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A INVISIBILIDADE DA IDENTIDADE ESPIRITUAL
A INVISIBILIDADE DA IDENTIDADE ESPIRITUAL
Esta vida que estou experimentando não é a minha vida, mas a vida de Deus: infinita, eterna, imortal. Este corpo, que é meu veículo de expressão, é o corpo de Deus. Se fosse meu, seria isolado e separado de Deus; e como eu o preservaria? Mas este não é meu corpo, é o corpo de Deus em uma de suas infinitas formas e expressões. O controle está em seu ombro para manter e sustentar este corpo e sua individualidade até a eternidade. Ele nos prometeu que nunca abandonará Seu universo: Ele nunca me deixará ou me abandonará. Isso não quer dizer que Ele não deixará minha alma apenas. Quer dizer que ele não abandonará meu corpo também. Deus não abandona minha alma ou meu corpo, porque eles são um só. A alma é a essência e o corpo é a forma.
“Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte”, você andaria nele comigo e eu me encontraria com a mesma individualidade e o mesmo corpo. À medida que minha compreensão disso aumenta, todavia, minha sensação física de corpo tomará uma aparência sempre melhor, não porque o corpo mude, mas porque meu conceito de corpo muda. Meu corpo é sempre o mesmo: infinito, imortal, útil, vigoroso, essencial e eternamente jovem. Meu conceito dele pode variar. Eu posso aceitar um conceito de envelhecimento e mostrá-lo, porque tudo o que eu aceito em minha consciência está visível na aparência. Mas, se eu aceito em minha consciência a verdade de que este corpo é o templo de Deus, formado, mantido e sustentado por Deus, então tenho um conceito de imortalidade mais perto da verdade do ser. Assim, meu corpo manterá sua aparência amadurecida, sua força amadurecida e sua harmonia amadurecida. Meu corpo é eterno, apenas meu conceito dele muda.
Cada ano nosso conceito de corpo melhora à medida que permanecemos na identidade de toda vida e, à medida que nosso conceito melhora, nossa aparência também. Deus é o princípio de tudo o que existe; portanto, tudo o que existe é eterno. Apesar de passarmos pela experiência de que o mundo clama a morte, ainda estaremos intactos, perfeitos, integrais, completos e espirituais, manifestando-nos como forma, porque não pode haver Eu oscilando aqui fora no espaço. O Eu é sempre criado.
Quando você olha para uma árvore, você acredita realmente que está vendo uma árvore. Assim, quando as folhas caem ou os ramos morre, você pode pensar que a vida não é eterna porque as flores, os frutos, os ramos estão mortos e você os viu secos e sem vida. Mas você nunca viu uma árvore. De fato, em toda a sua vida, você realmente nunca viu uma árvore. Você viu o efeito ou a forma de uma árvore, mas a própria árvore é tão invisível quanto eu ou você o somos.
Se eu quiser vê-lo, apenas na verdadeira elevação de meus momentos iluminados que posso entrar em contato com a realidade do "Você" que você é, o que você entende quando diz “Eu”. Se você fechasse os olhos já e dissesse “Eu, Maria”, “Eu, Jorge”, ou qualquer outro nome que fosse, você saberia imediatamente que eu não poderia vê-lo, porque essa Maria ou esse Jorge não estão em lugar nenhum visível. O corpo não é você: a cabeça, o pescoço ou os braços são seus; todo o corpo, da cabeça aos pés, é seu, mas ele nunca é você.
Quem o conhece? Quem me conhece? Quem já o viu ou já me viu? Cada um de vocês tem um conceito sobre mim e há tantos conceitos diferentes, quanto há pessoas que acolhem esses conceitos. Eu não reconheceria nenhum deles como sendo Joel, porque eu me conheço por dentro e você não. Você simplesmente formou uma opinião a meu respeito, uma ideia às vezes boa, às vezes má, mas nunca correta, porque tudo o que sou, eu sou. Essa é minha verdadeira individualidade, que não exibo a ninguém. Eu não permito que ninguém saiba como eu sou em meus piores momentos, mas os bons eu oculto também. Meu ser está oculto no meu interior, completamente isolado, seguro, com Deus. Assim, eu divulgo apenas certas qualidades, sobre as quais você forma um conceito ou uma opinião.
Eu também formo conceitos ou opiniões sobre você. Às vezes, afirmo erroneamente que não penso que esse ou aquele aluno nunca chegará a qualquer lugar espiritualmente e, então, ele me confunde como sendo um dos melhores. Além disso, os Judas, os Pedros e os hesitantes Tomés mostram-nos o quanto nossos conceitos podem estar errados, quando os vestimos com todas as glórias da pura espiritualidade e então eles deixam de corresponder a essa convicção e confiança.
Muitos de vocês têm sido ensinados, em Metafísica, que toda pessoa é uma ideia espiritual, o filho de Deus e que aqueles gatos, cães e flores são idéias espirituais. Isso não é verdade e nunca foi. Uma ideia espiritual é perfeita e eterna nos céus. Uma ideia espiritual nunca muda, nunca falha, nunca tem um sentido de separação de Deus, nunca envelhece e nunca morre. Ela nunca pode ser vista com os olhos. Nunca! Assim como você não pode me ver, porque esse “eu” é uma ideia espiritual, do mesmo modo você não pode ver um gato, um cão, uma flor ou uma árvore. Você só pode ver a forma. A ideia espiritual é a própria entidade, que é a identidade espiritual, mas o que você viu é o seu conceito daquela identidade espiritual.
Você não pode ver a minha mão. Você nem mesmo sabe o que é uma mão. Olhe para a sua mão e então procure compreender que você não a está vendo. Você está vendo sua ideia dela aparecendo como forma. A própria mão é uma ideia espiritual permanente e nunca muda, nunca envelhece e nunca morre. É um instrumento para seu uso, preparado para você no princípio e ficará com você eternamente.
O propósito dos ensinamentos de O Caminho Infinito é conduzi-lo àquele estado de consciência em que, quando você vê uma pessoa, uma coisa ou uma condição contraditória, você não tenta mudá-la. Não tente manipular nada externamente. Perceba que você não está examinando algo, mas um conceito que em si e por si mesmo não tem poder, presença ou realidade. A realidade que você está testemunhando é eterna nos céus, perfeita. Quando você olhar para um corpo harmonioso, um corpo jovem ou fisicamente perfeito, lembre-se de que você não está vendo uma ideia espiritual. Você está olhando o seu conceito de uma ideia espiritual. Quando compreender isso, começará a se livrar de qualquer mal e o restabelecimento virá rapidamente.
UNIDADE, UM RELACIONAMENTO ETERNO
Diariamente somos tentados a acreditar em uma separação de Deus. Uma pessoa pode ter um pecado grande ou pequeno na sua vida e estar certa de que é o bastante para afastá-la de Deus. Uma outra sente que cometeu um erro de um certo tipo, algum ato de ação ou omissão, que vai afastá-la. Uma outra pessoa ainda torna-se vítima de uma grave enfermidade e pensa que isto é um sinal de afastamento de Deus. Outra pessoa também atravessa um período de carência ou limitação e aceita isso como evidência de que está isolada e separada de Deus e, nessa aceitação, reside a continuidade de sua dificuldade. A identidade com o Pai é um relacionamento eterno. Tudo que você pode manter é a sensação de afastamento de Deus. A sensação de afastamento de Deus pode ser superada pelo conhecimento da verdade.
“Eu nunca estou afastado de Deus. Todos os pecados que eu já cometi ou que possa cometer nunca me afastarão do amor de Deus. Nem toda a necessidade ou limitação me convencerão de que eu me separei do Pai ou de que estamos à parte um do outro. E nem todas as enfermidades, até mesmo a morte, me farão acreditar que Deus se afastou de mim. Apesar do fato de que neste momento eu estou mantendo uma sensação de afastamento de Deus, Deus existe e habito em sua existência”.
Rompa essa sensação de afastamento não tentando fazer uma demonstração no espaço ou no tempo, mas recolhendo-se para aquele santuário interior, tornando-se muito calmo e começando novamente com tudo que você aprendeu, para se reassegurar da natureza permanente de seu ser e verdadeira identidade.
“Antes que Abraão existisse eu sou”. Eu viverei até a eternidade. Eu nunca serei abandonado ou esquecido. Eu nunca estarei sem a vida e o amor de Deus, o Espírito e a alma de Deus. Se, por qualquer razão, eu tenha manchado ou estou manchando o templo de Deus, há muito sabão e muita água. Eu limparei isso com a compreensão de que a verdadeira natureza de meu ser é Deus”.
“Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço” (Romanos 7:19). Parte da natureza humana está expressa naquela afirmação de São Paulo, mas “esquecendo-me das coisas que atrás ficam” (Filipenses 3:13), procurando no futuro, avançando, agora, neste momento de consciência, começamos a nos elevar de novo. Se pudermos ser generosos o bastante para perdoar nosso semelhante “setenta vezes sete” (Mateus 18:22), certamente poderemos ser tão generosos com nós mesmos e perdoar-nos, sabendo que nas profundezas de nosso ser somos puros, bem como os nossos motivos. Nas profundezas de nosso ser, somos limpos e qualquer impureza que houver em nós representa apenas aquele conceito hipnótico do mundo dos homens que não superamos completamente e que mesmo o Mestre não superou até próximo do fim de seu grande ministério, quando disse: “Eu venci o mundo” (João 16:33).
Quando somos ressuscitados, isto é, quando “morremos diariamente” em tal grau, que nos apossamos da compreensão consciente de nosso verdadeiro ser, então nós também seremos capazes de dizer: “eu venci o mundo”. Vencemos o mundo quando já não odiamos, tememos, amamos, cremos ou confiamos em alguém ou alguma coisa no mundo e mesmo no amor, porque vemos o Espírito de Deus no centro de todo ser. Então, podemos olhar para toda pessoa na carne e reconhecer que não estamos vendo, porque ela é invisível.
É difícil para alguém ver Jesus em seu verdadeiro ser. Só Pedro o reconheceu como o Cristo. Assim, você também se mantém olhando para a pessoa e dizendo que “há José, João ou Elizabete”, até que um dia você examinará aquela aparência e dirá: “não, há o Cristo!”. Todo vidente ou mestre olha para a aparência humana e a rejeita: “Não, não, não você não é José, João ou Elizabete. Você é o Cristo. Você não vê que com meus olhos eu o vejo, com meus olhos interiores. Eu reconheço você; eu saúdo o Cristo de Deus”.
O conceito do mundo sobre você é visível, mas você mesmo está brilhando para fora, por detrás de seus olhos. Assim, você é o Cristo invisível ou o filho de Deus. E, agora, assim como você está dirigindo seu olhar para fora através de olhos adultos, lembre-se de que houve um tempo que você esteve olhando para fora através de olhos juvenis e um outro tempo em que você esteve olhando para fora através dos olhos de uma criança. Mas sempre foi você olhando para fora através daqueles olhos, você é invisível.
“Eu estou oculto com Cristo em Deus. Sou invisível ao mundo. É por isso que as armas do mundo não me podem atingir, pois eu não estou no mundo. Sou invisível”.
Quando você chega a esse ponto, sua consciência se enriquece espiritualmente com a graça de Deus, além de qualquer outra coisa que você realizou com seu pensamento e conhecimento corretos, com suas leituras e meditações bem orientadas. Em outras palavras, você se conduz a um certo grau de esclarecimento pelo conhecimento da verdade correta sobre Deus, sobre os homens e sobre o universo. Você enriquece sua consciência com qualquer mensagem espiritual que você lê, estuda, pondera e sobre a qual medita. Mas, além e acima disso, está o instrumento adicional, dado a você pela graça de Deus, que realiza a verdadeira espiritualização do seu ser. O que você faz é apenas uma preparação para aquilo que recebe.
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