sexta-feira, junho 29, 2018

Onde nos leva o caminho espiritual?

- Núcleo -

"Aquele que Me percebe em toda parte e contempla todas as coisas em Mim nunca Me perde de vista, nem Eu jamais o perco de vista." (Bhagavad Gita VI:27, 29-30)


Divinos Personagens,

Eis um texto bastante “nuclear”!

Quando meus olhos físicos leram o texto acima, que se encontra na página 89 do livro “A Yoga de Jesus” (de Paramahansa Yogananda), imediatamente percebi que este é um texto, uma revelação divina, que deve ser compartilhada, especialmente com os que estão no caminho espiritual.

A propósito, onde nos leva o caminho espiritual? Este caminho nos leva à percepção do sagrado a cada momento da vida. Ele nos torna conscientes da beleza das coisas simples que inundam nossas vidas todos os instantes, como cada movimento que fazemos, cada olhar que lançamos, cada momento que respiramos; a contemplação do silêncio ou dos sons da natureza, enfim, tudo. É uma simples questão de percepção, de nos mantermos conscientes dos “eternos presentes” e da presença de Deus.

Enquanto nos mantemos imersos em nossos pensamentos ou enquanto nos mantemos na expectativa do momento de união com Deus que reservamos para meditar ou orar, nossa atenção não está focada no presente, então não estamos desfrutando o presente e perdemos a benção daquele momento. Por certo devemos reservar um tempo dedicado à meditação e oração, mas que este tempo seja o de exercitarmos e manter nossa atenção no presente e na onipresença. Assim, quando estamos em grupo, compartilhamos com os demais a consciência que temos da benção que é o momento de estarmos reunidos, como familiares, como irmãos, como pais e filhos, como amigos. Estas são oportunidades em que estamos experimentando o amor de Deus em suas infinitas formas. Da mesma forma, enquanto estamos sós podemos desfrutar o amor de Deus em silêncio, em oração, em contemplação ou em meditação, ou seja, ouvindo Deus, falando com Deus, percebendo Deus ou sendo um com Deus!

A percepção de que nossa vida é a oportunidade de estarmos desfrutando o onipresente amor de Deus, enquanto personagens, é a chave de uma vida humana realizadora, aquilo que Jesus revelou ao dizer: "Eu vim para que tenham Vida em abundância". No Núcleo enfatizamos que “crer” é perceber Quem faz. Assim, os que creem, ou seja, os que não apenas acreditam nas palavras de Jesus, mas sim os que tem fé, os que percebem a verdade que elas expressam têm “vida em abundância”. Então, mantenham-se atentos, percebam Quem faz e desfrutem o presente!

Façam isso a cada momento. Não se separem do momento de comunhão com Deus, porque Deus não Se separa de Seus filhos em instante algum. A mensagem de hoje começa com uma citação do Bhagavad Gita e termina com uma citação bíblica, porque os textos sagrados legados à humanidade são revelações divinas, do mesmo Deus único. E a revelação bíblica é esta: “Pois, todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.” (Rm 8:14)

Escolham estar “casados com Deus”. Mantenham esta união espiritual; não permitam que alguns pensamentos da mente separem aquilo que Deus uniu. Sejam guiados pela percepção da Consciência do Ser que está em cada um, que revela a unidade essencial que existe entre cada presente neste universo e Deus; entre o personagem e o Ser.

Saudações a todos.

quarta-feira, junho 27, 2018

Você não está só

 
- Núcleo -

Quando sentir solidão, dirija-se a Deus com o seguinte pensamento: "Deus é meu Pai, minha Mãe, meu Filho, meu Amigo, meu Espírito protetor. Para quem conhece Deus não existe solidão. Eu descobri o Pai eterno, a Mãe eterna, o Filho eterno, o Amigo eterno, o Espírito protetor eterno. Chamando por Deus, Ele me responde imediatamente. Deus Se manifesta entre os membros de minha família, através de meu pai, minha mãe, meu sogro, minha sogra, meu filho, minha filha, meu neto. E me ama concretamente. Quando alguém de minha família me trata friamente ou duramente, essa atitude é apenas reflexo de minha mente dominada pela ilusão, que não consegue visualizar a perfeição da Imagem Verdadeira de tais pessoas." (Autor: Masaharu Taniguchi)


O pensamento divino acima foi percebido por um "personagem consciente".

Esteja você também consciente de que Deus é Onipresente. Por ser Onipresente está também em você. Reflita sobre estes pensamentos divinos até perceber algo. Quando perceber esse "algo" saberá que é uma mensagem divina especial a você!

Assim que li este pensamento percebi imediatamente que deveria compartilhá-lo. Sei que alguém vai se beneficiar especialmente dele. Estou fazendo a minha parte entregando a você esta mensagem.

No Núcleo o tema abordado foi a necessidade de nos despertarmos das ilusões que a mente cria e que nos condiciona a uma vida limitada por nossas crenças. Inconscientes de que a Deus tudo é possível, vive o ser humano limitado a crer que seus problemas são insolúveis. Assim, vive "dormindo" ou vive "entre os mortos".

Mas, a mensagem da Consciência divina expressa numa passagem bíblica nos revela que temos algo a fazer: Devemos nos despertar desse sono e nos levantar de entre os mortos, nestes termos:

"Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará." (Efésios 5:14)

Também devemos procurar ouvir Deus, que Se manifesta como esta Consciência, a consciência interior que nos revela a "vontade do Senhor". Nós devemos buscar conhecer os pensamentos de Deus, da Consciência do Ser que está em nós, que não são os nossos pensamentos, ou seja, os pensamentos que estão em nossa mente.

"Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor." (Efésios 5:17)

Perceba que VOCÊ NÃO ESTÁ SÓ. A divindade é onipresente e está em você! Jesus Cristo já nos revelou a verdade de que: O reino de Deus está dentro de vós.

Mas se continuar usando a mente apenas para julgar as situações, estará diante de problemas de difícil solução. Se, em vez de julgar, procurar direcionar a mente para ouvir a voz da Consciência, então, no tempo certo, conhecerá o pensamento de Deus, a luz a ser revelada por Cristo, que é VIVO, de eternidade a eternidade. E quando o seguimos, Cristo Se revela a nós! E nos dá a Si mesmo! Ele é a vida, a própria vida em abundância.

No Bhagavad Gita, há um belo simbolismo deste direcionamento que devemos dar a nossas vidas, sobre que devemos seguir a voz da Consciência divina em nós e não nos limitarmos a seguir apenas a voz de nossa mente humana. No Gita, Arjuna, o personagem que busca seguir as orientações do Senhor, entrega as rédeas da carruagem da vida ao Senhor, Krishna, o divino eterno condutor, e vence a guerra!

Todo aquele que age como Arjuna, procurando seguir a voz da Consciência e não a voz da mente, no devido tempo poderá fazer a declaração: "Eu venci o mundo"! Mas saberá também que este "Eu" que vence o mundo não é o sentido pessoal do "eu" humano. A ilusão da dualidade concebida por este "eu" humano se esvai, revelando a verdade de que "Eu" e o "Pai" somos "Um" ou: "Eu Sou o Ser Real".

Este é o sentido da verdade expressa por Jesus Cristo: "Eu e o Pai somo Um". Isto só é possível àquele que conhece sua real identidade, de que é o próprio Ser, eterno, não sujeito a nascimento ou morte. Quem conheceu sua real identidade, sabe que a pessoa (o personagem que está representando) de si mesmo nada pode, mas que o Ser Real, é quem realmente faz, quem de fato "vence o mundo".

Por saber sua real identidade Jesus declara: "Antes que Abraão existisse Eu Sou." Jesus sabe que o eu humano, o sentido pessoal de "eu" não tem nenhum poder, mas sim, o "Eu" universal e impessoal. Deus onipresente é a Fonte desse poder, e por isso ele declara: "eu de mim nada posso, o Pai em mim é Quem realiza as obras".

No Núcleo dizemos que o único Ser Real é Deus e que todos os demais seres são personificações ou personagens de Deus. Nem todos os personagens tem consciência de sua identidade e origem divina. E assim vivem "vidas mentais".

São como o filho pródigo, estão distanciados do Pai, mas um dia retornarão à "casa do Pai", ao "núcleo", à percepção de sua origem e filiação divinas. Assim seja.

Saúdo a todos os divinos personagens.


 

segunda-feira, junho 25, 2018

A Percepção transcende o conhecimento mental

-Núcleo -


Divinos personagens,

Consideremos as palavras contidas neste “pensamento do dia”, de Sathya Sai Baba:

“Em termos de espiritualidade, regras e regulamentos em princípio parecem elementares. Mais tarde, eles lhe habilitam a estar consciente de áreas fora do alcance dos sentidos. Com o tempo, você perceberá a experiência da Verdade de todas as verdades, e compreenderá que o Senhor único é imanente em tudo e permeia todo cosmos. Você será preenchido com bem-aventurança quando sua mente estiver fixa nessa fé e nessa consciência. Esse é o verdadeiro conhecimento (Vidya), a culminância do mais elevado processo educacional.”

A percepção da Verdade transcende o mais alto nível de conhecimento, é o real "saber".

A Verdade apenas “é”; ela não pode ser descrita. A Verdade é o Ser, a identidade real de todos os seres e de todas as coisas, o “Eu Sou” de tudo. A Verdade é o que somos; o que "estamos sendo" é apenas uma crença sobre a verdade; A Verdade é o que é, não o que os seres humanos, os personagens do Ser, creem que seja. A Verdade é a própria Vida de Deus, que Vive em todos e em tudo. É algo a ser percebido, não apenas crido.

Voltemos nossa reflexão a este “pensamento do dia”, neste ponto: “Com o tempo você perceberá a experiência da Verdade de todas as verdades, e compreenderá que o Senhor único é imanente em tudo e permeia todo cosmos.” Está escrito que “você perceberá”, e não que “você conhecerá”.

A percepção consciencial transcende o mais elevado conhecimento mental. Perceber consciencialmente é ser aquilo que é percebido, é ter consciência de que o que conhece e o que é conhecido são o mesmo. A Consciência do Ser percebe que Eu Sou o que Sou; não que "Eu sou isto ou que sou aquilo". Aquele que percebe "isto" ou "aquilo", É também o algo percebido. Eu Sou Aquilo! (Soham!)

Perceba: O Ser que percebe em você Sou Eu; e o que está diante de você também Sou Eu. Esta percepção é a Verdade; é a percepção da “imanência da divindade”. “O Senhor único é imanente em tudo e permeia todo cosmos”.

Deixe-se envolver por esta percepção. Então, “você será preenchido com bem-aventurança quando sua mente estiver fixa nessa fé e nessa consciência.”

A verdadeira educação deve proporcionar ao educando esse “conhecimento de si mesmo”, essa "percepção": “Esse é o verdadeiro conhecimento (Vidya), a culminância do mais elevado processo educacional.”

Que profundo este “pensamento do dia”!

O que sentem a respeito?

Saudações a todos.



quinta-feira, junho 21, 2018

"Buscar-Me-eis, e Me encontrareis..."

 - Núcleo - 


Divinos personagens!

Permitam-me compartilhar percepções advindas destas palavras divinas:

"E então Me invocareis, e ireis, e passareis a orar a Mim, e Eu vos ouvirei. Buscar-Me-eis, e Me encontrareis quando Me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós, diz o SENHOR, e farei mudar a vossa sorte." (Jr. 29: 12-14)

Quando o homem (a mente humana) ora a Deus (a Consciência do Ser) ativa-se a “percepção” de que apenas Deus, a Consciência do Ser, é real. A oração correta é aquela que conduz o homem à percepção de que Deus é a única verdade; Ele é a “realidade do Ser”. Enquanto nos identificamos como “seres humanos” estamos inconscientes de nossa “filiação divina”. Para sabermos quem realmente somos devemos orar a Deus, sem cessar. Deus é onipresente e pode nos ouvir em qualquer situação. Não é preciso estarmos inativos para estarmos orando, em plena comunhão com Deus. As atividades físicas e mentais não excluem a possibilidade de estarmos “despertos para a realidade divina”, conscientes de que Deus é presença constante em nossas vidas; de que existimos, vivemos e nos movemos em Deus, pois Ele é a verdade, nós somos o que imaginamos estar sendo.

O “mergulho em Deus”, a imersão na realidade divina de nossa existência é realizada pela oração, uma atitude de entrega absoluta de nossas vidas a Deus, com a certeza, a confiança inabalável de que Deus sabe o que faz!

Assim, para “encontrarmos” Deus, para percebermos a presença de Deus em nossas vidas, devemos “buscar a Deus de todo o nosso coração”; Ao invés de nos preocuparmos com nossas vidas, com o que haveremos de vestir ou de comer, devemos passar a orar sem cessar, a invocar Deus, até sermos “achados do Senhor”! Sim, há um momento sublime em que Deus se revela a nós na oração, e em que todos os pensamentos cessam. É um momento de pura percepção, no qual desvela-se a realidade de que Deus é o único Ser Real, a única Consciência, na qual há plena perfeição.

No evangelho de João há uma revelação: “No início era o Verbo; o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Ainda é assim! O Verbo continua sendo Deus. O Verbo é a “consciência divina”! Jesus estava consciente de sua “identidade divina”. Assim, além de se identificar como sendo o “filho do homem” ele também se identificava como sendo “filho de Deus”. Humanamente todos somos filhos do homem, e todos os filhos do homem que estão conscientes de sua identidade espiritual são “filhos de Deus”.

Para nos tornarmos conscientes de que somos “filhos de Deus” devemos “nascer novamente”. Não se trata de um novo nascimento físico, mas, de um nascimento espiritual, pois, “todo aquele que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é Espírito”. Nesse “novo nascimento” nossa vida já não é a vida do personagem, da pessoa que estamos sendo, mas sim, a Vida de Deus que está Se expressando através de nós e como nós. A partir desse “novo nascimento”, espiritual, nos tornamos conscientes de que não somos nós que vivemos, mas sim, Cristo é quem vive em nós! Cristo é o Verbo, a “consciência divina” em nós. Ninguém chega a Deus senão através desse “nascimento”, que revela essa “consciência divina”. Nascendo em espírito nos tornamos conscientes dessa “filiação divina”, de que somos a “imagem e semelhança” de Deus, e temos a Vida eterna.

Desperte a percepção da “consciência divina”, a percepção consciencial. Observe essas instruções e perceba como se trata de uma real revelação:

“E então Me invocareis, e ireis, e passareis a orar a Mim, ..."
Então, Invoque a Deus, vá em frente e passe a orar!

“e Eu vos ouvirei.”
Sim, Deus é real! Esta “consciência divina” em você é real, e te ouvirá!

“Buscar-Me-eis, e Me encontrareis quando Me buscardes de todo o vosso coração.”
Veja! É uma promessa divina, de que Ele será encontrado quando orares !

“Serei achado de vós, diz o SENHOR”
A vitória é certa! O próprio Senhor o confirma! Nada mais é necessário!

“e farei mudar a vossa sorte."
A quem chegou até aqui, e percebe “a revelação”, a sorte já está mudada!

Estarmos unido a Deus é nos mantermos despertos consciencialmente. Sejamos "fiéis" a essa nova e eterna aliança "não feita por mãos humanas".

Que o homem (a percepção mental humana) não separe o que Deus (a Consciência do Ser) uniu. Esta separação ocorre no exato momento em que ativamos a percepção mental e "julgamos". Julgar significa valorar mentalmente algo como bom ou mau, certo ou errado. Apenas desfrutemos o universo de Deus onde realmente habitamos.

Estarmos "casados" ou "em união com o divino" é estarmos conscientes de que vivemos num universo espiritual, puramente consciencial, no qual a atividade de Deus pode ser percebida em cada movimento, em cada acontecimento, em cada momento e em todas as formas. Nossa real identidade é a de Filhos do Altíssimo. Mantenhamo-nos nesta percepção, nesse estado consciente de eterna união com o divino! Esse é o casamento espiritual da aparência (o personagem que estamos sendo) com a essência ( o Ser que realmente somos).

Mantenhamo-nos todos na Presença, sempre fiéis à nossa "aliança com Deus"!

Saudações e que a paz seja com todos!




segunda-feira, junho 18, 2018

A divindade representando papéis

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- Núcleo - 


No texto anterior está expresso que “Tudo o que está sendo percebido é a divindade representando papéis”

Poderia surgir a dúvida: “Se a divindade representa todos os papeis, como é possível que Deus, sendo Amor, represente o papel de animais ferozes e até de seres humanos que agem como se fossem autênticas feras?”

A resposta está na própria pergunta na qual se depreende que se trata de uma representação, e que o ator divino sabe que nada de real está de fato acontecendo, a não ser no contexto da própria representação cujo realismo é convincente para a percepção das mentes dos próprios personagens que estão nela inseridos e que se identificam totalmente com quem estão sendo. 

A identificação do ator divino com quem Ele “está sendo” (ou seja, com o “personagem” que “está representando”) se dá através da percepção da “mente do próprio personagem” que está representando, e não pela “percepção da Consciência do Ser”, dAquele que em realidade ele É.

A esse respeito importa observar que nem sempre o ator está representando um personagem inconsciente de sua real identidade! Basta que na representação o personagem passe a se ver através da percepção consciencial, ou seja, com a percepção da Consciência do ator divino, e a real identidade do personagem se desvelará ao próprio personagem. É o que acontece com os “personagens despertos”, aqueles que mesmo ainda estando na Representação não fazem a identificação através da mente dos personagens que estão sendo, mas sim, com a Consciência do Ser Real. Na linguagem dos primeiros cristãos isso assim foi expresso: 

Já estou crucificado com Cristo [a identificação com a vida do personagem ou com o ego humano através da mente do personagem que estive representando, inconsciente do Ator que vive em mim foi transcendida]; e vivo, não mais eu [o personagem], mas Cristo [o Ator] vive em mime a vida que agora vivo na carne [a vida do meu personagem] vivo-a na fé no filho de Deus [vivo na percepção do Ator divino], o qual me amou {verdadeiramente com o Amor do Cristo, do Ator], e [na representação divina] se entregou a si mesmo por mim.” 

E nesse ponto importa também observar que nem sempre o ator divino está representando um personagem inconsciente de sua real identidade mesmo estando na representação divina como um animal!

É o que é revelado nas escrituras védicas na qual a divindade esteve na representação divina consciente de sua própria identidade por exemplo como Peixe [Matsya], Tartaruga [Kurma], Javali [Varaha], Homem–Leão [Nara-Simha], Elefante [Ganesha], Macaco [Hanuman]...

Contudo, quando a identificação do personagem é feita pela mente do próprio personagem, todo o tipo de atitude desumana e inconsequente é possível, porque neste caso os "divinos personagens" permanecem inconscientes de sua real identidade e “não sabem o que fazem”.

Assim, está escrito que: Apesar de tudo, Jesus dizia: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo!” Lucas 23: 33

Por outro lado, por ser a própria divindade representando, por vezes podem alguns “divinos personagens” surpreender e revelar a Consciência do Ator!

Essa foi a percepção consciencial compartilhada por Jesus, como está escrito: 

“Naquele mesmo momento, Jesus exultando no Espírito Santo [desfrutando a percepção consciencial] exclamou [compartilhou com esta ênfase]: “Ó Pai, Senhor do céu e da terra! [Senhor da Realidade Divina – céu - e da Representação – terra] Louvo a ti, pois ocultaste estas verdades dos [divinos personagens] sábios e cultos e as revelaste aos pequeninos [divinos personagens que aparentemente sem conhecimento algum da vida manifestam percepções conscienciais]. Amém, ó Pai, porque Tu tiveste a alegria de proceder assim.” (Lucas 10: 21)

Por isso é compartilhada aqui uma vez mais a percepção de que subjacente a todos os divinos personagens é apenas, e sempre, o Mestre Quem se percebe a Si mesmo!

Por ser assim, com esta mesma percepção da Consciência do Ser Pedro a compartilhou dizendo que: “Na verdade reconheço que Deus não faz acepção de pessoas”. (Atos 10: 34)

É o que Aquele presente em Pedro, em você, em mim e em todos os “divinos personagens” me faz perceber, desfrutar esta percepção, e compartilhá-la.

Por isso é dito: Percebam, desfrutem essa percepção divina e a compartilhem!

A paz seja com todos!


quinta-feira, junho 14, 2018

O Mestre

- Núcleo - 


O Mestre se percebe a Si mesmo!

Só o Ser é real. O personagem é o próprio Ser representando. Quando o Mestre escolhe estar Se identificando com a representação, então surgem os personagens. Ele percebe a Si mesmo encenando. O Mestre está plenamente consciente de sua personificação como cada personagem.

Quando um personagem está à procura do Mestre, eis o Mestre! É o Mestre representando divinamente o papel de um personagem à procura do Mestre! Sua representação é tão divina que o personagem acredita ser o personagem, e certamente encontrará o Mestre. Sim, todos encontrarão o Mestre, porque já são Quem buscam, e perceberão a real identidade de Si mesmos. Quando esta percepção ocorre a um personagem, a representação continua no papel de muitos outros personagens.

Tudo o que está sendo percebido é a divindade representando papéis.

Sempre que um personagem percebe sua real identidade ele, sabendo ser Quem é, pode escolher permanecer no cenário em silêncio ou compartilhar sua percepção com os personagens que representam papéis de buscadores espirituais ou mesmo outros papéis. É isto que estamos fazendo no Núcleo. Estamos compartilhando a percepção de Quem somos, para que outros personagens saibam que é possível ter esta percepção e que continuem suas representações, mas já não mais inconscientes de sua unidade com o Ser, com a Vida, com Deus e suas incontáveis manifestações.

Há uma unidade essencial entre personagem e Ser que se revela por uma especial percepção que, uma vez sintonizada, revela toda a graça da criação divina! Esta é a real visão do Mestre, daquele que percebe, e que, por estar percebendo, sabe Quem percebe! Daquele que está representando e que, por estar percebendo que está representando, sabe Quem representa! Daquele que está vivendo o presente e que, por estar percebendo que está vivendo o presente, sabe Quem está vivendo o presente!

A Consciência de Quem faz é a percepção do Mestre a ser compartilhada. O “Mestre” é a Consciência do Ser; é Quem nos faz perceber o que disse o Mestre: “Eu de mim nada posso, o Pai em mim é Quem realiza as obras.”

Meditem sobre esta revelação. Estejam sintonizados no Ser, “in Theos”, desfrutem esta percepção e quando souberem que devem, compartilhem.

segunda-feira, junho 11, 2018

É Cristo Quem vive em Mim

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Divinos Amigos,

Em que consiste os ensinamentos dos Mestres, sábios, videntes e Iluminados de todos os tempos?

Em Percepções!

Eles as tiveram e as compartilharam.

Eles perceberam que há uma Realidade além deste mundo visível pelos cinco sentidos. E tendo percebido que este mundo dos sentidos não é a Realidade, compartilharam suas Percepções. E assim fizeram porque as tribulações deste mundo (para os que se percebem como sendo seres deste mundo) são vivenciadas como algo real.

Assim, Buda compartilhou a Percepção da irrealidade dos fenômenos de nascimento, envelhecimento, doença e morte. No Núcleo é dito que estes são acontecimentos que ocorrem na Representação. Na Realidade não há isso. 

O ensinamento de Buda revela a visão transcendente da vida humana como sendo em realidade a Vida de Deus. A Percepção de que vivemos, não uma vida humana isolada de Deus, mas a própria Vida de Deus, nos faz conscientes de que na Realidade somos seres eternos e não sujeitos a nascimento, envelhecimento, doença e morte.

Esse é o cerne da Percepção compartilhada pelos que passaram na Representação pela experiência de Iluminação. Notem que a experiência de Iluminação ocorre na Representação. Esse acontecimento na Representação não altera o que na Realidade todos JÁ são! Jesus compartilhou essa Percepção ao responder a aqueles que o viam apenas como um homem e lhe questionaram: "Você ainda não tem cinquenta anos e conheceu nosso pai Abraão?". Ao que Jesus respondeu: "Antes que Abraão existisse EU SOU." O significado disso é que Abraão, como todos os "personagens", existem na Representação. Nessa passagem Jesus compartilha a Percepção de que Ele é QUEM É, na Realidade! Ou seja, antes que houvesse "mundo fenomênico", dualidade, Representação, AQUELE que É sempre É. A Percepção dAquele que sabe ser sempre o mesmo e único EU é: EU SOU.

Assim, aqueles que na Representação passaram pela experiência de Iluminação compartilharam a Percepção de que suas vidas são na Realidade a própria Vida de Deus. Eles perceberam que não há outra Vida senão a própria Vida de Deus. Por isso seus ensinamentos são tidos como "religiões", porque eles nos religam. Assim em torno do ensinamento destes Mestres - Buda, Krishna, Cristo - surgiram as grandes religiões da humanidade. Esses ensinamentos nos religam a nós mesmos, à nossa própria Essência e Realidade Divina. O essencial é Perceber que esses ensinamentos sempre apontam que há algo em nós que nos proporciona esse religar. Esse algo em nós é chamado por Jesus de "Justiça". Jesus enfatizou que devemos procurar em primeiro lugar o Reino de Deus e "Sua Justiça"!

As pessoas citam essa passagem bíblica de que "devemos procurar em primeiro lugar o Reino de Deus" mas nem sempre dão ênfase ao complemento "e Sua Justiça", que é o cerne do ensinamento Divino! Fazer-nos conscientes de que o CAMINHO é interno, pois, o Reino de Deus está dentro de nós (que é onde devemos buscá-lo), é a direção. Mas estando nesse Caminho interno, a meta, a finalidade da busca, é realizar a Justiça de Deus! Este é o parâmetro que devemos nos conscientizar e usar para conhecer a Verdade; é a "Visão Justa", a "Visão Divina" de todas as coisas.

Esclarecendo sobre essa "Visão Justa", essa medida interna de Percepção, há uma passagem bíblica que diz: "Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da vossa mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." Aqui há uma contraposição entre o "padrão deste mundo", pelo qual a mente é velada pelos cinco sentidos; e a "Justiça Divina", o parâmetro interno que produz uma renovação mental e nos faz "capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." Essa Visão Divina, que é o parâmetro interior a ser usado para desvelar o Real, é a Visão a ser alcançada chamada por Jesus de "Justiça". Masaharu Taniguchi a descreve como sendo um despertar para a Imagem Verdadeira da Vida e revela o que acontece quando se chega a "isso", a esta Visão iluminada. Ele escreve: “Todos aqueles que despertaram para a Imagem Verdadeira da Vida podem alcançar a conscientização de que eles próprios são personificações do Deus Eterno, ou, em linguagem budista, personificações de Buda, que alcançou a iluminação há tempos imemoriais: podem alcançar um despertar espiritual tão grandioso, que os fará compreender que eles próprios estavam em Jesus Cristo quando ele pregava a Verdade na Judeia, há 2.000 anos; que estavam também em Sakyamuni quando ele pregava a Verdade na Índia, há 3.000 anos; e que estavam com o Criador quando Ele fez surgir o Universo e o colocou em movimento.”

É isso! Este é o ponto! Essa Percepção está em nós! 

Nessa Percepção Divina sabemos que O Mestre está VIVO EM NÓS!

Todos os apóstolos de Jesus que chegaram a este ponto, conduzidos por essa "Justiça", testemunharam e compartilharam a Percepção de que: "Vivo, mas já não sou eu quem vive; é Cristo Quem Vive em Mim." 

Sobre sua elucidação, acima descrita, Masaharu Taniguchi acrescentou: “Outro dia, o Sr. X disse-me que já se sente como Buda."

Notem, o quão sutil e elevado é Masaharu Taniguchi! Ele não enfatiza o personagem, nem sequer cita o nome do "personagem", descrevendo-o apenas como "Senhor X"! Assim é como o Mestre enfatiza que o essencial é a Percepção e não o personagem! Por isso Masaharu Taniguchi objetiva e assertivamente enfatiza a Percepção tida pelo Senhor X, com muita naturalidade, compartilhando o que lhe foi dito pelo Senhor X  sem julgar, dizendo aos ouvintes: “Outro dia, o Sr. X disse-me que já se sente como Buda."

Caro leitor! Que compartilhar DIVINO de Masaharu Taniguchi. Ele poderia falar de si mesmo e de suas tantas Percepções, mas isso só faria com que muitos dissessem: "Ele tem essas Percepções porque ele é o Mestre!"

Mas Masaharu Taniguchi afirma com total naturalidade que o Senhor X tem essa Percepção e já se sente como Buda! 

Jesus enfatizou o mesmo quando disse a Simão: "Simão, isso Quem te revelou não foi carne e sangue, mas meu Pai que está no Céu."

Caro leitor! Da mesma forma, que compartilhar DIVINO foi esse realizado por Jesus Cristo. Ele poderia falar de si mesmo e de suas tantas Percepções como Cristo, mas isso só faria com que muitos dissessem: "Ele tem essas Percepções porque é Jesus Cristo!"

De que adianta seguir um Mestre apenas para concordar com Seus ensinamentos, sentir-se discípulo e seguidor, ou praticante, mas não levá-lo a sério nos pontos em que o Mestre expõe e enfatiza o essencial?

Nenhum Mestre expôs Seus divinos ensinamentos para que servissem apenas de consolo a alguém. Todo ensinamento divino tem em si o poder de produzir uma transformação na vida dos discípulos. O ensinamento de Jesus transformou a vida dos discípulos, que então testemunharam: "Vivo, mas já não sou eu quem vive; é Cristo Quem Vive em Mim."

A própria palavra "transformação" tem em si algo essencial. Atentem bem à palavra transformAÇÃO.

Transformar pela AÇÃO! Por isso no Núcleo é dito: "Não há Percepção sem Ação"! Perceber e não agir significa apenas acreditar. Perceber não é o mesmo que acreditar! Percepção é sinônimo de FÉ. E está escrito: A FÉ sem obras é morta.

A próxima vez que você ler um texto espiritual não sinta apenas que: "acredito neste ensinamento do Mestre". Dê um passo além! Aceite o texto espiritual com "coração de criança" [expressão bíblica] ou seja, aceite com total naturalidade, não como algo vindo de alguém que está no exterior, fora de você, de um Mestre, pois isso apenas fará sua mente concordar com as Palavras do Mestre. E assim que terminar a leitura você voltará a lidar com as tribulações deste mundo; voltará a se ver imerso em um mundo fenomênico...

O que quero enfatizar é que há algo preexistente em nós! Nós não O fizemos! Deus fez Isso! 

Somos Filhos de Deus e estamos todos "destinados" a reconhecer este fato! RE-CONHECER...

Na Representação é conhecer novamente assim como já O conhecíamos..."antes que Abraão existisse..." 

Notem bem! Na Representação este fato aparece como um re-conhecimento; mas na Realidade este fato é uma PERCEPÇÃO, o conhecimento é ALGO JÁ SABIDO! 

Notem que os ensinamentos divinos têm validade atemporal e impessoal e não trazem uma Verdade Nova!

Por isso a ênfase do ensinamento compartilhado no Núcleo é dada à PERCEPÇÃO! Não é dada ênfase a "este" ou "aquele" Mestre, pois todos são "personagens despertos", conscientes de que nossa real identidade é o próprio Ator subjacente ao personagem!     

Quando a ênfase é dada à Percepção estando diante de um Mestre, o que ocorre em nós é algo muito diferente do que se apenas quiséssemos seguir o Mestre. Isso faz com que o Mestre seja PERCEBIDO EM nós! Assim sendo, já não há o sentimento de que existe "um Mestre e nós", mas sim, "o Mestre e Sua manifestação COMO nós"!

Assim os textos são experienciados claramente como a Verdade emergindo em Mim, no Eu que Eu Sou! Nas palavras do apóstolo: Que nos faz "capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." 

Este é o sentido de compartilhar todos estes textos.

Jesus disse: "Se o mundo vos aborrece, aborreceu a mim também. Neste mundo passarás por tribulações, mas tende bom ânimo, EU venci o mundo!"

Assim, para "vencer o mundo" Jesus revelou: "EU vim para que tenham VIDA e VIDA em abundância!" 

Atentem que é a emergência, o vir à tona, da Percepção deste EU em nós que vence o mundo!

E não há Percepção sem AÇÃO!

O mais paradoxal que acontece quando estamos percebendo e agindo, ou seja, quando estamos agindo pela FÉ, é que temos a total consciência de que Quem está agindo é Deus! É aquele Eu Impessoal. Em relação a isso Jesus compartilhou a seguinte Percepção: "As obras que faço não sou eu quem as realiza; o Pai em Mim é Quem realiza as obras."                 

Quanta clareza nesta revelação de Jesus sobre Quem Faz! No Núcleo é dito: Perceba Quem faz!   

Essa é a Percepção que pode vir a ser desfrutada e compartilhada por todos os "Filhos de Deus"!

Por isso compartilho a Percepção dos discípulos que testemunharam: "É Cristo Quem Vive em Mim!".

É o que Aquele que Vive em Mim [Emanuel, Deus em nós] me faz Perceber, desfrutar e compartilhar.

Namastê.


quarta-feira, junho 06, 2018

"Eu sou Brahman"

 
- Núcleo -


"Mantenha este pensamento em sua mente: 'Eu não sou um simples ser humano, eu sou a personificação da Divindade'. Tenha essa convicção fixada em sua mente e você perceberá essa verdade. É dito: 'O conhecedor de Brahman (Deus) torna-se, verdadeiramente, Brahman' (Brahmavid Brahmaiva Bhavathi). Se você se percebe como Divino, você se torna Divino. Se você se considera um ser humano, você permanecerá assim. Embora sua forma seja a de um ser humano, há o princípio do Atma em você. Para reconhecer esse Atma, você precisa manter seu coração puro e livre de negatividade." (Sathya Sai Baba)


O pensamento acima, expressado por Sai Baba, contém a base do ensinamento do Núcleo. Por isso, quero compartilhá-lo. Permitam-me comentar brevemente duas frases deste texto, muito elucidativas: 

1- "Tenha essa convicção fixada em sua mente e você perceberá essa verdade."

 Destaco: "você perceberá."

Note que não se trata de uma conclusão mental, fruto de raciocínio ou da lógica, mas sim de uma "percepção", uma percepção que não provém da mente humana, mas de uma certeza, uma "firme convicção" de que existe algo além da realidade perceptível pelos cinco sentidos humanos de percepção. Essa "convicção" emerge da Consciência divina em nós. É a percepção consciencial, o escopo do Núcleo, que é a conscientização de que temos essa percepção e que ela deve ser ativada por cada um de nós para que "a verdade" nos seja revelada ou melhor, desvelada!

Observe que a primeira frase completa é esta: "você perceberá essa verdade"  A segunda frase a ser destacada é essa:

2- "Se você se percebe como Divino, você se torna Divino."

Note! "Se você se percebe... você se torna."

Quando se ativa a "percepção consciencial" de imediato desvela-se o Ser Real. O Ser Real é aquilo que realmente somos. Enquanto percebermos a realidade com os cinco sentidos - ou seja, mentalmente -, nos identificaremos como sendo "seres individuais" e separados do Todo; e assim nos veremos como "pessoas", palavra que denota o sentido de "personas", máscaras, ou personagens. Enquanto nos identificarmos mentalmente, nos veremos como sendo "personagens do Ser". Quando ativamos a percepção consciencial, a ilusão causada pelos cinco sentidos se esvai e então percebemos nossa real identidade, percebemos que somos o próprio "Ser Real". Há uma passagem bíblica que revela este acontecimento interno, esta iluminação:

"Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de Ser. Sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque haveremos de vê-Lo como Ele é." (1 JOÃO 3:2)

Amigos, a mesma mensagem tem sido passada desde tempos imemoriais. É a mensagem de que o "Ser Real", o "Espírito Santo", habita em nós; que nossa verdadeira identidade é Divina; de que vivemos no Universo da Consciência do Ser e que estamos representando personagens num teatro divino e que podemos ter a percepção disso, despertando em nós a percepção dessa Consciência do Ser em vez de permanecermos indefinidamente na percepção da mente do personagem que estamos representando. 

Todos são o Cristo! Só há Um Senhor e Ele está na Consciência de cada um e de todos os seres! Há personagens que escolhem manifestar esse Ser, essa Consciência Interna de cada ser. Todo ser humano é antes o Ser, o próprio Ser, escolhendo ser "humano"! Eu Sou o Ser! Não existe outro Ser além de Mim. Só há um Ser, o Ser Real Único.

Mas isto não deve ser apenas "apreendido intelectualmente", mas "percebido". A sutileza, o segredo está em "perceber", não em acreditar ou em concordar com belas palavras ou textos alheios, pois permanecerão sendo apenas isso: "alheios".

A Verdade deve emergir da Consciência Interna, ela se revela como "percepção", não como crença ou concordância. A Verdade expressa por outro personagem, seja ele Jesus, Elias, Eliseu ou Buda devem ser percebidas consciencialmente, é algo essencialmente pessoal e interno.

De nada adianta ler ou compilar textos e textos e mais textos de outrem sem uma certa dose de percepção de que tudo isso se refere a Mim, ao Ser que "Eu Sou". 

Os textos sagrados abordam uma realidade a ser desvelada, uma conscientização a ser feita. A percepção mais elevada é a consciência de que Somos o Ser Real.

Nem por isso precisamos "descartar o personagem". Eu quer ser cada um de nós. E efetivamente está sendo. Podemos viver a vida, a representação do personagem inconscientes de Quem realmente somos, ou podemos desfrutar a "percepção" de que nosso "Eu" real está muito além do que a mente do personagem imagina.

Percebo que sempre que os personagens ativam a percepção consciencial (que já está em cada um), Eu age de forma sobre-humana (além do personagem), e fora das leis ou regras que existem no âmbito da mente. É quando as coisas extraordinárias passam a acontecer. Mas a mente do meu personagem não tem conhecimento de como isso acontece, só sabe que é real, o mistério do que Eu Sou permanece, porque é incomensurável.

A realidade para um personagem como Jesus ou Buda é a realidade para todos os outros personagens porque trata-se de uma "realidade impessoal". A Verdade é sempre impessoal: se vale para um vale para todos.

Se puderem assimilar essas mensagens do Núcleo, vocês presenciarão essa Consciência Se manifestando. E assim tem sido para este personagem, porque este personagem não se interpõe naquilo que Eu quer manifestar ou revelar a todos. É a Consciência do Ser que habita em Mim Se expressando. Este Ser idealizou toda a sequência de eventos a fim de que a mensagem nuclear fosse difundida e, de fato, está sendo. Essa mensagem atemporal faz com que os nossos cálices transbordem, e é por isso que aqui a compartilho. Todos estão sendo convidados a se darem conta (ou seja, de que percebam) Quem realiza as obras.

Seja Um com o Pai que habita em você. Permita que essa Consciência Se expresse através de você e como você. Só assim poderá comprovar que essa Consciência do Ser é a Sua Consciência. Você pode se elevar em Consciência e perceber que você é o próprio Ser Consciente de Quem É; e que este Ser é Único, embora Se manifeste como sendo muitos. Sendo Único só há uma consciência; esta Consciência não pertence ao personagem, é impessoal.

Saúdo a todos os divinos personagens.





segunda-feira, junho 04, 2018

Meditação

- Núcleo -


“Há um mundo bem mais elevado do que o palco da evolução do homem carnal e, se é nele que você adquire verdadeira liberdade, força e independência, deveria sentir maior interesse em se dedicar à descoberta desse mundo, do que se dedicar a um empreendimento desta vida, seja ele qual for.”  [“Caminho que transcende a vida e a morte”, página 90 – Masaharu Taniguchi ]

Masaharu Taniguchi diz que “Cristo denominou esse mundo elevado, onde se obtém a liberdade, força e independência, de Reino do Céu ou Reino de Deus”. Mas ele o chama de mundo da Imagem Verdadeira. E diz: “O mundo da Imagem Verdadeira criado por Deus é perfeito e harmonioso, não existindo qualquer mal. Esse mundo existe aqui, neste momento, mas os cinco sentidos carnais não conseguem percebê-lo. Somente a pessoa que desperta aquilo que poderíamos chamar de percepção da Imagem Verdadeira é que consegue ver mentalmente esse mundo perfeito.” [“Imagem Verdadeira e Fenômeno”, página 53 – SNI ]

No Núcleo essa “percepção da Imagem Verdadeira” é chamada de “percepção consciencial”, por ser a percepção da Consciência do Ser que nós somos.

Essa percepção não requer esforço, mas sim, mudança de referencial. O que ocorre é que você pensa que sua realidade é de alguém que vai praticar meditação para ascender ao mundo da Imagem Verdadeira. Quando, em verdade, você é Quem Vive no mundo da Imagem Verdadeira em permanente meditação e que, meditando, imagina a realidade de alguém que veio praticar meditação... 

Assim, pode ser dito que a meditação é um encontro de você com você mesmo, mas que te proporciona perceber Quem você É!

Quando você pensa, você se vê, ou seja, você se percebe como quem pensa…, como um personagem num cenário humano…

Quando você medita, você se vê, ou seja, você se percebe como Quem medita…, como o Ser Real, na própria realidade divina!

O pensamento aciona a percepção da “mente do personagem” e gera o cenário humano.
A meditação ativa a percepção da “Consciência do Ser” e desvela a Imagem Verdadeira.

Portanto, se quer perceber este “mundo bem mais elevado do que o palco da evolução do homem carnal”, despertar aquilo que poderíamos chamar de “percepção da Imagem Verdadeira”, e adquirir verdadeira liberdade, força e independência, você deve sentir maior interesse em se dedicar à meditação!