- Sathya Sai Baba -
Examinem, Experimentem!
Eu vim para reconfortar suas vidas, não para descrever a Minha! Por isso, não gostei das palestras
de Ramanatha Reddy e Kasturi falando a Meu respeito e dos incidentes da Minha vida! Suas vidas
são mais importantes para Mim, pois Meu propósito é cuidar para que vocês vivam mais felizes e
com maior contentamento. Todos os seres têm que realizar ação (karma); é uma obrigação
universal inescapável. Alguns sentem que apenas atos meritórios ou pecaminosos, virtuosos ou
mesquinhos, devem ser denominados “karma”. Mas sua respiração é karma. Há alguns karmas de
cujos frutos vocês não podem abdicar! Há karmas físicos, mentais e espirituais e a realização de
cada um deles, para o bem do Ser Interior, é chamada dedicação.
Fizeram aqui uma menção a Puttaparti e vocês foram aconselhados a ir até lá para obterem
inspiração dos cantos devocionais. Por favor, não contraiam dívidas, pois onde quer que estejam,
quando quer que Me chamarem, seu quarto poderá se transformar em Prashanti Nilayam, sua vila
poderá ser transformada em Puttaparti. Eu estou sempre alerta para atender, sempre pronto para
ouvir e responder.
Eu os quero ativos, completamente engajados, pois, se não tiverem atividade, o tempo sobrará
pesadamente em suas mãos. Não desperdicem um simples momento do tempo de vida que lhes
foi dado, pois o tempo é o corpo de Deus. Ele é conhecido como a Personificação do Tempo. É um
crime utilizar mal o tempo ou desperdiçá-lo em ociosidade. Assim também, os talentos físicos e
mentais dados a vocês pelo Senhor como capital para o empreendimento da vida não deveriam
ser desperdiçados.
O Serviço Social Deve Ser Feito Com Satisfação e Reverência
Como as forças gravitacionais que arrastam todas as coisas para baixo, a força da indolência os
puxará para baixo sem cessar; assim, vocês devem estar sempre vigilantes, sempre ativos. Tal
como o vaso de latão, que precisa ser polido para ganhar um brilho bonito, a mente do homem
também precisa ser polida através da prática espiritual, isto é, atividades como repetição do Nome
de Deus e meditação. O karma, que é natural e automático como a respiração, transforma-se em
um ato impuro (vikarma) quando é realizado conscientemente, com um resultado definido em vista.
Dois amigos, um hindu e um britânico, certa vez chegaram às margens do Godhavari. O hindu
disse “Eu vou me banhar nessas águas sagradas.” Ele pronunciou o nome “Hari” quando
mergulhou e retornou com o corpo e a mente refrescados. Ele sentiu uma grande felicidade por ter
tido a rara oportunidade de se banhar nas águas sagradas do rio. O britânico riu-se e disse: “Isto é
apenas H2O. Como você pode obter alegria indescritível mergulhando nela? Isto é apenas
superstição.” Mas o hindu replicou: “Deixe-me com a minha superstição; você pode se fixar à sua.”
O cético obteve apenas limpeza física, mas o crente obteve também pureza mental.
Quando vocês se prostram perante os mais velhos, a mente também precisa ser humilde; não é
apenas o corpo que deve curvar-se. Atualmente, há muitos assistentes sociais em Madras que
visitam hospitais e prestam serviço aos pacientes que lá estão. A maior parte do trabalho que
fazem é mecânico, como abanar os pacientes, escrever cartas para eles e entoar cânticos
devocionais, sem prestar atenção às reais necessidades dos internos. Muitos fazem este trabalho
porque o serviço social está na moda. Mas este serviço precisa ser karma (ação) feito com a
completa cooperação da mente, alegre, inteligente e reverentemente. O paciente não deve se
sentir incomodado com o alvoroço daquele que faz o trabalho social; ele deve aguardar com
prazeirosa ansiedade a chegada de tal pessoa, como alguém que lhe é muito próximo e querido.
Se vocês não gostam desse tipo de trabalho, não há necessidade de se engajar nele. Não
arrumem um fardo para a sua mente com tarefas aborrecidas. O trabalho feito mecanicamente é
como a chama de um pavio sem óleo; o óleo é o entusiasmo mental; derramem-no e a lamparina
brilhará clara e duradoura.
A Ação Não Deve Ser Realizada Esperando-se Qualquer Resultado
Em verdade, Karma (ação) torna-se Yoga (união) quando é feito sem nenhum apego; um
renunciante não deveria sequer se lembrar do que faz, ele não deveria fazer nenhum karma
antecipando qualquer resultado. Essa é a ação sem desejo (Nishkarma) ideal em seu apogeu. O
melhor karma é aquele que é feito pelo chamamento do dever; porque ele deve ser feito, não
porque há vantagem em fazê-lo. O renunciante não deveria ter raiva, ansiedade, inveja ou
ganância, mas a sua própria experiência deve estar lhes dizendo que renunciantes isentos disso
tudo são muito raros hoje em dia.
Não lancem sequer seu olhar sobre um renunciante que é tão falso a seu voto que anseia por
nome e fama ou se compraz na calúnia ou na competição. Não deixem que tais pessoas os façam
desacreditar nos Shastras e nos Vedas (escrituras sagradas da Índia). Aquele que está firmemente
fixo na fé de que este mundo é uma miragem da mente, apenas este é o swami (senhor); os outros
são meros Ramaswamis ou Krishnaswamis, autorizados a usarem o epíteto “swami” ao final do
nome, não no início.
A natureza é uma entidade muito antiga. A centelha divina individual também é muito antiga, tendo
tido muitas chegadas e partidas anteriores. Mas agora veio numa nova roupagem; é moderna, veio
como um peregrino a um lugar sagrado para os rituais. O indivíduo precisa ter um guia que lhe
mostrará os locais sagrados e o ajudará a completar a peregrinação. Esse guia é o próprio Senhor:
os livros-guia são os Vedas, as Upanishads e os Shastras. A essência das escrituras apoia-se
nesta única regra: repitam o nome do Senhor, mantendo Sua glória sempre diante da mente.
Adquiram o Direito de Aproximarem-se de Deus Sem Temor
O Senhor é como a Árvore Divina realizadora de desejos, que dá o que quer que vocês peçam.
Mas vocês precisam se aproximar da árvore e formular seu pedido. O ateu é a pessoa que
permanece longe da árvore; o crente é aquele que permanece perto dela; essa é a diferença. A
árvore não faz distinção; ela concede dádivas a todos. O Senhor não pune ou se vinga daqueles
que não O reconhecem nem O reverenciam. Ele não elege nenhum tipo especial de adoração que
seja o único a agradá-lo.
Se vocês tiverem bons ouvidos, poderão ouvir o “Om” anunciando a Presença do Senhor em cada
som. Todos os cinco elementos produzem este som, “Om“. O sino do templo serve para transmitir
o Om como o símbolo do Deus Onipresente. Quando o sino vibrar o Om, o Deus Supremo dentro
de vocês acordará e vocês terão consciência de Sua Presença. Esse é o significado do sino que é
tocado em frente ao santuário interno do templo.
Ganhem o direito de aproximarem-se do Senhor sem temor e o direito de reivindicarem sua
herança. Vocês devem tornar-se tão livres que o louvor não emanará de vocês quando se
aproximarem do Senhor. O louvor é um sinal de distância e temor. Vocês devem ter ouvido a
narrativa sobre Kalidasa. Ele disse que obteria a libertação “tão logo o eu se fosse”, isto é, tão logo
o ego (eu) desaparecesse, pois então ele brilharia em seu esplendor nativo, como o Supremo
Absoluto (o indestrutível Eu Superior). O “I” (eu, em inglês) quando riscado com um traço, torna-se
o símbolo da cruz; assim, o que é crucificado é o ego, lembrem-se. Então, a natureza divina se
manifesta sem impedimentos.
Realizem Suas Práticas Espirituais em Uma Atmosfera de Alegria
O ego é mais facilmente destruído pela devoção, meditando-se na magnificência do Senhor e
prestando-se serviço aos outros como crianças do Senhor. Vocês podem chamar o Senhor por
qualquer nome, pois todos os nomes são d'Ele; selecionem o Nome e a Forma que mais lhes
agrade. É por isso que os Sahasranamas são compostos para as várias formas de Deus; vocês
têm a liberdade de selecionar um entre mil. O Guru lhes dará o Nome e a Forma adequados ao
seu temperamento e tendências herdadas (samskara). Se o Guru lhes ordena sob ameaça e os
obriga a adotarem uma linha de prática espiritual declarando “Esta é a minha ordem”, então vocês
podem dizer-lhe que a coisa mais importante é a sua satisfação, não a dele. Vocês devem realizar
a prática espiritual em uma atmosfera de alegria e contentamento.
O Guru não deve forçar o discípulo a crescer inclinando-se na direção que ele prefere; o discípulo
tem o direito de crescer com base nas suas próprias peculiaridades, de acordo com suas
tendências herdadas e inclinação mental. A antiga relação entre Guru e discípulos hoje virou de
pernas para o ar; discípulos ricos e influentes agora dirigem o Guru e ditam como ele deveria se
comportar; e os Gurus também, ansiosos por acumularem fama e riqueza, curvam-se às táticas
recomendadas pelos discípulos e, assim, rebaixam-se em seu status. Assim, examinem o Guru e
suas credenciais, seus ideais e práticas antes de aceitá-lo.
Mesmo no Meu caso, não sejam simplesmente atraídos por relatos sobre o que Eu “crio” com um
giro da mão. Não tirem conclusões apressadas com os olhos fechados; observem, estudem e
reflitam. Nunca se rendam a ninguém a menos que sintam uma certeza interior de que estão no
caminho certo. Acima de tudo, não falem mal de grandes homens e sábios espirituais. Isso é um
sinal flagrante de egoísmo e da impertinência infantil oriundos dessa presunção.
Minha sugestão para vocês hoje é a seguinte: da mesma forma que cuidam das necessidades do
corpo, alimentando-o três vezes ao dia, de maneira a mantê-lo funcionando em boas condições,
assim também, dediquem algum tempo regularmente a cada dia para manterem sua Consciência
Interna em bom estado. Dediquem uma hora pela manhã, outra à noite e uma terceira nas
primeiras horas da madrugada, no período chamado de Brahmamuhurtha, para praticarem a
repetição do Nome de Deus e meditar sobre o Senhor. Sentirão uma grande paz descendo sobre
vocês e novas e grandes fontes de vigor jorrando do interior à medida que progridem nesta prática
espiritual. Depois de algum tempo, a mente se fixará no Nome, não importa onde estejam ou em
que estejam envolvidos; então, a paz e a alegria serão seus companheiros inseparáveis.
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