quinta-feira, agosto 01, 2024

O Ser Uno e o Nascimento da Separação

- Jeshua -


Agora, começamos.

Mais uma vez, saudações a vocês, amados e santos amigos. Como sempre, é uma alegria para nós nos aproximar e estar com vocês desta maneira. Viemos neste dia para nos comunicar através deste nosso querido amigo, enquanto continuamos com vocês no Caminho da Transformação.

No significado dessa palavra há grande sabedoria. Transformação requer que haja algo passível de habitar na forma, e vocês são isso. Vocês são Espírito. Vocês são aquilo que nasceu tal qual um raio de Luz que surgiu da Mente de Deus, tal qual um raio de sol emanado do próprio sol. E nesse começo sem forma, vocês são a própria Consciência. Vocês são a própria Inteligência. Vocês são bem-aventurança; vocês são radiância; vocês são compaixão. Vocês são o potencial para a criatividade infinita.

Vocês são o próprio Deus. Agora, esta é a primeira vez que temos sido tão ousados ao longo de todos estes anos – nos quais muitos de vocês estiveram aqui buscando gentilmente, desejosos de seguir e permanecer no curso. Esta é a primeira vez que descrevemos vocês como Espírito, como Aquilo que Deus é. Isso só pode significar que aquilo que vocês são em essência, em seu ser essencial, é o próprio Deus.


O PRIMEIRO NÍVEL DA CRIAÇÃO – ESPÍRITO PURO

O primeiro nível da Criação ocorreu quando Aquilo que chamamos de Deus, ou Abba, começou pela primeira vez o indescritível e inexplicável mistério de criar a Si mesmo a partir da matriz eterna de Seu Próprio Ser. Esse primeiro nível da Criação era Puro Espírito – um sutil, sutil movimento, no qual um suave raio de sol começa a emergir do Sol, ou um raio de Luz silenciosamente começa a ser emanado da própria Luz.

No Espírito Puro, você é ilimitado; você existe sem forma. Mas você não é desprovido de consciência. Você não é desprovido de uma consciência de Si mesmo. No Espírito, há apenas o Eu – não ‘eu’ e outro, não um ‘eu’ separado da forma, mas simplesmente o Eu – radiante, cintilante, ilimitado – sozinho, porém não solitário. Pelo contrário: como Espírito Puro, você é preenchido pelo Eu, preenchido por Deus, preenchido pelo Amor.

Esse primeiro nível da Criação nunca muda – ele é como o próprio Deus. Pois o raio de sol é tal qual o próprio Sol; e o raio de luz é tal qual a própria Luz. Aqui nasceu um impulso – um impulso que se estendeu da Pura Potencialidade de tudo o que Deus É. Pois o Amor busca apenas se estender, aumentar, se expandir. A extensão é uma atividade, é um movimento. E para que haja expansão, necessariamente deve ter sido criado o que você chama de espaço. Mas, aqui nesse nível de Criação, o espaço de que falamos não é exatamente aquele que você percebe em sua mente, quando pensa no espaço que acomoda os planetas girando ao redor do seu sol.

Ao contrário, a ideia de espaço era mais, digamos, como a de um conceito matemático. Era a ideia de um espaço no qual a extensão poderia ocorrer. Ainda não existia o universo físico, planetas e sóis. Ainda não havia um único átomo ou molécula do que você chama de matéria. Havia apenas puro Pensamento, puro Amor, puro Ser, começando a entreter (e eu enfatizo essa palavra por uma certa razão), a entreter a ideia de espaço puro, extensão pura – ilimitada, sem fronteiras, para sempre. Havia Espírito puro. Isso é o que você é, agora e para sempre. O Espírito não muda!

Portanto, aqui e agora, existe algo em você, mesmo enquanto você ouve estas palavras, mesmo enquanto se percebe como um corpo sentado em uma cadeira ou deitado no chão – exatamente aqui e agora – além de tudo o que você pode ver com seus olhos físicos, e de tudo o que você percebe ‘como’ e ‘dentro’ do corpo, além da atividade do nível superficial da mente com a qual você está mais familiarizado, onde ocorrem quase sem cessar o que são chamados de ‘disparos dos neurônios no cérebro’, de modo que a mente parece nunca estar sem imagens e pensamentos… muito além deste planeta, e ainda assim exatamente onde este planeta habita, muito além deste universo, e ainda assim exatamente onde seu universo habita, muito além de todas as dimensões, das infinitas dimensões da Criação, e ainda assim exatamente onde essas infinitas dimensões existem: o Espírito É.

Aqui se encontra o que eu frequentemente me refiro como o “Mundo Real”. Aqui, a paz habita eternamente com consistência perfeita e sem interrupção. Aqui, a Realidade viva é, e isso foi refletido na declaração:

“Eu e Meu Pai somos Um.”

Em outras palavras, quando a Consciência transcende a percepção de Si mesma como sendo apenas existência condicional – sendo apenas as formas da existência (o corpo-mente, o sentido particular de si como separado de todos os outros seres, a folha de grama, a nuvem no céu, a rocha no chão), quando a Consciência transcende esse senso de Si mesma, Ela deixa de estar atrelada a uma relação pensante. Ela deixa de observar o Espírito como algo separado e então diz: “Oh, isso é o que eu sou. Magnífico!”

Em vez disso, existe um senso vivo em que a Consciência como tal, como o Ser, repousa no Ser e simplesmente sabe. Pois somente o conhecimento é imediato e não mediado por qualquer conceito, forma ou experiência.

Nesse momento, e basta apenas um momento, há um despertar imediato para a Realidade do Mundo Real. E de alguma forma, então – e perceba que eu disse ‘de alguma forma’, no sentido de que enquanto a Consciência dança de volta na extensão do Espírito, na extensão da Realidade, na criatividade, na Criação – na forma humana pode-se dizer que: “Eu e Meu Pai somos Um.” Existem muitas declarações como essas dentro da família humana que foram proferidas para expressar esse Despertar, essa Realidade.


A CRIAÇÃO DA ALMA

 

Agora, neste movimento incessante para longe Daquilo que nunca se move, à medida que o raio de Luz emerge da Luz Divina – ilimitada, eterna, desobstruída – em seu próprio desejo de ser criativo, de estender a criatividade incessantemente (e isso é o que a Criação é), o Espírito começa a se condensar ou a descender (ambos estes termos são muito espaciais).

 

E, novamente, nós estamos agora usando uma linguagem advinda e pertencente ao referencial do seu lado da cerca; ou seja, do lado da cerca da existência fenomênica, não do lado do cercado do Espírito, onde a linguagem dificilmente é necessária.

O Espírito continua a sua dança, à medida que a Mente Única – Deus, o Pai – acolhe a extensão da Criação, e o Espírito começa a condensar-se em algo que ainda não havia ocorrido. O pensamento – e, novamente, ainda estamos operando em um nível de Pensamento puro, Potencialidade pura... aqui ainda não existe a escuridão profunda do espaço do seu universo ou de qualquer dimensão que seja – ele começa a se condensar em um pensamento de individuação.

Todos vocês já viram, talvez, em seus comerciais de televisão, quando o leite é despejado no copo em câmera lenta. À medida que o leite atinge o copo, ele começa a subir pelas laterais, conforme o copo começa a se encher. E, no último momento, quando a caixa é reclinada para trás e o derramamento para, o movimento que foi iniciado cria o fenômeno de uma gota circular de leite que surge e, por um momento muito breve, parece se separar do corpo de leite no copo.

 

Ela emerge e, em uma fração de segundo, você que está assistindo à tela tem a percepção de uma gota individualizada de leite que parece existir completamente independente do próprio corpo do leite. E então, no momento seguinte, ela cai de volta no corpo do próprio leite, e você perde a percepção dela como uma coisa separada, uma gota de leite separada. Mas ela ainda era leite. A partir do seu lugar de percepção, apenas pareceu como se tivesse uma existência separada.

 

Agora, isso é apenas uma analogia, é claro, já que a alma não é feita de leite. Mas cria uma imagem para você do que ocorre quando o corpo do Espírito prossegue em seu entretenimento ou dança de criatividade, da qual emerge aquilo que chamamos de alma – a primeira e sutil fonte do pensamento de individuação, daquilo que é uma expressão individualizada da plenitude do Espírito, que é Luz, que é Deus.

 

E por quê? Tudo pela alegria de estender a Criação, para que Aquela Unicidade possa estar ciente de Si Mesma em uma variedade infinita de formas. E é aqui que começa – o deleite da Criação. Isso é o que Você É! Na Alma Pura ainda há apenas Pura Potencialidade. Ainda não houve o que você conheceria como experiência. Há, no entanto, a primeira sutil percepção do Eu Uno estando ciente de Si Mesmo.


O NASCIMENTO DA SEPARAÇÃO


À medida que a Alma continua a extensão da Luz, da Criatividade Pura, ela se condensa. Ela descende para o próximo nível, por assim dizer. E, novamente, como estamos usando a linguagem do seu lado do cercado, não há muitas outras maneiras de falar sobre isso. A Alma desce ou se condensa e começa a criar uma consciência mais profunda de Si Mesma como uma coisa individualizada.

 

Agora, a consciência original que a Alma tem de Si Mesma como Espírito está assumindo uma nova coloração, uma nova vibração. Está se tornando muito próximo daquilo que muitos de vocês já experienciaram em suas preces, meditações, ou naquele momento em que ouviram uma criança chorar, ou quando caminharam por uma floresta ao amanhecer... quando sua mente egoica foi temporariamente transcendida e vocês tiveram um senso de sua Unidade com Deus, e ainda assim, se sentiram diferentes de Deus – criatura e Criador, Filho e Pai – unidos, mas de alguma forma diferentes.

 

Aqui é onde se pode dizer que a separação ocorreu. Pois é aqui, no primeiro nível de pura Potencialidade desse pensamento único, que Aquilo que é Inteligência, Aquilo que é Amor, Aquilo que é Luz – eu me referi a isso, por exemplo, em Um Curso em Milagres, como Mente – e a Mente não é meramente a tagarelice que ocorre no cérebro humano, que vocês se referem como “pensamento.” A Mente é muito mais vasta do que isso!

 

É aqui, no primeiro nível de percepção sutil do Ser como uma matriz individualizada de consciência, a qual está consciente de Si mesma como unida a Deus, ao mesmo tempo em que percebe que aquele Ser, ou Deus, de algum modo é algo diferente do que a Alma percebe ser ela mesma. Aqui é onde o primeiro e único pensamento de separação nasce – neste ponto muito sutil, muito antes dos planetas do seu universo surgirem, muito antes da multidimensionalidade da Criação vir à existência. Aqui, você é. Aqui, há apenas uma Alma, uma expressão única do Espírito puro, Ela própria a expressão única Daquele que eternamente É.

 

Aqui, a criatividade dá origem ao poder do pensamento. E é a partir campo do pensamento – pensamento puro – que a Criação começará a surgir imediatamente. Aqui, neste nível sutil, a gota de leite aparentemente tornou-se separada e agora sente a consciência de Si Mesma como separada do corpo do leite. E por um momento, por apenas um momento, há Pura Alegria, porque ainda é o Uno fazendo isso – por entretenimento, por puro jogo, pela pura exuberância de estender a Si Mesmo e Seu Poder infinito, incessantemente e sem limitações.

 

Pois veja, se Deus, que se torna você, mantivesse o pensamento: “Bem, certamente não posso separar o Meu Eu de Mim Mesmo,” isso seria uma limitação. E assim o Uno cria uma gota de Si Mesmo, junto com a percepção de Ele estar percebendo a Si Mesmo como separado, de algo que agora, pela primeira vez, é outro. Aqui está o gérmen, a semente plantada, para a consciência egoica. Mas isso (surgimento da consciência egoica) ainda está um pouco mais adiante na história.

 

Quando o primeiro pensamento de separação é sonhado, uma nova energia nasce. Aquilo que era Pura Alegria, aquilo que era Pura Liberdade, Pura Segurança, agora muda de forma ligeiramente. Pode-se dizer que da gota do leite emerge uma outra gota de leite que parece se separar e adquirir sua própria energia. A isso nós chamamos de medo. Aqui não nasce a extensão, mas a contração, ou a experiência da contração, à medida que o medo surge na consciência.

 

E agora o rio começa a descer em cascata muito, muito rapidamente – a partir do medo, da primeira concepção do pensamento: "Estou sozinho! Estou separado do meu Criador!" E, no entanto, lembre-se: na Realidade, o tempo todo é o Criador percebendo o Criador e criando a percepção de que Deus está separado de Deus.

 

Com esse pensamento, ocorre uma explosão – muito semelhante àquilo que seus cientistas chamaram de "Big Bang". Eles não sabem o quão próximos chegaram! Eles apenas precisam mudar a perspectiva para ver que o Big Bang ocorreu na dimensão da própria Consciência, e não a partir da matéria em si, seja lá o que for isso.

 

No Big Bang da Consciência: imagine, de repente, essa gota de leite explodindo no espaço, que surge com o pensamento de separação, e tornando-se uma infinita variedade, ou infinito número de fragmentos – todos pequenas gotículas de leite, pequenas gotículas de Consciência, pequenas faíscas de Divindade, pequenas partículas de Luz.

 

Para usar mais uma analogia do campo de sua ciência, a onda de luz agora se converteu em partículas de luz. Quando e por que isso ocorreu, quem poderá dizer? Somente Aquele Uno, que está realizando o nascimento de Si mesmo, sabe. E, em verdade, você é Aquele Um.

 

À medida que essas partículas de luz estão agora espalhadas (e, novamente, aqui temos outro termo espacial), espalhadas pela capacidade de alcance infinito que é inerente à natureza da pura Potencialidade do Espírito – que é Luz, que é Deus –, cada partícula possui exatamente o mesmo potencial. Na verdade, você não poderia, digamos, encontrar qualquer diferença entre os pontos de Luz, absolutamente nenhuma. Se você os medisse, teriam o mesmo tamanho, embora não tenham tamanho. Se medisse sua frequência ou vibração, todas seriam iguais – pontos de Luz idênticos que parecem agora ter tomado existência em diferentes pontos do espaço.

 

Ou seja, há a sensação de que, embora sejam idênticos em qualidade e substância, há uma ligeira diferença no espaço que cada um ocupa, como se você pegasse dois lápis idênticos e colocasse um no lado esquerdo da mesa, e o outro à direita. Ainda feitos da mesma substância, mas agora, no vasto continuum do espaço, aquilo que é idêntico está ocupando dois pontos do espaço, cada um com a liberdade perfeita espelhando a liberdade perfeita do Deus Único.

 

Raios infinitos de Luz agora estão espelhando e refletindo a perfeição da liberdade da Potencialidade Pura, que é a própria Luz – a Pura Potencialidade de criar. E cada um tem dentro de si o pensamento, o reconhecimento, a percepção da separação.

 

O medo nasceu. E com ele, os pensamentos: “Estou sozinho. Não sou aquele ponto de Luz ali. Sou apenas eu mesmo.” E à medida que a energia do medo continua, a contração, a condensação, o declínio, a queda continuam. E agora, o que irrompe instantaneamente (isso ainda não requer o tempo) é a multidão, a infinita multidimensionalidade, que é a Criação – exceto por uma coisa: o universo físico ainda não foi gerado. O universo físico requer o conceito de tempo. Pois somente no tempo a dimensão física existe.

 

E assim, aqui é onde vocês começam a descobrir o que tem sido chamado – na linguagem do seu lado da cerca – de hierarquia de seres angelicais, de mundos angelicais. Apenas pontos de Luz, assim como vocês, mas não na experiência do tempo, nem na condensação que vocês chamariam de corpos físicos – nem mesmo os corpos astrais inferiores. Ainda assim, a multidimensionalidade da criatividade é uma dança radiante com apenas um toque de um senso de separação, ou de "alteridade", ou medo.


A CRIAÇÃO DO UNIVERSO FÍSICO


Nesta multidimensionalidade, que ainda está permeada e é como a própria Luz, a condensação continua. Aqui é onde os seus cientistas começam a explorar a origem da existência – para que você possa ver quantos passos existem para trás que eles desconhecem! Mas aqui a Luz começa a se condensar na partícula de matéria. E novamente, a explosão ocorre, como se o único átomo básico – ou Adão, podemos dizer – explodisse no Big Bang. E a multidão de corpos, de corpos planetários, incluindo o sol central do seu pequeno universo, é gerada.

 

E o universo físico, do qual você sabe que faz parte como ser humano, é vasto além da compreensão e, ainda assim, é como uma minúscula partícula de poeira. É como uma pequena partícula de Luz, flutuando aparentemente e livremente – tal qual uma pequena gota de leite que parece ter se separado do corpo do leite – o seu universo físico parece flutuar livre e separadamente e não tem consciência da multidimensionalidade da Luz radiante, do Espírito e de Deus em que flutua, e do qual recebeu sua própria existência. Você, portanto, não está fora do Espírito. Pode-se dizer que você é mantido amorosamente – toda a sua dimensão física – no centro do Espírito.

 

À medida que essa condensação continua, o que você chama, ou foi instruído a chamar de "vida" começa. Todas as condições são estabelecidas, mas emergindo de quê? Puro acaso? Dificilmente! Elas emergem da Pura Potencialidade, do Poder e da Inteligência Perfeita para criar – embora agora essa criatividade esteja se expressando, cada vez mais, a partir do medo, e não da pura Alegria. É como pegar uma nota de flauta e abafá-la ligeiramente, para que exiba uma qualidade diferente. No entanto, ainda é pura energia. Pois o que pode ser o medo, senão energia? Assim como o Amor é energia, a compaixão é energia, a tristeza é energia, a raiva é energia.

 

Você pode perceber? O medo é apenas uma energia e nada mais. Em si, ele é perfeitamente neutro. Pois todos os eventos são neutros. E o medo, sendo meramente uma dança ou um jogo de energia, deve ser um evento inteiramente neutro, até que surja algo para percebê-lo e experimentá-lo de forma diferente. E o que é isso? O nascimento da consciência egoica.

 


O MEDO ASSUME A SUA FORMA FINAL

 

E aqui o medo se condensou em sua forma final. Não pode haver mais condensação de energia para além deste ponto – o medo – pois a consciência egoica é uma consciência plenificada de medo. O ego é medo. E, ainda assim, é feito de puro Poder, pura Potencialidade, Criatividade Ilimitada.

 

Podem ter certeza, todos vocês têm a experiência de saber o quão incessantemente criativa a mente egoica pode ser. Pois, sem cessar, e em um único instante, ela sabe como olhar para outro irmão ou irmã, ou para qualquer evento acontecendo no planeta, e tão rapidamente – em um piscar de olhos, em um espaço que nem mesmo requer um pensamento – a consciência egoica pode mudar seus valores, pode mudar suas percepções, a fim de criar o que ela deseja criar.

 

E o que ela quer criar é aquilo que continue sua existência. Muito parecido com o seu corpo físico, quando uma célula se torna cancerosa e decide enlouquecer, agindo de forma desordenada, como se não dependesse das leis do corpo que mantêm o próprio corpo saudável. O que ela começa a fazer? Ela começa a criar células semelhantes a si mesma. O câncer é apenas uma percepção equivocada descontrolada ao nível do corpo – pensando por si mesmo, criando à sua própria imagem, em vez de estender a imagem do Criador, e vivendo fora de harmonia com a Mente Única que cria com alegria radiante, sem qualquer outro motivo além de estender o bem, o sagrado e o belo.


E, no entanto, Deus não cria limitação, não retira a criatividade do poder do ego. Ao contrário, porque Deus é Amor, todo o poder sob o Céu e a Terra está disponível e pode ser acessado pela consciência egoica. Então, o que é a consciência egoica?


Vocês todos sabem como é sentir-se absolutamente certos de que estão separados e sozinhos, como se pudessem contar unicamente com suas próprias capacidades e processos de pensamento, e que ninguém mais – absolutamente ninguém, além do seu único e contraído senso de "eu", tem qualquer conexão com você, e ninguém se importa. E você lamenta: "Estou sozinho. Estou separado. Como vou conseguir? Tenho que descobrir meu próprio caminho. Tenho que descobrir como este mundo funciona. Tenho que fazer isso acontecer por mim mesmo!"

 

O medo assumiu a sua forma final. Agora, há um completo esquecimento de Deus, do Uno, do Espírito, e até mesmo da alma. O corpo representa um nível de vibração, ainda bastante inteligente, ainda muito inteligente. É como uma matriz de energia – o próprio pensamento de condensação materializado em forma humana, a partir do qual as formas são criadas, e continuam sendo criadas, e criadas, e criadas, incessantemente. Isso é o que você tem feito a si mesmo um número infinito de vezes.

 

O corpo é a representação do ego. Pois observe que, ao sentar-se em sua cadeira, você tem a plena certeza de que não é a parede à sua frente. Enquanto você está sentado em sua cadeira, sua consciência e sua percepção parecem lhe dizer que você é o leitor e não o autor; e que não foi você que sentou em uma cadeira e recebeu de Jeshua ben Joseph – ou de uma certa linhagem, ou vibração de consciência – a irradiação ou canalização de pensamentos através da matriz ‘mente-corpo’ pertencente exclusivamente a alguém considerado como o canalizador. Hmm. Como você poderia ser ele?

 

E você pensa: “Não, não, não sou eu. Eu não conseguiria fazer isso, mesmo se eu quisesse. Aquele canalizador deve ser alguém especial. E certamente Jeshua é ainda mais especial! Pois eu sou apenas essa partícula de poeira, essa mente-corpo separada, sentada em minha cadeira, no chão, no sofá, ouvindo uma fita (ou lendo meu livro) cheia de palavras que vibram com um certo significado, e criam certas imagens e compreensões em minha mente. Mas elas estão sendo colocadas dentro de mim, e eu não sou Aquele Uno.”

 

Essa é a consciência egoica: "Eu não sou Aquele. Eu não sou Deus. Eu não sou Puro Espírito. Eu não sou pura alma. Eu sou esta coisa que está sentada nesta cadeira, agora." E sabe de uma coisa? Você está absolutamente certo – você é isso! Mas você também é muito mais!

 

Então, a mente egoica é aquela que cria a percepção separada de que ela é apenas uma pequena e fina fatia do bolo. Ela cria uma ilusão, uma distorção (e uma distração!) na própria Consciência, tal como um pequeno sinal na tela do radar – ela cria apenas um pequeno ponto piscando, que diz a quem está assistindo à tela que há alguma coisa ali: "Eu sou separado. Estou sozinho. Não consigo pensar com a Mente de Deus. Não consigo experimentar a Consciência da Unidade. Não posso ser como Jeshua é. Não, não eu. Sou muito pequeno e muito fraco. Oh, eu simplesmente não estou pronto, ainda não tenho tudo o que é necessário. Talvez algum dia."

 

E, no entanto, perceba que o tempo todo você é aquele Uno. E é pelo Poder daquele Uno que você tem o potencial de conceber o pensamento: "Eu nunca poderia ser como Jeshua é. Eu sou realmente muito pequeno, muito frágil, muito fraco e muito estúpido. Oh, a Consciência Crística pode estar presente para outra pessoa, mas não para mim."

 

Durante todo o tempo, esse pensamento de medo e separação deve usar o Poder do Uno. Pois esse Poder é Vida! Esse Poder é Puro Ser! Esse Poder é o Mundo Real! Esse Poder é a única coisa que existe – ponto final! Pelo Poder daquele Uno, você sonhou o pensamento do eu separado. Pelo Poder daquele Uno, quando você decidir, despertará do pensamento da consciência egoica.

 

Agora, por que tudo isso é importante? Pois, queridos amigos, O Caminho da Transformação exige que algo esteja existindo na forma. Você existe na forma. Você está sentado em uma cadeira. Você conhece o espaço e o volume do corpo humano. Você conhece os pensamentos particulares que você identifica como seus próprios.

 

Você tem uma história com esse corpo-mente que surgiu do desejo sexual entre dois seres chamados de pais, que se juntaram. E uma coisinha se mexeu para tocar outra coisa, e houve uma explosão de Luz, quando uma centelha integrante da Alma Pura tomou a decisão, com intencionalidade, de se fixar ou se identificar com (e como) uma forma física.

 

Então, ‘divertir-se em um sábado à noite’ é o que tem sido a origem do seu ser – como um ser corporal. A menos, é claro, que você tenha tido a sorte de ambos os teus pais terem conscientemente desejado utilizar o corpo como um dispositivo de comunicação para ensinar apenas o Amor, e se deram um ao outro, no intuito de aceitar aquela pequena centelha de Luz que iniciaria o nascimento de outro corpo, e claramente convidaram outra alma para vir e habitar com eles, como professor e amigo, como irmão ou irmã. Infelizmente, isso ainda é raro em seu planeta.

 

Essa é a matriz à qual você desceu, vezes após vezes, à medida que veio ensinar a si mesmo que você é apenas um indivíduo separado, solitário, falho e fraco. Em todas as mortes do corpo, você se dava conta de que teu ser era a alma, e ficava assustado com o brilho da sua Luz, porque essa Luz não é a mesma que a interpretação que você havia aprendido sobre si mesmo.

 

O medo causa condensação, contração, descida – a queda, se preferir usar a expressão. E aquilo dentro do qual você cai é uma matriz de energia que melhor ressoa com sua própria percepção e crença sobre si mesmo. Crença não é apenas pensamento – é uma qualidade de vibração.

 

E você cai, mais uma vez, em um campo de energia, em um sonho, em um universo físico, em uma linha do tempo, em uma estrutura familiar que ressoa e vibra com a forma como você aprendeu a perceber a si mesmo. Enquanto isso, o tempo todo você ainda é Aquele Uno: radiante, perfeitamente livre, usando o próprio Poder de Deus para criar e acreditar em um sonho de pequenez, fraqueza, separação e solidão.

 

Neste exato momento, enquanto você lê ou escuta estas palavras – agora – é isso que você está fazendo. Você está escolhendo como vai pensar sobre si mesmo. E a forma como pensa sobre si mesmo é refletida no mundo que você vê, nas experiências que se manifestam dentro do seu próprio universo particular de consciência.

 

Se você soubesse que é Aquele Uno – o Ilimitado – nunca mais temeria a criação das moedas de ouro. Nunca acreditaria que deve viver na escassez. Mas você ainda está, na maior parte das vezes, agarrado à crença de que é aquele pequeno pensamento de separação chamado mente egoica, ainda se debatendo para encontrar Deus, sem reconhecer que é do próprio Poder da presença de Deus que você cria a percepção que tem de si mesmo.

 

Então, aí está você – sentado em sua cadeira, deitado no chão, sentado no seu sofá. E você é Aquele Uno. Você está na forma; isto é, você criou uma percepção de si mesmo que inclui a experiência de ser um corpo-mente que é separado de todos os outros corpos. É separado da rocha. Obviamente, você pode olhar pela janela e perceber que o corpo com o qual você se identifica está situado em um ponto espacial diferente de todos os outros objetos.

 

É isso que este mundo é! Este universo é a tentativa de criar um reflexo que o convença de que o primeiro pensamento assustador de separação é a verdade sobre quem você é! Você está usando – ou tem usado inadvertidamente – o seu universo físico para constantemente refletir a você o que deve ser a verdade: que você está separado de toda a Criação.

 

Este mundo nada mais é do que o reflexo desse pensamento. E ainda assim – mesmo aqui, neste mundo – Aquele Uno continua permeando todas as coisas; e o reconhecimento do seu Eu como Aquele Um está mais próximo de você do que sua própria respiração – apenas a uma decisão de distância.

 

Aqui, há uma enorme riqueza que não pode ser encontrada em nenhuma outra dimensão, a riqueza dos dramas da separação, de buscar – buscar, buscar e buscar. “Bem, eu li o Curso em Milagres uma vez, e pareceu não funcionar. Vou lê-lo de novo. Ah, isso não funcionou. Bem, acho que vou tentar esta forma de meditação. Não, isso também não funcionou. Acho que agora vou tentar o Budismo. Não, mais uma vez não funcionou. Vou tentar o Cristianismo. De novo, não funcionou. Desta vez vou experimentar algumas drogas – acho que deverá funcionar!”

 

A própria energia de buscar é a energia egoica. Pois apenas o ego pode buscar. O Espírito Puro só pode estender-se. E há uma enorme diferença!

 

A consciência egoica se manifesta e atua através das formas de relacionamentos especiais. Você tem um relacionamento especial com seu empregador; você tem um relacionamento especial com seu cônjuge, seus amantes, seu carro, seus barcos, seus automóveis. Hmm.

 

E o mundo joga com a sua necessidade de se sentir especial: “Oh, olhe para este automóvel. Hmm... não é sexy? Ah, você se sentiria tã-ã-ã-o bem se tivesse um!” Então, você busca criar os meios para possuir aquele automóvel específico. “Oh, se eu apenas tivesse aquela pessoa como minha esposa. Ah, eu preciso buscar essa pessoa, tentando seduzi-la. Vou agir como se eu fosse diferente do meu pobre, insignificante e solitário eu, para que ela pense que sou grandioso. Hora de arrepiar as minhas penas de pavão.”

 

E assim continua. O mundo é o reflexo da crença na necessidade de um relacionamento especial. A busca por isso é a inquietude que você sente – essa inquietude que você sente na mente, que cria as ondas de inquietude nos fluidos e nas energias sutis que integram a existência e formam a ilusão do corpo. A inquietude da respiração, a tensão dos músculos, a solidão enquanto você descansa a cabeça no travesseiro à noite, tudo em razão de você acreditar que é esse corpo-mente, separado e sozinho, afastado de todos os outros.

 

E o fluxo infinito e eterno de comunicação que ocorre em toda a Criação, sem obstruções, se perde em sua consciência. E, no entanto, você está tão perto. Requer apenas um pensamento para mudar o impulso em uma nova direção, a fim de descansar sua cabeça no travesseiro e dizer:

 

Eu não sou apenas este corpo-mente.

Eu sou Aquele Ser, puro, ilimitado e imaculado.

Estou em comunicação com cada rocha e cada árvore,

e com cada linha do tempo que já existiu.

 

E, sim, quando você começar com esse pensamento, parecerá totalmente insano a princípio, porque você tem estado do outro lado do cercado, olhando para a realidade de uma certa perspectiva. A insanidade pode encaixar-se perfeitamente, tal como uma luva na mão, mas isso não a torna certa ou verdadeira. A insanidade parece sã para aqueles que estão insanos. Então, é assim que as coisas são.

 

 

O FIM DE TODA BUSCA: ESCOLHENDO VIVER COMO SE VOCÊ NÃO FOSSE O EGO

 

Mas o fim de toda busca ocorre quando alguém ousa manter na mente um pensamento diferente. E você já me ouviu dizer isso muitas vezes em Um Curso em Milagres, assim como através de muitos dos meus outros canais:

 

Somente o Amor é Real.

Você não é o corpo.

Eu e meu Pai somos Um.

Estou desperto e caminho por este planeta como o Cristo.

Eu escolho o Amor em vez do medo.

 

O que isso significa? O Amor é Espírito Puro. O medo é contração, densidade, percepção falsa, consciência egoica. Quando você escolhe o Amor em vez do medo, deve decidir não responder de acordo com o impulso da consciência egoica. Deve decidir viver como se não fosse o ego. E dessa forma, o que foi formado torna-se trans-formado – aquilo que permeia e se estende para além do que foi formado: transformado.

 

O Caminho da Transformação, então, requer que você comece com a aceitação daquilo que é eternamente verdadeiro. Nesta lição, nós trouxemos a você uma história, uma analogia, uma descrição que – se você puder sentar-se com ela – pode ajudar a imprimir em sua consciência uma lembrança do próprio processo que você, de fato, sentiu e experimentou como Deus, em Seu desejo de criar, devido ao desejo Dele de criar, devido ao desejo Dela de criar – coloque da maneira que preferir – o Ser Único torna-se o que você percebe como os muitos, mas permanece sempre o Ser Único.

 

E isso é o que você é! Você é o canto do pássaro. Você é o brilho e o calor do sol que pode sentir tocar a pele. Você é a pele. Você é a consciência desse calor. Você é o pensador do pensamento. Você é o pensamento. Você é a ação. Você é o espaço de onde todos os pensamentos emergem. Você é o vento nas árvores. Você é a vastidão do espaço.

 

Você é aquele Ser eterno. Você é Aquele ousado o suficiente para sonhar o sonho da separação, sem jamais perder a Sua perfeita unidade. E você também é aquele – a pequena gota de leite – que experimenta a lembrança do Divino, do Real, do Verdadeiro, do Uno.

 

Sua jornada não é solitária. E mesmo agora, você está perfeitamente desperto. Pois apenas alguém que está desperto poderia ousar criar a grande inteligência e criatividade, através das quais você, como uma centelha de Deus, se torna cada vez mais consciente de seu Ser: Deus mergulhando em Deus; Deus descobrindo Deus! Que jogo delicioso, deslumbrante, encantador!

 

E aqui, então, começamos a revelar o segredo. A separação não ocorreu porque você pecou. A separação não aconteceu porque algo terrível deu errado. A separação foi apenas mais uma forma da dança da criação, talvez levada aos extremos. Pois Deus se aventura a buscar os limites do que é ilimitado.

 

Você tem jogado um jogo de esconde-esconde. Você é Aquele com os olhos fechados, encostado no tronco de uma árvore, e contando, enquanto os fragmentos de seu Ser correram para se esconder. E você é Aquele que se ofereceu para descobrir esses fragmentos, e está no processo de fazer isso. Você é o Ser único que se tornou os muitos, e então esperou ser descoberto por Aquele Um. Você é a alma esperando ser tocada pela Graça. Você é o Ser separado, escondido na escuridão, tremendo, e ainda assim querendo que a Luz o encontre. Por que não começar agora, neste momento, sentando-se tranquilamente como o Cristo, por cinco minutos? E diga para Aquele que já deixou o tronco da árvore e está vindo para procurar os fragmentos:


Eu fiz um trabalho muito bom em me esconder. Mas, sabe, acho que seria um grande deleite ser encontrado!

 

Encontre-me, querido Pai. Toque-me com a Sua Graça. E porque eu sou Você, eu decidirei recebê-la! E, neste momento, eu escolho me lembrar de que sou o Único que tanto buscou quanto encontrou. Eu sou o Único que permaneceu perfeitamente imutável para sempre. E eu sou o Único que percebeu a Si mesmo como tendo mudado, como tendo pecado, como tendo se separado de Si mesmo.

 

Eu escolho, agora, unir as duas partes do meu Ser. E serei um corpo-mente neste planeta – dançando, cantando, brincando e criando o bem, o belo e o sagrado. E agora decido abrir aquela parte da minha mente que pode pensar de maneiras ilimitadas, que ousará sonhar o sonho impossível. Eu sou Aquele que permite Deus viver em mim agora! Eu e meu Pai somos Um! Eu sou a gota de leite novamente se assentando na totalidade do copo no qual meu Pai habita como leite.

 

E quando eu andar com este corpo sobre esta Terra, e sentir a névoa do nevoeiro sobre minha pele, direi dentro de mim mesmo, “Ah, sim, é muito bom!” Pois eu sou Aquele com o poder de criar este corpo, de criar a névoa do nevoeiro, em si. E a névoa e o nevoeiro ao meu redor são como a Presença de meu Pai na qual a minha alma repousa.

 

Este mundo – não mais um fardo. Este mundo de espaço e tempo – não mais algo do qual eu tenha que escapar. Nem mesmo a doença e o desconforto são uma limitação para mim. Pois onde quer que eu esteja, Eu sou a presença do Amor! E neste momento, eu trago à luz o Amor e abençoo o mundo que vejo.


E nisso, Deus se lembra de Deus. Pois, queridos amigos, O Caminho da Transformação deve levá-los, no final, ao silencioso reconhecimento: Só existe Deus. Por que temer se o Amor está aqui? E só existe o Amor ou o medo.

 

A Paz, então, seja com vocês, amados e Santos amigos. “Amigos” porque vocês são parte de mim, e eu parte de vocês – partículas de Luz dançando na onda do Deus único, da Mente única, da única Verdade, do Mundo Real. Tudo não passou de uma piada sobre nós! E nós a encenamos muito bem. Agora, o tempo da celebração está ao alcance das mãos, à medida que nos levantamos em nossa individuação, reconhecendo nossa Unidade – para dançar a Dança da Criação incessantemente, estendendo apenas o bem, o sagrado e o belo.

 

A Paz seja com o Unigênito de Deus – o Próprio Filho de Deus. DEUS É!

 

Amém.


3 comentários:

  1. Olá Gugu.
    Que bom você ter voltado a postar.
    Acompanhava sempre.
    Terá mais mensagens de Jeshua?
    NAMASTÊ. 🙏

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  2. Que publicação ais linda, cheia da ternura que só a verdade tem. Obrigada ao meu irmão que é meu próprio ser escrevendo isso!

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  3. Olá !estava com saudades de suas postagens, sempre revelando o que é.🙏🙌✨❤️

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