segunda-feira, setembro 28, 2015

Bhagavan responde sobre a Deeksha

- Sri Bhagavan -


Questão: O que é a Deeksha?

Sri Bhagavan: Deeksha é o fenômeno em que o Divino vem ao homem, e a pessoa doando Deeksha, se disponibiliza para a divindade e se torna um instrumento. Parece que nos últimos anos tem havido uma maior intervenção divina na vida dos seres humanos e a este fenômeno denominamos DEEKSHA. Provavelmente a melhor palavra para usar seria a palavra "fenômeno". A Deeksha é um fenômeno.

Questão: Você pode explicar a importância da "experiência subjetiva" para a Deeksha?

Sri Bhagavan: Eu acho que existem basicamente três fatores envolvidos; Um deles é a pessoa que recebe Deeksha, o outro é a pessoa que dá Deeksha e o terceiro é a própria divindade. Porque às vezes temos notado que as pessoas que pensávamos que teriam um progresso lento, tiveram um progresso dramático. Muitas vezes nós tivemos pessoas adormecendo durante os cursos e assim mesmo eles atingiram a iluminação. Nós realmente não podemos comentar sobre as pessoas que você conhece. Também depende da pessoa doando Deeksha e depois, claro, o Divino que é a fonte suprema de tudo isso, e o que a Divindade decidir que vai acontecer.

Nós tivemos pessoas que poderíamos chamar de pessoas imorais, ou pessoas que não são o tipo certo de pessoas. Elas vêm recebendo Deeksha, e a Deeksha vem transformando mais e mais estas pessoas, então eu realmente não posso julgar essas questões. Mas podemos dizer que a regra diz que depende de quão receptivo você é, quais são suas crenças, qual é o seu condicionamento e da qualidade da pessoa que dá Deeksha e tudo o que a Divindade escolher para esse dia e para esta pessoa.

Questão: Então, o que você pode dizer para alguém que recebeu a Deeksha, mas não se sente abençoado, ou não se sente amado, ou que tenha memória e sentimentos desagradáveis?

Sri Bhagavan: Nós recomendamos às pessoas que devem continuar até que elas tenham progresso com as deekshas que recebem. Muitas vezes, é um processo de limpeza e em breve as bênçãos virão.

Questão: Você também disse que a Deeksha tem um tipo de inteligência que sabe para onde ir. Assim, parece-me que 3 coisas estão realmente acontecendo: 1) A Deeksha tem inteligência e sabe onde ela tem que agir; 2) há também a intenção de Doador de Deeksha; 3) e também há a intenção da pessoa que recebe Deeksha. E se tudo isso não se conectar? Se a Deeksha inteligente vai por uma estrada, mas a intenção vai por outra, qual tem maior peso?

Sri Bhagavan: A Deeksha é predominante, mas o efeito seria reduzido.  Por exemplo, vamos dizer que você é um médico e você sabe que as artérias de seu paciente precisam ser desbloqueadas. Essa é a sua intenção como médico. Agora, como desbloquear artérias? Você não tem ideia. Mas a inteligência conhecida como Deeksha desbloqueia as artérias, por isso funciona. E acho que se você não sabe como elas serão desbloqueadas e não pode totalmente desbloqueá-las, se você tem uma forte intenção de que essas artérias serão desbloqueadas, então a Deeksha vai e faz exatamente isso. Como? Ela tem uma inteligência própria.

Questão: Você poderia dar alguns conselhos sobre a forma de criar uma intenção boa e positiva?

Sri Bhagavan: O coração tem que florescer. Você deve aprender a ouvir a outra pessoa. Realmente sinta por essa pessoa. Alguém vem e lhe diz sobre seus problemas financeiros, você deve colocar-se no lugar dela, para ver exatamente como esta pessoa está sofrendo e quais são os seus desejos. Você sabe disso, e então você começa a simpatizar com a pessoa e só então você deve doar a Deeksha. Não salte de uma vez e doe Deeksha. Você deve ter tempo, ouvir, conhecer a família, começar a sentir a pessoa, só então depois ir para a Deeksha. O coração desempenha um papel fundamental. Você pode levar em sua cabeça a vontade, mas se não houver calor no coração, a Deeksha não será verdadeiramente eficaz.

Questão: Entendo. Mas quando se fala de um grande coração, alguns doadores de Deeksha podem sentir: - "Eu não tenho um grande coração; como posso fazer para ter coração melhor?"

Sri Bhagavan: Você vai ter que receber Deeksha para ter um coração grande, porque a Deeksha pode realmente abrir os nossos corações, e em seguida, você retorna para doar suas Deekshas.

Questão: E se você receber a Deeksha realmente, terá que abrir seu coração e sentir muito amor. Então você deve receber a Deeksha onde alguém pode sentir seu coração e tem um monte de amor para lhe dar?

Sri Bhagavan: Exatamente.

Questão: E se você quiser receber a Deeksha para ter mais dinheiro, então a Deeksha Tony Robbins seria melhor?

Sri Bhagavan: Seria melhor, sim. (sorrindo)

Questão: E os outros? Seriam apenas 'Deeksha givers' inferiores? Esta é uma boa manira de vê-los?

Sri Bhagavan: Se o doador Deeksha estiver iluminado, ou em um alto estado de consciência, as deekshas serão muito diferentes, de fato. Há doadores de Deeksha que podem colocá-lo em um estado de amor, ou que podem colocá-lo em um estado de alegria; há também aqueles que irão colocá-lo em um estado de silêncio. Há doadores de Deeksha que são verdadeiros especialistas em verdade para a pessoa que você está recebendo a Deeksha.

Questão: Você acha que há alguém que não deva receber a Deeksha por algum motivo?

Sri Bhagavan: Basicamente não podemos julgar as pessoas, sabe? Se você chegar a alguém e disser: "olhe para essa pessoa é o próprio diabo"... Nós certamente não vamos julgar. Então, neste sentido, nunca senti isso de: "Essa pessoa não deve receber nenhuma Deeksha, ou aquela pessoa não deveria estar doando a Deeksha". Mas nós sentimos que talvez esta pessoa é mais qualificada do que esse outro. Você sente. Nós temos esses pensamentos, mas certamente nunca devemos condenar alguém. Dizer essa pessoa não é boa. Nós simplesmente não podemos pensar assim. Não é possível.

Questão: Bhagavan, quando alguém está recebendo a Deeksha, talvez pela primeira vez, ou depois de receber algumas vezes, qual é a melhor posição que a pessoa deve trazer para a Deeksha? Por exemplo, você mencionou a intenção. É sempre bom trazer uma intenção ao receber a Deeksha? É bom manter a calma antes de receber a Deeksha? Existe alguma maneira de você poder ajudar a Deeksha a ser mais eficaz, através de uma disposição correta?

Sri Bhagavan: Se as pessoas têm a mente aberta e se você tem um bom relacionamento, especialmente com seus pais, então a Deeksha será muito eficaz. No caso de você ter um mau relacionamento com sua mãe ou com seu pai, a Deeksha parece parar no meio do caminho, não parece funcionar para além disso, a não ser que, mais uma vez, você trabalhe e conserte seus relacionamentos e repita novamente a Deeksha. Assim, a partir da experiência, descobrimos que o fator mais importante é o relacionamento com seus pais; se os seus relacionamentos estiverem bem, a Deeksha será realmente poderosa.


sábado, setembro 26, 2015

O Observador da mente

- Sri Bhagavan -


Pergunta: Bhagavan, você nos diz para observar a mente. Quem é esse que vai ficar observando a mente, se não há o ‘self’?

Resposta: É a Consciência que está testemunhando. É isso o que denominamos Chit. E a consciência também tem bem-aventurança, que denominamos Ananda. É por isso que cantamos Sat-Chit-Ananda. Essas são as propriedades da consciência, portanto, ela também é a própria capacidade de testemunhar. Ela não pode participar, mas ela pode testemunhar. Então é a consciência que está testemunhando a mente, que está testemunhando os pensamentos. E quando a consciência testemunha, ela não se identifica. Ela simplesmente vê os pensamentos, vê a mente, vê as ações. E Você é essa pura consciência. 

Nesse momento, você está identificando a si mesmo com a mente. É por isso que você está aprisionado dentro da mente. Mas uma vez que você salte fora, você estará livre das garras da mente e tudo o que você estará fazendo será testemunhar. Para testemunhar você precisa testemunhar e ver como é. Eu não tenho que descrever isso, senão você formará conceitos. Uma vez que você chegue lá, será tudo muito claro. Ninguém precisa ensinar nada a você. Você vai saber por si mesmo. Você vai chegar lá, não se preocupe.

A cada semana há mais pessoas chegando lá. O processo está se acelerando. Mais e mais pessoas estão realizando isso ao redor do mundo, e tão facilmente. Então elas começam a rir porque você vai se questionar ‘como eu pude não perceber isso todos esses anos?’. Tal é a simplicidade disso, tão simples quanto respirar. Você vai realmente rir de si mesmo.

Todas as coisas são testemunhadas, isso é tudo. É a consciência que está testemunhando, que está em todos os lugares, e ao mesmo tempo em lugar nenhum. Você não pode dizer que ela está aqui, ela está em toda parte. Todas as coisas estão sendo testemunhadas. E quanto mais eu falar disso, mais você formará conceitos com o que digo. Eu vou deixar assim, esperando que você chegue lá.

Pergunta: Bhagavan, podemos fazer algo para acabar com essa ‘corrida da mente’ pela sobrevivência?

Resposta: "Nesse momento você está preso na mente, e continua fazendo todas essas coisas para escapar do seu próprio sofrimento. Mas quando você despertar, você vai fazer as mesmas coisas. O mesmo trabalho, a mesma profissão, o mesmo negócio. Mas a experiência será totalmente diferente.

Agora, você está fazendo o que está fazendo. Uma vez que você se torne desperto, vamos dizer que você seja um carpinteiro, não será mais trabalho. À medida que você fizer a carpintaria, você vai amar isso, vai experienciar cada momento disso. Digamos que você seja um atendente em um escritório. À medida que você põe tinta no papel e escreve alguma coisa, isso será apreciável.

Todo trabalho se tornará bastante agradável. Nesse momento, ele é escravidão. Você precisa trabalhar para sobreviver ou como uma forma de escapar de seu próprio sofrimento. Mas isso não será mais necessário. O mesmo trabalho vai continuar. Se você for um alfaiate, você continua sendo um alfaiate estando desperto. Como barbeiro, sim, você continua sendo um barbeiro. Ou um cientista, você continua sendo um cientista.

Nada muda. A mesma esposa, os mesmos filhos, a mesma casa. Mas tudo parece muito, muito diferente. A experiência é muito diferente. O despertar não vai perturbar a sua vida normal, na verdade, você se torna muito eficiente. Você se torna muito capaz. Porque não vai haver stress, tensão, conflito, portanto, uma suprema eficiência surge disso. Não há com o que se preocupar em relação ao despertar."

QUESTÃO: "Eu como pessoa não existo." Como pode você dizer que você está em mim e eu em ti? Bhagavan, por favor me ajude com o mistério a respeito de mim mesma. Isso não existe no ensinamento. Como pode você pode estar no 'eu' que não existe?

Resposta: "O 'eu' é criado pela mente. A mente irá destruir tudo o que ela cria, o que existe é apenas o Divino. Quando eu digo que eu estou em você ou o Divino está em você, o que queremos dizer é que você é o Divino e o Divino é você, não há separação. A separação é uma criação da mente; em última instância a própria mente vai se destruir. E então você percebe que você é o Divino, você é o Universo, você é Tudo. "Você é tudo o que é." E você também percebe que você existe sozinho, você é ÚNICO. E que o que há é somente Oneness - Unidade. Essas coisas não são compreendidas intelectualmente, elas são experienciadas. Quando a mente desaparece, isso se torna a sua realidade. Seu inimigo é a mente."


quinta-feira, setembro 24, 2015

O que é o amor?

- Sri Bhagavan -



QUESTÃO: Bhagavan, o que é exatamente o amor? O amor seria também uma emoção como raiva, como ciúme ou é um poder que está escondido no interior do homem? O amor lida com sofrimento ou alegria?

Sri Bhagavan: “O amor que estamos falando não é uma emoção, ou algum poder, como você diz. 
Não é nenhuma dessas coisas.
Esse amor não pode ser explicado.
Nós podemos dizer o que ele não é.
Não é o amor dos pais pelos seus filhos.
Não é o amor entre um homem e uma mulher.
Não é o seu amor pelos seus amigos.
Não é apego. Não é possessão.
Não é interesse. Não é carinho.
Não é nenhuma dessas coisas.
É o material com o qual o Universo foi criado.
É o material do Universo. É sua verdadeira natureza.
Isso é tudo o que há.
Se você for mais e mais profundamente em direção à realidade do que existe, o que há é vazio.
Tudo é vazio.
Esse vazio é amor. É este amor que estamos falando.
Ele precisa ser experienciado.
Em um primeiro nível você tem que se tornar iluminado, em um segundo nível o Ser Divino deve estar com você, somente então você saberá o que é isso.
Caso contrário estará além da sua compreensão.
Nós não estamos condenando o amor que você está experienciando agora.
Este tipo de amor está perfeito.
O que estamos dizendo é, ESSE AMOR não tem CAUSA ou MOTIVO.
Se você vir uma pessoa, lá estará ESSE AMOR.
Se você vir uma formiga lá estará ESSE AMOR.
Não existe CAUSA para ESSE AMOR.
Para o amor que você conhece deve haver um motivo, uma causa.
Pode ser seu filho, esposa, amigo, então haverá amor.
Por outro lado, quando você experiencia o AMOR SEM CAUSA, você está em Unidade. Existe completa Unidade.
É um AMOR que nasce da Unidade.
Então, não existe uma causa.
Você não está mais separado do cão, do leproso, do mendigo ou do rico. 
Ninguém está separado de você."


segunda-feira, setembro 21, 2015

Por que surgem questões fundamentais?


- Sri Bhagavan -


Questão: Bhagavan, por que as questões fundamentais surgem?

Sri Bhagavan: Veja, no começo não havia a mente.
A necessidade de sobrevivência criou a mente.
Como se você tivesse que se envolver numa luta ou numa resposta de fuga para sobreviver,
e você precisasse de um computador para lidar com isso, é aí que a mente surge.
E a mente para sobreviver tem que continuar seguindo,
ela tem que continuamente se comprometer com a atividade de “tornar-se”.

"Eu sou pobre, eu preciso me tornar rico." Há aí o tornar-se.
"Eu não sou famoso, eu preciso me tornar famoso". Há o tornar-se.
"Eu não sou saudável, eu preciso me tornar saudável". Há o tornar-se.
A menos que haja um trabalho contínuo, um contínuo tornar-se, a mente iria colapsar.
Porque a mente é apenas a atividade de tornar-se.

Então, quando certas coisas não lhe interessam, você começa a fazer as questões fundamentais.
De outra forma, a mente irá perecer.
Então, você tem que fazer certas perguntas para as quais você não consegue encontrar respostas.

Então, “Quem sou eu?”...
Claramente você não consegue saber essa resposta pela mente.
E “Quem criou Deus?”, “Existe um Deus ou não?”, “Quando este universo começou?”.
Ou: “O quão grande é esse universo?”, ou: “Quem criou Deus?”.
Essas são questões irrelevantes, mas não têm respostas.
Já que não há respostas na sua vida ou nas suas vidas, você continua procurando por respostas.

O que aconteceu a Buda? Ele tinha tudo na vida.
Ele era um príncipe, ele tinha 750 dançarinas para entretê-lo.
Ele tinha 3 palácios.
Mas quando sua infância se foi, ele largou tudo isso e saiu por aí, porque não havia nada para ele ansiar.
Portanto a questão fundamental a qual Buda se agarrou foi: “Qual é a verdade suprema?”
Essa era a coisa toda.
E o que o Buda descobriu?
Ele descobriu que não existe a tal suprema verdade.
Essa foi a sua iluminação.
Então, você levanta essas questões para sobreviver, para que a mente sobreviva.

Por exemplo, a pergunta: “Quem sou eu?”
Quem é você? Quem é você?
... Pois todos vocês devem fazer essa pergunta às vezes: “Quem sou eu?”.
Você é o Atman?
Então, é claro que você irá encontrar nas escrituras que:
“você é o Atman, você é um com Brahman”.
Alguns vão dizer que “você é um com Deus”.
Outros vão dizer: "oh, não, você deve viver com Deus”.
Isso e aquilo.
Mas quem é você de verdade?
Você é essa pergunta.
E isso é tudo.

Ao perguntar “Quem sou eu?”, você está sobrevivendo, só isso.

Não existem respostas para essas perguntas.
As perguntas vão desaparecer e, quando as perguntas desaparecerem, você vai desaparecer.
Isso é tudo.

O que aconteceu com Buda? A pergunta desapareceu.
Qual é a verdade suprema?
Siddhartha desapareceu e Buda emergiu.
Venkatarama, o garoto, perguntou “Quem sou eu?”.
A pergunta desapareceu e Venkatarama se foi,
 e apenas Ramana Maharshi permaneceu.
O mesmo ocorre com todos.

Então, não há respostas para essas questões.
Elas são apenas jogos, truques feitos pela mente a fim de que ela continue sobrevivendo.
Pois você precisa sobreviver, e para isso você se identifica com a mente.

Mas há pessoas que não recorrem à mente.
Para essas pessoas a mente apenas vem quando é chamada.
Caso contrário, não há mente.

Quando você está comendo, você está pensando em outra coisa.
Quando você está comendo, você deve comer.
Quando você está bebendo, você deve beber.
Quando você está se relacionando com sua esposa, você deve se relacionar com ela naquele momento.
De outra forma, você estará pensando o que você fez ontem, ou o que você deveria fazer amanhã.
Esses são os jogos da mente.
Portanto, através desses jogos você nunca se relacionará com a sua esposa,
com seu filho, com alguém importante para você,
porque sua mente está o tempo todo interferindo e distorcendo o que está acontecendo.

Imagens surgem.
Quando você tinha apenas se casado, não havia tantas imagens.
Então, muito rapidamente, as imagens começam a surgir.
Elas vêm da sociedade, dos seus pais, de todos os lugares.
E através dessas imagens você olha para a sua esposa.
Uma linda relação muito facilmente é destruída no momento que o casamento se realiza.
Muitos de vocês estão conscientes disso.
Agora isso está colocado no âmbito do casamento.
O sogro entra. A sogra entra. Várias pessoas entram. Os amigos entram.
E essa é uma imagem totalmente diferente, e as pessoas não se relacionam.
As imagens é que começam a se relacionar entre si.
E quando as imagens se relacionam, não há vida nisso.
Por que não há vida em você?
Você acha que está vivendo?
Não.
Você está apenas tentando existir.
É só isso.

Você é um grande artista em escapar.
Todos vocês têm um MBA na arte de administrar o sofrimento.
E espertamente você está administrando um pouco a família, um pouco o dinheiro, a fama,
um pouco aqui, um pouco ali.
É bom! Não estou dizendo para não fazer essas coisas.
Eu digo, pelos céus, façam essas coisas.
Não há nada que você possa fazer.
E assim você vai escapando a cada momento do que está acontecendo.
Se você está bebendo café, é isso que está acontecendo naquele momento.
Se você não escapar desta ação, pensando em alguma outra coisa,
você saberá o que é apreciar o café.
Então você é igual a um Buda.

Quando perguntaram pela primeira vez para Buda, depois da sua iluminação:
“Como você se sente agora, senhor?”,
Buda respondeu:
“Quando estou comendo uma tangerina, eu estou comendo uma tangerina”.
Ou seja, basta apenas fazer isso.
E a mente se desliga.
Só pessoas nas quais a mente foi desligada, nas quais o pensamento parou...
apenas elas puderam dizer: “Eu estou vivendo”.

Porque... o que é o pensamento?
O pensamento é o fluxo de memória.
E o que é a memória?
A memória é sempre o “ontem”.
E o que é o ontem?
Ele está sempre morto.
Então a morte está fluindo em você.
É só isso.
E se você pode morrer para o passado, essa é a verdadeira morte.
Você se torna vivo.
Você está vivo no momento.

Você pode estar comendo pimenta, um masala bara ou um dosa [pratos indianos],
ou assistindo a um filme, ou se relacionando com sua esposa;
ou seja, qualquer que seja a atividade, você está realmente envolvido nisso.
E então você começa a viver.

E você não vive.
Nós não estamos dizendo para desistir disso ou daquilo.
Não.
Nós estamos apenas lhe dizendo para experimentar a realidade como ela é.
Isso ocorre quando vocês estão completamente envolvidos como um ser humano.
Esse é o propósito da existência, o propósito de viver.
Mas você está apenas existindo porque simplesmente tem medo de morrer.
Dentro de você não há nada que não seja medo.
Camada, após camada, só há apenas medo no núcleo do seu ser.
É o medo que a mente está projetando.
E todo o tempo você está fugindo disso.
Caso contrário não há sentido para a sua vida.
Cada busca sua é uma fuga do medo central.
E é claro que a maneira como você escapa é determinada pelo programa.
É isto que é a vida de vocês.

E o que nós estamos tentando fazer é: levá-lo do Existir ao Viver.
E quando você começa a viver, você se torna um ser humano feliz.
Se as pessoas no mundo forem felizes, o mundo será feliz, não é?
Um ser humano feliz pode prejudicar os outros?
Não pode.
Apenas um ser humano infeliz, que tem dor dentro de si, pode possivelmente prejudicar os outros.
Do contrário, você não vai prejudicar os outros se você é feliz.
Se todas as pessoas do mundo forem felizes, vamos ter um mundo feliz.
E isso é o Céu na Terra.

Mas porque nós somos infelizes – infeliz com nossas esposas, infeliz com nossos filhos,
infelizes com nossos pais, infelizes com nossos amigos...
Tudo isso é a infelicidade coletiva, é a violência coletiva,
é o que se manifesta no mundo como terrorismo,
como guerra e todos os outros conflitos.
Não é que as nações são responsáveis, os políticos.
Não.
Isso é apenas num nível superficial.
Na profundidade, nós somos todos responsáveis.
Nós somos seres humanos infelizes.
Somos seres em conflito com nós mesmos e com os outros.
E esse conflito é que está se manifestando no mundo externo.

A menos que nós, como indivíduos, transformemos a nós mesmos,
não haverá esperanças para a humanidade.
Nós tivemos tantas revoluções: a Revolução Francesa, a Revolução Americana,
a Revolução Chinesa, a Revolução Russa, tantas revoluções...
Mas o homem mudou?
Não.
A dor permanece, o sofrimento permanece, a violência permanece – em diferentes formas.
Da mesma forma que os primeiros seres humanos que queriam uma lança ou uma pedra,
nós queremos um carro ou um avião.
O desejo continua.
Os objetos de desejo mudaram.
O homem antigo tinha medo do tigre, você tem medo do mercado de ações.
O medo continua.
Então as coisas continuam assim.
E, a menos que haja transformação interior, não há esperanças para nós,
ou para as nossas sociedades, nossas nações, ou para o mundo como um todo.


sexta-feira, setembro 18, 2015

Qual é o núcleo de nosso ser?

- Sri Bhagavan -


O núcleo do seu ser é o medo. O que existe no fundo do seu ser é apenas medo: medo de perder isso, medo de perder aquilo, errar aqui, ou outra preocupação ali.

O objeto do medo pode estar mudando. O homem neandertal teve suas próprias razões para sentir medo. O homem das cavernas que caçava tinha seus próprios motivos para ter medo; e assim também o homem medieval. O homem moderno tem medo da queda do mercado de ações, ou de sua esposa fugir dele.

Então ele tem todo tipo de medo, mas, basicamente, o medo segue pela história da humanidade, porque enquanto você existir, haverá medo, porque você não deveria existir. Você é apenas uma ilusão, e a cada momento há uma luta para sobreviver. 

A menos que as formações mentais ocorram todo o tempo, você  simplesmente deixaria de existir. Se os sentidos se separarem, você deixará de existir; se a velocidade das coordenações sensoriais diminuírem um pouco, você deixará de existir; se o cérebro parar de criar estas formações mentais, você deixará de existir; e a natureza está tentando fazer isso acontecer.

Deus está tentando fazer com que isso aconteça, mas você está resistindo a isso porque você tem medo de desaparecer. Você está assustado, você pensa que deixar de existir é algo terrível. Mas o que você não percebe é: quando você deixar de existir, será a maior alegria que jamais poderia imaginar.

Aqueles que deixaram de existir, você deve perguntar a eles. Eu tenho em volta de mim tantas pessoas que não existem, que se foram... e eles vivem a alegria 24 horas por dia, nada nunca os afeta. Porque enquanto você existir, você vai sofrer. Não que "você" seja passível de experimentar "sofrimento". Você = sofrimento. Se "você'" existe, isso é sofrimento; aquilo que você realmente é  nada tem a ver com existir. Existir é uma limitação, um estreitamento, não é a verdade.

Uma vez que você desaparece, o que existe é amor incondicional, simplesmente amor sem nenhum motivo. O amor que vocês conhecem tem um motivo, mas o amor de que estou falando não tem uma razão, ele apenas está lá. 

Você vê um cachorro, você o ama.
Você vê uma formiga, você a ama.
Você vê um ser humano, você o ama.
Isso simplesmente acontece, sem qualquer motivo.

E o que dizer sobre a alegria? A alegria de vocês tem limites, mas a alegria de que falo não tem limites. Tudo isso acontece porque você não está lá. Se você está lá, o amor que você conhece tem uma razão, o que não é amor. E a alegria que você conhece tem um limite, e a alegria que tem limite, não é alegria alguma.

Este é seu estado presente de existência.

Mas, tudo dito e feito, é bastante assustador deixar de existir. Você tem medo. Você deve pular na água sem saber como nadar. Então você começa a nadar. Mas se você continuar planejando, planejando, planejando, você poderá planejar até o dia da desgraça, mas você nunca irá nadar.

Você deve pular sem saber como nadar, você deve dar um mergulho.

Você dá um mergulho, e tudo chega ao fim.


quarta-feira, setembro 16, 2015

A mente e o medo

 - Sri Bhagavan -


Bem, todo ser humano tem uma mente, e essa mente não é nada senão medo. Não é que a mente experimente o medo, a mente em si é medo. A razão é: a mente está lá porque existe o "eu". 

O "eu" na realidade não existe, e tem consciência disto, no fundo ele é consciente disso, que ele realmente não existe, mas ele quer existir. Então ele é como um ladrão dentro de uma casa, que tenta se esconder o tempo todo, para se proteger. O "eu" está tentando se proteger, e isto em si já é medo, porque a qualquer momento o "eu" pode desaparecer. O que é chamado de "eu biológico" está aí por conta da forma como seus sentidos estão sendo coordenados. 

Na realidade, quando você está vendo, você não está ouvindo, quando você ouve, você não vê, quando você cheira, você não experimenta o sentido do toque. Mas tudo isso acontece tão rápido que parece que enquanto você vê, você ouve; parece que enquanto ouve, você pode tocar. Parece ser assim, mas na realidade, não é. Se, por alguma chance, isso for desacelerado você verá: o "eu" se foi. 

Então o "eu" é um pobre impostor, que não está lá. Podemos dizer que ele é mais como alguém que capturou o presidente da Índia, escondeu-o em algum lugar, e se colocou como Abdul Kalam, o presidente. Quanto medo pode trazer para alguém uma situação dessas? As pessoas perceberão seu corte de cabelo, perceberão: "ele não é Abdul Kalam". Elas o verão caminhando por aí, e dirão: "ele não é Abdul Kalam". Ele poderá ser capturado a qualquer momento. Como seria viver uma vida assim? Imagine-se passando por essa situação.

É o mesmo problema do "eu", a qualquer momento ele pode desaparecer, ele precisa continuar lutando pela sua sobrevivência, por isso, ele gostaria de dizer: "Eu sou tão bem qualificado", "Eu sou tão poderoso, sou tão rico", "Essa é 'minha' esposa, esse é 'meu' pai, esse é 'meu' filho"... ele precisa continuar dizendo para si mesmo tudo isso, caso contrário, não estará lá.

Apenas quando o "outro" está lá é que o "eu" também está lá. Mas não há o "outro", não há o "eu", portanto, o coitado tem que ser algo, se prendendo às coisas, e é sempre o medo de que os outros podem descobri-lo, e irem embora; ele poderá perder isso, e quando ele perde algo, ele perde a si mesmo.

Portanto, ele deve estar continuamente com medo. O "eu" apenas se torna a mente, é por isso que eu disse: "a mente em si é medo". Nós não podemos transformar a mente, a mente é imutável, tem sido assim ao longo da história humana. É por isso que nós estamos te dizendo: "não gaste seu tempo tentando transformar a mente", a única coisa possível de se fazer é: você pode se tornar livre da sua mente. Deixe ser, isso é tudo, não gaste seu tempo transformando-a.


terça-feira, setembro 15, 2015

Comentário ao texto anterior...

- Núcleo -


Personificações da divindade!

Permitam-me compartilhar algo sobre este texto.

A princípio este parecer ser um texto singelo e despretensioso. Apenas parece! Trata-se em verdade de um texto profundo porque contém em si a mais profunda verdade já revelada ao ser humano. Esta revelação está exatamente no ponto em que diz: “você é um conceito”. Este conceito que é feito de quem estamos sendo é o que no Núcleo chamamos de “personagem”. 

A principal característica de um “personagem” é o fato de não ser real! E o que dá realismo à visão do personagem sobre si mesmo é a percepção mental, ou seja, é a percepção da mente do próprio personagem quem atesta o “realismo” do mundo do personagem. O fato é que a mente tem a mesma natureza do personagem... Ou seja, a mente também não é real. E muito poucos “personagens” se dão conta disto! Os que se dão conta disto são os que no Núcleo são chamados de “personagens despertos”. 

Embora em número reduzido no contexto do mundo dos personagens a principal característica destes “personagens despertos” é a total identidade com o Ser Real, que todos somos. Esta identificação com Quem somos não é feita pela “mente do personagem” mas pela “Consciência do Ser”. A principal diferença entre elas é que uma, a mente, é um conceito, um auto-conceito, e a outra, a Consciência, é real. A característica que as diferencia é que a mente percebe de forma dual e a Consciência percebe de forma unitária. 

É neste ponto em que nem todos os ensinamentos espirituais deixam claro que é impossível à mente do personagem perceber a Unidade. Os personagens que percebem consciencialmente a Unidade sabem que sua real identidade não é a de “quem estão sendo”, ou seja, sabem que não são seres finitos, temporais, sujeitos a nascimentos e mortes, e a um contínuo processo de evolução dos seres. Eles sabem que tudo isso é a própria “Representação”, o próprio “universo dos personagens”, e que isto não é a Realidade de Quem somos! Aqui está o “núcleo” do texto! Este personagem desperto, que aparece na representação como Sri Bhagavan, está revelando uma vez mais e abertamente a todos que: a mente é uma prisão. 

Contudo, não se trata de uma prisão real, pois, no momento em que se retira o foco da percepção da mente do personagem que está sendo representado (automaticamente, enfatiza o autor do texto, com o processo também automático de pensar e de acreditar como sendo real aquilo que é pensado) e se foca na percepção da Consciência ocorre a liberação da “prisão mental” e se passa daquilo que o autor do texto chama de mera condição de estar “existindo” para o real “viver”. Este é o momento em que se percebe a Unidade (percepção conciencial) que subjaz à multiplicidade (percepção mental). 

Vale lembrar o que disse Aquele que na Representação apareceu como o divino personagem Jesus: “Eu vim para que tenham Vida, e vida em abundância.”

Assim seja (percebido por todos em Unidade), pois, assim já é.

Namastê!


segunda-feira, setembro 14, 2015

A prisão chamada "mente"

 .
Por que há essa falsa identificação (com a mente)? Por causa de uma falha de inteligência, você está tendo a identificação errada que leva a uma sensação de separação. O sentimento de separação é a causa de todos os problemas dentro de ti, tudo é causado pelo sentido de separação que há em você.

Todos os problemas com a família são causados por causa deste sentimento de separação. Todos os problemas do seu país são causados por causa deste sentimento de separação. Todos os problemas surgem no mundo por causa deste sentimento de separação. Se você remover a sensação de separação, então não há problemas no indivíduo, não há problemas na família, não há problemas no país, não há problemas no mundo. Essa é a causa, a raiz de todos os problemas. Assim, para ser livre é preciso ocorrer uma revolução em si mesmo. A única solução para todos os nossos problemas é, em última instância, despertar, pois aí perdemos esse sentimento de separação. Esse é o problema real.

Então você vai se concentrar no fato de que seus pensamentos não são seus pensamentos, sua mente não é sua mente, seu corpo não é seu corpo. Você mesmo é apenas um conceito. Todas as coisas estão acontecendo automaticamente. Elas acontecem automaticamente. O pensar acontece automaticamente. Não é você que está pensando. Não há corpo ali. Não! Simplesmente o pensamento acontece, isso é tudo. Você não tem nada a ver com isso. O pensamento simplesmente acontece. É função do cérebro.

Quando você se torna desperto você vê que o pensamento está apenas acontecendo. Não há pensador. Suponha que você desenhe um círculo, o centro vem automaticamente. O pensamento está acontecendo. Está criando automaticamente uma ilusão de pensador. Não há pensador. Só o pensamento está acontecendo. É tudo automático. 

Ao fazer um discurso... você acha que você está falando. Não! O discurso está acontecendo automaticamente. A ação acontece automaticamente. Assim, todas as coisas estão acontecendo automaticamente. Então é nisso que você tem que se concentrar, em que todas as coisas estão acontecendo automaticamente.

É somente sua a ilusão de que existe um controlador, de que há um pensador. Há um controlador que está controlando todas as ações, que não é um pensador. Não é assim. Está tudo acontecendo automaticamente. Então você vai tentar entender isso intelectualmente.

Você vai refletir sobre isso e você vai meditar sobre isso. Esta é a programação. Isso vai entrar na sua mente. E vai ficar lá como uma compreensão ou como um insight. E então, quando vamos para o processo, em seguida, nós ativamos a Kundalini e nós fazemos os chakras girarem mais rápido. Todos esses ensinamentos se integram e se tornam reais. Quando isso acontece, você vai ser empurrado para fora de sua mente. Você vai ser retirado de sua mente. A mente será desengatada de você, e você vai estar assistindo a sua própria mente, e a mente vai estar funcionando automaticamente.

Neste momento você está vivendo dentro da mente. Todos vocês estão lá. Você está somente existindo, você não está vivendo, porque você está vivendo a vida da mente. Você está na prisão, a prisão chamada mente. Vocês estão todos presos dentro da prisão chamada mente.

E você nem sabe que está em uma prisão porque você é muito inteligente, você é muito bem organizado, todos os equipamentos estão dentro da prisão. Ela é tão bem organizada que nem sequer se sente mal de estar na prisão, a não ser de vez em quando. Todos os equipamentos estão organizados. O que são estes equipamentos? Seu apego a sua esposa, marido ou filhos. O seu apego ao dinheiro, o seu apego à propriedade, o seu apego ao nome e fama, o seu apego à excitação, mais isso e aquilo. Estes são os equipamentos da mente. Tudo isso foi arranjado, é bom. Você deve ser organizado, isso também irá ajudá-lo. Mas, isso é apenas para sua sobrevivência.

Por isso digo que você não está vivendo, você está meramente existindo. Você pode começar a viver, uma vez que você consiga sair da prisão. Agora, esta prisão está trancada por dentro e por fora. O bloqueio que há dentro de você deve ser rompido. Como você vai abrir? Você deve perceber que você está vivendo em uma prisão. Quando você perceber que você está vivendo em uma prisão, você irá gostar de sair dela. Então você vai abrir a fechadura por dentro. O bloqueio do lado de fora você não pode abrir.

A Deeksha vai explodir abrindo a fechadura exterior e, em seguida, você vai sair da prisão. Quando você sair da prisão você vai ver que sua mente está lá, intacta. Todo seu conhecimento está lá, intacto, mas você está fora dela. Ela vai trabalhar automaticamente, e ela vai continuar sendo uma ferramenta muito efetiva em sua vida. O problema é quando você se envolve. Quando você simplesmente tornar-se uma testemunha consciente, a mente estará automaticamente em funcionamento.



sábado, setembro 12, 2015

Alegria é o seu estado natural

- Sri Bhagavan - 


QUESTÃO: Às vezes há poucas coisas acontecendo na vida. Tédio faz com que a alegria passe longe. Como posso manter a alegria?

Sri Bhagavan: A alegria é a sua verdadeira natureza. O que você está falando é sobre prazer. Prazer e alegria são muito diferentes. Alegria não precisa de nada. A alegria é totalmente incondicional. Qualquer coisa lhe dá alegria.

Por exemplo, quando eu fico só em um quarto, e não vou a lugar nenhum, exceto quando eu venho para atender os ocidentais que vêm aqui, para dar uma palestra para eles. Eu apenas vivo em um quarto simples e há um gramado em frente à ele. Quando eu olho para o corvo, me dá grande alegria. Quando o corvo gralha, ele me dá alegria. Se algum cão está latindo, isto me dá alegria. Quando eu vejo um movimento de uma formiga, me dá alegria. Ou uma folha que balança, ela me dá alegria.

Você não precisa de nada para lhe dar alegria. Alegria é seu estado natural; tudo e qualquer coisa pode lhe dar alegria. Mas para que isso aconteça você tem que se desidentificar com a mente, com o corpo e com seus pensamentos. Em seguida, a cada momento haverá alegria.

Você não tem que estar envolvido em qualquer atividade para escapar de seu tédio, pois sua verdadeira natureza é alegria, mas você não é capaz de experienciá-la. E isso é porque você se identifica o tempo todo com sua mente e seus pensamentos. Se você puder se desidentificar haverá apenas alegria.

Você não tem que ir ao cinema, ou para alguma salão de dança, ou para alguma festa, isso é prazer. É claro, que você pode muito bem ter tudo isso, não há problema com isso, mas a alegria não precisa de nada. Essa é a sua natureza.

Qualquer coisa simples lhe trará alegria. Basta olhar para algum ser humano que isso lhe dará alegria. Um pássaro lhe dá alegria, duas pessoas que lutam também podem lhe trazer alegria. Observe como eles lutam lindamente.

Então, tudo... a percepção muda. Há somente alegria o tempo todo. Você não tem que depender de qualquer coisa para conseguir alegria. Se depender de alguma coisa, isto é prazer, que não é alegria. Isto é realizável. Eu não estou falando de algo que não é alcançável. Eu não iria falar sobre essas coisas. Isso é possível e muitas pessoas estão neste estado bonito."


quarta-feira, setembro 09, 2015

UNIDADE - CIÊNCIA - ESPIRITUALIDADE

- Oneness -
- Sri Bhagavan - 


É possível que o método de meditação de Albert Einstein, que ele chamou de seus "Experimentos Mentais", seja uma conexão com os seus "Registros Akáshicos”? Poderiam os “Registros Akáshicos” terem sido fonte de inspiração por trás do mundo do gênio? Se sim, como poderia tal plano metafísico de conhecimento existir? A resposta pode ser encontrada em uma das muitas teorias de Albert Einstein.

Em 1935, Albert Einstein publicou um artigo sobre "Emaranhamento Quântico". Ele teoriza que uma partícula dividida em duas partes, ambas, continuam interligadas uma a outra, mesmo quando separadas por vastas distâncias. O experimento mostra que duas partículas separadas no espaço e tempo demonstram uma "Conectividade". Se você alterar a rotação de uma partícula, a outra partícula irá também mudar sua rotação. Então, é uma forma de comunicação instantânea, é o que Einstein se refere como "Comunicação a distância assustadora". O que temos que lembrar é que somos feitos de "POEIRA ESTELAR". Todo nosso corpo é composto de material que está aqui desde antes do início dos tempos, e estas partículas que consistem de cada uma, e toda a partícula, contém o conhecimento do Universo. Não é só real, mas pode nos explicar muita “estranheza” neste mundo. Que nós continuamos sem entender e chamamos de “paranormal". 

(Oneness University, Índia)




Sri Bhagavan: A raiz de todo sofrimento é o senso de separação da existência.

Temos uma consciência divisiva que percebe as coisas como o "Eu" e "Não Eu". O “Meu” e o “Não Meu”. Como "Meu Povo" e " O Seu", como "Minha Nação" e "A Sua". Dividindo todas as coisas, nos sentimos ameaçados pelo outro.

O medo, por sua vez, traz guerra, conflitos e outras formas de violência Estamos, então, atrás de redenção? Devemos continuar sendo um bando de filósofos pessimistas? Ou espectadores apáticos lamentando nossa destruição coletiva? Não necessariamente.

Nós, como raça humana, estamos à beira de uma transição colossal, de uma Separação para uma Unidade. Nós devemos Despertar das Trevas à Luz, da Inverdade para a Verdade. Nós percebemos a Unidade de todas as coisas vivas. Embora cada um de nós possa viver diferentes vidas, localizados distantes uns dos outros em tempo e espaço. Emocionalmente e Espiritualmente somos “UM”.

Há apenas UM corpo. O que acontece para os animais, nos mares, acontece para nós, homens e mulheres. O que acontece nas florestas, acontece para nós em nossos corpos, visto que nossos corpos e árvores são feitos da mesma terra. Não são os nossos corpos de pó em movimento dotados de inteligência? Um esforço consciente junto a cura da terra se manifestará como cura final em nossos próprios corpos.

Existe apenas uma Mente. Esta é a Mente que fluiu através dos nossos antepassados, nós por sua vez continuaremos a viver através das nossas crianças e seus descendentes. O tormento coletivo do medo sofrido por nossos próprios irmãos em uma parte do mundo, se manifestará como pesadelo para alguém que esteja dormindo ou acordado em algum lugar do mundo. Os nossos prazeres e dores estão interminavelmente interligados. Nós somos “UM” e não podemos continuar a viver mais em uma ilusão de Separação.

Há apenas UMA Consciência. Nós vivemos em um Universo Holográfico. Cada Despertar Individual para a Unidade está afetando automaticamente algumas milhares de pessoas, empurrando-as para o único caminho alternativo de experienciar a realidade. A nossa experiência de realidade tem mudado e nós continuaremos a descobrir novas maneiras de viver e amar. Nós devemos criar um Planeta melhor no presente e no futuro. Este é o nosso destino compartilhado.

O despontar dessa nova civilização, a qual podemos chamar de “Uma Era de Unidade” é o único fato explosivo de nossa vida. Temos um destino para criar um estado de consciência que é ”Unidade com TUDO o que é”.

Como consequência desse estado interior do homem, mudanças ocorrerão no mundo externo que traria o que chamaríamos de “A Era Dourada”. A Era da Unidade e a Era Dourada são complementares uma e outra. A Era da Unidade representa o que vai acontecer INTERNAMENTE e a Era Dourada o que vai acontecer EXTERNAMENTE. O advento da Era Dourada verá um mundo onde não existem fronteiras nacionais, onde toda a humanidade se torna UMA FAMÍLIA. As pessoas não sofrerão de um senso de QUERER. Não haverá prosperidade de um país ou de outro, mas do Globo Inteiro. Isto irá acontecer em breve.

A Era Dourada é para TODA HUMANIDADE. Não é Capitalismo, não é Comunismo, Socialismo ou Humanismo Radical. O que vamos ver é um mundo totalmente diferente, onde não há Competição, mas apenas Cooperação. Será uma HUMANIDADE e cada um de nós, lembremo-nos, tem um papel na criação deste destino para o Homem que somos nós mesmos.


PERGUNTA: "Bhagavan, você poderia, por favor, nos esclarecer o sentido da palavra "ONENESS (UNIDADE)"?

Sri Bhagavan: Existem vários níveis de Unidade.

Vamos primeiro olhar para Unidade dentro de si mesmo.

Agora, você não é individual. Você está dividido por dentro. Você é uma multidão por dentro. Você, que é filho ou filha de fulano de tal, o pai, o marido ou o amigo de fulano de tal. Você que é o empregador ou a entidade patronal de fulano de tal. Há tantos seres que estão dentro falando todo o tempo. Então, novamente, há o seu consciente e o seu inconsciente. O ser autêntico e o ser inautêntico, todos dialogando ao mesmo tempo. VOCÊ É ESSE DIÁLOGO. Quando o diálogo é encerrado você se torna Um internamente. Sozinho significando TODOS EM UM. Não há mais divisão.

No próximo nível, você irá encontrar Unidade com seus companheiros, os seres humanos.

No terceiro nível você vai descobrir que você é Um com a terra, a árvore, a água e o céu. Você é Um com a Natureza.

Você descobre que Você e o Universo são Um.

Automaticamente, você descobre que você e Deus são Um.

Você descobre que Você é Deus.

Tenho a intenção de levar você passo-a-passo para a UNIDADE DEFINITIVA.


segunda-feira, setembro 07, 2015

Meditação

- Núcleo -


“Há um mundo bem mais elevado do que o palco da evolução do homem carnal e, se é nele que você adquire verdadeira liberdade, força e independência, deveria sentir maior interesse em se dedicar à descoberta desse mundo, do que se dedicar a um empreendimento desta vida, seja ele qual for.”  [“Caminho que transcende a vida e a morte”, página 90 – Masaharu Taniguchi ]

Masaharu Taniguchi diz que “Cristo denominou esse mundo elevado, onde se obtém a liberdade, força e independência, de Reino do Céu ou Reino de Deus”. Mas ele o chama de mundo da Imagem Verdadeira. E diz: “O mundo da Imagem Verdadeira criado por Deus é perfeito e harmonioso, não existindo qualquer mal. Esse mundo existe aqui, neste momento, mas os cinco sentidos carnais não conseguem percebê-lo. Somente a pessoa que desperta aquilo que poderíamos chamar de percepção da Imagem Verdadeira é que consegue ver mentalmente esse mundo perfeito.” [“Imagem Verdadeira e Fenômeno”, página 53 – SNI ]

No Núcleo essa “percepção da Imagem Verdadeira” é chamada de “percepção consciencial”, por ser a percepção da Consciência do Ser que nós somos.

Essa percepção não requer esforço, mas sim, mudança de referencial. O que ocorre é que você pensa que sua realidade é de alguém que vai praticar meditação para ascender ao mundo da Imagem Verdadeira. Quando, em verdade, você é Quem Vive no mundo da Imagem Verdadeira em permanente meditação e que, meditando, imagina a realidade de alguém que veio praticar meditação... 

Assim, pode ser dito que a meditação é um encontro de você com você mesmo, mas que te proporciona perceber Quem você É!

Quando você pensa, você se vê, ou seja, você se percebe como quem pensa…, como um personagem num cenário humano…

Quando você medita, você se vê, ou seja, você se percebe como Quem medita…, como o Ser Real, na própria realidade divina!

O pensamento aciona a percepção da “mente do personagem” e gera o cenário humano.
A meditação ativa a percepção da “Consciência do Ser” e desvela a Imagem Verdadeira.

Portanto, se quer perceber este “mundo bem mais elevado do que o palco da evolução do homem carnal”, despertar aquilo que poderíamos chamar de “percepção da Imagem Verdadeira”, e adquirir verdadeira liberdade, força e independência, você deve sentir maior interesse em se dedicar à meditação!


quinta-feira, setembro 03, 2015

"Eu e o Pai somos Om"


- Núcleo - 


Divinos personagens,

Jesus disse: “Eu e o Pai somos Um”.

Jesus compartilhou uma percepção divina, uma percepção consciencial.

Uma percepção consciencial é impessoal e é válida tanto para quem a tem quanto para quem a percebe!

Saibam identificar o “mestre” que aparece no mundo externo como sendo a própria percepção do Mestre em vocês que percebe “o mestre que aparece”.

Assim, “o mestre que aparece” no cenário visível pela mente compartilhando suas percepções é o Mestre que está sendo percebido por nós!

Atentem que é a percepção que está em nós que percebe o mestre! Essa percepção não é de quem estamos sendo, mas sim, de Quem somos!

Ou seja, essa percepção não é da mente do personagem que estamos sendo, mas sim, é a percepção da Consciência do Ser Real que já somos.

Essa é a chamada “percepção consciencial” revelada pelo ensinamento compartilhado no Núcleo. Ela está em nós por sermos Um com o Ser Real da qual emerge.

Quando Simão, respondendo À pergunta de Jesus, disse: “Tu és o Filho de Deus vivo”, essa percepção não foi da “mente de Simão”, mas sim, da “Consciência do Ser divino” que percebeu ser Jesus o “Filho de Deus”!

Por isso disse Jesus: “Simão, isso quem te revelou não foi carne e sangue, mas meu Pai, que está no céu.”

Em outras palavras: “Isso quem te revelou não foi carne e sangue [ou seja, não foi aquilo que está na “representação”, não foi a “carne e o sangue”, não foi a “mente”]; mas foi “meu Pai” [foi a Consciência do Pai], que está no céu [ou seja: foi a Consciência do Ser, que está na Realidade divina do próprio Ser; ou seja, que “está no céu”]

E Jesus completou dizendo que: sobre esta pedra [ou seja, sobre esta “percepção pétrea”, que é a percepção firmada na “pedra indestrutível”, que é “a Verdade”, que é a Vida interior do homem] edificarei a minha eclesia [edificar a eclesia significa edificar a comunidade dos que seguem esta “percepção pétrea”, fundada na Verdade].

Assim, ao declarar “Eu e o Pai somos Um”, Jesus compartilhou a percepção de que: O “eu” do Filho do Homem e o “eu” do Filho de Deus [personagem divino que ele é], e o “Pai”, que é o “Eu” do Ser, são Um, ou seja, são o mesmo Ser; são a mesma essência.



Por isso o Evangelho de João tem as seguintes revelações, que são percepções conscienciais compartilhadas, e está escrito:

“No Princípio era o Verbo.
E o Verbo estava com Deus;
O Verbo era Deus;
E o Verbo se fez carne.”

Pra facilitar a compreensão e a visualização destas revelações divinas contidas no evangelho de João, no “esquema visual” do ensinamento compartilhado no Núcleo o “Circulo sem imagens” corresponde ao “Princípio”, no qual “era o Verbo”. Nele o “Verbo divino” [que corresponde à Palavra sânscrita OM] está presente como “Nome”; está presente mas sem forma, ou seja, está presente mas sem imagem; está presente apenas como Essência, como Substância.

Na segunda figura do “esquema visual” aparece uma Imagem do Verbo, ou seja, uma Imagem do OM, como a imagem do Buda Eterno ou Cristo Eterno.

Sendo o “Verbo” a essência ou substância do Ser, tanto o “eu” do personagem Jesus, a quem ele se refere como Filho do Homem, quanto o “Eu” do Ser Real que Ele É, a quem ele se refere como Pai, são Um, porque são a mesma essência ou substância, quer seja referida apenas como Nome, ou seja, sem imagem (Figura 1), ou como forma, que então “aparece” ou é representada como uma imagem do Buda Eterno ou Cristo Eterno (Figura 2) ou como a imagem fenomênica de Jesus (Figura 3), que é o “Filho do Homem”.

O que deve ser notado é que a percepção consciencial compartilhada por Jesus é válida tanto pra ele quanto pra cada um de nós, de forma impesssoal e atemporal…

Mas, por ser uma percepção “consciencial” não é a percepção da mente do personagem que estamos sendo, mas sim, é a percepção da Consciência do Ser que somos!

Podemos identificar esta percepção atuando em nós quando percebemos a divindade, o “Mestre”, “aparecendo como” algum personagem no cenário da representação!

Assim, se reconhecemos alguém como sendo a personificação de Deus, do Mestre, seja ele Jesus, Buda, Masaharu Taniguchi, ou qualquer outro “divino personagem”, esta percepção é a percepção do Mestre que está emergindo em nós! É a percepção da Consciência que está emergindo em nós. E ela se expande ao ponto de nos fazer incluir a todos neste “re-conhecimento” divino de Quem todos são e de Quem nós mesmos Somos!

Esta é a essência da revelação, do ensinamento divino ou percepção consciencial, que diz: “Amai a Deus sobre todas as coisas e amai ao próximo como a ti mesmo.”

O “AMOR” não é um “SENTIMENTO” do personagem que estamos sendo; é uma PERCEPÇÃO do Ser que somos…

Em certo sentido podemos dizer que o Amor é a lente com que Deus percebe! Em verdade o Amor é mais que a percepção que Deus tem pois é o que Ele mesmo É.

Deus é Amor e Amor é Deus.

O Verbo de Deus é o próprio Deus em Ação…

E amar é o Verbo que revela a ação de Deus!

Se quer PERCEBER como Deus percebe, AME…

Sendo OM o Verbo divino, a ação de Jesus revelou que ele atuou como o próprio Verbo divino.

Aquele que ama, ou seja, que age como o próprio Verbo divino, percebe que: Eu e o Pai somos Um;

Aquele que ama, ou seja, que age como o próprio Verbo divino, percebe que: Eu e o Pai somos OM!

Namaste.


terça-feira, setembro 01, 2015

"Iluminação" e a "Natureza de Maya"


- Núcleo - 


Escute ArjunaEntre Mim e este Universo move-se mayadenominada ilusão. Deveras, é difícil, uma árdua tarefa o homem alcançar ver além de maya, porque maya também é Minha. É da mesma substância. Você não a pode supor separada de Mim. É criação Minha e está sob o Meu controle. Numa fração de segundo revira o mais poderoso dos homens de pernas pro ar! Somente aqueles que são plenamente ligados a Mim podem vencer maya.

Arjuna, não veja em maya, o mínimo que seja, algo repulsivo que tenha descido de qualquer parte. Ela é um atributo da mentefazendo esta ignorar a Verdade e o Eterno ParamatmaMaya conduz ao erro de acreditar que o corpo é o Ser. Não é algo que era e depois desaparecerá; nem é alguma coisa que não era, vem a ser, e ainda é. Maya nunca foi; não é; e nunca será. É um nome para um fenômeno inexistente. Mas esta coisa não existente vem de dentro da própria visão!  É igual à miragem no deserto, um lençol d’água que nunca houve nem há. Quem conhece a Verdade não vê miragem. Somente os desavisados quanto ao deserto são por ela atraídos. Correm para ela e sofrem aflição, exaustão e desespero. Como a sombra crescendo dentro do quarto, a esconder o próprio quarto; como a catarata a crescer no olho suprime a visão, maya apega-se àquele que a ajuda a crescer. 

Arjuna, você pode perguntar se maya, que penetra e prejudica o próprio lugar que lhe dá origem, não Me tem maculado, pois em Mim tomou nascimento. Tal dúvida é natural. Mas é sem base. Maya é a causa de todo esse universo, mas não é a causa de DeusSou Eu a autoridade que a dirige. Este universoque é produto de maya, move-se e se comporta de acordo com a Minha Vontade. Assim, a pessoa que estiver ligada a Mim e se conduza de acordo com a Minha Vontade não pode ser prejudicada por maya; maya reconhece autoridade nela também. O único método para vencer maya é adquirir jnana (sabedoria) do Universale redescobrir sua própria natureza Universal. Você atribui limite à existência daquilo que é eternopois isto é o que produz maya. Fome e sede são características da existênciaAlegria e tristeza, impulso e imaginação, nascimento e morte são tidos características do corpoNão são características do Universal, do Atma.


Acreditar que o Universalque é você mesmo, está limitado e sujeito a todas essas características não-átmicas – isto é maya. Mas lembre-semaya não ousa aproximar-se de quem tenha Me tomado por refúgio. Para aqueles que fixam a atenção em mayaela opera como um obstáculo de vastidão oceânica. Mas aos que fixam sua atenção em Deusela se apresentará como Krishna! A barreira de maya pode ser superada, seja por desenvolver a atitude de unidade com Deus Infinitoseja pela atitude de completa submissão ao Senhor. 
(Sathya Sai Baba - Gita Vahini)


Divinos personagens,

“Iluminação” é estar consciente de que Deus é o único Ser Real e, da real identidade!

Assim, o “iluminado” está consciente de Quem Deus É, e de Quem (tudo e todos os seres) Somos…

Aquele que está consciente de que não há outro Ser Real senão o próprio Ser, quem pode e sabe ser senão o próprio Ser?

Um ator não deixa de ser “ator” quando está representando. É “atuando” que ele se expressa e que se realiza!

Deus é o ator divino, e por ser divino atua tanto representando o papel de “personagens” quanto o papel de “cenário” e dos “objetos do cenário”!

Assim, o “Ator divino” quando está atuando está presente em toda a Sua “encenação divina”.

Está consciente tanto quando a “vê” como “encenação” quanto quando a “vê” como real…

Quando a “vê” como “encenação” está atuando como um personagem desperto, iluminado;

Quando a “vê” como real… está atuando como um personagem indesperto, não iluminado.

Em ambos os casos trata-se do próprio Ser Real consciente de que é “o ator” representando!

Portanto o Ser Real é a real identidade de todos os personagens e também de todo o cenário!

Na linguagem védica essa “representação divina” é chamada de “Maya”.

Maya surge do Ser e é o próprio Ser Quem está presente em toda ela, tanto como personagens quanto cenário!

O que se segue é uma passagem do livro Gita Vahini (A Interpretação do Bhagavad Gita por Sathya Sai Baba), comentado conforme a linguagem exposta pelo Núcleo.

Os comentários estão entre colchetes, assim: […]

Escreve Sai Baba:

Escute Arjuna [personagem]! Entre Mim [o Ser Real; o Ator] e este Universo move-se maya [a representação divina], denominada ilusão. Deveras, é difícil, uma árdua tarefa o homem [o personagem] alcançar ver além de maya, porque maya também é Minha. É da mesma substância. Você não a pode supor separada de Mim. É criação Minha e está sob o Meu controle. [Notem que Krishna é Quem está falando com Arjuna e que ele é consciente de que é tanto o aspecto criador do Universo Real, Brahma, quanto é consciente de que Ele é Quem cria a “representação”, “maya”. Um adendo: em termos da simbologia védica há um Deus universal chamado de Brahman. Brahman revela ter três aspectos: O aspecto criador de Brahman é chamado de Brahma; o aspecto preservador de Brahman é chamado de Vishnu; e o aspecto transformador é Shiva. Krishna manifesta ora um ora outro desses aspectos, sendo por esse motivo considerado por uns como um “avatar” de Shiva e por outros um “avatar” de Vishnu. Literalmente a palavra “avatar” significa “descida”; a “descida de Deus”, do céu, para Se manifestar no Universo! Portanto, Krishna é a própria divindade manifesta! Ele é o Ser Real, consciente de Quem É! Por ser Quem É, Krishna conhece sua real identidade e a real identidade de todos os seres, e conhece também a natureza tanto do Universo Real quanto da representação divina, maya. É o que Krishna está revelando a Arjuna neste diálogo divino. Daí a importância do texto!]

Krishna diz:

“Numa fração de segundo revira o mais poderoso dos homens [personagens] de pernas pro ar! Somente aqueles que são plenamente ligados a Mim [o Ser Real] podem vencer maya [vencer maya não significa se debater contra maya com a finalidade de vencê-la, mas sim, significa vê-la com uma visão que a transcende, que percebe sua natureza de representação divina, ou seja, aquilo que parece ser real, mas que em realidade não é!]. Arjuna, não veja em maya, o mínimo que seja, algo repulsivo que tenha descido de qualquer parte. Ela é um atributo da mente [Que revelação divina! Notem que é a visão da “mente do personagem” que vê maya como sendo algo real], fazendo esta ignorar a Verdade e o Eterno Paramatma [A Verdade é que só Deus é Real. Há um Universo, criado por Deus, que é Real. Mas maya é apenas uma representação divina]. Maya conduz ao erro de acreditar [acreditar é perceber com a “mente do personagem”, é “ver” mentalmente a representação e tomá-la como real…] que o corpo é o Ser. Não é algo que era e depois desaparecerá; nem é alguma coisa que não era, vem a ser, e ainda é. Maya nunca foi; não é; e nunca será [Maya é uma representação].

É um nome para um fenômeno inexistente. Mas esta coisa não existente vem de dentro da própria visão! [Outra revelação divina digna de nota! Krishna está revelando que é a visão da mente do personagem que vê o que não é real e a projeta como se fosse real, tornando-a real para a própria visão da mente do personagem…] [Em seguida Krishna elucida que…] É igual à miragem no deserto, um lençol d’água que nunca houve nem há. Quem conhece a Verdade não vê miragem. Somente os desavisados quanto ao deserto são por ela atraídos. Correm para ela e sofrem aflição, exaustão e desespero. Como a sombra crescendo dentro do quarto, a esconder o próprio quarto; como a catarata a crescer no olho suprime a visão, maya apega-se àquele que a ajuda a crescer.”

Prossegue Krishna:

“Arjuna, você pode perguntar se maya, que penetra e prejudica o próprio lugar que lhe dá origem, não Me tem maculado, pois em Mim tomou nascimento. Tal dúvida é natural. Mas é sem base. Maya é a causa de todo esse universo [universo do personagem; representação], mas não é a causa de Deus [e nem é a causa do Universo Real, que é gerado por Brahman].

Sou Eu a autoridade que a dirige [Krishna é a base que “sustenta” a representação. Isto significa que não seria possível haver representação sem o Ator, sem os personagens e sem o próprio cenário]. [Por isso, acrescenta Krishna que] Este universo [irreal, este universo dos personagens], que é produto de maya, move-se e se comporta de acordo com a Minha Vontade. Assim, a pessoa que estiver ligada a Mim e se conduza de acordo com a Minha Vontade não pode ser prejudicada por maya [“estar ligada em” Krishna é ser unida à visão que Krishna proporciona; é estar percebendo a onipresença da divindade na representação, e ao mesmo tempo estar consciente de que se trata de uma representação e não da Realidade]; maya [por ser da mesma substância de Krishna e não poder se supor separada de Krishna] reconhece autoridade nela também. O único método para vencer maya é adquirir jnana (sabedoria) do Universal [o conhecimento do Ser Real], e redescobrir sua própria natureza Universal. Você [com a visão de um personagem do Ser] atribui limite à existência daquilo que é eterno [o Ser Real], pois isto [a visão mental] é o que produz [o que faz surgir] maya. Fome e sede são características da existência [dos personagens]. Alegria e tristeza, impulso e imaginação, nascimento e morte são tidos características do corpo [do personagem que se percebe num universo dual…]. Não são características do Universal, do Atma [do Ser Real].

Acreditar [perceber com a mente do personagem] que o Universal [que o Ser Real], que é você mesmo, está limitado e sujeito a todas essas características não-átmicas – isto é maya. Mas lembre-se [bela ênfase de Krishna a Arjuna e a todos os divinos personagens]: maya não ousa aproximar-se de quem tenha Me tomado por refúgio. Para aqueles que fixam a atenção em maya [para os que se fixam na percepção da mente que “vê” maya], ela opera como um obstáculo de vastidão oceânica. Mas aos que fixam sua atenção em Deus [para os que se fixam na percepção da Consciência que “vê” a Realidade], ela se apresentará como Krishna! [E completa Krishna dizendo que…] A barreira de maya pode ser superada, seja por desenvolver a atitude de unidade com Deus Infinito [seja por se ver em unidade com Deus], seja pela atitude de completa submissão ao Senhor [seja por seguir as orientações divinas, como contidas nesta esplêndida e muito elucidativa revelação divina de Krishna a Arjuna!].

E para completar, usando a linguagem bíblica…

Disse Jesus:

"Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado. Permanecei em mim [Ser Real] e Eu permanecerei em vós. O ramo [o personagem] não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira [no Ser Real]. Assim também vós não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira [o Ser Real]; vós, os ramos [personagens]. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem Mim nada podeis fazer.

E quanto a tudo o que disse, Jesus revelou:

Já não vos chamo servos [personagens inconscientes], porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos [personagens conscientes], pois [sendo Eu o Ser real que aparece na representação como um personagem consciente] vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai [o Eu Verdadeiro, a Consciência do Ser, a nossa real identidade!]. (João 15:15)

Namastê!