Senhor,
Do irreal conduz-nos ao Real,
das trevas conduz-nos à Luz
e da morte, à imortalidade.
Paz para o nosso corpo,
paz para a nossa mente e
paz para o nosso espírito.
Este texto se compõe de duas partes.
A primeira parte expõe a teoria que fundamenta o desenvolvimento da "percepção consciencial" que conduz a um mergulho em nosso Ser Real, produzindo o chamado "despertar consciencial". Nela estão expostos conceitos espirituais sobre a divindade amplamente difundidos e aceitos tanto no Ocidente quanto no Oriente com as reflexões que eles nos suscitam.
A segunda parte dá ênfase à prática decorrente da aplicação dos conceitos e princípios expostos sobre o processo do "despertar consciencial". Nela há relatos das "experiências conscienciais" que consistem em vivências pessoais e diretas com a divindade e as profundas transformações que resultam dessa convivência.
O DESPERTAR CONSCIENCIAL
As Sagradas Escrituras definem Deus como o Ser onipotente e onipresente. Onipresente significa que está presente em tudo, inclusive em nós. Mas, quem tem percebido a Presença Divina em si mesmo? E por que a maioria das pessoas não percebe essa Presença?
Afirmar que Deus é onipresente é algo aceitável, mas, vivenciar essa realidade é uma experiência que transforma plenamente nossa visão da vida e do que somos!
Sendo Deus onipresente, qual nossa identidade? Quem ou o quê somos?
Os livros espirituais da Índia definem Deus como sendo: Sat (Ser/Verdade), Chit (Consciência/Alegria) e Ananda (Bem-Aventurança).
Estes livros revelam também que Deus é onipresente e que o homem é a divindade que assumiu um corpo para desempenhar um papel num cenário criado pela própria divindade. E ao fazê-lo se esqueceu de Sua real identidade.
Esse esquecimento acontece porque o homem se torna vítima da ilusão criada pelos sentidos da mente do personagem que assumiu e que o faz acreditar ser esta realidade apreendida, pela mente, a única existente. Essa percepção mental da realidade faz com que a representação divina se torne realística e por vezes dramática. Contudo, se nossa real identidade é a divindade, podemos readquirir a consciência do que somos. Essa "recordação" se torna possível com o conhecimento da verdade sobre nossa real identidade. É preciso uma percepção da realidade pela consciência do Ser e não pela mente do personagem.
O processo do despertar se inicia com a distinção entre mente e consciência. A mente é apenas um instrumento do Ser real, enquanto a consciência integra e compõe sua natureza divina.
Portanto, há duas formas de percepção da realidade: Uma é realizada pela mente do personagem: a percepção mental. A outra é feita pela consciência do Ser. Por esta razão foi denominada "percepção consciencial".
A percepção mental da realidade é a condição padrão do ser humano, enquanto que a percepção consciencial é fruto de um despertar sobre nossa identidade real, sobre a realidade da essência e natureza divinas do ser humano.
A mente está ligada à matéria, aos cinco sentidos de percepção, pelos quais são captadas informações do mundo exterior. O processamento das informações resulta na concepção mental que fazemos da realidade. Nossa visão de mundo é assim a interpretação de dados captados pelos cinco sentidos e das inferências realizadas no âmbito mental.
Vivemos o universo do personagem que criamos e o identificamos como sendo nós mesmos! Essa identificação com o personagem que criamos é uma deturpada concepção sobre nossa real identidade, o maior equívoco e fator limitador da maioria dos seres humanos.
Para podemos vivenciar a natureza divina do Ser, que é nossa essência, precisamos nos abstrair da percepção mental da realidade. Isso ocorre no instante em que nos dissociamos do personagem que estamos vivendo e recriando cotidianamente. O foco de nossa consciência em seu estado normal está centrado na percepção da realidade pela mente do personagem. Isso nos causa um sentido de identificação como sendo a mente e o corpo nosso "eu" ou identidade real.
Contudo, mente e corpo são ambos instrumentos do que realmente somos. Quando nos interiorizamos, nossa consciência nos revela um nível de percepção supra-mental pelo qual percebemos quem somos e quem estamos sendo. Em níveis profundos de percepção consciencial podemos sentir que somos o Ser real, eterno, a consciência, que observa o que estamos sendo, um personagem, evanescente, a mente.
A mente se dirige ao exterior, aparente. Julga e reage ao que interpreta como sendo real. A inquietação é sua característica. A consciência apreende o interior, o real. Apenas observa e permanece equânime. A serenidade é sua natureza.
Estes são passos essenciais para o despertar da percepção consciencial. Eles fazem a consciência dissociar-se ou desfocalizar-se da mente, causando uma percepção distinta entre aquilo que está sendo percebido pela mente e a percepção da consciência, que observa a mente.
O despertar da consciência, que tem natureza espiritual, nos faculta a transcender a realidade aparente, vislumbrada pela mente, nos proporcionando uma percepção consciencial da realidade e o acesso à dimensões espirituais, não físicas, através de portais existentes entre elas e nos capacita vivenciá-las concretamente, tanto quanto vivenciamos a dimensão física.
Jesus disse: "Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse eu vo-lo teria dito." - João 14,2.
AS EXPERIÊNCIA CONSCIENCIAIS
O despertar da percepção consciencial desvela um vasto universo interior, a dimensão na qual se constata a onipresença da divindade.
Com a intenção de revelar a sua esposa a realidade do que somos e conduzi-la da teoria à prática, o autor começou a demonstrar-lhe essa Presença Divina, a princípio em si mesmo, revelando a ela sua dimensão essencial, a de um ser que despertou sua "percepção consciencial", passando então a proporcionar-lhe experiência extraordinárias, que a levaram a ter contatos pessoais e conscientes com a própria divindade.
Estes contatos são em si experiências de percepções da consciência sobre a realidade do que somos e foram denominados pelo autor, por essa razão, "experiências conscienciais". Relatos de algumas experiências conscienciais proporcionadas pelo autor a sua esposa estão registradas em vídeo.
São relatos de fatos que revelam a realidade da "percepção consciencial", própria da condição humana. Estas experiências podem ser experimentadas por todos a fim de que percebam que Deus está efetivamente em nós.
O despertar da percepção consciencial do autor ocorreu como resultado de vivências na Índia com o avatar Sathya Sai Baba e da leitura de livros espirituais e esotéricos que em essência expressam a mesma verdade de formas diversas.
Em julho de 2004, o autor e sua esposa foram ao Paraná, em viagem de férias. Certa manhã em Curitiba ele disse a ela: "Vou te proporcionar uma experiência divina". E começou a discorrer sobre verdade espirituais. Quando a verdade é assimilada pela consciência esta se desperta.
Em seguida ela perdeu os sentidos e adormeceu. Então ela abriu os olhos, sentou-se e disse: "Está tudo azul". E ao olhar para ele percebeu que dele emanava uma aura dourada. Sua percepção consciencial estava desperta!
Nesta primeira experiência divina, o autor literalmente levou sua esposa a uma dimensão celestial da realidade, que poderia ser descrita como sendo o céu e fez-se visível nessa dimensão a fim de que ela se sentisse segura e pudesse desfrutar sua vivência. Então ela viu diante de si uma cascata de águas cristalinas e a tocou, sentiu sua temperatura e disse: é frio!
Em seguida ela viu um rio que fluia dessa fonte divina e na outra margem do rio viu Deus em forma de Luz, sentiu Sua Presença e realidades divinas e exclamou: "É deus!". Então olhou para o rio e a imagem que estava refletida nele não era sua imagem física, mas sim a da própria divindade que estava na outra margem!
Esta visão revelou a ela sua natureza e identidade real, reflexo perfeito da divindade.
Ao final dessa primeira experiência consciencial o autor intuiu que deveria tocar no violão a música harpejada que se ouvia de fundo ao longo da experiência. E com essa música ela se despertou. A partir de então essa música e outros métodos tem sido usados pelo autor para despertar a percepção consciencial das pessoas a fim de fazê-las perceber quem realmente são e, que podem realizar conquistas de grande valor.
Enfim, um ser desperto age usando o corpo e a mente, mas mantém a consciência de que está desempenhando um papel no teatro cósmico divino. É sempre um observador de seu próprio personagem em ação. Percebe o corpo, o fluxo dos pensamentos na mente, mas não se identifica com eles. Assim pode eliminar maus pensamentos da mente e más emoções. Desta forma torna-se senhor de si mesmo e passa a agir com consciência do que faz, colocando-se em sintonia com sua natureza divina. Sua vida passa então a refletir plenamente e em todos os sentidos esse nível de percepção da realidade.
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