagem-reflexo daquilo que reconhecemos interiormente. Na citação de abertura, diz a autora: “Jesus estabeleceu a Verdade absoluta entre Deus e Homem tal como este fato se apresenta: uma UNIDADE; UNICIDADE”. Em outras palavras, Deus é UM, e Deus é ÚNICO! Eis por que nossa identificação com esta Verdade nos liberta das crenças falsas! São falsas! Quando, em “contemplação silenciosa”, testemunhamos Deus sendo o Cristo de nosso ser, percebemos nossa UNIDADE com a Ação Global universal (Oniação). E discernimos o sentido das palavras de Jesus: “O Reino de Deus não virá visivelmente, pois, eis que está dentro de vós”.


“Não mais necessitaremos de receitas ou fórmulas quando verdadeiramente compreendermos que Homem e Deus são um. Uma repetição de palavras de outros e uma constante confiança em livros ou lições acabará tornando alguém escravizado a alguma outra personalidade, em vez de deixá-lo confiante em seu próprio Cristo.” (Vivian May Williams)

“Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. Pois, se nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é, porventura, Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma. Porque se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor. Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim. Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde.” (Gálatas 2; 16-21).

O objetivo único aqui é exatamente este, citado pela autora: “verdadeiramente compreendermos que Homem e Deus são um”. Incluímos, acima, a passagem bíblica em que Paulo critica quem, tendo sido justificado pela fé em Jesus Cristo, ainda se mantém na arcaica crença em pecado e pecadores. Critica também as doutrinas que consideram a salvação um fruto de evolução mental ou algo a ser conquistado pelo ser humano através de supostas leis de causa-e-efeito.

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim”. Em outras palavras, Paulo revela a “VOLTA DO CRISTO” em seu próprio ser , tal como temos aqui exposto. E, esta “volta”, também segundo ele, se dá pela Graça! Caso não fosse, “Cristo teria morrido em vão”!

Eis a missão crística: “ir atrás das ovelhas desgarradas”. Se, após receber estas revelações, você deixar radicalmente de lado toda dependência a mestres, autores e livros, para tão-somente se dedicar à constante percepção de que DEUS E HOMEM SÃO UM, DEUS E VOCÊ SÃO UM, O CRISTO ESTARÁ “VOLTANDO” EM VOCÊ! E SENDO VOCÊ!

quinta-feira, julho 09, 2009

Sutra para cura espiritual

(Chuva de Néctar da Verdade)


Um dia, o Anjo retorna à Seicho-No-Ie e recita:

Prossegue sem temor o curso de tua vida.
A infelicidade jamais se aproxima de quem nada teme.
Infelicidades e desgraças não são criações de Deus.
Perante quem segue destemidamente o curso da vida,
a infelicidade foge cabisbaixa
e a doença mostra-se resignada e desaparece,
retornando ao nada.

Não se conta que outrora, quando o bonzo Takuan entrou na jaula de um tigre e o encarou sem temor, este se tornou manso como um bichano?
Se conscientizares a Verdade de que o homem é Filho de Deus
e sem temor encarares um tigre, ele amansará;
se encarares um urso, ele recuará.
Analogamente, se enfrentares a doença ou a infelicidade
convicto da Verdade de que o homem é Filho de Deus,
a doença desaparecerá e a infelicidade cessará.

Não temas a doença.
Não temas a infelicidade.
Não havendo temor na mente,
não haverá úlcera nem inflamação.
Se destruíres todas as ilusões da mente,
desaparecerão qual sonho todas as infelicidades e doenças.

Deus jamais criou tuberculose, disenteria, resfriado, tumor,
nem qualquer outra doença.
Doença nada mais é que projeção de idéias
concebidas pelo homem em sua "mente em ilusão".
Deves conscientizar a Imagem Verdadeira do homem -- Filho de Deus -- onipotente e eliminar a tua ilusão mental.
Quando se elimina a ilusão,
desaparece todo temor;
consequentemente desaparecem tumores, ulcerações e inflamações
e se recupera a saúde.

Inflamações e ulcerações são meras manifestações de temor.
Não havendo temor,
mesmo que o corpo seja ferido,
não ocorre inflamação,
a parte lesada não ulcera,
prontamente nascem novas células,
e formam-se novos tecidos.

As leis físicas que regem a matéria inorgânica
são diferentes das leis da Vida que regem organismos vivos.

Por mais que se combinem elementos orgânicos no interior de uma proveta, jamais se originará um organismo vivo.
Para que as substâncias nutritivas da vida
constituam parte viva do corpo humano,
é imprescindível que se submetam ao domínio da Vida.
Os elementos materiais,
que se agregam ou se desagregam segundo as leis fisico-químicas,
quando subordinadas à Vida,
unem-se ou separam-se segundo uma outra lei.
A Vida se serve inclusive das leis da matéria,
mas as sobrepuja e exerce domínio sobre a matéria.

Embora utilize as leis da matéria,
a Vida não se sujeita a elas;
ao contrário, transcende-as e estrutura o corpo na forma que deseja.
Portanto, em se tratando de organismo vivo,
as leis da matéria se subordinam a leis da Vida.
Por exemplo, se o alimento for carente de vitaminas,
a Vida por si mesma consegue produzir vitaminas;
ou, se aparecer lesão nos pulmões,
a Vida consegue por si mesma formar novo tecido pulmonar.
Quando eras óvulo no ventre de tua mãe,
não possuías pulmões, coração nem estômago.

Embora o óvulo seja totalmente desprovido de órgãos,
quando nele se aloja a Vida,
esta cria, à partir do nada,
os pulmões o coração, o estômago e os demais órgãos.

A doença não é uma fera que ameace a Vida,
nem é uma força real que dispute com a Vida o trono da existência.
Que é a doença? Ela é sinônimo de "nada".
É uma falsa existência que aparece
quando a Vida não manifesta sua própria força,
por falta de conscientização.

Quando a luz deixa de manifestar e de se impor, parece existir a treva.

Quando a Vida deixa de se manifestar e de se impor, parece existir a doença, que não passa de uma "treva".
Doença e treva são igualmente falsas existências.

Pondera sobre este registro de morte de um condenado à pena capital:
após sentenciarem "Morte por perda de sangue!",
vendaram-lhe os olhos
e fizeram gotas de água morna escorrerem pelo seu pescoço;
por causa do temor, o condenado acabou por morrer.
Inumeráveis são os doentes que morreram
em consequência do abalo provocado pelo temor.
O número de vítimas fatais do temor de hemorragia proveniente
dos pulmões, do estômago ou do útero
é maior que o número de pessoas mortas em guerras.

Não temas hemorragia alguma.
A Vida é superior ao sangue.
Imediatamente após a hemorragia,
a Vida, mediante o seu poder curativo-natural,
restaura os vasos da região hemorrágica e produz sangue novo,
com o qual supre o organismo em pouco tempo.
Se não temer, o homem não morre de hemorragia.

Também não temas a febre.
Ela é simples reflexo de ira, temor ou impaciência.
Se afastares da mente a ira,
o temor e a impaciência e recuperares a paz,
a febre cederá naturalmente.

O segredo para serenar a mente
está em agradecer a tudo com um sincero "Muito obrigado".
Ao agradeceres a todos os fatos, pessoas, coisas e sintomas, a paz voltará à tua mente.

A mente em paz sintoniza com as vibrações curativas de Deus.
Estando a mente pacífica,
manifestam-se vibrações curativas de Deus, em forma de saúde.
Mantém, pois, a mente tranquila. Conscientiza que a saúde já está em ti.

Prossegue explicando o Anjo:
Se o corpo fosse pura matéria,
não deveria adoecer ao contato com o ar frio.
Uma rocha, por ser pura matéria, não contrai gripe.
Uma estátua, por ser pura matéria, não contrai pneumonia.
Se a rocha e a estátua não contraem gripe nem pneumonia,
é porque são pura matéria.
A coriza ou a tosse que ocorrem após o contato com o ar frio
são alheias à lei da física segundo a qual
se congela ou se danifica a matéria inorgânica exposta ao frio.
Tais sintomas ocorrem unicamente
segundo as leis da mente.
Na simples matéria não aparece sintoma algum de doença.
Sintomas nada mais são do que
projeções do temor abrigado na "mente em ilusão".

Abandona, pois, o temor e louva o misterioso poder curativo da Vida.
Não existindo "mente em ilusão", não existe doença, nem sintoma.
Doença nada mais é que expressão da "mente em ilusão".
Embora se encha de pedregulhos um estômago
já desvinculado da mente que o regia,
não ocorre doença gástrica.
Porém, colocando-se pedregulhos num estômago vivo,
certamente ocorrerá violento distúrbio gastrintestinal.
Distúrbios no organismo nada mais são que
reflexos do temor abrigados na mente iludida.

Afasta o temor, e então a tua doença começa a desaparecer.
Não existindo temor, não existem inflamação, úlcera, nem tumor.
A corrosão provocada pelo ácido sulfúrico
num corpo inorgânico é diferente da ulceração
que se verifica no organismo vivo.
Mesmo que um ácido provoque lesão na mucosa do estômago,
logo nascem novas células para restaurar a parte lesada.
Assim é o organismo vivo.

A terapêutica materialista vê apenas o efeito.
A causa da doença está na mente, sobretudo na "mente em ilusão".
Não te prendas à ilusão.
Afasta a ilusão
e contempla a Imagem Verdadeira de tua Vida,
que é a própria Vida de Deus.

A circulação sanguínea também se altera segundo a mente.
Não temas a taquicardia nem a branquicardia.
Até o pudor faz o sangue subir à face, e o susto acelera o batimento cardíaco.
Acalmando-se a mente, normaliza-se a pulsação.

O meio para curar doenças consiste em harmonizar a mente.

Doença gerada pela desarmonia mental chamada ódio cura-se quando se substitui o ódio pelo amor.
Doença gerada pela desarmonia mental chamada insatisfação cura-se quando se substitui a insatisfação pelo sentimento de gratidão.
Doença gerada pela dor mental chamada tristeza cura-se quando se substitui a tristeza pela alegria.
Se sempre amares, agradeceres e com alegria te dedicares a tarefas altruístas,
doença alguma poderá te atingir; e se já estás doente, a cura será rápida.

Toda doença é sombra da mente.
Aquele que, almejando curar-se,
permanece acamado com a mente aflita,
pensando a todo instante em sua doença,
agrava ainda mais a doença.
Imaginando-se a doença, a doença se concretiza.
Desejar a cura da doença ficando deitado no leito,
com pensamento fixo na doença,
é o mesmo que desejar o calor segurando gelo nas mãos.

Principalmente se estás doente,
deves soltar da mente a doença,
e também amar e agradecer incondicionalmente.
Ama a pátria,
ama as pessoas,
ama os familiares.
Agradece a todas as coisas, a todos os fatos e a todas as pessoas.
Agradece sobretudo a teus pais.
Faze sempre, com alegria, algo em benefício do próximo.
O amor e a gratidão são os sentimentos que melhor captam as vibrações curativas da Vida.

Alegra-te agora pelo fato de estares vivo.
Rejubila-te pelo "agora" que vives.
Tua alegria curará tua doença.
Se receberes um telegrama comunicando, por engano,
a morte de tua mãe, tua mente ficará triste.
Ficando triste a mente, o corpo enfraquecerá e a face empalidecerá.
Se chegar, em seguida, um outro telegrama
esclarecendo que era falsa a notícia anterior, tua tristeza desaparecerá,
teu organismo se normalizará e a cor voltará à tua face.

Qualquer doença no corpo, sendo projeção da mente,
é como a palidez facial causada pelo telegrama falso.
Compreendendo-se que a doença
não é existência real, a mente recupera a paz,
e a doença desaparece.

O Anjo continua a pregar:
Porque Deus é Bem e porque tudo é extensão de Deus,
a harmonia está presente em todos os lugares;
embora a desarmonia pareça existir,
ela não é existência verdadeira.
Entretanto, quando se imagina a desarmonia e nela se fixa a mente,
ela se manifesta como projeção da mente.
Temendo-se o contágio de uma doença,
ela se manifestará como projeção do temor.
Dizendo-se a alguém sensível que há uma taturana em seu pescoço,
surgirá irritação na sua pele, mesmo que não haja taturana alguma.
Dizendo-se a ele que não há taturana alguma, a irritação logo desaparecerá.
As inflamações de órgãos internos não diferem
da irritação causada pela taturana imaginária.
Acreditando-se que há micróbios patogênicos em determinado órgão,
nele surgirá inflamação,
mesmo que não haja micróbio algum.
Crendo-se que nele não há micróbios,
a inflamação logo desaparecerá,
surgindo condição imprópria para a permanencia de micróbrios patogênicos.

Portanto, mesmo a um doente com moléstia de causa microbiana,
não deves dizer que nele parasitam micróbios.
Se disseres ao enfermo que não existem micróbios,
ele se tranquilizará pelo poder da palavra;
a tranquilidade trará equilíbrio mental,
o equilíbrio mental desfará a inflamação,
e num corpo sem inflamação será difícil permanecerem micróbios patogênicos.

Portanto, a um doente dize:
"Tu és Espírito, e não matéria!".
No Espírito, é impossível parasitarem micróbios.
Espírito é Deus, e é impossível Deus adoecer.
O Espírito não é regido por leis da matéria.
O trabalho excessivo causa estafa, desgaste ou doença
somente a quem se sujeita às leis da matéria.
Tu, que és Espírito, não és regido por leis da matéria.
Se, por excesso de trabalho, ficas esgotado, cansado ou doente,
isso nada mais é que concretização da tua crença de que
"o homem é um acúmulo de energia física que se esgota com o excesso de trabalho".
Mudando-se a crença,
desaparece a estafa
e aparece a Imagem Verdadeira da Vida,
que é saudável.

Por natureza, a Vida é dinâmica e não estática.
Logo, o homem não se cansa, nem adoece
quando está em atividade segundo a natureza da Vida.
A Vida, quanto mais trabalha, mais manifesta a saudável Imagem Verdadeira.
O homem, sendo de natureza espiritual, é governado somente por leis do Espírito.

Entre as leis do Espírito não há lei da fadiga nem lei da doença,
mas unicamente leis da saúde.
Portanto, seja qual for o sintoma que se manifeste em teu corpo,
afirma categoricamente que a doença inexiste,
que ela não passa de projeção da mente.
Por mais que a estafa e a doença se manifestem aos cinco sentidos,
elas não são a Imagem Verdadeira da Vida do homem.
Diante da Imagem Verdadeira da Vida,
a doença nada mais é que um pesadelo momentâneo.
Quem deseja recuperar a saúde
deve compreender que "o homem é Filho de Deus"
e que "a doença inexiste".

Curar a doença nada mais é do que manifestar o homem-Deus;
o ser originariamente perfeito.
Avança além da convicção "homem Filho-de-Deus"
e alcança a convicção "homem-Deus".
Para o homem-Deus não existe doença.
No homem-Deus atua unicamente a lei de Deus.
Porque Deus é Amor, a lei do castigo não pode te atingir.
Porque Deus é Vida, a lei da morte não pode te atingir.
Porque Deus é Sabedoria,
e Porque Sabedoria ajusta todos os seres do Universo em seu respectivo lugar,
no homem-Deus não pode existir desarmonia de espécie alguma.
Não existindo desarmonia, não existe doença.
Tu, que és homem-Deus, não temas a doença.
A doença nada mais é que materialização do temor;
quando se desaparece o temor, desaparece a doença.
"Sombra de que ilusão mental será esta doença?"
não procures assim identificar a ilusão.
Sendo a ilusão originariamente inexistente,
a "sombra da ilusão" também é inexistente.
"Consequência de que pecado será esta doença?"
não procures assim identificar o tipo de pecado.
Sendo o pecado originariamente inexistente,
é também inexistente o tipo de pecado.
Não deves investigar o que não existe.

A Imagem Verdadeira de tua Vida é Deus,
é o ser eterno,
é o ser diamantino,
é o ser indestrutível,
é o ser búdico, originariamente harmônico e perfeito.
Onde a ilusão?
Onde o pecado?
Onde a impureza?

"Graças! Compreendi muitas verdades!"
quem assim diz identificando pecados e ilusões,
afasta-se da iluminação espiritual,
ao invés de alcançá-la.
Isso é o mesmo que ater-se à treva esquecendo-se da luz.

Pecado, ilusão e doença
não passam de um sonho momentâneo, portanto "nada".
A lei da causalidade também não passa de um sonho efêmero.
O ser absolutamente imaculado, perfeito e harmônico
que transcende a causalidade e que está acima dos sofrimentos cármicos -
eis a Imagem Verdadeira de tua Vida.

Não fiques desnorteado ante o pecado.
Não fiques desnorteado ante a ilusão.
Não fiques desnorteado ante a doença.
Salta para o céu, ultrapassando o limite de tuas possibilidades.
Mais que isso: deves passear no céu.
O homem-Deus que passeia no céu é a Imagem Verdadeira de tua Vida.
Além da Imagem Verdadeira não existe o teu Eu verdadeiro.
Embora o corpo pareça existir, ele é apenas projeção de ondas mentais.
O homem verdadeiro é homem-Deus absolutamente puro, absolutamente perfeito.
Conscientiza diretamente o homem-Deus.
Quando conscientizares o homem-Deus
e eliminares a ilusão de pecado, doença e morte,
teu medo se extinguirá e tua doença desaparecerá por completo.

Prossegue ainda o Anjo:
O corpo carnal não é o teu Eu.
Não te preocupes com o corpo carnal.
Da preocupação nasce o temor;
e, surgindo o temor,
a disfunção do corpo persistirá
como reflexo deste temor.
Transporta a mente, do corpo carnal para o ser superior.
Esse "ser superior" é o teu Eu verdadeiro.
Se tentas mentalmente eliminar o temor
e mesmo assim não o consegues,
abandona inclusive a tentativa de eliminar o temor
e sê simplesmente o que és na Imagem Verdadeira.

Na Imagem Verdadeira de tua Vida não existe temor algum.
Logo, nem é preciso eliminar o temor, que inexiste.
Basta seres o que és na Imagem Verdadeira.
Ainda que estejas temendo, o temor é inexistente para a tua Imagem Verdadeira.
Quando te entregares realmente a Deus,
que é tua Imagem Verdadeira,
Ele retirará de ti todos os temores.

Somente a Lei de Deus rege os seres.
Leis da matéria não podem te reger.
Leis do pecado não podem te reger.
Leis da ilusão não podem te reger.

Sendo tu um ser indestrutível, nem o frio, nem o calor, nem vírus poderão te prejudicar.
Deixa de pensar: "aquela substância material me afetou".
Deixa de pensar: "estou pagando aquele pecado"
Deixa de pensar: "aquela ilusão é causa desta doença".
A doença inexiste originarimente;
logo, a causa da doença também é inexistente.
Compreendendo-se que não existe doença, nem pecado,
nem ilusão, nem morte, não existirá temor algum.

O Anjo prossegue explicando:
Ressentimentos no lar,
ciúme,
ódio,
desejo de vingança,
rancor
e todos os demais sentimentos negativos
prejudicam a recuperação da saúde.
Se tens um desses sentimentos, deves imediatamente eliminá-lo,
mentalizando que no homem-Deus não existe tal sentimento negativo.

Quando se pensa que o sentimento negativo existe,
torna-se difícil afastá-lo.
Porém, como na Imagem Verdadeira do homem
não existe sentimento negativo,
é possível afastá-lo.
Se preencheres tua mente com amor,
paz,
sabedoria,
e harmonia da Imagem Verdadeira,
a perfeição da Imagem Verdadeira da Vida
manifestar-se-á também no mundo das formas.

Assim como a matéria não pode evoluir por si mesma,
a doença também não pode evoluir por si mesma.
A matéria se move porque é movida pela mente
ou então pela energia que a mente criou.
Já que a evolução da doença se deve à força da mente,
é possível com a força mental interromper essa evolução
e até exterminar a doença.
Seja qual for a doença contraída, não te inquietes;
acredita que na Imagem Verdadeira és sempre saudável e perfeito
e mantém a mente em paz.
Não permitas que tua mente se inquiete com as alterações do estado da doença.

Sendo a doença inexistente,
o estado da doença também é inexistente.
Em vez de observar a doença,
observa a tua mente:
o que se altera é a tua mente e não o estado de saúde em si.
Abalando-se a mente, abala-se também o estado de saúde.
Não é o estado de saúde em si que se abala, mas a tua mente.
Acalma tua mente, e tua doença cederá.
Porém, é difícil acalmar a mente
com a própria mente abalada,
assim como é difícil afastar a apreensão
com a própria mente apreensiva.
Em tais circunstâncias, simplesmente entrega-te a Deus.
Confiando em Deus, que é perfeito Amor, chama por Ele.
Deus te dará harmonia e paz.
Entrega tua mente à Deus.
Chamando-o "Ó Deus, Ó Pai!", entrega-te totalmente a Ele.

Deus é tudo, logo nada existe além de Deus.
Porque Deus é Bem, mal algum pode existir.
Porque Deus é perfeição, não há como existir a doença, que é imperfeição.
Porque Deus é Vida, não há como existir a morte.
Mal, doença e morte nada mais são que sombras de ilusões
da mente humana.
Considerar "existente" o que "não existe" e temê-lo -
eis a doença.
O sofrimento está na mente,
a dor está na mente.
Afastando-se da mente o temor, o sofrimento e a dor,
não existirá doença em parte alguma.

O Anjo prega mais ainda:
Após ouvires estas verdades,
se ocorre distúrbio em teu corpo,
não deverás temer.
Quando um edifício se desmorona,
produz-se um estrondo.
O distúrbio no corpo é o "estrondo"
produzido pelo desmoronamento do edifício de tua ilusão.

Sendo baixo o edifícioo de tua ilusão, pequeno será o distúrbio;
sendo alto o edifício de tua ilusão, grande é o distúrbio.
Contudo, não temas o distúrbio.
O que se desmorona é a ilusão e não teu Eu.
Mesmo que a ilusão se desmorone,
teu Eu verdadeiro não se desmorona.
Mesmo que a ilusão sofra,
teu Eu verdadeiro não sofre.

Tu és Filho de Deus,
o ser búdico,
o ser diamantino,
o ser indestrutível,
o ser inadoecível,
o ser eternamente feliz.
Não percas de vista teu ser diamantino,
indestrutível e eternamente feliz,
caindo no sensacionismo, ou no racionalismo.
Neste momento, todos os doentes estão curados
e podem se levantar de seus leitos.

Quando assim declara o Anjo,
desaparecem instantaneamente as doenças da humanidade toda,
os cegos passam a ver e os paralíticos se levantam.
E todos, com grande alegria, de mãos dadas, dançam contemplando o Sol.

Não é sonho! É a Imagem Verdadeira.
Os querubins olham para o alto, louvando a Deus,
fazem uma reverência e assim cantam:
"Deus é tudo.
Deus é nosso Pai,
é nossa Luz,
e nos salvou a todos".

Nesse momento, o Sol, que é o palácio celestial de Deus, brilha intensamente;
a Luz de Deus se espalha cintilante sobre a Terra
como uma chuva de pétalas douradas;
um arco-íris de cinco cores cruza o céu, sustentando as nuvens;
e realiza-se o mundo da Imagem Verdadeira na Terra.


(Fim da Sutra Sagrada)

Rogativa:

"Que as divinas vibrações desta sutra
eliminem as ilusões,
as doenças e os sofrimentos
de todos os seres vivos,
concretizando o paraíso na Terra."


Autor: Masaharu Taniguchi