quinta-feira, agosto 09, 2018

O Eu Místico - 5/12

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O Eu Místico

CAPÍTULO 5
OS DOIS CAMINHOS DO EU

Aqueles de vocês que estão no caminho espiritual estão vivendo em dois mundos, o material e o espiritual. Pode ser que alguns de vocês, neste momento, estejam experimentando muito pouco do mundo espiritual, mas certamente vocês ocasionalmente têm vislumbres dele, durante ou depois de uma meditação. A experiência desta consciência expandida pode vir, também, quando você tiver pedido ajuda, tiver sido temporariamente elevado acima de si mesmo – fora de seus problemas ou fora de seu corpo – e por um breve segundo ter recebido um vislumbre de uma Consciência além daquela do "homem natural", que é o homem que nunca entra no céu, nunca recebe uma bênção de Deus, e nunca está realmente sob a lei de Deus. A consciência do homem natural é apenas um ramo de uma árvore que foi cortado e está murchando, alcançando cerca de 70 anos – um pouco mais, um pouco menos – sem sequer suspeitar que existe outro Reino.

Estando na consciência do homem natural, em algum momento algo dentro de você pode voltar-se para um ensinamento espiritual, e se esse ensinamento for o Caminho Infinito, você será conduzido não apenas através de alguns princípios da Metafísica, mas também na prática de princípios que devem certamente resultar em meditação. É na meditação que este vislumbre do Reino Espiritual é dado a você, porque na meditação você não está procurando coisas.

Você não está buscando saúde, prosperidade ou companheirismo: você está buscando o Reino de Deus, e "na hora em que pensais que não vem o Filho do homem", o Cristo revela-se Ele Mesmo, e então a Graça Espiritual assume o Reino interior. Pode ser um vislumbre momentâneo ou não, que pode deixar você por dias e aparentemente não retornar, mas se você está realmente determinado a seguir neste Caminho, você o manterá até que a Consciência volte, não uma vez, mas de novo e de novo. Quanto mais vezes você a procura e quanto mais você a alcança, mais perto você está de viver mais no Reino de Deus do que no mundo.


A LUZ É DADA PARA SER A LUZ

Às vezes as pessoas pensam que, ao entrar na vida espiritual, elas deixarão o mundo do trabalho. Isso raramente é verdade, porque eles tomam sobre seus ombros a instrução dos estudantes, o trabalho de cura e todas as atividades conectadas com um ministério espiritual.

Mesmo em uma atividade espiritual, você vai se encontrar em certa medida envolvido no mundo dos negócios, e alguns podem ser agradáveis e alguns não tão agradáveis. Alguns negócios do trabalho de ensino são muito agradáveis, mas alguns deles não são. Mesmo assim você estará vivendo cada vez mais no reino espiritual e cada vez menos no mundo, sejam os negócios agradáveis ou desagradáveis, isso não fará diferença alguma para você.

Toda pessoa que atinge uma medida de Luz, tem que encarar uma séria questão: "Deus foi tão bom para mim que me deu esta Luz espiritual e todas as grandes bênçãos que vieram até mim, mesmo no plano humano, mas... para meu benefício somente? Ele tem feito isso só para mim? Ele quer me configurar como Seu Filho especial, para receber favores especiais, para que o resto do mundo possa dizer: 'Oh, como ele é afortunado! Ele tem a Graça de Deus'"? Então surge a resposta: "Não! Não me foi permitido receber tudo isso por mim mesmo. Isso tudo é apenas para que eu possa ser uma Luz para aqueles que ainda estão na escuridão. Isso tudo realmente não foi dado a mim por mim mesmo."

E é fato que minha própria experiência tem sido assim: quanto mais eu sigo, menos uso eu tenho de todo esse bem que veio a mim, porque estou tão ocupado com o trabalho que nem me dou conta de um lazer que nunca veio, e sei que isso não foi dado a mim para me divertir, mas sim para fazer de mim uma Luz que ilumine os que ainda estão nas trevas e aqueles que ainda estão procurando um caminho.

No começo, você se torna uma Luz para alguns membros de sua família, seus vizinhos, amigos ou companheiros, mas eventualmente você percebe que isso não é suficiente. Deus não pôs o sol nos céus para iluminar uma só pessoa. Ele está lá para os santos e para os pecadores, igualmente para todos.

Deus não enviou Jesus para o mundo apenas para os hebreus da Terra Santa, nem apenas para os cristãos que se tornaram seguidores dos discípulos; mas sim para que a mensagem espiritual do Mestre se tornasse universal, e que a mente que estava em Cristo Jesus pudesse se tornar a mente do homem.


EU NÃO POSSO FAZER NADA, MAS O EU DENTRO DE MIM PODE REALIZAR TODAS AS COISAS

Jesus disse: "Eu posso de mim mesmo não posso fazer nada ... Se eu der testemunho de mim mesmo, meu testemunho será falso". Agora você deve parar por um momento e refletir sobre isso porque, ao ler o Novo Testamento, você não terá como ir muito adiante até que você O ouça dizer: "Aquele que me vê, vê o que me enviou... Eu e meu Pai somos Um. ... Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida ... Eu sou a Luz do mundo ... Eu vim para que todos tenham vida". Tudo isso faz com que você tenha muito cuidado com o uso da palavra "eu", para que você veja o que você realmente quer dizer quando você usa essa palavra.

A mensagem do Caminho Infinito deixa claro o que foi perdido para a Igreja por 1700 anos, a verdade de que existe um "eu" humano que não pode fazer nada, e há um Eu divino dentro de você, através do qual você pode fazer todas as coisas.

Você deve saber que há um "eu" chamado Joel e há um "eu" chamado você (leitor). Mas nem você (leitor) nem Joel atingiram a plenitude: Joel é susceptível de cometer erros; Joel pode, eventualmente, se aborrecer. Joel às vezes gosta de uma boa refeição. Mas este não é o Eu que é o professor espiritual e o revelador. Esta é a parte da minha individualidade que ainda está no sentido pessoal, aquele mesmo do qual Jesus falou, quando disse: "Eu de mim mesmo não posso fazer nada."

Mas, uma vez que você faz o devido reconhecimento, você pode dizer: "Ah, mas a minha Individualidade, minha Verdadeira Personalidade, é Divina. Meu Salvador, meu Cristo, meu Curador, meu Professor, meu Provedor está mais perto do que a respiração dentro de mim. É o verdadeiro Eu do meu Ser".

Quando você reconhece isso, você começa a retirar sua fé, esperança e confiança do mundo externo e dos seres humanos. Quando você for às urnas, você fará o seu melhor para ser guiado espiritualmente no seu voto, mas você não colocará sua dependência, sua liberdade e sua paz em função de quem for eleito, seja seu candidato ou candidato de outra pessoa. Você estará vivendo conscientemente no conhecimento desse Eu dentro de você. Isto é rezar sem cessar, percebendo constantemente que o Eu dentro de você é poderoso. Eu, no meio de você, é o pão, a carne, o vinho e a água da vida.


A SEPARAÇÃO

Tudo isso nos leva a um lugar muito difícil em nossa jornada. Estamos tão acostumados a ler e ouvir as belas promessas bíblicas de um paraíso perfeito que às vezes esquecemos há também advertências bíblicas que podemos ter ignorado: "Estreita é a porta e estreito é o caminho que conduz à vida, são poucos os que a encontram... Eu não vim trazer a paz, mas a espada; porque eu vim pôr em discórdia o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra".

Nós pulamos essas passagens, como se elas não fossem importantes, ou como se não devessem ser levadas a sério. É claro que elas não devem ser tomadas literalmente, mas tenha a certeza de que Jesus sabia muito bem o que estava dizendo, porque a separação está ocorrendo, e está ocorrendo no exato momento em que você começa a confiar no Eu dentro de você, ao invés de em seus pais, filhos, tias, tios ou primos. Uma divisão ocorreu ali mesmo: você foi separado da dependência das pessoas.

Enquanto existirem dois estados de consciência – o material e o espiritual – sempre haverá uma divisão ou separação daqueles seus parentes que preferem permanecer na consciência material, mesmo se eles são seus próprios filhos ou pais. Nem por isso você deve sair de sua casa ou expulsá-los, mas haverá uma parede entre vocês – uma parede que significa falta de entendimento. E você vai realmente descobrir que o seu companheirismo, sua integridade e unicidade estarão com aqueles de sua morada espiritual, bem mais do que com aqueles da morada familiar. Nessa medida, haverá sim separação ou divisão. Tais experiências muitas vezes levam as pessoas a se afastarem do caminho espiritual.

Como o Mestre disse: "São poucos os que a encontram". A Escritura também diz: "muitos são chamados, mas poucos os escolhidos".


FAZENDO A TRANSIÇÃO PARA A CONSCIÊNCIA ESPIRITUAL

Se você examinar seus pensamentos honestamente, descobrirá que a razão de ter buscado um trabalho metafísico ou espiritual, ao menos no início, foi o desejo de melhorar as condições humanas – nada mais, nada menos do que isso. Era uma maneira de conseguir uma saúde melhor, um emprego melhor ou uma companhia melhor, e agora, para sua surpresa ou desânimo, você é confrontado com o fato de que justamente o oposto pode ter lugar.

Você pode perder alguns de seus companheiros, algumas de suas amizades. Da mesma forma, na busca de saúde, às vezes, quando você está esperando para se livrar de um condição indesejável, você pode descobrir que você tem três ou quatro delas. Elas estavam latentes em seu corpo ou mente, e de repente você descobre doenças que você nunca soube que tinha.

No começo, você pode pensar que o seu estudo espiritual trouxe isso. Mas não, não foi o seu estudo espiritual que o trouxe, mas trouxe para a superfície tudo o que estava latente na mente ou no corpo, e a atitude correta deve ser de gratidão, pois de outro modo essas coisas ficariam adormecidas lá, até que se preparassem para atacar; e agora que elas vieram à superfície, você terá, através de seu estudo e trabalho, a oportunidade de fazer uma transição de um sentido material da saúde para a consciência espiritual de totalidade.

Também é possível que, em sua vida metafísica precoce, você tenha ficado satisfeito com uma situação desagradável que tornou-se agradável – um corpo doentio que se tornou saudável, ou um bolso vazio que se tornou abundante. Mas, ao permanecer no caminho espiritual, isso não mais poderá satisfazê-lo, porque você vai descobrir que não há fim para todas as necessidades materiais, sejam do corpo ou do bolso. Portanto, se você tentar evitar a transição para a integridade e plenitude espiritual, você simplesmente perceberá que os males da carne ou do bolso foram adiados. Então, eventualmente, você vem para aquela posição onde, através da consciência espiritual, você se eleva acima da ideia de boa saúde, bom sustento e boa companhia.

Vivendo nessa Consciência – quando você para de se alegrar na saúde física, riqueza material ou felicidade humana, sempre voltando-se para dentro e lembrando que tudo isso é apenas a manifestação exterior de uma Graça interior –, você estará fazendo a transição para uma saúde que não é do corpo, mas da Alma, e para o ponto em que o sustento não é dinheiro, mas tem sua fonte na Alma. A única maneira que isso pode ser alcançado é pela realização do Eu, o vinho de inspiração, o Pão da Vida, a fonte da harmonia espiritual que aparece exteriormente como o bem humano. Durante esse período de transição, você estará continuamente voltando-se para dentro, trazendo à lembrança este Eu, o Cristo, Ele Mesmo. Chamamos isso de praticar a Presença de Deus, percebendo Deus, a realização de Deus, ou a Auto-realização. Todos estes termos significam a mesma coisa. Eles significam que você está percebendo que há mais para você do que o que você pode ver no espelho, que há algo invisível que é a parte mais importante de sua vida e de seu ser, porque a parte invisível é a fonte do visível.


AMOR, ALEGRIA E FRUTOS DA CONTEMPLAÇÃO

Na meditação, você contempla a atividade espiritual e o Ser que está dentro de você. Você contempla a Graça de Deus que está estabelecida dentro de você, e reconhece que Deus plantou Seu Filho em você, que Deus é o seu único Pai e, portanto, que a sua herança vem do Pai – mas não em virtude de você ser bom, uma vez que ela vem tanto para o santo quanto para o pecador, assim que a prontidão de recebê-la se estabelece. Isso é viver uma vida contemplativa, contemplando sempre o Infinito Invisível do seu ser, aquela Cristandade do seu ser, o Divino Eu dentro de mim, sabendo que esse Eu verdadeiro veio para que você possa ter vida e tê-la mais abundantemente.

Tal contemplação faz com que deixemos de sentir amor, ódio ou medo em relação ao mundo externo. Então você poderia perguntar: "mas a gente para de amar?". Amar indolentemente, sim... ou talvez você pare de amar no caminho errado e comece a amar no caminho certo. Muito do que o mundo chama de "amor" é baseado em um amor pelo corpo de uma pessoa; muitas vezes a satisfação sentida pelas pessoas advém do corpo de alguém ou do bolso de alguém. Mas isso não é amar corretamente.

O amor incorreto é muito insatisfatório e sempre chega a um fim. Mas quando um indivíduo começa a perceber a Presença invisível dentro das pessoas, que é realmente a Alma do marido, esposa, criança, amigo e vizinho, então ele começa a perceber a mesma Alma que está nele, e o amor assume uma natureza inteiramente diferente. A parte animal do amor vai-se, dando lugar à uma alegria que vem dentro.


TRANSIÇÃO DA HUMANIDADE PARA A CRISTANDADE

Assim é, então, que nesses dois mundos há sempre um "você" que comunga com a Presença invisível que Jesus chamou o Pai Interior, e que Paulo chamou de Cristo. Na verdade, é o Espírito no homem. O mesmo Espírito "que ressuscitou Cristo dos mortos também vivificará seus corpos mortais".

E agora, onde está esse Espírito que levantou Jesus Cristo dos mortos? Será na Terra Santa de dois mil anos atrás? Ou você tem que ir para a Terra Santa atualmente? Não, o mesmo Espírito que ressuscitou Jesus Cristo dos mortos está dentro de você. Você não O entende, mas você O percebe, reconhece, e deixa fluir. É reconhecendo Sua Presença na morada de sua consciência, reconhecendo essa Divina Presença dentro de você, em seus momentos silenciosos... é na sua comunhão com Ela, que cada vez mais Ela se manifesta.

Foi nesses momentos de união consciente com Deus que Jesus pôde dizer: "Aquele que me vê, vê aquele que me enviou". "Eu e meu Pai Somos Um". Nesse elevado estado de consciência, Jesus estava ausente, e somente Deus, o divino Eu, estava presente e falando. Quando Ele diz: "Eu vim para que todos tenham vida, e para que a tenham mais abundantemente", não estava falando como homem, mas como Deus: em sua divindade, elevou-se acima de sua humanidade.

Há aqueles que, por meio dessa comunhão, alcançam a experiência definitiva da união consciente com Deus, e assim erguem-se em sua condição divina, acima de sua humanidade. Mas assim como o Mestre, a experiência não é, no entanto, contínua, como se fosse durar a vida inteira. É um estado intermitente, que pode acontecer agora e ir-se amanhã. Houve momentos em que Jesus estava tão abatido que queria se afastar por quarenta dias, ou tão desanimado que teve de pedir aos discípulos que orassem com ele. Certamente Jesus não estava em sua divindade naquele momento no Getsêmani, quando ele pediu que os discípulos permanecessem acordados com ele, e esperava que suas orações o elevassem em estado de consciência.


EM MEDITAÇÃO, ELEVE SEU SER EM SUA REAL IDENTIDADE

Nossas meditações para alguma outra pessoa  e até mesmo aquilo que chamamos de tratamento  não têm o propósito de curar alguma doença ou privação. Elas têm o propósito de elevar a pessoa em sua Cristandade, para além de sua humanidade, onde não há pecado, doença, morte, falta ou limitação. Quando você permanece em sua Cristandade, você pode olhar para fora e dizer: "o que te impediu?". Porque nesse estado de consciência você não vê nenhuma razão até mesmo para que o paralítico não possa andar. É em sua Cristandade que você pode comandar os cegos para abrir seus olhos. Isso você não pode fazer em sua humanidade, porque nada acontecerá. A maioria dos trabalhos de cura realmente ocorre quando o praticante, através de meditação profunda, elevou-se para fora de sua humanidade, em sua Cristandade. Quanto mais anos uma pessoa trabalha como praticante e professor espiritual, mais horas do dia ou da noite ele estará em sua Cristandade e, portanto, menos tratamentos específicos ele precisará ministrar.

Isso nos leva a uma parte importante da meditação do Caminho Infinito. Nunca direcionamos nosso pensamento para fora, para uma pessoa ou uma condição. Dirigir o pensamento é um processo inteiramente mental, e seu objetivo é realmente a sugestão. Isto não quer dizer que algumas pessoas não possam ser curadas por sugestão, pois elas são. O que estamos dizendo é que isso não faz parte da prática do Caminho Infinito, porque viola um dos princípios básicos do Caminho Infinito. A mente humana pode ser usada para o bem e para o mal, e a mente humana pode cometer erros, mesmo com intenções honestas. Portanto, não queremos que a mente humana entre na nossa prática espiritual ou no relacionamento com nossos alunos. Na meditação, o "eu" pessoal que é Joel, ou o eu pessoal de qualquer praticante, deve deixar de influir, porque ninguém tem o direito de acreditar que ele mesmo tem o poder de dar qualquer coisa a uma pessoa. Se ele tivesse, onde Deus entraria? Após mais de trinta anos dessa prática, ninguém sabe melhor do que eu que "prata e ouro tenho eu nenhum"  que das coisas do mundo, eu não tenho nenhuma para dar.

Só existe uma coisa que eu ou qualquer verdadeiro mestre espiritual tem, e isso é uma compreensão da natureza do Eu, do infinito Eu invisível. Portanto, quando eu meditar para você ou com você, eu não permito que você entre em minha mente, e eu mesmo não procuro me projetar em sua mente. O que eu faço é fechar meus olhos e subir diretamente para a minha Verdadeira Identidade. Eu quero comungar e ser Um com este Eu que eu verdadeiramente sou, e, com um ouvido receptivo e minha atenção centrada no Infinito Invisível, eu me aquieto em silêncio. Então o Espírito de Deus Se revela; e porque uma pessoa trouxe a si mesma à minha consciência, ele recebe os frutos da meditação.

Vamos ver como funciona. Pode haver uma pessoa fisicamente doente e, por conta do meu retiro dentro do Eu, mantendo a serenidade – com o meu ser sabendo que Eu Sou Deus e permitindo que Eu seja Deus , essa pessoa pode receber uma cura física. Mas outra pessoa pode receber uma cura moral, outra uma cura financeira, e ainda outra um emprego, ou uma cura das relações humanas. No entanto, eu (Joel) não sei nada sobre isso.

Quando você encontra alguém que você percebe ser realizado em Deus, esse reconhecimento do Cristo do Ser desse alguém é uma indicação da sua receptividade, e é isso que dá a você o benefício da meditação dele. Você nem precisa estar na presença de tal pessoa para beneficiar-se do Eu que ela é. O Mestre disse: "tua fé te curou"  a tua fé, a tua percepção, o teu reconhecimento.

"Quem dizeis que Eu sou?". Eu Sou Deus. Se você reconhecer que Eu sou Deus quando você encontra um praticante, você não deixa de ser beneficiado. Mas se você achar que o praticante tem o poder de lhe dar algo, reter algo, ou atrasá-lo, ou se você achar que o dinheiro tem o poder de comprá-lo, você está perdendo o Caminho. O dinheiro é apenas uma ferramenta; ele pode ser usado como expressão de gratidão, e nesse sentido não deixa de ser um reconhecimento, mas ele não vai comprar qualquer coisa. A única coisa que vai comprar qualquer coisa de natureza espiritual é o seu reconhecimento do Eu, seu contato com o Eu, com alguém que, em alguma medida, atingiu a Vida de Cristo, alguma realização do Cristo de seu Ser, da natureza do Eu que ele é.


GANHANDO NOSSA LIBERDADE, E PERDENDO O NOSSO SENTIDO DE IDENTIDADE HUMANA

Quando você entende que Jesus usou a palavra "Eu" de duas maneiras diferentes, você começa a perceber que o segredo de sua missão era revelar que Eu Sou Deus Eu que está dentro de você, o Eu que é a própria natureza e caráter do seu próprio Ser. Você é realmente o Filho de Deus em sua identidade espiritual, ao passo que esse "eu" exterior que se chama Maria, Jim, ou Joel é o filho pródigo que trabalha uma maneira de voltar à casa do pai, até que finalmente ele não repete mais o seu nome, e então ele diz: "Eu". De uma forma ou de outra, todos perdemos o sentido de apego que nos fez orgulhosos de pertencer a esta família ou àquela família, ou a este ou àquele país, a esta ou àquela raça, ou religião.

Perdemos tudo justamente em proporção à realização dessa palavra Eu, porque o Eu em mim é o mesmo Eu de vocês. Se há somente um Pai no céu, você e eu somos irmãos e irmãs, e tão logo despertemos para isso e comecemos a agir dessa forma, tanto mais cedo nós traremos a nossa própria emancipação, e também a liberdade daqueles que estão ao alcance de nossa consciência. Através da realização do Infinito Invisível dentro de você, você liberta a si mesmo deste mundo. Você não perderá seu amor por seus pais ou seus filhos, mas o seu amor será de uma natureza diferente.

Você não será escravo do tipo incorreto de amor, e você não vai manter as pessoas amarradas por ele. Mais ainda: você provavelmente irá contribuir com mais dinheiro para benevolência e caridade no mundo, ainda que talvez tenha menos simpatia e piedade do que antes, porque enquanto você ajuda seu próximo, você perceberá em seu nível de consciência que aquele a quem você ajuda não precisaria ser pobre ou escravizado. Pobreza e escravidão são estados de ignorância. Qualquer pessoa que desperte para a natureza do Eu, sua verdadeira identidade, deve tornar-se livre do pecado, livre de doença, livre de privações.

Se, ao fechar os olhos, em meditação ou prece, você pensa em pessoas, é favor lembrar que você pode estar transferindo o bem ou o mal para essas pessoas  e às vezes o mal sob o nome de "bem". Mas se você realmente deseja ser uma benção para este mundo, sua família, seus vizinhos, seus alunos, não permita que o pensar humano entre em sua mente, porque esse é o pensamento do pequeno "eu": nessas condições, mesmo as melhores intenções podem ser equivocadas. Aquiete-se e saiba que o Eu no meio de você é Deus! Deixe esse Eu fazer o trabalho. E então, a mensagem que seu amigo, parente ou aluno recebe vem diretamente de Deus, trazendo o testemunho do próprio Espírito, e então haverá paz e harmonia.



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