domingo, setembro 14, 2014

Sugestões de Autotratamento

 Capítulo 06 

SUGESTÕES DE AUTOTRATAMENTO

Todo o universo é infinitamente perfeito agora. Todos os seres já são infinitamente perfeitos agora. Todos os acontecimentos estão se manifestando em harmonia perfeita agora. Só existe o universo espiritual perfeito. Só existe o agora. Nada há para ser corrigido ou melhorado.


No capítulo anterior, ressaltamos que a prática da cura espiritual é um autotratamento, uma mudança interna de conceitos aliada à percepção de Deus sendo a nossa consciência. No início de A ARTE DE CURAR PELO ESPÍRITO, obra de Joel S. Goldsmith, seu tradutor, Huberto Rhoden, disse o seguinte: "Há quase 2000 anos que o maior dos curadores disse: "Conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará" –– e há quase vinte séculos que os homens vivem escravizados pela inverdade: ouviram a mensagem da Verdade Libertadora, creram nela, repetiram-na em discursos, sermões e livros, mas não a realizaram na sua vida diária e não foram libertos dos seus males, porque não se libertaram das suas maldades pelo poder do Espírito. É chegada a hora de tomarmos a sério a mensagem do Cristo e realizarmos o homem crístico, em espírito e em verdade --o homem de perfeita santidade, sapiência e sanidade –– o homem integral".

Neste capítulo, falaremos sobre algumas maneiras de argumentação que podem ser utilizadas como "autotratamento". Evidentemente, as variações possíveis destas argumentações são infinitas, e as aqui citadas servirão somente como ilustração.

Todo o universo já é perfeito! O que nos chega como "imperfeição" não passa de um argumento ilusório (boato) trazido pela mente carnal coletiva. Assim, no autotratamento, na fase inicial, utilizaremos contra-argumentações fundamentadas na Verdade. Não empregaremos "esforço mental", mas, serenamente, iremos fazer ponderações sobre temas que nos levem à espontânea conclusão de que a Realidade já é perfeita, e que Deus é sempre a única Presença ou  Poder existentes.

Que explicaria tanta relutância, por parte da humanidade, no tocante a viver esta Mensagem Absoluta em proporção ao conhecimento da mesma? Muitos motivos e justificativas têm sido ventilados. Não iremos, aqui, enumerá-los todos, mas apenas apontar as três razões principais, segundo o nosso ponto de vista.

a) complexo de inferioridade

O homem, avaliando a si mesmo e aos demais em termos do que a mente humana falsamente lhe apresenta como sendo a sua identidade, não consegue admitir verdadeiramente a Verdade revelada de que "sua real identidade é Deus aparecendo como ser individual".

b) autopunição

Aceitando-se como ser humano,  sente-se de alguma maneira culpado pelas imperfeições e erros que julga ter causado, sente-se interiormente desmerecedor de levar uma vida de total felicidade; este conceito, acumulado no subconsciente, atua como desejo inconsciente de autopunição, criando um bloqueio invisível à prática da Verdade já conhecida. Daí podermos notar a importância do "Princípio de IMPERSONALIZAÇÃO do mal": O suposto "mal" não é pessoal; não se localiza em pessoa alguma! Trata-se de uma "crença falsa universal" em DOIS poderes. Uma crença IMPESSOAL.

c) falta de determinação

A pessoa lê, estuda os princípios, participa de cursos e palestras: porém, falta a ela a DETERMINAÇÃO de já colocar em prática O QUE JÁ SABE! Continua, desse modo, "querendo aprender sempre mais", sem ao menos se dedicar plenamente à implantação em sua vida dos princípios espirituais já sabidos, e que acabam ficando simplesmente armazenados na mente como informação.

Esta série de textos sobre a "cura espiritual" tem como OBJETIVO ÚNICO romper de vez com toda essa INÉRCIA MENTAL das pessoas. Os princípios devem ser lidos, conhecidos e postos em prática AGORA! Quem deseja estudar a Verdade precisa parar de se enganar, partindo de modo DECISIVO para esta VIVÊNCIA ILUMINADA que nos aguarda a todos. Não há meios-termos! É tudo ou nada! Ou é aceito que somos uma UNIDADE PERFEITA, vivendo num REINO DE ONIPRESENÇA E ONIPOTÊNCIA, ou é endossada a antiga crença forjada pelo "pai-da-mentira", de que somos um "ego humano" à espera de evolução ou redenção, habitantes de um imperfeito e efêmero "mundo material" em que atuam dois poderes: o bem e o mal. É uma coisa ou outra!

Vários movimentos filosóficos ou religiosos tiveram o receio de ensinar abertamente a Verdade Absoluta de que "O HOMEM REAL É DEUS", talvez por temerem um falso entendimento de que "o ego humano é Deus". Esta relutância acabou por cristalizar a crença e ocultar a Verdade, pois as "meias-verdades" fazem perdurar os errôneos conceitos de separatividade e dualidade. "A Verdade nos liberta", mas não as "meias-verdades".

Feitas estas considerações, passaremos ao nosso tema, o Autotratamento. Apresentaremos algumas sugestões ou idéias básicas para que cada um possa dar início às meditações contemplativas capazes de gerar o "vazio do ego" e a percepção da Presença de Deus. Ressaltamos, contudo, que as "formas de autotratamento", aqui sugeridas, não devem ser encaradas como "receitas" ou "métodos decorados para seguir"; são sugestões de atitudes mentais desejáveis para o início da prática, quando nos defrontarmos com as ilusórias "aparências" deste suposto mundo material. Cada pessoa, experimentando cada uma das formas sugeridas, identificar-se-á com uma ou mais delas e, pela prática constante, acabará por desenvolver por si mesma aquela que lhe será a mais apropriada e eficaz. 


O PONTO DE PARTIDA  FUNDAMENTAL DO AUTOTRATAMENTO É A TOTALIDADE DE DEUS: DIANTE DE QUALQUER CHAMADO DE AJUDA, SOLTE IMEDIATAMENTE O NOME, A DOENÇA OU O PROBLEMA DO CHAMADO "PACIENTE" E PASSE DIRETAMENTE À PALAVRA "DEUS", PONDERANDO SOBRE SUA TOTALIDADE.

Todas as formas ou exemplos de autotratamento, que iremos sugerir a partir de agora, terão o seu início relacionado diretamente com este PONTO DE PARTIDA FUNDAMENTAL.

autotratamento, dessa maneira, pode ser entendido como o "Buscai, primeiro, o reino de Deus e a Sua justiça...", recomendado por Jesus Cristo.

O tempo requerido para o autotratamento dependerá da condição em que o "praticista-curador" estiver a cada momento, isto é, dependerá de seu maior ou menor envolvimento com as sugestões hipnóticas deste mundo aparente. Um resultado, hoje obtido, por exemplo, em questão de minutos ou até de segundos, poderá exigir-lhe horas em outras ocasiões. A cura espiritual é acessível a todos nós, porém, precisamos nos dedicar integralmente à sua prática, se a desejarmos realmente. Vale lembrar o que já dissemos anteriormente: cura espiritual é a eliminação do falso conceito de universo que vínhamos retendo.

FORMA NÚMERO 1

É o chamado "autotratamento específico". Começamos com a palavra "DEUS", procurando encaixar o aspecto de Deus adequado ao caso específico apresentado. Exemplificando, se o caso  for de algum "órgão doente", imediatamente pensaremos em Deus como ÚNICA ATIVIDADE presente em todas as "células" do órgão citado. Sendo DEUS a única atividade realmente presente, é lógico que a atividade perfeita é onipresente. Nosso autotratamento específico deverá nos conduzir serenamente a esta conclusão: a atividade do órgão citado é uma atividade espiritual de Deus, e está se desenvolvendo na plenitude da perfeição imutável.

Este autotratamento não deve ser confundido com meras "afirmações mentais". Trata-se somente de uma contra-argumentação por nós empregada, para que possamos atingir a quietude interna em que o "nada" do problema nos possa ser revelado.

FORMA NÚMERO 2

Partimos da palavra DEUS, procurando associar as idéias que possuímos sobre Deus como ONIPOTENTE, ONIPRESENTE, ONISCIENTE E ONIATIVO. Exemplificando, se Deus é onipresente, Ele é a ÚNICA Presença realmente existente, seja no local em que estivermos, seja no local em que a "pessoa solicitante de ajuda" se encontre. Se Deus é onisciente, tudo que pode ser por nós conhecido, constitui um conhecimento "onipresente". Logo, toda Verdade conhecida por cada um de nós é a Verdade conhecida por Deus e também pelo suposto "paciente". Com o nosso conhecimento interior da Verdade sobre Deus, sobre o nosso ser e sobre o "paciente", concluímos que "somos somente UM Ser, UM Poder, UMA Presença e UM Saber. Com esta conclusão, aguardamos a quietude interior que endossará esta Verdade por ação do Espírito.

FORMA NÚMERO 3

Partimos de DEUS como CAUSA ÚNICA. Sendo Deus a Causa única, não pode haver nenhum poder real no "efeito" que possa prejudicar a "causa". A CAUSA É DEUS, e DEUS É "EU SOU". Eu Sou INVISÍVEL. Somente o INVISÍVEL é Poder. Tudo que é VISÍVEL, em termos humanos, não é poder. Este autotratamento faz com que eliminemos o temor frente às "aparências" do mundo visível.

FORMA NÚMERO 4

Bastante eficaz é utilizarmos algo que contrarie radicalmente o que diz a lógica humana. Exemplificando, se reconhecermos: "EU EXISTO HÁ INFINITOS BILHÕES DE ETERNIDADES", estaremos rapidamente nos desvencilhando deste suposto "ego humano temporal". Sendo Deus o único INDIVÍDUO que há, este EU, que é Deus, somente pode ser o EU que EU SOU. Assim, quando iniciamos o autotratamento com frases como a citada, logo descartamos o conceito falso e limitado que poderíamos estar retendo a nosso respeito ou a respeito do "paciente". Outros exemplos de frases de impacto poderiam ser: "O MEU EU OCUPA O UNIVERSO INTEIRO, EXATAMENTE AGORA", "O MESMO EU INFINITO QUE SE MANIFESTA COMO JESUS CRISTO CONSTITUI O MEU EU". Temos também a empregada por Jesus: "Antes que Abraão existisse, eu sou".

O Ser Infinito, que é Deus, aparece individualizado como o nosso Ser. Assim, por mais que empreguemos frases ou idéias sobre o "EU", toda a grandiosidade nelas contida ainda será irrisória, limitada e finita, frente à verdadeira e suprema grandiosidade de Deus sendo cada um de nós. O autotratamento deverá sempre preceder aquele período de "espera em quietude e silêncio", quando Deus conscientemente é discernido como EXPERIÊNCIA REAL E VIVA em nossa própria Vida. Neste ponto, saberemos que somos a própria Presença de Deus.

FORMA NÚMERO 5

Podemos empregar alguma "ilustração" como autotratamento. Algo que nos traduza a TOTALIDADE E PERFEIÇÃO DIVINAS e, ao mesmo tempo, o NADA de toda "aparência" que porventura surja à nossa frente. Exemplificando, citaremos uma ilustração bem difundida no meio metafísico: a ilustração do lápis mergulhado num copo com água. Observando-o pelo lado de fora, ao nível da água, teremos a IMPRESSÃO  de que ele se encontra torto e também quebrado. Mas, apesar desta "aparência”, O LÁPIS EM SI PERMANECE PERFEITO dentro do copo. Se considerarmos o nosso Ser visto "pelo lado de fora" (olhos humanos da crença coletiva), teremos a IMPRESSÃO de sermos um "ego humano", imperfeito, passível de cura, correção ou evolução, etc. Os "olhos da crença" somente captam uma "aparência" de nosso Ser real. Se nos contemplarmos do ponto de vista de nossa real identidade (com o "olho simples" do discernimento espiritual), constataremos a Presença de Deus já manifesta COMO o nosso "Eu", exatamente agora. Em vista disso, qualquer intenção objetivando "aperfeiçoar, curar, corrigir, fazer evoluir ou fazer com que o Cristo Se manifeste", em se tratando do nosso Ser, será vista como intenção absurda. Não seria absurdo querer "consertar o lápis" já perfeito dentro do copo, simplesmente por o estarmos vendo com uma "aparência" de imperfeição? O copo e a água não têm poder para danificar verdadeiramente o lápis.  Aquilo não passava de simples APARÊNCIA. Uma ILUSÃO!

O praticista de cura espiritual é a Consciência daquele que contempla o LÁPIS JÁ PERFEITO, exatamente onde a "mente carnal" julga existir o LÁPIS QUEBRADO.

Esta ilustração nos dá uma nítida diferenciação entre o que é REAL e o que é simples APARÊNCIA. Na moderna literatura metafísica, ou mística, há tantas outras ilustrações desse tipo, sendo todas elas de grande utilidade na prática do autotratamento.

FORMA NÚMERO 6

Certas palavras, quando analisadas profundamente, são também úteis no autotratamento. Citemos algumas delas: hipnotismo, sugestão, miragem, aparência, ilusão. Elas nos proporcionam uma visão nítida sobre o comportamento que um praticista de cura espiritual deve assumir: VER O QUE REALMENTE ESTÁ "EXISTINDO" EXATAMENTE ONDE ERA VISTO O QUE "PARECIA EXISTIR". Vêm bem a calhar, neste ponto, as seguintes palavras de Jesus Cristo: "Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem sejam cegos". (João 9:39)

No caso da palavra "hipnotismo", por exemplo, iremos assimilar o seu significado: "Que é hipnotismo? Imagem na mente! Um quadro que não existe 'lá fora' no mundo! Simples aparência; sem qualquer poder real sobre nós..." E, seguindo nessa linha de pensamento, iremos reconhecendo o "nada" das imagens hipnóticas da mente carnal e a "totalidade" de Deus, única realidade e única presença verdadeiramente existentes: iremos reconhecendo Deus como a presença que todos somos, como o "Eu Sou" de cada um, aqui e agora.

Expusemos, em linhas gerais, algumas dentre as inúmeras formas possíveis de autotratamento. Porém, algo de suma importância deve sempre ser lembrado: esta fase inicial, em que fazemos uso dos autotratamentos citados, é somente preparatória. A fase mais importante é a seguinte, quando deveremos permanecer receptivos, em quietude e silêncio, "percebendo" a Presença de Deus CONSTITUINDO o nosso próprio Ser infinito.

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