quinta-feira, abril 11, 2019

A Arte da Meditação - 10


A ARTE DA MEDITAÇÃO
(Joel S. Goldsmith)

Capítulo 10 - O LUGAR EM QUE ESTÁS

“O lugar em que estás é uma terra santa” (Êxodos 3:5)

“Nunca ninguém ouviu, nenhum ouvido percebeu, nenhum olho viu, exceto Tu, ó Deus, o que tens preparado para os que Te esperam”. (Isaías, 64: 4)

“Indicar-me-ás as sendas da vida, a plenitude junto de Ti, as delícias à Tua direita eternamente”.  (Salmos 16:11)


Onde quer que estejas neste momento estás em lugar sagrado. Ciente disso - poderás descansar e deixar que o Pai te revele o Seu plano; Deus, o Pai é infinito e essa infinitude se manifesta através de nós como nossa atividade, seja como pastor, médico, advogado, enfermeiro, professor, curador, dona de casa, mecânico, etc... 

Talvez não seja de nossa preferência o lugar que nos foi destinado, mas se ao invés de dar murros em faca de ponta considerarmos que Deus está executando Seu plano na terra e que aqui estamos exclusivamente para expressar Sua Glória, nada haverá limitado, confinado ou finito sobre nossa vida ou nossa atividade. Sendo Infinito, o Pai se manifesta infinitamente. 

Não temos o direito de interferir no plano divino; é nossa responsabilidade começar onde nos achamos, compenetrados de que é sagrado o lugar em que estamos: prisão, hospital ou elevada posição. Aí, permanecemos até que Deus nos remova. Interferimos no plano divino quando permitimos que o “pequeno eu” (ego) decida como deve fazer, em vez de deixar que o Cristo determine nossa atividade. Nada trará tão copioso senso de vida como a compreensão de nossa própria integração em Deus, não em Jane, Jim ou Joel. Essa integração se manifesta como harmonia e abundância de Jane, Jim ou Joel, sem façanha pessoal deles. 

A sabedoria do Pai se expressa através de toda pessoa que lhe permita operar em sua experiência pelo reconhecimento de sua unidade com o Pai. Não é tão difícil tornar-se o que o mundo chama de “cavador”, alcançando posição de importância e influência e desse modo, magnificar, glorificar o senso pessoal do “eu” (ego). 

Muito mais difícil é aguardar que o mundo venha a nós, mas, se compreendermos que o Cristo é a Mente real do nosso ser, a verdadeira alma, a verdadeira sabedoria, o verdadeiro amor, verificamos que tudo e todos gravitarão em torno daquele Cristo e nossa atividade será exposta à luz. 

Se, contudo, em nosso egoísmo, acreditamos que nosso sucesso depende ou resulta de nossas qualidades e esforços pessoais, verificaremos quão efêmero e vão ele é. Aguardávamos tanto e veio tão pouco, porque contamos com nosso próprio intelecto, nossa sabedoria, nossa espiritualidade, em vez de contarmos com Deus – o Infinito Invisível, origem e Fonte de nosso ser. 

Interiorizando-nos não nos dirigimos à nossa própria espiritualidade, bondade, força ou conhecimento; interiorizando-nos no Infinito Invisível observamos que a única indestrutibilidade flui através da natureza espiritual do nosso Ser e da capacidade de deixá-Lo manifestar-se e exprimir-Se em qualquer caminho que Ele siga. 

Nessa tranqüilidade, ante a visão de nossa unidade com o Pai, Deus derrama seus bens através de nós. Observaremos que, sem esforço, sem cansaço, as folhas se estenderão, germinarão as sementes e que dedicando-nos tranqüilamente ativos ao trabalho cotidiano que nos foi confiado, fatalmente a frutificação sobrevirá. 

Cada um de nós tem uma modalidade de trabalho a executar hoje; se hoje a executarmos sem nos preocuparmos com o amanhã, conscientes de que Deus através do Cristo invisível de nosso ser está sempre fluindo em nós Sua essência, Sua substância, Sua bondade; no dia seguinte algo mais nos será dado fazer. 

Amanhã poderá haver outra atividade, outro trabalho para nós; ninguém poderá cumprir por nós nossa tarefa. Com a realização do Cristo, sua atividade jamais poderá ser impedida, retardada ou ocultada. 

Deus tem o meio de superar todas as obstruções, nada pode evitar que a frutificação surja em nossa vida quando o tempo é chegado. Então, a força de Deus se exprimirá tão inexoravelmente como acontece com o nascituro expelido do útero, chegada a hora de entrar em cena. 

Quando auscultamos aquele Eu profundo dentro de nosso ser, deixamo-nos levar pelo Espírito, então contemplamos a mão dadivosa de Deus, ao nosso alcance, manifestando-Se e depositando Sua Glória em nossa experiência como se fosse atividade nossa. Testemunhamos a presença de Deus ofertando-nos Seus bens que fluem, não de fora, mas do Reino que está dentro de nós. 

Passo a passo, o Cristo nos guia de uma atividade a outra. Pode levar-nos do mundo dos negócios ao mundo da música ou do mundo dos deveres de família ao ministério da pregação e da cura. O Cristo pode fazer de nós o que lhe aprouver; Ele não tem ocupação favorita, já que nenhum encargo é mais espiritual do que outro quando ambos são de natureza construtiva. 

Todos são iguais aos olhos de Deus. A vida pela Graça é vivida segundo o conhecimento de que o amanhã não nos concerne, concerne a Deus. 

A Graça de Deus não presenteia sucesso ou felicidade parcial, nem exige o que não pode ser cumprido. Deus nos encarrega do trabalho; Sua Graça provê a compreensão, a força e a sabedoria para executá-lo. 

Tudo o que se torne preciso para o cumprimento da tarefa, seja transporte, dinheiro, livros, pessoas, mestres ou ensinamentos, aparece. O que surge pela Graça tem de ser cumprido. 

E porque temos mais, mais de nós é exigido; podemos atender a todos os pedidos que nos são feitos, se nos compenetrarmos de que o pedido não é feito a nós, mas “Àquele que nos enviou”, “De mim mesmo nada posso fazer, mas o Pai dentro de mim é solícito a todas as demandas”. 

A Graça divina capacita-nos a executar tudo que é necessário e no devido tempo, inclusive livrar-nos da carga para que Deus a ponha sobre os seus ombros. Quando Deus assume um encargo, Ele o faz definitivamente, de modo que não haja recorrência. 

Deixemos que os dons do nosso Espírito fluam sobre as multidões, jamais as procuremos. Não devemos andar pelas estradas tentando encontrar alguém, mesmo que pertença a nossa família, a fim de transmitir a força desse Dom, porque se o transmitirmos a indivíduos não receptivos nós mesmos ficaremos decepcionados. 

Esperemos que as multidões venham a nós ainda que elas consistam em uma única pessoa. 

Sentemo-nos quietamente em nossa casa ou em nosso escritório, com o dedo nos lábios, mantendo nosso “tesouro” oculto ao mundo. 

Os que forem receptivos perceberão a luz em nossos olhos, o sorriso em nossos lábios. 

Quando vierem, um por um, recebamo-los como se fosse a multidão; ofereçamos o que eles estão procurando, suavemente, gradualmente, com amor, com alegria, com o poder da autoridade. Podemos buscar no Infinito do nosso ser e algo brotará; palavras de verdade, de compaixão, de proteção, de amor, de camaradagem, tudo isso fluirá do Cristo dentro de nós. Renasçamos na consciência espiritual da natureza infinita de nosso ser. Seja essa a nossa oração: Eu vos agradeço Pai; EU SOU. Eu Sou aquilo que andei buscando. Tudo está latente dentro de meu ser; basta-me deixar que flua e se manifeste. Nada me pode ser acrescentado, nada me pode ser tirado. Eu tudo posso fazer através do Cristo que me fortalece... Eu vivo; não Eu: é realmente Deus que vive em mim... Deus executa os trabalhos que me foram atribuídos; Eu sou aquele canal através do qual Deus faz fluir para o universo Seus Infinitos bens, valendo-se de mim como instrumento, como veículo. 

Meu único propósito na vida é ser testemunha da Glória, da Grandeza, da Infinitude de Deus; manifestar a Obra Divina. Deus é Pai, meu ambiente, meu patrimônio. O Eu que Eu sou não é limitado por senso algum de consciência, subconsciência ou superconsciência: é limitado apenas pelas limitações impostas por Deus, mas Ele é Infinito, elas não existem. Tudo o que a consciência cósmica é, ecoa dentro de mim para este vasto mundo. “Eu vim para que a palavra fosse cumprida”, vou preparar um lugar para vós. Aquele Eu do meu ser, o divino eu prepara o caminho. 

Meu Pai celestial sabe que eu necessito dessas coisas e prazerosamente as concede; não é preciso que eu peça, me esforce, lute, litigue para obtê-las. É direito meu por herança divina. Desperto pela manhã, confiante, jubiloso, ante qualquer trabalho que me seja dado executar. 

Seja qual for eu faço, não para ganhar o sustento ou cumprir um dever oneroso; faço-o com alegria e contentamento, deixando que ele se desdobre como atividade de Deus, a expressão através de mim. E o fluxo não estancará, enquanto considerarmos o Cristo como fonte, origem de todo o bem. Enquanto depositarmos nossa inteira confiança na Presença Divina dentro de nós, tornamo-nos aquele ponto através do qual Deus resplandece para o mundo; e voluntariamente aceitamos nosso papel de canal pelo qual o bem encontra passagem para o mundo em vez de olharmos para o mundo esperando que dele flua o bem para nós. 

A natureza divina derrama-se dentro de nós e de nós para aqueles que nada sabem sobre a unidade de Deus. O homem espiritual descansa em sua união com Deus e permite que se manifeste a infinitude de Seus bens; jamais deve buscar, desejar ou querer algo para ser servido. 

Quanto mais procuramos assemelhar-nos ao Cristo, tanto mais nos tornaremos servos; servimos como um canal através do qual Deus alimenta seu rebanho. Tornamo-nos a estrada, o canal pelo qual, em expressão visível, o Bem Espiritual Infinito se difunde.


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