DEUS, A SUBSTÂNCIA DE TODA A FORMA
(Joel S. Goldsmith)
- Capítulo 4 -
O BEM, O FLUXO DA CONSCIÊNCIA
O QUE VEMOS É O NOSSO CONCEITO DE UNIVERSO
VISUALIZE O UNIVERSO ESPIRITUAL
A REALIZAÇÃO DA CONSCIÊNCIA
“Paraíso é a Visão do Desejo realizado, e inferno a Sombra de uma Alma nas chamas.” (Omar Khayyam)
Aqueles que tiveram a experiência de uma vida realizada, sabem que é nela que se encontra o paraíso. Os que realizam o trabalho que gostam de fazer, estão no paraíso. O paraíso é a realização de sua própria consciência. Cada um de nós encontra-se neste mundo em conformidade com um plano divino. Ninguém veio aqui por um acidente; ninguém veio aqui através de mera criação física. Todos nós somos parte de um plano universal, plano este que constitui a realização de Deus. Não ocorre, por alguma razão especial, que tenham sido dados a alguns de nós uma revelação da verdade e uma oportunidade de estudo e prática, mas é a Verdade, em Si, que está Se expressando e realizando, e nós somos a transparência pela qual Ela aparece no mundo. A Verdade realiza a Si própria, de alguma forma, através de você ou como você, embora tal realização possa não ser aparente no momento. Na certa é uma realidade o fato de a maioria das pessoas no mundo não estarem cumprindo os seus destinos como Deus feito manifesto e como Amor sendo desvendado e revelado.
O cenário humano aparenta isolar-nos do divino, e assim temos aceito uma identidade separada e temos tentado realiza-la. Sermos ou não sermos bem sucedidos no reino exterior não é o que determinará a nossa realização do paraíso. O paraíso é a realização da consciência interior, e ela pode ser manifestada como um homem de negócios ou de alguma profissão, mas ainda assim será a consciência realizando a si mesma no nível da consciência. O sucesso nos negócios, em si, não testemunha o atingimento do paraíso. Muitas pessoas bem sucedidas são infelizes por não terem atingido o sucesso no trabalho específico que seria o cumprimento do desejo de seu próprio coração.
Temos tido a experiência de estudar a verdade visando a obtenção de uma cura ou a demonstração de suprimento ou sucesso, e então observado o fato de não estarmos satisfeitos. Podemos ter alcançado a nossa saúde, prosperidade ou sucesso, mas não nos sentimos felizes. Por que? A razão disto é que aquelas coisas não são, por si, a realização. Portanto, o nosso principal objetivo na vida é seguir este caminho, O Caminho Infinito, que revela a profundeza de nossa própria consciência.
E legítimo que tenhamos alegria, que encontremos alegria; e estejamos certos de que a alegria virá até nós quando tratamos dos “negócios do Pai”. Ao realizarmos nosso trabalho sob o ponto de vista de permitir a manifestação externa de nossa capacidade interior, estaremos verdadeiramente tratando dos “negócios do Pai”, e encontraremos a nossa alegria. Quando o trabalho é realizado meramente para ganhar o sustento ou para obter fama ou fortuna, nem sempre a alegria estará presente, mas sempre contaremos com ela se estivermos realizando aquilo para o qual fomos aqui trazidos para fazer cumprir.
Se uma pessoa estiver realizando curas apenas com o objetivo de ver algum doente tornar-se saudável, poderá ser considerada como humanamente boa, mas é preciso reconhecer que tal motivo não é pertencente à vida espiritual. Se nós nos ocuparmos com o trabalho de cura para ver a identidade divina, o Cristo, trazido à manifestação por Sua causa, então encontraremos alegria em nosso trabalho. Quando aquele trabalho visa unicamente testemunhar Deus feito manifesto, não envolverá nenhum esforço humano e nenhuma vontade pessoal.
O BEM, O FLUXO DA CONSCIÊNCIA
Quando nós afastarmos a nossa atenção do mundo exterior, centralizando-a no reino interior de Deus, começaremos a entender o que realmente pode ser O Caminho Infinito da vida. Ele é plenamente satisfatório e maravilhoso. Faça a si mesmo a seguinte pergunta: “Estou cumprindo um objetivo divino na vida?” A realização da identidade espiritual ocorre no interior, nunca externamente, embora ela se torne aparente no exterior. Nada há de estranho no fato de um homem ou uma mulher, que esteja em paz consigo próprio e com o mundo, encontrar a satisfação e a alegria interior. E mesmo que essa pessoa, levada por alguma circunstância externa, perdesse o equilíbrio por algum tempo, ela rapidamente recuperaria o controle da situação, pois já teria consciência de que os fatos exteriores não são de maior importância.
A experiência externa é na realidade o desenvolvimento de nossa experiência interna. Ter desejos realizados significa verdadeiramente atingir o paraíso. A Verdade, sendo universal, tem existido sempre, e foi constatado pelos grandes santos, videntes e profetas de todos os tempos esta mesma verdade, ou seja, que o único paraíso que existe é a nossa completa auto-satisfação, e que o paraíso na terra é encontrar o lugar que nos foi destinado por Deus.
A nossa experiência é constituída pela expansão de nossa própria consciência, portanto, toda a nossa atenção deve estar voltada para o desenvolvimento, descoberta e revelação da natureza infinita dessa consciência.
Se a atividade que estamos exercendo não corresponde àquela que gostaríamos que fosse, não deveríamos tentar corrigi-la no nível exterior. Também não seria indicado abandonar o nosso trabalho do presente para procurar um outro. Não devemos tentar manipular nosso problema no plano exterior da existência. Onde quer que no momento estejamos, vamos aprender a desprezar a aparência suportando-a por enquanto.
Há uma Presença e um Poder dentro de nós, que removerá qualquer obstáculo. É possível que no momento nós nem saibamos qual a natureza desse obstáculo, assim, devemos começar o nosso trabalho exatamente como nos encontramos agora: com Deus. “Eu e o Pai somos um” (João 10: 30), portanto onde eu estou, Deus está presente, e desse estado divino de consciência é manifestada a harmonia do meu ser. A conscientização dessa Presença e Poder corrige, remove e modifica o quadro exterior até que ele se torne um reflexo exato do interior. A experiência exterior sempre reflete a nossa consciência interna quando aprendemos a voltar para o nosso íntimo, deixando que ela se manifeste; mas enquanto ficarmos nos intrometendo no quadro exterior, na tentativa de corrigi-lo ou modifica-lo, o máximo que conseguiremos será uma flutuação do cenário humano. Somente deixando a consciência interior fluir, enquanto aprendemos a descartar o exterior no presente momento, é que iremos encontrar a harmonia que buscamos.
Dirija-se para o seu interior e faça a seguinte pergunta: “Qual parte compete a mim neste mundo? Onde eu entro como realização de Deus?” Cada um de nós veio realizar o seu próprio mundo. “Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (João 10: 10). Ao nos voltarmos para a Consciência divina, mantendo o pensamento naquilo que se revela e se desenvolve do interior, em vez de prestarmos atenção em corpos doentios ou em negócios que não vão indo bem, logo encontraremos a harmonia aparecendo em nosso mundo exterior.
O nosso bem vem a nós como o próprio jorrar de nossa consciência – o Amor revelando-Se por todo o nosso ser, Deus como a realidade de tudo que aparece, Deus como a lei de toda a forma. A nossa própria consciência, desenvolvendo-se por si, aparece como nossa experiência, sem que precisemos ficar a moldá-la conforme nossos desejos ou vontades, bastando-nos tomar a atitude de observar Deus Se manifestando. Este é o modo de viver O Caminho Infinito – sua vida e minha vida – desenvolvendo-se sem qualquer planejamento humano. Não se consegue isto por realizar algo no mundo externo, mas sim por estar desejoso de ser conduzido.
O QUE VEMOS É O NOSSO CONCEITO DE UNIVERSO
O próximo tópico, embora não constitua realmente um segredo, merece nossa máxima atenção para assimilá-lo por sua importância na cura espiritual. A falta de compreensão deste ponto é a causa de muitas falhas no trabalho de cura e é preciso que ele seja reconhecido e entendido por todos.
Temos dito que Deus é a substância de toda a forma, que Deus é a realidade de toda a forma, a substância e a realidade de todo efeito. Estaríamos então a compreender a Deus como sendo a substância do corpo, das árvores, flores, do sol, lua, estrelas e tudo mais que captamos com os sentidos materiais? Não. Este é um universo espiritual. É verdade que Deus é a substância de toda a forma: Deus é a substância de seu corpo e de toda a creação; mas não se esqueça de que, quando eu o vejo, isto é, quando eu vejo o seu corpo ou quando vejo a árvore ou as flores, eu não estou vendo a creação de Deus – eu não estou vendo o universo espiritual – eu estou vendo apenas um conceito finito e material dele. Este conceito é conhecido como o sonho de Adão, a ilusão, o quadro mesmérico ao qual se referiu Jesus, ao dizer: “O Meu reino não é deste mundo” (João 18:36). Mas isto não significa que há dois universos, o real e o irreal, ou que existe um corpo real e um outro irreal. Significa que o único universo existente é o universo real, e o único corpo que existe é o corpo real; e que aquilo que estou vendo é apenas um conceito que eu faço. Assim, a única irrealidade está nessa má percepção, em meu falso conceito em relação a eles. Quando olhar uma pessoa, saiba não estar vendo o que Deus creou; é impossível vê-lo. Você está observando somente o seu conceito, ou o conceito do mundo, da creação de Deus.
VISUALIZE O UNIVERSO ESPIRITUAL
Perceba o quanto isto é importante e verá porque há tantas falhas na cura. Se alguém lhe dissesse: “Ajude-me!”, você não deveria tentar fazer algo com este falso conceito, mas desviar-se dele conscientizando que aquilo é somente uma ilusão, e que ali mesmo onde a ilusão parece estar, existe Deus aparecendo.
Quando a consciência espiritual é atingida, podemos visualizar o universo espiritual; não que perceberemos pelo ver, ouvir, provar, tocar e cheirar dos cinco sentidos, mas num estado de consciência iluminada, teremos vislumbres dele, como o foi possível a João, o discípulo amado, captar a visão espiritual do universo. As árvores e as flores – as formas das árvores e das flores, ou de outra coisa qualquer – não são espirituais no modo como as vemos. São apenas o senso ilusório da realidade.
Abandonando-se a aparência, voltando-se a Deus visando conscientizar a realidade como o Espírito Se manifestando, resultará naquilo que aparece como cura. Realmente é a harmonia de Deus sendo revelada a nós que vemos como forma melhorada. Este é o ponto mais importante do nosso trabalho de cura. Não seremos bem sucedidos enquanto estivermos tentando transformar corpos doentes em saudáveis. O êxito virá quando formos capazes de abandonar inteiramente o quadro exterior reconhecendo que ele é ilusão, e voltarmo-nos interiormente à conscientização da onipresença e onipotência de Deus, discernindo a realidade de Sua creação. Em seu trabalho, não pense nas coisas que estiver tentando curar. Pense naquilo que Deus é, e naquilo que Deus aparece como – Deus aparecendo, não como uma forma delimitada, mas como infinitude, eternidade, imortalidade, harmonia, alegria, abundância. E então você terá as curas.
Muitas pessoas que buscam e se empenham externamente para obter fama ou fortuna descobrem que, ao encontra-las, elas se tornam enfadonhas. Mas a alegria da prosperidade alcançada por alguém pelo cumprimento da vontade sincera de seu coração, jamais será levada embora.
A mesma coisa se aplica à saúde. Na busca externa da saúde, você não a terá obtido, mesmo que tenha conseguido um corpo físico perfeito. O corpo espiritual perfeito é algo construído de sua própria consciência interior, pelo simples deixar que ele flua de seu próprio ser e forme o corpo perfeito. Da mesma maneira, essa consciência interna pode construir uma vida maravilhosa para você. Devemos construir o nosso paraíso através do cumprimento de nossos anseios interiores, deixando que sejam realizadas todas as coisas para as quais fomos aqui trazidos para executar.
Cont...
Olá Luz13.
ResponderExcluirVou dar uma olhada no vídeo sugerido.
Obrigado por sua visita e volte sempre!
Namastê! _/\_