- Joel S. Goldsmith -
Pergunta: Se Deus é mente, ou mesmo se Ele é consciência, Sua atividade não é mental?
RESPOSTA: Não, a atividade mental é um raciocínio e uma atividade do pensamento. A consciência não é uma atividade mental; a consciência não raciocina ou pensa: ela apenas percebe.
Duas vezes dois, quatro. Deus, Consciência infinita, não utiliza um processo mental para chegar a essa resposta. Trata-se apenas de um estado óbvio. Nunca houve uma ocasião em que isso fosse diferente, nem tampouco houve uma época na criação quando duas vezes dois tornou-se quatro. Não existe um processo para tornar duas vezes dois, quatro; por conseguinte, não há necessidade de atividade mental para estabelecer esse fato. Duas vezes dois sempre existiu como quatro, e a única atividade mental envolvida nesse conceito é a atividade da percepção.
Quando declarei que não trabalhamos no plano mental, o que quis dizer foi que a única atividade da mente é a da percepção. Tornamo-nos conscientes de que somos espirituais, que somos um ser divino, que o pecado, a doença e a morte são ilusões -- nada mais que nada ou apenas uma sugestão mesmérica -- mas não passamos por nenhum processo mental para que seja assim.
Não nos entregamos a nenhuma espécie de processo mental com a idéia de tornar são um homem doente, ou tornar rico um homem pobre, ou de empregar um desempregado. Se houver algum processo, este é o da percepção, o processo de conscientização que já é divino, e esse não é um processo mental.
Do ponto de vista humano, não podemos olhar uma pessoa doente e afirmar mentalmente: "Você está bem". Isso é hipocrisia e ignorância e, obviamente, uma inverdade. Somente com o discernimento espiritual é que podemos olhar através da aparência humana e ver a realidade divina subjacente a ela. Por isso, não é através do processo mental que nos conscientizamos da perfeição, e nosso trabalho consiste em nos conscientizarmos da perfeição. Isso não pode ser feito pelo homem com a mente humana, porque nada que a mente humana conheça será perfeito. Só quando a mente humana não está trabalhando, quando, na verdadeira quietude de nosso ser mais íntimo, os sentidos de nossa Alma e da consciência espiritual são despertados, é que vemos o homem perfeito.
É por esse motivo que a cura espiritual não é um processo mental. Nada do seu ou do meu pensamento trará saúde a você ou a mim. Uma vez mais voltamos a Jesus: "E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado a sua estatura?" Quem por preocupação pode tornar "um cabelo branco em preto"? "Não estejais apreensivos por vossa vida..." Em outras palavras, um processo mental nada tem a ver com a verdade espiritual, e esse é realmente o ponto mais importante desta apresentação total de verdade. A atividade mental humana nada tem a ver com esta abordagem particular. Nenhuma quantidade de conhecimento da verdade o ajudará, nenhuma quantidade de declaração da verdade. Nenhum processo mental/humano entra nessa apresentação.
O Caminho Infinito diz respeito primeiro, e antes de mais nada, ao desenvolvimento do sentido da Alma. Quando estamos quietos, sentados com aquele "ouvido que escuta", quando estamos em meditação, dando o que chamamos um tratamento, a Essência íntima vem para a vida e nos mostra a perfeição espiritual interior, aquilo que de fora é interpretado como um ser humano saudável, são ou rico.
Exatamente aqui estão a carne e a substância do Caminho Infinito. Não nos entregamos a nenhum processo mental para a autocura, e é aí que nos afastamos de todo o campo metafísico. Trata-se de desenvolver nosso sentido espiritual de modo que, por fim, cheguemos à consciência de um Cristo Jesus que pôde olhar o aleijado e dizer: "Levanta-te e anda!".
O que você acha que capacitaria um homem a dizer isso? Você acredita que qualquer processo mental que alguém pudesse empregar levantaria, instantaneamente, um homem aleijado, de modo que ele pudesse andar? Não; somente o Fogo divino interior, somente o próprio Espírito de Deus poderia fazer isso.
Talvez fosse possível dar a uma pessoa um tratamento de um ano e, gradativamente, transformá-lo de um aleijado num homem saudável através da manipulação mental -- martelando-o, martelando-o mentalmente. Porém nenhum ser humano poderia fazer isso instantaneamente -- só a inspiração de Deus que existe nele.
Eis porque precisamos fazer do amor a influência dominante em nossa experiência. Todas as qualidades divinas do Cristo precisam tornar-se ativas em nós; todos os desejos pessoais -- todo o ódio, inveja, crítica e condenação -- precisam ser abandonados. Não pode haver complacência com essas qualidades humanas. Precisamos deixar de temê-las, porque então estamos perdendo a oportunidade de trazer à luz as qualidades divinas do Cristo. Por que deveríamos estar por aí cedendo a estas coisas humanas a expensas de nos enganarmos que temos a mente que estava em Cristo Jesus?
A mente que estava em Cristo Jesus não se empenha em qualquer processo de raciocínio ou de pensamento. Ao paralítico ela diz: "Levanta-te, e toma teu leito e anda", e poderia ter acrescentado "O que há para impedi-lo? Existe algum poder fora de Deus?". Esta mente de Cristo Jesus é percepção sem um processo.
A verdade é que não existe poder fora de Deus, mas poderíamos repetir isso mil vezes, e nada aconteceria. De fato, o mestre metafísico pode sentar-se e repetir estas verdades desde agora até o dia do juízo e não obter, como resultado, qualquer manifestação de espiritualidade em sua aura; um clérigo pode pregar sermões encantadores e, ainda assim, os membros de sua congregação continuarem sendo a mesma espécie de seres humanos, entra ano, sai ano, exatamente com as mesmas doenças, os mesmos crimes, as mesmas fraudes nos negócios, a mesma corrupção na política. Por que as congregações nessas igrejas e centros não progridem espiritualmente? Pela simples razão de que algumas vezes estão ouvindo somente uma apresentação intelectual da verdade e, apesar de muitas vezes esta vir de um ser humano muito bom, se a pessoa não desenvolve a consciência de Cristo, ou o sentido espiritual, ela não pode estimular as mentes e os corações de seus seguidores.
O que é mais importante é não criticar as falhas humanas, mas antes elevar as pessoas até o lugar onde não sejam mais humanas. Você não pode fazer isso por meio da razão humana. Você pode dizer a uma pessoa para não roubar; pode dizer para não mentir e não enganar; pode dizer-lhe qualquer coisa que queira, e muitos de vocês provavelmente já o fizeram, mas usualmente isso não teve e não tem qualquer efeito sobre a conduta dessa pessoa.
A melhora da conduta só é ocasionada se se alcançar o indivíduo através do Espírito. Você precisa conseguir tal grau de espiritualidade que um pecador, ao ser tocado pela sua consciência, perde todo o desejo de pecar. Quando isso acontece, você está atuando como um mestre espiritual. Então você não está ensinando novas verdades e novos processos mentais: você está projetando a verdade de tempos imemoriais que foi experimentada e considerada eficiente -- por Eliseu, Elias e Isaías, por Jesus e João.
A verdade é tão simples que toda ela pode ser resumida em menos de mil palavras, mas é apenas através do desenvolvimento de nossas qualidades espirituais que a espiritualidade pode ser levada às pessoas com quem nos encontramos.
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