Dárcio Dezolt
A Revelação de Jesus Cristo é transcendental, ou seja, fala do Reino de Deus e da real natureza de todos nós como filhos de Deus, idênticos a Ele. Eis por que sua oração (João 17; 11) é no sentido de que “sejamos todos um”. Ciente de nossa real identidade, disse: “Sede perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito.” (Mateus 5; 48).
Que fizeram muitas religiões e doutrinas? Criaram um Jesus Cristo separado, em vez de uno conosco! Se, de um lado, pregam a “comunhão”, de outro, enfatizam a separatividade, considerando-o diferente e superior a todos nós, julgando-nos “pela carne”, materialmente! Uma contradição absurda! E que atua hipnoticamente como crença coletiva há séculos!
Uma gota de água pode entrar “em comunhão com outra”, pois ambas são idênticas em qualidade ou natureza! Óleo e água já são coisas distintas! Você somente “entra em comunhão” com o Pai e com Jesus Cristo ao se contemplar como já sendo de IDÊNTICA NATUREZA, EM UNIDADE!
Observe o que diz a Revelação encontrada em I João 1; 1.
“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida. (Porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada.). O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco, e a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo. Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra.”
A Verdade ensinada por Cristo é a de que temos um Pai comum: DEUS!. Se você se dispuser a deixar de lado as religiões e doutrinas apagadas, trocando-as pela Revelação, fechará os olhos para o “mundo da matéria” e se verá espiritualmente em Deus, igualzinho a Jesus! Perceberá internamente sua “comunhão real com o Pai”, numa proporção sem limites! Comunhão é comunhão! UNIDADE! Não há meios-termos! Ou VOCÊ é, JÁ, da mesma natureza que Jesus Cristo, e, de Deus, e, portanto, JÁ ESTÁ em “comunhão”, ou está se avaliando “pelas aparências”, negando toda a Revelação iluminada, e se vendo como mortal, mero “filho pródigo” nesta ilusão de mundo!
A Revelação o coloca em “comunhão eterna”, dando-lhe o discernimento da Onipresença! Pai e Filho são a “unidade harmoniosa”. Doutrinas mil complicaram tudo! Que, em nome da Verdade, sejam abandonadas! Cristo não o saturou de “doutrinas”, mas da Revelação de sua Unidade, da Essência Una, da prática do perdão incondicional e do Amor a Deus e ao próximo! E, principalmente, incentivou-o a “buscar o Reino de Deus” em você mesmo, e em “primeiro lugar”. Detenha-se nestes pontos!
“MAS EM VÃO ME ADORAM, ENSINANDO DOUTRINAS QUE SÃO PRECEITOS DOS HOMENS.” (Mateus 15; 9)
A Revelação de Jesus Cristo é transcendental, ou seja, fala do Reino de Deus e da real natureza de todos nós como filhos de Deus, idênticos a Ele. Eis por que sua oração (João 17; 11) é no sentido de que “sejamos todos um”. Ciente de nossa real identidade, disse: “Sede perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito.” (Mateus 5; 48).
Que fizeram muitas religiões e doutrinas? Criaram um Jesus Cristo separado, em vez de uno conosco! Se, de um lado, pregam a “comunhão”, de outro, enfatizam a separatividade, considerando-o diferente e superior a todos nós, julgando-nos “pela carne”, materialmente! Uma contradição absurda! E que atua hipnoticamente como crença coletiva há séculos!
Uma gota de água pode entrar “em comunhão com outra”, pois ambas são idênticas em qualidade ou natureza! Óleo e água já são coisas distintas! Você somente “entra em comunhão” com o Pai e com Jesus Cristo ao se contemplar como já sendo de IDÊNTICA NATUREZA, EM UNIDADE!
Observe o que diz a Revelação encontrada em I João 1; 1.
“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida. (Porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada.). O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco, e a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo. Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra.”
A Verdade ensinada por Cristo é a de que temos um Pai comum: DEUS!. Se você se dispuser a deixar de lado as religiões e doutrinas apagadas, trocando-as pela Revelação, fechará os olhos para o “mundo da matéria” e se verá espiritualmente em Deus, igualzinho a Jesus! Perceberá internamente sua “comunhão real com o Pai”, numa proporção sem limites! Comunhão é comunhão! UNIDADE! Não há meios-termos! Ou VOCÊ é, JÁ, da mesma natureza que Jesus Cristo, e, de Deus, e, portanto, JÁ ESTÁ em “comunhão”, ou está se avaliando “pelas aparências”, negando toda a Revelação iluminada, e se vendo como mortal, mero “filho pródigo” nesta ilusão de mundo!
A Revelação o coloca em “comunhão eterna”, dando-lhe o discernimento da Onipresença! Pai e Filho são a “unidade harmoniosa”. Doutrinas mil complicaram tudo! Que, em nome da Verdade, sejam abandonadas! Cristo não o saturou de “doutrinas”, mas da Revelação de sua Unidade, da Essência Una, da prática do perdão incondicional e do Amor a Deus e ao próximo! E, principalmente, incentivou-o a “buscar o Reino de Deus” em você mesmo, e em “primeiro lugar”. Detenha-se nestes pontos!
“MAS EM VÃO ME ADORAM, ENSINANDO DOUTRINAS QUE SÃO PRECEITOS DOS HOMENS.” (Mateus 15; 9)
Olá, Gugu, beleza?
ResponderExcluirOlha só, eu acho que há um erro de interpretação clássico nesse texto. A parte que eu não concordo nessa abordagem é essa história de afirmar que "somos iguais a Deus"... Acredito que muitos místicos bem intencionados confundiram algumas coisas e acabaram caindo na mesma "cilada" que foi armada desde o princípio da humanidade (é só um jeito metafórico para tentar explicar).
Zaratustra, o Talmud, o Zohar e a Cabala, a Bíblia, o Alcorão e uma infinidade de outros livros sagrados e doutrinas ancestrais da humanidade, foi exatamente assim que o mal entrou no nosso plano e as coisas começaram a despirocar por aqui: quando o homem começou a acreditar que era igual a Deus. No Gênesis, esta é a frase exata de Satanás: "Comei dessa árvore, e sereis iguais a Deus"... Já no Apocalipse, surge Miguel, o príncipe dos anjos, que clama "Quem pode ser como Deus?"
O fato é que há uma diferença sutil no significado de certas expressões nos Evangelhos, que precisam ser cuidadosamente observados... É o caso da expressão "comunhão", citada no post: estar em comunhão com alguém não quer dizer que você “é” esse alguém, ou que você “é igual” a esse alguém.
Eu vivo numa comunhão maravilhosa com a minha esposa, por exemplo. Nós nos completamos, nos amamos profundamente e fazemos questão de declarar o nosso amor a todo instante... Nós dois nos respeitamos, nos ajudamos, vivemos em cumplicidade, temos gostos, idéias e objetivos parecidos, etc, etc, etc... Mas isso não quer dizer que eu "sou” ela nem que eu "sou igual a ela". - Vivemos numa perfeita comunhão, mas cada um é cada um, cumprindo seu próprio papel: cada um produz a sua própria nota musical na infinita orquestra sinfônica cósmica.
O mesmo se dá com as nossas relações com o divino. Estar “em Comunhão" com Deus não significa “ser” igual a Deus, essa interpretação é um erro crasso. Toda busca espiritual começa exatamente do ponto em que nos conscientizamos que não somos auto-suficientes, quando detectamos um vazio dentro de nós mesmos, que grita por ser preenchido... Muitos místicos se referiram a esse "vazio" como o “Ponto Deus”, que já foi identificado inclusive pela ciência no cérebro humano(!).
Eu vejo muita literatura pseudo-mística girando em torno de certos trechos específicos da Bíblia, sempre usados fora do seu real contexto, numa tentativa de justificar idéias panteístas. Pegam-se sempre as mesmas passagens, como aquela em que Jesus diz que "Quem crê em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas..." - Mas esses autores nunca citam a continuação desta mesma frase: "...porque eu vou para o Pai, e farei o que pedirdes em meu nome". Ou seja, ele não está dizendo que podemos fazer as mesmas coisas porque somos iguais a ele ou iguais a Deus, mas sim que, se pedirmos, ELE fará! São coisas muito diferentes!
Esse mesmo Evangelho, que é o mais místico de todos (o segundo João), ele continua:
"Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como o ramo, de si mesmo, não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós os ramos; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como um ramo, e secará; tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados. Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito."
(João, 15)
Mais claro do que isso seria impossível! Existem muitas e muitas outras passagens nesse sentido, nos Evangelhos. Jesus deixa muito claro, o tempo todo, que os seres humanos são como o sal (falei no meu blog): por ele mesmo não tem valor; mas se misturado e usado na medida certa, se torna a própria essência da vida...
Então, o erro que eu vejo no raciocínio dessa postagem, é querer associar essa idéia panteísta de que "tudo é Deus" com a mensagem de Jesus. Nada mais distante da verdade! Jesus nunca disse nada que nem de longe lembrasse essa idéia.
Veja, cada um de nós tem a perfeita liberdade de acreditar no que quiser, de escolher o que seguir e o que rejeitar. Mas desvirtuar as palavras de um mestre, qualquer que seja ele, para adequá-las ao seu ponto de vista, como fazem tantos autores como esse, isso não é honesto, não é coerente; não é a postura de um estudante autêntico. Essa postura é pérfida, é maliciosa, interesseira, contaminada...
O buscador tem que ser puro, investigar com um coração aberto, livre de idéias pré-concebidas, pronto para aceitar a Verdade seja ela qual for. Muitos se esforçam não para encontrar e entender a Verdade, mas sim para confirmar os seus pontos de vista individuais, para se manterem numa certa zona de conforto pessoal. - A partir daí, passam a adaptar tudo o que encontram para justificar as suas crenças. Nesse caminho, distorcer o que disse Jesus é uma prática muito comum... Diria que é a favorita de 10 entre 10 pseudo-místicos e panteístas. E, bem, pra quem estudou realmente a fundo o que Jesus diz nos Evangelhos, certas afirmações são simplesmente ridículas.
Veja, o problema do panteísmo não é afirmar que "somos Deus e Deus somos nós", porque isso, num certo sentido, é verdade. O problema é dizer que Deus é SÓ isso. Essa é apenas uma forma elegante e poética de ateísmo, se você pensar bem. Eles não dizem que “Deus não existe”, mas dizem que não existe Deus a não ser a natureza: eu, você, as nuvens, os cães, os pássaros. – A mesma coisa dita de um modo diferente. - Ora, se eu sou Deus e se não há outro Deus além de mim mesmo, para que serve a oração? Por que Jesus ensinou a orar? Para quem vou orar? Para que serve a meditação, e por que me preocuparia em buscar aperfeiçoamento? Pra que vigiar e orar? Para que servem as práticas espirituais, para que buscar o Amor?? Eu sou Deus, ora, eu me basto!..
Deus é imanente, mas é também (e principalmente, eu diria) transcendente. E quando leio afirmações como as dessa postagem, sinto a responsabilidade de deixar o meu testemunho pessoal: em todas as minhas experiências místicas, - e eu tive experiências MUITO intensas MESMO, - eu experimentei a Energia Infinita que fluía de fora para dentro de mim, e que daí expandia e passava a extravasar o meu próprio ser, de dentro para fora. A experiência e o sentido de uma Força Infinita, incompreensível e EXTERNA, que entra em COMUNHHÃO com o meu interior finito, é inquestionável. E foi somente nesse momento que eu senti o meu próprio eu chegando mais próximo do Infinito, do Cósmico, do Universal.
Há uma centelha divina em cada um de nós. Até poderíamos dizer que somos como "deuses", cada um de nós, num sentido metafísico. Mas afirmar que nós é que somos o único Deus, e que não há outro Deus senão nós mesmos, continua sendo a mesma coisa que sempre foi: blasfêmia e viagem na maionese...
Mas isso não resume tudo.
ResponderExcluirA questão complicada, aí, é que a percepção trazida pela postagem NÃO está completamente errada. Há alguma verdade nela, e é por isso que existe tanta confusão nesses assuntos. - Sim, somos infinitos, somos divinos, o Reino dos Céus está dentro de nós e a nossa fé pode mover montanhas... Todas essas afirmações são verdadeiras e preciosas!
Mas a confusão começa quando o buscador, deslumbrado com essas percepções, descarta Deus! Ele começa a acreditar que, por ser divino, possuidor de um espírito infinito e glorioso, não precisa mais de Deus, e que Deus só pode ser ele mesmo... Não pode ser mais do que isso!
Esse é o erro primordial, que até “grandes mestres” deste mundo cometeram.
Tudo que estou sugerindo é que se considere o que eu falei aí atrás, e que o buscador se esvazie e peça pela luz do Infinito antes de buscar por orientação. Tem muita gente por aí ensinando a “esvaziar a xícara”, o que é um conselho maravilhoso, mas com a sua própria xícara cheia de idéias pré-concebidas, até a boca. Muitas vezes, no caminho do buscador da Verdade, exatamente o que parece ser, não é, e o que não parece, é.
Abraço forte, irmão querido!
Uau, Merton!
ResponderExcluirBelo discurso, gostei muito do que você escreveu. E você tem muita razão em tudo que disse, concordo com todos os seus apontamentos. Se os homens tiverem a percepção, os preconceitos e os raciocínios que você apontou, eles podem (e provavelmente irão) incorrer em todos esses erros/vícios que você apontou.
Mas eu acho que o autor, apesar de escrever e proclamar mensagens como a desse texto, não encara as coisas da forma como você descreveu - porque ele possui um outro ponto de vista, uma outra percepção. Eu diria essa mensagem que ele transmite não é uma crença que ele tem/carrega dentro de si. Não é uma crença, porque sempre que alguém crê em alguma coisa, ela tem o poder de escolher. Ela poderia optar por uma entre milhares, então ter uma crença nada mais é do que um caminho que pode ser optado, uma escolha, uma entrega que a pessoa faz. E no caso do autor do texto, eu diria que ele não escolheu 'crer' nessas idéias; mas se ele as profere é porque ele sabe. Ele não crê, ele sabe. E a diferença é muita, porque, quando você sabe, então você percebe imediatamente que todas as escolhas são eliminadas. O saber não te dá escolha. Ele revela a verdade. Por isso é que as pessoas deveriam ficar atentas para o fato de que talvez elas estejam seguindo um caminho porque escolheram (sem saberem). O saber elimina todas as escolhas, todos os caminhos, de modo que é inevitável segui-lo.
Bom eu disse isso, porque a minha opinião é a de que todos os autores que publico no blog não anunciam essas mensagens simplesmente porque acreditam nelas, mas porque sabem delas.
Vamos fazer assim, eu vou convidar o próprio autor a responder esse comentário que você fez. Vou convidá-lo, se ele não aceitar, então eu mesmo tento colocar pra você a visão/percepção que eu tenho do assunto, ok?
Velho, muito obrigado por esse seu comentário, ele é, sem dúvida alguma, brilhante, elucidativo, porque esclarece pontos importantes que a grande maioria das pessoas devem carregar dentro de si. De fato, a pessoa que tiver contato com esses ensinamentos, e carregar consigo uma postura errada, um pensamento errado, ao invés de conseguir tirar proveito deles e ter uma experiência de unidade/comunhão com Deus, acabará tornando-se mais arrogante, egóica e não conseguirá obter progresso algum. Esse ensinamento é uma faca de dois gumes - a pessoa também pode acabar sendo retalhada com ele, se não compreendê-lo corretamente.
Muito obrigado, muito obrigado. Grande Abraço!
O dárcio me enviou um e-mail respondendo ao seu comentário. Então vou postar aqui, o e-mail exatamente do jeito que ele me enviou, comentando o seu texto ponto-a-ponto. A respostas dele estarão escritas entre parênteses logo após os parágrafos dos seus comentários.
ResponderExcluirMerton: Olha só, eu acho que há um erro de interpretação clássico nesse texto. A parte que eu não concordo nessa abordagem é essa história de afirmar que "somos iguais a Deus"... Acredito que muitos místicos bem intencionados confundiram algumas coisas e acabaram caindo na mesma "cilada" que foi armada desde o princípio da humanidade (é só um jeito metafórico para tentar explicar).
ResponderExcluirDárcio: Quem acha "um erro de interpretação" não é um "eu", mas a "mente carnal". Ela afirma achar blasfêmia afirmar que "somos iguais a Deus" para SE MANTER! A "mente carnal" é a inimizade contra Deus! Enquanto ela ILUDIR alguém, parecerá haver "algo diferente de Deus", razão pela qual Jesus disse: "Para me seguir, RENUNCIE A SI MESMO, venha, tome sua cruz e me siga". É o caso da afirmação de Paulo: CRISTO É TUDO EM TODOS (Colossenses 3-11), em que ele afirma a VERDADE alertando que, ANTES, deve ser despida a "velha criatura", o ego que somente a "mente carnal" enxerga, e que é desconhecido de Deus e da Verdade.
Merton: Segundo Zaratustra, o Talmud, o Zohar e a Cabala, a Bíblia, o Alcorão e uma infinidade de outros livros sagrados e doutrinas ancestrais da humanidade, foi exatamente assim que o mal entrou no nosso plano e as coisas começaram a despirocar por aqui: quando o homem começou a acreditar que era igual a Deus. No Gênesis, esta é a frase exata de Satanás: "Comei dessa árvore, e sereis iguais a Deus"... Já no Apocalipse, surge Miguel, o príncipe dos anjos, que clama "Quem pode ser como Deus?"
Dárcio: O "mal" JAMAIS entrou no NOSSO PLANO, pois, "NOSSO PLANO", se aceitamos a Onipresença, é DEUS! Jesus nunca ensinou a vencer "o mal neste plano", mas, sim, a VENCER O MUNDO, que ele explica ser o mundo do pai-da-mentira, uma ILUSÃO, apenas! "Vós, deste mundo não sois"; "Não chameis de pai a ninguém sobre a face da terra" (Mateus 23-9). Jesus nos vê em DEUS, como também Paulo, ao declarar: "NELE vivemos, nos movemos e TEMOS O NOSSO SER" (Atos 17 28). O "Satanás" é a mente carnal! Uma ILUSÃO que se dissipa exatamente com o conhecimento da Verdade. "Temos a mente de Cristo" (I Cor 2-16). ENQUANTO a pessoa não se entregar à REVELAÇÃO de que "tem a mente de Cristo", e não a ilusória "mente do mundo", o que chamamos de "panenteísmo" será visto como afirmação de "panteísmo", e a VERDADE parecerá estar encoberta! Somente por REVELAÇÃO é "vencido o mundo". O que as Escrituras alertam é que NENHUM SER HUMANO É DEUS ou IGUAL A DEUS; e isso é óbvio: o ser humano é o ego, a ILUSÃO forjada pela mente carnal, a "velha criatura a ser despida", ou, o suposto "eu" . Jesus disse que teremos de RENUNCIAR A ELE.
Merton: O fato é que há uma diferença sutil no significado de certas expressões nos Evangelhos, que precisam ser cuidadosamente observados... É o caso da expressão "comunhão", citada no post: estar em comunhão com alguém não quer dizer que você “é” esse alguém, ou que você “é igual” a esse alguém.
Dárcio: Quaisquer "observações CUIDADOSAS" de "certas expressões nos Evangelhos" partem da "mente carnal". Enquanto a pessoa não RENUNCIAR a esta mente falsa, a palavra "comunhão" não será captada em seu sentido absoluto.
Merton: Eu vivo numa comunhão maravilhosa com a minha esposa, por exemplo. Nós nos completamos, nos amamos profundamente e fazemos questão de declarar o nosso amor a todo instante... Nós dois nos respeitamos, nos ajudamos, vivemos em cumplicidade, temos gostos, idéias e objetivos parecidos, etc, etc, etc... Mas isso não quer dizer que eu "sou” ela nem que eu "sou igual a ela". - Vivemos numa perfeita comunhão, mas cada um é cada um, cumprindo seu próprio papel: cada um produz a sua própria nota musical na infinita orquestra sinfônica cósmica.
Dárcio: Fazer analogia do sentido de "comunhão" com acontecimentos DESTE MUNDO será total perda de tempo. A "comunhão", em termos absolutos, é a percepção da VIDEIRA UNA...só DEUS PRESENTE--, que traduz o sentido da fala de Jesus: "NAQUELE DIA (o da REVELAÇÃO) conhecereis, EU estou no PAI, VÓS em MIM e EU em VÓS". Em sua visão iluminada, Jesus via o fato verdadeiro: O VERBO SENDO TUDO E TODOS, ou O CRISTO SENDO TUDO EM TODOS. Enquanto a pessoa estiver "sem renunciar a si mesma", "sem ter vencido o mundo", terá de acatar estes princípios pela FÉ (a certeza do não-visto) e meditar em total entrega à ação do Espírito Santo (Sua Consciência Iluminada), que lhe trará o ENTENDIMENTO REVELADO.
Merton: O mesmo se dá com as nossas relações com o divino. Estar “em Comunhão" com Deus não significa “ser” igual a Deus, essa interpretação é um erro crasso. Toda busca espiritual começa exatamente do ponto em que nos conscientizamos que não somos auto-suficientes, quando detectamos um vazio dentro de nós mesmos, que grita por ser preenchido... Muitos místicos se referiram a esse "vazio" como o “Ponto Deus”, que já foi identificado inclusive pela ciência no cérebro humano(!).
Dárcio: Aqui é dito que interpretar "ser igual a Deus" é "erro crasso" porque a pessoa PENSA (mente carnal)estarmos falando do ego, da falsa e velha criatura, do homem natural. Se a RENUNCIA a ele for feita, pela entrega à "mente de Cristo" que temos, a REVELAÇÃO espontaneamente lhe dará a EXPERIÊNCIA DA COMUNHÃO: "Eu e o Pai somos um", "Aquele que vê a MIM, vê o Pai". Toda Verdade é impessoal e universal. Tudo que Jesus disse sobre SI, em Deus, e não como Jesus, é Verdade absoluta ONIPRESENTE. Ele sabia o que era o MIM e o que era o Jesus. O MIM, o PAI em MIM, o VIR A MIM..significa uma escalada interna de CONSCIÊNCIA, a SUBIDA AO PAI. "Minha doutrina NÃO É MINHA", disse JESUS, mas DAQUELE QUE ME ENVIOU. E disse também: EU SUBO A MEU PAI E VOSSO PAI..isto é SOBE A MIM (O EU SOU presente em todos). Não disse ser DELE a doutrina, exatamente para que Jesus(pessoal) não fosse CONFUNDIDO com o MIM, que é DEUS(UNIVERSAL) EM TODOS. Por isso, em Gálatas 2-20, declara Paulo: "Já não sou mais eu(ego) quem vive...mas CRISTO VIVE EM MIM" . Este "MIM", presente em Jesus, em Paulo, em TODOS, é o CRISTO que SOMOS, e revelado em Colossenses 3-11.
Merton:Eu vejo muita literatura pseudo-mística girando em torno de certos trechos específicos da Bíblia, sempre usados fora do seu real contexto, numa tentativa de justificar idéias panteístas. Pegam-se sempre as mesmas passagens, como aquela em que Jesus diz que "Quem crê em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas..." - Mas esses autores nunca citam a continuação desta mesma frase: "...porque eu vou para o Pai, e farei o que pedirdes em meu nome". Ou seja, ele não está dizendo que podemos fazer as mesmas coisas porque somos iguais a ele ou iguais a Deus, mas sim que, se pedirmos, ELE fará! São coisas muito diferentes!
Dárcio: QUEM crê em MIM (no EU SOU), já está FAZENDO AS OBRAS! É DEUS em cada um! Mas, infelizmente, a visão materialista da "mente carnal" pensa que estas "obras" são as que Jesus realizou na matéria! Lastimável crença falsa! As OBRAS DE DEUS são permanentes! As da matéria sempre são ILUSÃO! Por isso, não achamos, em todo o planeta, o Lázaro ressuscitado, o paralítico curado, nem a adúltera perdoada! AS OBRAS não eram estas! AS OBRAS eram as VISTAS POR JESUS: A REALIDADE PERMANENTE!
Merton: Esse mesmo Evangelho, que é o mais místico de todos (o segundo João), ele continua:
"Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como o ramo, de si mesmo, não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós os ramos; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como um ramo, e secará; tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados. Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito."(João, 15)
Dárcio: Acima já expliquei o que é "MIM". Aquele que permanece em MIM é aquele que renuncia ao ego ou à mente carnal" para se identificar com o CRISTO em si mesmo.
Merton: Mais claro do que isso seria impossível! Existem muitas e muitas outras passagens nesse sentido, nos Evangelhos. Jesus deixa muito claro, o tempo todo, que os seres humanos são como o sal (falei no meu blog): por ele mesmo não tem valor; mas se misturado e usado na medida certa, se torna a própria essência da vida...
Dárcio: CRISTO É CRISTO e ego é ego. Jamais se misturam ou se usam "em medida certa". Jamais o ego se torna Cristo nem jamais joio se torna trigo. O que se requer é o DESPERTAR! "Desperta, TU QUE DORMES, e a Luz de Cristo (sempre sendo VC) te alumiará".
Merton: Então, o erro que eu vejo no raciocínio dessa postagem, é querer associar essa idéia panteísta de que "tudo é Deus" com a mensagem de Jesus. Nada mais distante da verdade! Jesus nunca disse nada que nem de longe lembrasse essa idéia.
Dárcio: O erro está em ler a postagem com a "mente carnal". Um texto da Verdade absoluta é revelado da Consciência e não escrito pela mente carnal. Para "sentir" a veracidade, é preciso estar sem ego e em comunhão com o lido. Sem "mente carnal", o panteísmo seria desconhecido, a Verdade seria discernida (DEUS É TUDO)...e, com a VERDADE conhecida, também a liberdade estaria evidenciada.
Merton: Veja, cada um de nós tem a perfeita liberdade de acreditar no que quiser, de escolher o que seguir e o que rejeitar. Mas desvirtuar as palavras de um mestre, qualquer que seja ele, para adequá-las ao seu ponto de vista, como fazem tantos autores como esse, isso não é honesto, não é coerente; não é a postura de um estudante autêntico. Essa postura é pérfida, é maliciosa, interesseira, contaminada...
Dárcio: No estudo da Verdade Absoluta, a postura real do "estudante" é uma só: SUMIR! O ser estará livre em Deus, e Deus livre nele! "Quando Cristo, que é a NOSSA VIDA, se manifestar, também nos manifestaremos com ele em glória" (Colossenses 3-4) Assim descreve Paulo este DESPERTAR GLORIOSO!
Merton: O buscador tem que ser puro, investigar com um coração aberto, livre de idéias pré-concebidas, pronto para aceitar a Verdade seja ela qual for. Muitos se esforçam não para encontrar e entender a Verdade, mas sim para confirmar os seus pontos de vista individuais, para se manterem numa certa zona de conforto pessoal. - A partir daí, passam a adaptar tudo o que encontram para justificar as suas crenças. Nesse caminho, distorcer o que disse Jesus é uma prática muito comum... Diria que é a favorita de 10 entre 10 pseudo-místicos e panteístas. E, bem, pra quem estudou realmente a fundo o que Jesus diz nos Evangelhos, certas afirmações são simplesmente ridículas.
Dárcio: "Estudar Jesus a fundo" é mera pretensão ILUSÓRIA do ego. É por isso que Jesus disse: "O Pai oculta estas coisas a sábios e entendidos, para destiná-las aos pequeninos(sem ego)". Somente por REVELAÇÃO a Verdade é conhecida e Jesus é entendido a fundo! E foi o que ele disse: "Se eu não for (se não me tirarem de vista), o CONSOLADOR não virá a vós (o DESPERTAR para o próprio Cristo).
Merton: Veja, o problema do panteísmo não é afirmar que "somos Deus e Deus somos nós", porque isso, num certo sentido, é verdade. O problema é dizer que Deus é SÓ isso. Essa é apenas uma forma elegante e poética de ateísmo, se você pensar bem. Eles não dizem que “Deus não existe”, mas dizem que não existe Deus a não ser a natureza: eu, você, as nuvens, os cães, os pássaros. – A mesma coisa dita de um modo diferente. - Ora, se eu sou Deus e se não há outro Deus além de mim mesmo, para que serve a oração? Por que Jesus ensinou a orar? Para quem vou orar? Para que serve a meditação, e por que me preocuparia em buscar aperfeiçoamento? Pra que vigiar e orar? Para que servem as práticas espirituais, para que buscar o Amor?? Eu sou Deus, ora, eu me basto!..
Dárcio: O panteísmo não tem fundamento algum! É mera crença ilusória! Não existe matéria! Tudo é ESPÍRITO! Mas, como já foi dito, este discernimento somente se dá por REVELAÇÃO. Pode ser aceito a priori pela FÉ; isso até abre campo à REVELAÇÃO, mas, enquanto não houver a "descida do Espirito Santo", ou seja, a AUTO-REVELAÇÃO, a Verdade não será conhecida.
Merton: Deus é imanente, mas é também (e principalmente, eu diria) transcendente. E quando leio afirmações como as dessa postagem, sinto a responsabilidade de deixar o meu testemunho pessoal: em todas as minhas experiências místicas, - e eu tive experiências MUITO intensas MESMO, - eu experimentei a Energia Infinita que fluía de fora para dentro de mim, e que daí expandia e passava a extravasar o meu próprio ser, de dentro para fora. A experiência e o sentido de uma Força Infinita, incompreensível e EXTERNA, que entra em COMUNHHÃO com o meu interior finito, é inquestionável. E foi somente nesse momento que eu senti o meu próprio eu chegando mais próximo do Infinito, do Cósmico, do Universal.
Dárcio: Nem Deus nem experiência em Deus podem ser explicadas pela mente humana ou por palavras deste mundo. Quem tem a experiência absoluta SABE que TUDO É DEUS, e sabe que algo além de Deus é NADA! Se, após a experiência, a pessoa continuar acreditando NESTE PLANO, em INTELECTO, é indicado a ela que RENUNCIE AO EU QUE DISSE TER TIDO A EXPERIÊNCIA! Muito fenômeno psíquico é confundido com a Experiência em Deus; sabemos se é, ou não, se realmente tivermos VENCIDO O MUNDO devido a ela. "Todo aquele nascido de Deus vence o mundo", diz a Bíblia .
Merton: Há uma centelha divina em cada um de nós. Até poderíamos dizer que somos como "deuses", cada um de nós, num sentido metafísico. Mas afirmar que nós é que somos o único Deus, e que não há outro Deus senão nós mesmos, continua sendo a mesma coisa que sempre foi: blasfêmia e viagem na maionese...
Dárcio: Sem "vencer o mundo" não somos nem deuses e nem nada! Por outro lado, por REVELAÇÃO, é-nos revelada a Verdade Absoluta: "QUEM ME VÊ, VÊ O PAI.". Não foi por acaso que Jesus disse: BUSCAI O REINO EM PRIMEIRO LUGAR! Sabia, e sabe, que "deste mundo", nesta referência falsa e vazia do ego humano, só conheceremos ILUSÃO.
Merton: Mas isso não resume tudo.
A questão complicada, aí, é que a percepção trazida pela postagem NÃO está completamente errada. Há alguma verdade nela, e é por isso que existe tanta confusão nesses assuntos. - Sim, somos infinitos, somos divinos, o Reino dos Céus está dentro de nós e a nossa fé pode mover montanhas... Todas essas afirmações são verdadeiras e preciosas!
Mas a confusão começa quando o buscador, deslumbrado com essas percepções, descarta Deus! Ele começa a acreditar que, por ser divino, possuidor de um espírito infinito e glorioso, não precisa mais de Deus, e que Deus só pode ser ele mesmo... Não pode ser mais do que isso!
Esse é o erro primordial, que até “grandes mestres” deste mundo cometeram.
Tudo que estou sugerindo é que se considere o que eu falei aí atrás, e que o buscador se esvazie e peça pela luz do Infinito antes de buscar por orientação. Tem muita gente por aí ensinando a “esvaziar a xícara”, o que é um conselho maravilhoso, mas com a sua própria xícara cheia de idéias pré-concebidas, até a boca. Muitas vezes, no caminho do buscador da Verdade, exatamente o que parece ser, não é, e o que não parece, é.
Dárcio: SE for DEUS, é! Se não for, não É!
DÁRCIO.
Gugu, querido amigo e irmão,
ResponderExcluirAntes de qualquer coisa, agradeço de coração ao Sr. Dárcio Dezolt por ter dedicado tanta atenção às minhas colocações e também pelo carinho (e por ter se dado ao trabalho) de responder aos meus comentários. Mas antes de entrar no mérito da questão em si, gostaria de comentar a resposta do Gugu, que ao meu ver refletiu até bem melhor do que as colocações do próprio Dárcio os assuntos aqui discutidos. Gugu disse:
"No caso do autor do texto, eu diria que ele não escolheu 'crer' nessas idéias; mas se ele as profere é porque ele sabe. Ele não crê, ele sabe. E a diferença é muita, porque, quando você sabe, então você percebe imediatamente que todas as escolhas são eliminadas. O saber não te dá escolha."
Maravilhoso! Isso é simplesmente perfeito, é exatamente o que eu penso, e quantas vezes eu afirmei exatamente isso no meu blog? "Buscar a Verdade não tem nada a ver com escolher um caminho".
A única coisa que eu não entendo é como é que alguém decide assim tão definitivamente que o Dárcio sabe o que está falando, e que o Merton apenas escolheu acreditar em alguma coisa... (?!?)
No meu blog tentei explicar, de todas as maneiras possíveis, que eu já deixei de “acreditar” faz algum tempo. - Eu SEI, no mais profundo da minha alma, todas as coisas que coloquei no meu primeiro comentário. - Sei porque não aprendi com a mente racional, com os esforços do meu intelecto, mas essas coisas foram compreendidas pela alma. Esses fundamentos foram revelados ao meu espírito, em espírito. O meu intelecto deixou de existir, completamente, quando eu entrei nesse outro nível de realidade; embora eu precise do meu lado intelectual para me comunicar, para tentar me fazer entender neste mundo, e nessa parte sou muito falho.
Infelizmente, a minha palavra não é suficiente, nem poderia ser. - Eu sei disso. - Tentei contar a minha experiência de vida desde o começo, com detalhes, lá no meu blog, mas isso foi apenas um desencargo de consciência, porque eu sempre soube que ninguém convence ninguém de nada nesta vida. As pessoas é que escolhem serem convencidas ou não. - A não ser os verdadeiros buscadores. Estes nada escolhem, nem são convencidos; eles precisam e anseiam pela Verdade acima de tudo. Isso é amar a Deus sobre todas as coisas, porque Deus é a Verdade.
Por isso é que eu gosto tanto desse termo, “buscadores”. - O buscador quer a Verdade acima de qualquer coisa, ele NÃO ESCOLHE acreditar nisso ou naquilo. E ele vai atrás do que quer. E foi assim que eu procedi desde a minha infância. As coisas que eu SEI, eu SEI porque me foram reveladas! Não gosto de falar assim, passa uma impressão arrogante, como se eu estivesse querendo dar uma de “profeta” ou “escolhido”. E eu não sou nada disso, mas quando a Verdade me foi revelada, eu não podia mais “escolher” coisa alguma. A Verdade estava diante de mim, e agora eu só podia aceitá-la, porque rejeitá-la e voltar para o meu mundo de ilusões já não era possível, mesmo que eu quisesse... Ninguém consegue enganar a si mesmo, nem que queira. Mas o mais curioso de tudo é que antes de atingir essa compreensão da Verdade, as minhas idéias eram muito parecidas com as aqui apresentadas pelo Sr. Dárcio Dezolt!
Assim, com todo o respeito do mundo e igual carinho, tenho que dizer que ler as palavras do Sr. Dárcio não acrescentou absolutamente nada ao que eu disse, e na verdade não respondeu a nenhuma das minhas colocações. Não chegou nem perto disso... E por quê? Porque tudo que ele trouxe foi uma série de alegações pessoais, que partem de um ponto de vista que ele ESCOLHEU, das coisas em que ele acredita! Senão, vejamos:
Quem acha "um erro de interpretação" não é um "eu", mas a "mente carnal". Ela afirma achar blasfêmia afirmar que "somos iguais a Deus" para SE MANTER!
Aí eu poderia perguntar simplesmente: "Quem disse?" - Em outras palavras, segundo o autor, todos os que encontraram percepções diferentes das dele mesmo, estão usando a “mente carnal”... Até mesmo Jesus devia usar sempre a “mente carnal”, porque quando foi chamado de “bom”, respondeu: “Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão só Deus”. (Lucas 21,5). Então, se o Dárcio um dia encontrar Jesus, talvez possa ensinar ao Mestre a não usar mais a mente carnal e parar de ensinar coisas erradas, entender de uma vez por todas que somos todos tão bons quanto Deus...
”O "mal" JAMAIS entrou no NOSSO PLANO”
“Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal...” - Nesse ponto, está se contrariando não só a Jesus, como também Zarathustra, grandes mestres hindus, Buda ('evitar o mal, fazer o bem, cultivar a mente...'), Maomé, a Bíblia, o Zohar, a Cabala, o Talmud, o Alcorão... - Todos afirmam que há, sim, o mal no mundo. – Será que o Sr. Dárcio Derzolt e os que pensam como ele são os únicos que encontraram a Verdade?!
Você pode considerar o mal como ilusão do ego, mas ainda é o mal! Então você não chama de “mal”, você chama de “ilusão”, mas a substância não muda! Os efeitos não mudam! Continua sendo algo negativo, prejudicial, algo real e que atua no nosso mundo, não importa o nome que você dê a ele! Veja, nesse exato momento, se você ligar a sua TV ou abrir um jornal, vai conhecer o caso de duas crianças que foram queimadas vivas na Ásia, de um rapaz que meteu uma bala na cabeça da ex-namorada, das torturas praticadas nas prisões ao redor do mundo, de gente que morre de fome na África, etc, etc, etc... Então, dizer que “o mal não existe” no nosso plano, isto sim é ilusão! - É negar a realidade objetiva dos fatos, fechar os olhos e ESCOLHER viver no seu próprio mundo idealizado. - e ilusório! - Isso não tem nada a ver com a Verdade, e a Verdade é Deus!
E aí caímos na pergunta de um milhão de dólares: “Se Deus é Perfeito e Bom, como poderia criar o mal??” - O Sr. Taniguchi nunca conseguiu entender isso! – Mas a Bíblia afirma, com todas as letras: “Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas.” (Isaías 45,7)
A solução que você encontra, quando tocado por Deus, aquela que todos os místicos autênticos encontraram, é: há uma razão de ser para isso, como para tudo que existe. Não adianta dizer que o mal não existe, porque ele é tão perceptível quanto o chão que pisamos ou o ar que nos cerca! Mas se cremos num Deus perfeito, temos que aceitar que estamos aqui para confiar nesse Deus, e os que assim procedem são capazes de tirar o bem do mal! - Esta é a chave! – Mas se trata de uma questão muito pessoal, que deve ser compreendida individualmente por cada um, não há como se montar uma cartilha ensinando uma técnica para isso.
”Quaisquer "observações CUIDADOSAS" de "certas expressões nos Evangelhos" partem da "mente carnal". Enquanto a pessoa não RENUNCIAR a esta mente falsa, a palavra "comunhão" não será captada em seu sentido absoluto.”
Em outras palavras, na opinião do Sr. Dárcio, qualquer interpretação de vida que divirja das suas próprias, parte da “mente carnal”. Apenas os que compartilham do ponto de vista dele é que renunciaram a esta mente falsa. Ao redor do nosso planeta, bilhões de pessoas, entre cristãos, budistas, hindus, muçulmanos, espíritas... nenhum deles descobriu essa grande Verdade.
”Aqui é dito que interpretar "ser igual a Deus" é "erro crasso" porque a pessoa PENSA (mente carnal) estarmos falando do ego, da falsa e velha criatura, do homem natural. Se a RENUNCIA a ele for feita, pela entrega à "mente de Cristo" que temos, a REVELAÇÃO espontaneamente lhe dará a EXPERIÊNCIA DA COMUNHÃO: "Eu e o Pai somos um", infelizmente, a visão materialista da "mente carnal" pensa que estas "obras" são as que Jesus realizou na matéria! Lastimável crença falsa! O erro está em ler a postagem com a "mente carnal". Um texto da Verdade absoluta é revelado da Consciência e não escrito pela mente carnal. Quem tem a experiência absoluta SABE que TUDO É DEUS, e sabe que algo além de Deus é NADA! Se, após a experiência, a pessoa continuar acreditando NESTE PLANO, em INTELECTO, é indicado a ela que RENUNCIE AO EU QUE DISSE TER TIDO A EXPERIÊNCIA! Muito fenômeno psíquico é confundido com a Experiência em Deus; ”
Veja, eu estou sendo julgado aqui. E julgado injustamente. Eu renunciei ao meu ego há muito tempo, e não preciso (e não tenho) como provar isso para alguém... Eu tive muitas experiências na minha vida, porque eu busquei Deus acima de todas as outras coisas, desde que me conheço por gente. Eu abri mão de uma vida confortável, de namoradas, de experiências mundanas de todo tipo, dos prazeres carnais, do meu orgulho... E eu encontrei Deus, dentro de mim, na Natureza e no meu próximo que sofria, e esse foi o momento da minha Revelação, quando eu compreendi profundamente a afirmação de Jesus, de que ele estava nos pequeninos e nos sofredores. E fui transportado deste mundo de sofrimento para um Plano onde as nossas fraquezas não existem. Em todos esses momentos, o meu intelecto simplesmente desapareceu, o pensamento racional deixou de existir. Mas agora...
“Quem tem a experiência absoluta SABE que TUDO É DEUS”. – Mas agora eu encontro alguém que diz que teve a experiência absoluta, e que tudo que eu vi e vivi, e que tudo que eu aprendi foi apenas o meu “eu” me enganando... O que posso dizer? Mestre, eu imploro, me ilumine com a sua luz!?..
Desculpe, é difícil não achar essa postura meio cômica... Sem ofensas.
”Sabemos se é, ou não, se realmente tivermos VENCIDO O MUNDO devido a ela. "Todo aquele nascido de Deus vence o mundo", diz a Bíblia”
É exatamente por isso que eu sei. Sim, eu venci o mundo, graças a Deus, embora isso não signifique que eu virei uma espécie de avatar, um ser perfeito que paira acima da própria humanidade, que nunca erra, que nunca enfrenta problemas... Isso não existe!
Por isso é que eu vivo insistindo que não, os caminhos não levam todos ao mesmo lugar, porque há os que ESCOLHEM crer em alguma coisa, e os que ACEITAM a Verdade, independente do que gostariam que ela fosse ou do que querem acreditar. Vencer o mundo é vencer a si mesmo, é ter coragem para colocar a Verdade acima de qualquer outra coisa, e reconhecer quando se está errado. É nunca tentar moldar a Verdade de acordo com os meus interesses, com aquilo que me agrada.
Repito que nem tudo que parece fazer sentido é verdadeiro. Quando você se fecha num determinado raciocínio, mesmo que alguém apareça acenando com alguma outra percepção, você o rejeitará automaticamente, inconscientemente, não por mal, mas por achar que a tal “experiência absoluta” já foi atingida e que não há mais nada para ser aprendido... Alguém assim perde a capacidade de analisar os outros pontos de vista. Na realidade, não existe "experiência absoluta". Nós nunca cessamos de crescer e aprender. Só Deus é Absoluto, e nós ainda não O Conhecemos integralmente, para que possamos dizer: “Ele é isto, é aquilo”. Tudo que se pode dizer a respeito de Deus é que “Ele É”.
O Reino dos Céus é como o homem que tinha sua própria coleção de pedras preciosas e objetos de valor. Um dia ele achou um tesouro numa propriedade; aí foi e vendeu tudo que tinha para comprar aquele terreno. Ele se livrou de todo o resto para ficar apenas com o tesouro. A partir desse dia já não importavam mais as percepções dos homens, ele tinha encontrado o tesouro, o que mais podia querer? Esse Tesouro é a Verdade.
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** Agradeço mais uma vez pela oportunidade e pelo bom debate, Gugu e Dárcio Dezolt. Muito obrigado!
Merton,
ResponderExcluirAcredito termos chegado num ponto muito, extremamente delicado do diálogo entre esses dois pontos de vistas. Mais uma vez eu gostaria de dizer que as coisas que Dárcio escreveu foram escritas estando-se em um outro ponto-de-vista, num outro destado de consciência. Eu não sou ninguém para dizer aos outros o que é verdade ou não é, mas, para mim, o que o Dárcio escreveu - e não apenas o Dárcio, como também o Osho, o Ramana, Goldsmith, e todos os outros - faz todo sentido. Pelo visto, a Fiat Lux conseguiu perceber/saber o mesmo e compartilha de suas opiniões comigo. Ao meu ver, tudo está bem de acordo com o que ela disse no comentário dela.
Vamos lá... vou ver se consigo responder alguns pontos importantes de sua réplica.
Você diz: “A única coisa que eu não entendo é como é que alguém decide assim tão definitivamente que o Dárcio sabe o que está falando, e que o Merton apenas escolheu acreditar em alguma coisa?”. Merton, quando o Saber se manifesta, ele não se compara a nada – nenhum conhecimento, religião – que exista neste mundo. O Saber não está ligado a nada que seja deste mundo, Ele é independente de qualquer caminho que conhecemos aqui (cristianismo, budismo, hinduísmo, e todas as outras religiões e filosofias que existem nesta Terra). Você acredita que a Sabedoria que você contou ter acontecido com você esteja ligada ao cristianismo ou a Jesus? Se o cristianismo ou Jesus e seus ensinamentos fossem completamente retirados/apagados deste mundo, você acredita que a Verdade se perderia junto com eles? Se a sua resposta for “sim”, então você ainda está ligado às crenças deste mundo, porque está preso ao conceito de “Deus”, a Jesus ou ao caminho cristão. A Verdade sobrevive mesmo na ausência de tudo isso. Jesus conhecia a Verdade, e ele não estava preso a nada deste mundo. O Saber, quando se manifesta, lhe traz uma certeza que não é daqui “deste mundo”, e essa certeza é o “caminho que resta quando todas as escolhas são eliminadas”. Não estou falando de uma religião a ser escolhida, porque ela é somente mais um caminho “deste mundo”. Após ter tido o discernimento que lhe permite Saber, você percebe não precisa seguir nada e nem ninguém. Se quiser, você pode, mas você percebe que não precisa ser necessariamente assim. Com o Saber, você consegue ver o Caminho presente em qualquer um dos caminhos deste mundo. Mas isso só se tornou possível, porque primeiro você soube d’Ele. Depois, quando você for até alguma religião, como o cristianismo, você percebe que pode continuar seguindo o Caminho por meio daquele caminho. Percebe, então, como eu não posso evitar seguir o Caminho, mas posso escolher seguir o caminho que eu quiser? O problema existe quando a pessoa segue cegamente um “caminho”, porque tudo o que ela estará fazendo é estar preso a uma forma ou crença do mundo. Crer é diferente de Saber. O Saber é o que torna possível a comunhão/unidade com Deus. Quando você Sabe, então não é mais necessário “crer”, você já pode abandoná-lo. O Saber permite-lhe eliminar/abandonar a fé. E você segue sua vida pautada no seu Saber, e não mais na sua fé.
Eu não estou dizendo nada sobre você. Eu não disse que você não sabe e que escolheu acreditar em alguma coisa. Eu estou dizendo que sei que o autor do texto sabe, porque o meu Saber permite a mim saber que é assim. O comentário da Fiat foi bastante elucidativo para explicar-lhe o que eu quero dizer. Eu percebi que eu não sou deste mundo, que estou num outro Reino – onde não há nem o bem, nem o mal, só existe perfeição – sonhando que vivo num planeta Terra, cheio de maldades, doenças e imperfeições dentro dele. O personagem do meu sonho (o Gugu) despertou por um instante e descobriu ser um personagem de SI MESMO, e que está sonhando. Retornei para meu sonho, continuo aqui dentro, mas agora SEI o que é real e o que não é. E nenhuma aparência de mal neste mundo que aconteça na minha frente pode retirar de mim a certeza do que existe verdadeiramente e do que não existe. Isso não quer dizer que eu não vá ficar sensibilizado diante de uma pessoa que esteja sofrendo – é importante que não se confunda isso. A Verdade não anula apenas a sensibilidade enquanto o outro está sofrendo. Se a sensibilidade tiver que ser anulada, ela só o será se o sofrimento for juntamente eliminado – é isso que a Verdade faz. A Verdade não age só de um lado. Mesmo que eu ainda não tenha obtido completo domínio dessa percepção consciencial, ainda posso ver muitas coisas ilusórias parecendo (e até sendo) bem reais, mas a compreensão que o Saber me trouxe naquele momento mudou minha vida completamente, e não me permite de forma alguma considerar a matéria como Espírito e vice-versa. Portanto, quando afirmo que Dárcio SABE, eu não me baseio em nenhuma religião ou escritura. Eu me baseio numa autoridade que vem de um lugar que nem mesmo eu (personagem) sei. Se eu conseguisse saber a fonte dessa autoridade, ela seria falsa! Também seria sempre relativa – uma resposta dependeria exclusivamente de Jesus, outra seria somente conforme Buda, etc, etc. Ao afirmar que Dárcio SABE, eu me baseei nesse SABER, ele é a única coisa em que posso confiar. Somente com a religião ou escritura você não consegue chegar a este SABER, é preciso algo a mais, algo que não seja daqui. Por isso, sim, é possível você vir a ter essa percepção de SABER por meio de qualquer um dos caminhos que este mundo oferece. Não existe apenas um caminho, eles são vários, mas o Caminho é o único que há. Eu nunca encontrei o Dárcio, escolhi seguí-lo, aceitei seu caminho, para só então dizer que ele Sabe. Eu não sigo ninguém, a não ser esse Saber. O que se deu foi o inverso: primeiro eu Soube, depois a vida me fez encontrá-lo e somente então eu confirmei – não de acordo comigo ou com os saberes do Gugu, mas com o Saber. Isso realmente não é fácil de ser explicado. Só consigo ir até aqui. Então, com isso tudo, eu quis dizer que consigo compreender a mensagem do post, em razão dessa percepção, desse ponto de vista, desse Saber.
Também compartilho de sua visão – não das coisas que você escreveu no segundo comentário que fez, mas do primeiro. Sem ter o referencial daquela percepção, tudo o que a mensagem diz parecerá loucura, alienação, além de uma blasfêmia. Seguindo com o exemplo que a Fiat deu, se você está sonhando e o personagem do seu sonho não teve a experiência de um despertar momentâneo, é impossível para ele saber que o que está sonhando é irreal. Tudo parecerá muito real. E a finalidade da ilusão é essa: fazer o irreal ser tão convincente da mesma forma como o real o é, do contrário não seria uma ilusão. Se fosse isso, seria muito fácil; muita gente gosta de pensar na ilusão e em como se libertar da ilusão, mas também querem admitir que a ilusão pareça ser um pouco menos real do que o Real, porque isso facilita muito as coisas pra elas, então elas gostam de pensar assim. Então, um dos primeiros passos para se ver livre da ilusão é ter consciência de que ela está aqui para fazer tudo parecer muito real. Se a pessoa não tomar cuidado, ela pode acatar este ensinamento com egoicidade, arrogância e sair pensando que ela (o personagem) é Deus. Isso nunca ocorre.
Estamos num ponto muito delicado do diálogo. Não adianta eu seguir tentando explicar o conteúdo em si da mensagem. Tudo o que eu posso te dizer é que eu compreendo tudo o que está lá, escrito nela. Chega uma hora em que não dá mais pra interagir de forma a concordar mais um com o outro. Tudo além disso será divergente, não fará sentido, parecerá provir da experiência subjetiva de cada um. Para que essa barreira da subjetividade seja eliminada, e o diálogo possa continuar ocorrendo de forma harmoniosa, de forma que ambas as visões completem-se entre si, é necessário compreender profunda e realmente o que vem a ser esse Saber. Então uma outra visão se desdobrará para você, tu estará livre para ir aonde quiser, estando consciente de que nunca saiu de sua “Casa”, verá o Caminho presente em todos os caminhos do mundo, pois Ele não confunde-se com nenhum deles. E assim será possível seguir com o diálogo, com uma continuidade harmônica.
Por favor, as coisas que escrevi e a experiência que contei ter acontecido comigo não foram contadas com arrogância. Eu só fui mais uma pessoa que contou as experiências pela qual passou. Aconteceu realmente. Esse Saber existe e, devido a minha experiência, não posso seguir mais nada além dele. E essa não é uma questão de se estar com a mente "fechada". O Saber está além da mente. Também não mencionei o ocorrido comigo só para querer mostrar que "Sei", eu o fiz para empregá-lo como ponto-de-apoio a fim de que eu pudesse trazer a ideía que eu tentei passar da forma mais clara possível.
Então é isso...
Também agradeço-lhe pelo diálogo.
Muito obrigado!
Sempre que precisar ou quiser saber mais à respeito desse ensinamento, estaremos aí! =)
Grande Abraço. Namastê!
Puxa Gugu, que debate interessante esse do Merton e do Darcio.
ResponderExcluirObservando o comentários dos dois de maneira imparcial, é interessante notar que ambos estão com a razão,na minha modesta opinião, embora defendendo pontos de vistas diferentes.
Entendo perfeitamente o que o Merton quer dizer e ao mesmo tempo tb compreendo as colocações do Darcio.
Se vcs me permitem opinar, mas podem me criticar se acharem que estou falando besteira...rs eu diria que a grande maioria das pessoas não vai entender quase nada do que está sendo discutido, a menos que algumas delas tenham sido arrebatadas por uma experiência divina, aquela que realmente transcende e que abre os nossos olhos para além destas dimensões em que vivemos na Terra. Sem esse tipo de experiência indescritível à mente humana, fica impossível alguém compreender(totalmente) toda essa teoria de ilusão, corpo carnal, unicidade com o Todo, pois somente o intelecto não é capaz de processar esse tipo de informação.
Acho que a questão maior não é descobrir se nós somos uma parte de Deus, se somos o próprio Deus, se estamos galgando para ser, ou se já somos e não sabemos. Quem tiver essa experiencia mística irá compreender^exatamente o que ela é na verdade, mas ao voltar, ela terá o desafio de interagir novamente dentro do sonho, mas com uma percepção muito maior do que possuía antes e com equilíbrio para não ficar louca. A meu ver, o mais importante é nos perguntarmos SE somos capazes de exercer aqui e agora essa imagem Divina ou Verdadeira, que nos faz semelhantes à Deus. É muito fácil falar em abandonar esse mundo de ilusões de uma maneira tão radical, sem conhecer o mundo Real e ainda continuar vivendo dentro da própria ilusão. Sem essa compreensão interior, a pessoa é facilmente manipulada pelos falsos religiosos.
Seria o mesmo que VC(o filho de Deus)que mora num mundo Real e Perfeito(o TOdo), estar sonhando que vive num planeta Terra, cheio de maldades, doenças e imperfeições e dentro dele, o personagem do sonho(vc/ego), através de uma meditação, religião, especulação, desperta por um instante e descobre que é um personagem de SI-MESMO e que está sonhando, e que tudo é uma ilusão. Mas vc despertou, vislumbrou o verdadeiro EU Superior que se funde com o Todo, que é Deus e retornou pro sonho, vc ainda vai continuar lá dentro, apenas com a diferença que sabe que não é real e que um dia irá finalmente despertar(qdo morrer na carne) e perceber que vc era apenas um personagem neste sonho e existe na verdade um VC/Filho de Deus que já vive numa outra vida muito maior e perfeita que aquele simples sonho.
Nesta vida Real tudo é harmonia e perfeiçao de Deus, mas dentro do sonho não.
O que o Darcio está querendo dizer, pelo que eu compreendi, é que a gente deve viver no sonho, com a consciência da vida Real, mas aí tem o lance do personagem que cada um exerce, por isso ele pede que abandonemos o Ego/personagem, renunciemos à esse sonho e passemos a viver a vida Real. Mas quem é capaz de fazer isso? A maioria das pessoas nem sabe ainda que estão sonhando, por isso vivem este sonho como se fosse a única e limitada vida! Como uma pessoa, sem ter tido uma experiência de Despertar, poderia reproduzir algo que ela desconhece? Apenas pelo intelecto? Pela fé?
Por isso compreendo a preocupação do Merton qto à maneira de comunicar essa Verdade sem distorções, para aquelas pessoas que ainda não despertaram para esse tipo de compreensão. Elas pode descobrir meios de manipular o sonho(O Segredo!) e acharem que é o próprio Deus.
Gugu, eu sei que ficou confuso, mas vc não liga não, né? Bjs filhão =)
Fiat Lux
Em tempo...
ResponderExcluirJá que eu havia feito referências ao comentário da Fiat Lux, achei por bem transferir o texto dela do livro de mensagens pra cá.
Beleza, Gugu!
ResponderExcluirEu gosto de debater e dialogar com você, porque você é um cara que sabe separar bem o lado pessoal e o campo das idéias. O fato de sermos amigos nunca será comprometido pelas possíveis divergências das nossas visões, pelo menos da minha parte eu posso garantir. E discutir temas sagrados para mim é extremamente gratificante. Sempre acabamos aprendendo alguma coisa quando somos testados nas nossas convicções, no nosso Saber. E no fundo acho que as nossas idéias não são tão diferentes assim, tirando alguns pontos específicos (o problema é que esses pontos são essenciais).
Então, valeu muito a troca de idéias. Sempre vale. Só vou deixar registrado o esclarecimento de duas questões que, obviamente, não foram entendidas:
1) Com o que a Fiat Lux falou eu também concordo. Ela não afirmou em momento algum que nós somos Deus ou que somos iguais a Deus. - E o meu ponto de discordância com o post foi principalmente esse.
Quanto à analogia que ela usou, de dizer que "vivemos como que num mundo de sonho", e que todo o mal que vemos e vivemos faz parte desse sonho, acho perfeito. Mas ela reconhece que NESSE plano de sonho o mal existe! Ilusório ou não, está aí, não há como negar isso. Eu já bati altos papos com ela sobre isso, e nesse ponto concordamos (como concordamos em quase tudo, na verdade). - Mas o que o Dárcio está afirmando é que o mal não existe NESTE plano! Aí eu realmente não concordo, e nem teria como.
2) O segundo ponto é mais importante, e eu vou lhe falar uma coisa com toda a sinceridade, Gugu, como convém aos que são amigos de fato: pela sua resposta, eu percebo que na sua psique há um grande obstáculo com relação a tudo que eu possa dizer ou manifestar, pelo simples fato de você me considerar como "um cristão".
Na sua concepção, o "cristão" é aquele cara que freqüenta um templo, obedece cegamente ao que diz o sacerdote, segue uma cartilha de regras e não tem como conhecer a Verdade maior, porque está limitado pelas suas crenças. Então, a partir daí, tudo o que eu digo é instantaneamente interpretado pela sua mente da seguinte maneira: "Lá vem o Merton com o seu ponto de vista cristão limitado" - Há um bloqueio que se arma automaticamente, e aí, tudo que eu digo é analisado sob essa lente preconceituosa.
Enquanto você ou qualquer pessoa estiver fazendo isso, eu nunca serei totalmente compreendido. Posso ser compreendido em parte, mas no sentido mais profundo, será impossível captar os meus pontos.
A conversa ficaria muito mais produtiva se você tentasse esquecer que eu resolvi praticar a minha espiritualidade dentro de uma determinada forma, e que por isso sou considerado um "cristão".
Você diz:
"Merton, quando o Saber se manifesta, ele não se compara a nada – nenhum conhecimento, religião – que exista neste mundo. O Saber não está ligado a nada que seja deste mundo, Ele é independente de qualquer caminho que conhecemos aqui (cristianismo, budismo, hinduísmo, e todas as outras religiões e filosofias que existem nesta Terra). Você acredita que a Sabedoria que você contou ter acontecido com você esteja ligada ao cristianismo ou a Jesus? Se o cristianismo ou Jesus e seus ensinamentos fossem completamente retirados/apagados deste mundo, você acredita que a Verdade se perderia junto com eles? Se a sua resposta for 'sim', então você ainda está ligado às crenças deste mundo, porque está preso ao conceito de 'Deus', a Jesus ou ao caminho cristão. A Verdade sobrevive mesmo na ausência de tudo isso."
Veja, Gugu, aí eu percebo o imenso abismo que esse preconceito cavou entre nós. Do nada, você me fala que o saber independe de religião, sendo que eu em momento algum eu citei religião alguma nos meus comentários! Eu estava argumentando com princípios universais, independente de rótulos.
"Religião" significa "Religação com o Divino"; isto é, o Conhecimento do Divino, a Comunhão com o Divino. - Então, num sentido mais profundo, o "Saber Espiritual" e a verdadeira "Religião" são a mesma coisa! O Caminho do verdadeiro buscador é um só! De novo, o problema está nos nomes que damos às coisas.
Podemos dar qualquer nome, mas o Caminho que leva à liberação é um só: o Caminho da Verdade. E a Verdade apenas é; os rótulos não querem dizer nada! Eu tenho certeza de que se você conseguisse esquecer ao menos por um tempo a minha opção de prática religiosa, as minhas falas ficariam bem mais claras.
"Se Jesus fosse apagado, a verdade continuaria?"
Eu respondo que essa pergunta não faz nenhum sentido, e, mais uma vez, mostra a imagem distorcida do que chama de "caminho cristão". - Essa pergunta é um absurdo em si mesma! Ela só pode fazer algum sentido se o Jesus a que você se refere for aquela figura cabeluda e barbuda retratada nas imagens e nas pinturas. Eu digo que algumas dessas imagens podem até ser belas, ter o seu valor e o seu significado, mas são uma piada se comparadas com a Consciência Crística a que eu me refiro. E se você estiver se referindo ao Jesus que tentaram retratar na Bíblia, a sua pergunta também poderia fazer sentido, porque a Bíblia é um livro, e como todo livro, ainda que seja um livro sagrado, ela é limitada.
Mas o Cristo que eu encontrei, e que por ele eu até poderia me definir como um "cristão" (mesmo desprezando os rótulos), é a Consciência Crística Infinita que permeia o Cosmo: é Aquele por meio do qual todas as coisas se fazem; é o Verbo Primordial, o Espírito Universal que permite a nossa Comunhão com o Pai e Criador de todas as coisas!
O Sangue que flui nas minhas veias é esse Cristo. O ar que eu respiro é esse Cristo... É nEle que eu me movo e sou! Mas Ele não se resume a isso, Ele vai além disso: está dentro e fora de mim. Está em mim, é verdade, mas vai além de mim, e por isso se diz que o Cristo "intercede" por nós junto ao Pai. Por meio dEle entramos em Comunhão com o Pai, nos tornamos "Um com o Pai", através da Consciência Crística.
Então, a sua pergunta não tem nenhum sentido, porque o Cristo a que eu me refiro e a Verdade são uma só coisa!
"Se o Cristo fosse apagado, a verdade permaneceria?"
Se a Verdade fosse apagada, a Verdade permaneceria? (;P~) A Verdade pode ser apagada? Cristo = Verdade / Verdade = Cristo.
O Cristo não pode ser apagado, a Consciência Crística não pode ser apagada! SE isso deixasse de existir, tudo deixaria de existir, porque nós não existiríamos! Mas mesmo que a IMAGEM ou a IDÉIA que fazemos do Crito fosse apagada, a Divindade Crística permaneceria, porque Ela está presente no Tudo e no Nada, e os buscadores da Verdade continuariam chegando a ela, inexoravelmente. Por isso ele clama:
"Todo aquele que é da Verdade, ouve a minha voz"
Jesus, o Galileu, nascido filho de um carpinteiro, foi a manifestação física da Divindade/Verdade neste nosso plano. O Cristo é tudo em todos.
Abraço.
Legal!
ResponderExcluirAgora sim, Merton, eu compreendi suas palavras. Adorei e concordo com tudo o que disse.
Estamos todos em comunhão, eu, você e Cristo. Isso é tudo.
Pra mim, esse foi um diálogo maravilhoso, e esse desfecho que você deu tornou tudo perfeito.
Estejamos na Paz de Cristo.
Forte abraço! Namastê!
AMEM! AMEM! Graças ao UNO!
ResponderExcluirPS. 1: Eu digo que o diálogo vale a pena, mesmo quando é difícil...
PS. 2: A cada dia que passa, o respeito que tenho por você aumenta.
Oi, Guguzito...
ResponderExcluirDepois de noite eu venho aqui ler beeem devagar e com calma tanto o texto (ler de novo, pq já li uma vez) como os comentários de vcs.
beijos e até mais.