sexta-feira, maio 31, 2013

Percepções conscienciais compartilhadas por Jesus

- Núcleo -
 
 
Divinos personagens,
 
Os ensinamentos contidos nos evangelhos são em verdade percepções conscienciais compartilhadas por Jesus!
 
Ele mesmo revelou este fato nestes termos: “Eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me tem prescrito o que dizer e o que anunciar. E sei que o seu mandamento é a Vida eterna. As coisas, pois, que eu falo, assim como Ele me tem dito, assim falo.” [ Jo 12:48-50]
 
Dentre os quatro evangelhos canônicos o de João é o que contém a gama mais ampla de percepções conscienciais. Por isso é considerado o mais esotérico dos evangelhos canônicos.
 
Há um excelente livro, cujo título é: “Preleções sobre a interpretação do EVANGELHO SEGUNDO JOÃO à luz do ensinamento da Seicho-No-Ie", de Masaharu Taniguchi, que expõe muitas destas percepções conscienciais e que podem ser conhecidas por todos por ser o ensinamento da Seicho-No-Ie plenamente nuclear.
 
Para efeito didático, as percepções conscienciais podem ser consideradas como revelações da Verdade pelo Ser. Ao expor uma destas revelações Masaharu Taniguchi escreve na página 211 que: “Na literatura cristã existente até hoje, não há este tipo de interpretação mais profunda do Evangelho e não se compreende a Verdade, por mais que se leia as mais variadas preleções a respeito da Bíblia. Isso ocorre porque as preleções são feitas pelo homem carnal, e não pelo Espírito da Verdade. Eu consegui desvendar o mistério nele contido porque o Espírito da Verdade veio a mim e me fez compreender o seu significado.”
 
A forma pela qual o Espírito da Verdade veio a Masaharu Taniguchi e pode também vir a todos nós [porque Deus não faz acepção de pessoas] está contida na seguinte revelação: “Ninguém vem a Mim se meu Pai não lhe trouxer”.
 
Muitos sinceros buscadores espirituais pensam que devem se esforçar para tentar negar ou neutralizar a visão dual – a percepção mental – para ter a visão unitária – a percepção consciencial.
 
Contudo, este esforço do personagem é em vão porque atua sobre a própria “mente do personagem” na tentativa de negá-la ou neutralizá-la, enquanto somente o próprio Ser pela “Consciência do Ser” pode transcender a percepção da mente e perceber-Se! Assim, o sentido da revelação de Jesus: "Ninguém vem a Mim se meu Pai não lhe trouxer” é este: ”Ninguém vem a Mim [o Filho / a porta / a percepção consciencial] se meu Pai [Deus / a Consciência do Ser] não lhe trouxer”. Em termos da linguagem usada no Núcleo pode ser dito que só Deus, que é a própria Consciência, percebe consciencialmente.
 
Cada declaração de Jesus tem um profundo significado espiritual que deve ser apreendido espiritualmente. Assim, ao dizer: “Ninguém vem a Mim se meu Pai não lhe trouxer”, Jesus está revelando que só podemos chegar a Deus, que só podemos ver Deus com a própria visão de Deus – com a “visão de Deus EM nós”; pois, ninguém, com a visão dos cinco sentidos, com a visão mental jamais viu a Deus. Isso não tem nada a ver com negar ou neutralizar a percepção da mente, que é o objetivo de muitos que estão no caminho espiritual, e que se julgam “mais evoluídos” que aqueles que ainda não estão na busca espiritual… Contudo, se há algum objetivo a ser atingido este é perceber Quem percebe EM nós; é perceber que “somos o próprio ator” e não ”personagens”. Aquele que sabe ser “o Ator”, que percebe Quem É, sabe que todos os “personagens” são apenas isso: personagens, ou seja, são “personas”, ”máscaras que velam o Ser”, que encobrem a real identidade de Quem todos Somos!
 
O que cabe ao personagem é tão somente desempenhar na representação divina o seu papel com a consciência de que “não é quem está sendo” e sim, que é “Quem É”, ou seja, com a consciência de que não é o “personagem” mas que é o “Ser Real”, o “Ator”! Isso é “ter fé” na revelação divina, como o fez Jesus ao se defender da acusação de blasfêmia por se declarar Filho de Deus dizendo: “Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo” e complementou: “Se a palavra de Deus a quem é dirigida não pode falhar, dizes que blasfemo por dizer que sou Filho de Deus?”. Esta é uma das passagens bíblicas mais reveladoras entre todas as que formam  compartilhadas por Jesus! Trata-se da passagem bíblica que divide os que apenas “acreditam” nestas palavras ditas por Jesus dos que realmente “crêem” em Jesus, os que têm fé!
 
Acreditar significa literalmente “dar crédito” a uma interpretação mental sobre esta libertadora revelação contida nas Sagradas Escrituras. A visão mental não admite como aplicável a revelação de que “sois todos filhos do Altíssimo” a não ser ao próprio Jesus ou a aqueles “personagens” a quem a palavra de Deus foi dirigida. Ou seja, a visão mental acredita que esta revelação se refere apenas aos personagens aos quais foi dirigida, da forma como o fizeram os judeus que não reconheceram esta revelação divina como aplicável a Jesus, e assim, também não será aplicável a quem vive atualmente. Esta “interpretação mental” não leva em conta que “a palavra de Deus” é dirigida “aos vivos”; por isso Jesus fez a advertência: “Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” e completou dizendo que: “Ele não é Deus de mortos e sim de Vivos.” [Mt 22:29 e 32]
 
“Ouvindo isso as multidões se maravilhavam de sua doutrina.” [Mt 22:33]
 
Fé é a percepção divina – a percepção consciencial – que existe EM nós; e não deve ser confundida com a simples “crença”, com o mero “acreditar”, que é percepção mental.
 
Enquanto o “acreditar” está no âmbito da “mente do personagem” a “fé” está na dimensão da “Consciência do Ser”; está no “reino de Deus” que está dentro de nós! Por isso “fé” no Núcleo significa “percepção” – a percepção divina – percepção do Espírito de Deus – percepção da Consciência do Ser, do Deus Verdadeiro, que é nossa própria Vida; que nos conscientiza de que: “É Cristo Quem Vive EM nós.”
 
A revelação sobre a percepção divina não vem de um personagem. Cristo não é um “personagem”, mas o Ser Real!
 
Por isso Jesus disse: “Eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me tem prescrito o que dizer e o que anunciar. E sei que o seu mandamento é a Vida eterna. As coisas, pois, que eu falo, assim como Ele me tem dito, assim falo.” [ Jo 12:48-50]
 
Nesse mesmo sentido, outro dos ensinamentos de Jesus, que revela sua percepção de “Quem faz”,  é este: “Eu de mim mesmo nada faço; o Pai em mim é Quem realiza as obras.” O “eu” se refere a sua percepção mental, ou seja, se refere à “mente do personagem Jesus”; e o “Pai em mim” se refere a sua “consciência de Unidade com Deus”, a sua percepção consciencial. A "obra” que só "o Pai em nós" é capaz de realizar é perceber-Se e revelar Quem é o Filho de Deus! Por isso Jesus, que sabe, por revelação do Pai, que é Filho de Deus, conhece também a verdade da revelação divina expressa na declaração: “Eu disse: Sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo.”
 
Ao revelar que “Ninguém vem a Mim se meu Pai não lhe trouxer”, Cristo está nos libertando da crença de que somos nós, enquanto personagens, que podemos, com nossas crenças, irmos a Ele... Ou seja, este é um esforço inútil, uma pretensão despropositada! A conscientização de “Quem faz” é "Quem realiza as obras"; e é Quem nos revela nosso verdadeiro "Eu", o Ser que nos torna conscientes de que “Eu e o Pai somos Um”;  É a conscientização, a percepção de que “é Cristo que Vive em mim” que EM nós nos conduz ao “reino de Deus”.
 
Na linguagem budista se diria: “É a natureza búdica quem percebe Buda.”
 
Na linguagem de Masaharu Taniguchi se diria: “É a percepção da Imagem Verdadeira que percebe a Imagem Verdadeira.”
 
O sentido de: “Ninguém vem a Mim se meu Pai não lhe trouxer” equivale a: "Ninguém vai ao Pai senão por mim."
 
Assim, o personagem não deve ter a pretensão de “fazer por ele mesmo”, ou seja, de chegar a Cristo negando ou neutralizando a visão da mente do seu personagem, mas sim, conscientizando-se de que não é pela crença, pelo "acreditar nas palavras de Deus" que se chega a Ele, mas pela percepção, pela "fé na palavra de Deus", vivendo-a como verdadeira e aplicável a nós na nossa Vida! É percebendo que o próprio Cristo EM nós, a porta, está dizendo: “Ele não é Deus de mortos e sim de Vivos” que “entramos no reino de Deus”.
 
O caminho para essa "porta", o Cristo que vive EM, nós é este: “Aquietai-vos e sabei que Eu Sou Deus.” [ Sl 46:10 ]
 
Em outras palavras: “Aquieta a sua mente e perceba que Eu Sou Deus”. Trata-se, portanto, de uma “percepção”, algo que está em nós e que emerge quando simplesmente “aquietamos a mente”, sem tentar negá-la e sem neutralizá-la! A mente é apenas um instrumento e continua operando sem interferir quando a colocamos no “modo contemplativo”. Neste modo o Espírito da Verdade vem a nós e nos revela que: “Ninguém vem ao Filho se o Pai não lhe trouxer”.
 
Uma outra metáfora possível pode ser esta: O Pai é a própria “casa”, a Consciência do Ser, que nos revela “a porta” de acesso a Si mesmo, que é a percepção consciencial, o Filho. Assim, em termos práticos, para ativarmos o modo contemplativo da mente, devemos ser guiados pela Consciência, que é Quem Somos, e levarmos a mente ao estado de concentração, a princípio, e em seguida ao estado de contemplação. Com a mente em estado contemplativo tudo passa a revelar a Vida de Deus; a onipresença de Deus, o próprio Deus! É a percepção do universo da Consciência do Ser, de Sua Realidade, por ela mesma; o que no Núcleo é chamada de ”percepção consciencial” ou meditação.
 
Assim, o “Aquietai-vos e sabei que Eu Sou Deus” é uma revelação divina que contém o modo de ativar a percepção em duas etapas: A primeira é “aquietar a mente”; e a segunda é “saber Quem Eu Sou”, ou seja, é perceber-Me, que é a percepção do Eu Verdadeiro, do seu próprio Ser; que é, portanto, perceber-Se [em unidade com Aquele que É]!
 
É assim como o Espírito da Verdade vem a nós. Vem pelo Pai, pois, “ninguém vem a nós se o Pai não lhe trouxer”.
 
Namastê!
 

terça-feira, maio 28, 2013

Negócios (Joel Goldsmith)

 
Joel S. Goldsmith
 
 
Eis a palavra relativa a negócios: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos tornará livres”; e a Verdade que você deve conhecer é que você já é livre.

Todo negócio é negócio de Deus, seja ele de qualquer natureza. O único alimento que há, é o “Pão da Vida”, que somente Deus provê; a água única é a “Água da Vida”, que flui livremente de Deus ao homem, cuja fonte está no Céu. Deus supre tudo isso a Seus filhos (pensamentos receptivos), de forma que Ele possa Se expressar plenamente.

Tire dos seus ombros o peso da responsabilidade. “Aquieta-te”, e deixe que o Amor traga seus clientes, lucros e volume de negócios. Não permita a entrada de ideias de competição. Você não depende de condições materiais em seus negócios. A mentira da mente mortal diz que você é dependente do tempo, da prosperidade, do meio, e da ausência de competição para ter sucesso. Pelo contrário, pensamentos desse tipo são humanos e são justamente o peso que deve ser posto de lado. A Bíblia diz: “(...) deixemos todo o embaraço… e corramos com paciência a carreira que nos está proposta” (Hebreus 12:1).

Prepare o pensamento para os negócios do dia e faça mentalmente o convite ao mundo. Saiba que o Amor enche todo o espaço, que cada canto de seu mundo é preenchido com ideias divinas que expressam alegria, gratidão e amor. Deixe o pensamento fora das transações. Apenas retenha a Verdade de que o Cristo a todos fez o convite “Venham a mim”, para dEle receberem a provisão. Não dê nem receba “tratamentos” para o sucesso nos negócios; saiba constantemente, porém, que a Divina Inteligência continuamente está Se expressando em seu negócio; que o Amor divino está eternamente sendo manifestado nele; que a Mente produz toda a atividade necessária; que o Amor supre o capital; que o Princípio está sempre se expressando num negócio harmonioso, ativo e completo. Não permita que pensamentos sobre condições, clima, competição, surjam para atrapalhar a sua fé, e confie que a Verdade está agora sendo expressa como seu negócio. De fato, a Verdade é seu único negócio, a corporificação da harmonia, da vida completa e da ação permanente. Conserve a mente plena da Verdade de que seu negócio é mantido e governado por Deus.

Não há elemento algum do mal em seu negócio, nenhum elemento de falta ou limitação. A aparente falta de atividade não significa a falta de Deus ou do bem, nem tampouco que algo de mal esteja presente. Ela é Deus batendo à porta de sua consciência, dizendo-lhe: “Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa”. Veja que sua salvação não é dependente de um homem ou de condições materiais. Coloque sua fé e confiança no poder da sempre-presente Lei da Mente de Se expressar em harmonia e abundância.

A preocupação é falta de confiança no Princípio, falta de fé no poder onipotente. Nada disso faz parte de sua consciência nem possui presença em qualquer época ou lugar. Temores e preocupações não têm o poder de afastar a “Mão da Onipotência”. A despeito deles, você é Consciência espiritual em que a atividade harmoniosa de negócio contínuo sempre é experienciada. “A criação (negócio) está sempre se manifestando e tem de continuar a manifestar-se eternamente, por causa da natureza de sua fonte inesgotável”. Este é o verdadeiro negócio. Estude II Reis 25: 29-30: “…passou a comer pão na sua presença todos os dias da sua vida. E da parte do rei lhe foi dada substância vitalícia”.

Não há ninguém apartado de Deus; não existe nenhum corpo, ser ou negócio apartado de Deus. Deus faz com que todos estes prosperem. E esta prosperidade se dá mediante a Sua Presença.
 
 

domingo, maio 26, 2013

ORAÇÃO KAHUNA DO PERDÃO



Vamos dedicar um tempo a perdoarmos todas as coisas de nossas vidas. Pessoas, coisas e acontecimentos com os quais criamos uma dissidência interior, guardando tristeza, mágoas e rancores. Coisas e fatos também podem e devem ser perdoados. Estenda o seu perdão a tudo o que existe no céu e na terra. Há um segredo oculto no ensinamento do perdão: quando perdoamos os outros, liberando-os de uma dívida que consideramos terem conosco, estamos na verdade perdoando e liberando a nós mesmos. Na profundidade de todos os ensinamentos místicos, encontramos a verdade de que somente existe um Eu, que está refletido/projetado por todo o universo. E todos nós somos este Eu. Por isso, sempre que o perdão é bem sucedido, ele abre caminhos em nossas vidas. Coisas boas e certas que não aconteceriam de repente passam a ocorrer, quando perdoamos e libertamos o outro (nós mesmos) verdadeiramente. É com esse espírito que apresento essa oração, hoje, nesta postagem. Namastê!


Oração ensinada pelos Kahunas:
 
Buscando eliminar todos os bloqueios que atrapalham minha evolução, dedicarei AGORA alguns momentos para “PERDOAR”.
 
A partir deste momento, eu perdôo todas as pessoas que, de alguma forma, me ofenderam, me machucaram ou me causaram alguma dificuldade desnecessária.

Perdôo sinceramente quem me rejeitou, me entristeceu, me abandonou, me humilhou, me amedrontou ou me iludiu.
 
Perdôo, especialmente, quem me provocou, até que eu perdesse a paciência e acabasse reagindo agressivamente, para depois me fazer sentir vergonha, culpa, ou simplesmente, sentir inadequada.

Reconheço que também fui responsável por estas situações, pois muitas vezes confiei em indivíduos negativos, escolhi usar mal minha inteligência e permiti que descarregassem sobre mim suas amarguras, suas histórias, seus traumas e seu mau humor.
 
Por tempo demais suportei tratamento indigno, humilhações, medo, grosserias e desamor, perdendo muito tempo e energia, na tentativa de conseguir um bom relacionamento com essas criaturas.

 Agora, me sinto livre da necessidade compulsiva de sofrer e livre da obrigação de conviver com pessoas e ambientes que me diminuem e, principalmente, destas pessoas que se sentem incomodadas com a minha presença e a minha luz.
 
Iniciei, agora, uma nova etapa na minha vida em companhia de gente mais positiva, cheia de boas intenções, gente amiga, que se preocupa em ser saudável, alegre, próspera e iluminada. Gente preocupada em melhorar a qualidade de vida não só a nossa, mas de todo o planeta.
 
Queremos compartilhar sentimentos nobres, aprendendo uns com os outros e nos ajudando mutuamente, enquanto trabalhamos pelo nosso progresso material e nossa evolução espiritual sempre procurando difundir nossas idéias de unidade, de paz e de amor.

Procurarei valorizar sempre todas as conquistas que fiz e o amor que tenho em mim, evitando todas queixas desnecessárias, que me seguram nesta freqüência, de onde já consegui sair.

Se, por um acaso, eu tornar a pensar nestas pessoas com quem ainda tenho dificuldade de convivência, lembrarei que elas todas já estão perdoadas.

Embora eu não me sinta na obrigação de trazê-las novamente para minha intimidade, eu o farei, se elas demonstrarem interesse em entrar em sintonia.

Agradeço pelas dificuldades que elas me causaram, pois isso me desafiou e me ajudou a evoluir, do nível humano comum, a um nível de maior amor e compaixão, maior consciência, em que procuro viver hoje.

Quando eu tornar a lembrar destas pessoas que me fizeram sofrer, procurarei valorizar suas qualidades e também liberá-las, pedindo ao Criador que também as perdoe, evitando que elas sofram pela lei de causa e efeito, nesta vida ou em outras.
 
Também compreendo as pessoas que rejeitaram meu amor e minhas boas intenções, pois reconheço que é um direito de cada um, não poder ou não querer corresponder ao meu amor.

Faça agora uma pausa e respire profundamente por algumas vezes para acumular energia...

Quando se sentir pronto(a) continue.

Agora, sinceramente, peço perdão a todas as pessoas a quem, de alguma forma consciente ou inconsciente, magoei, prejudiquei ou fiz sofrer.

 Analisando o que fiz ao longo da minha vida, sei que minhas intenções foram boas, embora nem sempre tenha acertado e que, estas coisas que fiz de bom, são suficientes para resgatar a dor do meu aprendizado, ainda deixando um saldo positivo ao meu favor.

Sinto-me em paz com minha consciência e, de cabeça erguida, respiro profundamente.......... prendo o ar............ e me concentro para enviar uma corrente de energia destinada ao meu EU SUPERIOR. Ao relaxar, minhas sensações revelam que este contato foi estabelecido.

Agora, dirijo uma mensagem de fé, ao meu EU SUPERIOR, pedindo orientação, proteção e ajuda para a realização, de um modo acelerado, de um projeto muito importante que estou mentalizando e para o qual estou trabalhando com dedicação e amor. ( ...citar o projeto... ) e que será, com certeza, para o bem maior de todos os envolvidos.

Também peço que minha fé seja firme e que eu possa, cada vez mais, tornar-me um canal, uma conexão permanente com os Seres de Luz, desenvolvendo todos os potenciais que possam facilitar esta comunicação.
 
Que eu perceba todas as respostas às minhas perguntas e dúvidas, reconhecendo os sinais claros que estiver recebendo, sempre protegida e amparada pelo Universo.
 
Agradeço, de todo o coração, a todas as pessoas que me ajudaram e me comprometo a retribuir trabalhando para o bem do próximo, para sua alegria, seu bem-estar, atuando como agente catalisador de harmonia, entendimento, saúde, crescimento, entusiasmo, prosperidade e auto-realização.

Tudo farei sempre em harmonia com as leis da natureza e com a permissão do nosso Criador eterno e infinito que sinto como único poder real, atuante dentro e fora de mim.

ASSIM SEJA E ASSIM SERÁ.
 
 

quarta-feira, maio 22, 2013

A necessidade de vencer (OSHO)

 

“Quando um arqueiro atira por diversão
Ele está de posse de toda a sua habilidade.
Se atira para ganhar uma fivela de bronze
Já fica nervoso.
Se atira por um prêmio em ouro
Fica cego
Ou vê dois alvos – ele fica louco.
Sua habilidade não mudou.
Mas o prêmio deixa-o dividido.
Ele se preocupa,
Pensa mais em ganhar do que em atirar.
E a necessidade de vencer exaure suas forças.”
 
Continuação... (primeira parte aqui)

Agora, tente entender o sutra de Chuang Tzu: "A necessidade de vencer". De onde vem essa necessidade – a necessidade de vencer? Todo mundo está em busca da vitória, buscando vencer, mas porque surgiu essa necessidade de vencer?

Você não está de forma alguma consciente de que já é vitorioso, que a vida já aconteceu a você. Você já é um vencedor e nada mais é possível, tudo o que poderia acontecer já aconteceu com você. Você já é um imperador e não há nenhum outro reino a ser conquistado. Mas você não reconheceu isso, você não conhece a beleza da vida que já lhe aconteceu. Você não conhece o silêncio, a paz, a felicidade, que já estão presentes.

Porque você não está ciente desse reino interior, você sempre sente que algo é necessário, alguma vitória, para provar que você não é um mendigo.  

Qual é a necessidade de vencer? Você tem de provar a si mesmo. Você se sente tão inferior por dentro, você se sente tão ocioso e vazio – por dentro você se sente como se fosse um ninguém, por isso essa necessidade de provar. Você tem que provar que é alguém, e, a menos que você tenha provado isso, como pode ficar em paz?

Há duas maneiras, e tente entender que estas são as duas únicas maneiras. Uma delas é ir para fora, voltar-se para fora, e perceber que você é ninguém. Se você sair por aí, nunca será capaz de provar que é alguém. A necessidade permanecerá; na verdade, pode aumentar. Quanto mais você provar, mas vai se sentir como um mendigo; você vai se sentir assim sempre. Porque o mero ato de provar aos outros que você é alguém não faz de você alguém. No fundo, o sentimento de ser ninguém permanece. Ele continua açoitando o seu coração – o sentimento de que você é ninguém.

Conquistar reinos não vai ajudar, porque os reinos não vão entrar dentro de você e preencher a lacuna. Nada pode entrar em você. O que está fora permanecerá fora; o que está dentro permanecerá dentro. Não há um encontro. Você pode ter toda a riqueza do mundo, mas como você pode trazê-la para dentro para preencher o seu vazio? Não, mesmo com toda riqueza do mundo você ainda vai se sentir vazio, mais até, porque agora o contraste vai estar diante de você. É por isso que Buda abandonou seu palácio: ver toda a riqueza e ainda sentir o vazio interior, perceber que tudo é inútil.

Outra maneira é se voltar para dentro – não para tentar se livrar deste sentimento de ser ninguém, mas para percebê-lo. Isso é o que Chuang Tzu está dizendo: torne-se um barco vazio, apenas se volte para dentro e perceba que você é ninguém. No momento em que você perceber que é ninguém, você explode numa nova dimensão, porque, quando alguém percebe que é ninguém, também percebe que é tudo.

Você não é alguém, porque você é tudo. Como pode o tudo ser alguém? "Alguém" sempre será uma parte. Deus não pode ser alguém porque ele é tudo, ele não pode possuir nada porque ele é o todo. Apenas os mendigos possuem, porque as posses têm limitações. As posses não podem ser ilimitadas. “Ser alguém”  tem um limite, o “ser alguém” não pode ser sem limites, não pode ser infinito. “Ser ninguém” é infinito, assim como ser tudo. 

Na verdade, ambos são a mesma coisa. Se você está se movendo para fora, você vai sentir seu reino interior como um ninguém. Se você está se movendo para dentro, você vai sentir o mesmo ninguém como tudo. É por isso que Buda diz que shunya, o vazio absoluto, é brahman. Ser ninguém é perceber que você é tudo. Perceber que você é alguém é perceber que você não é tudo. E nada menos servirá.

Assim, a outra maneira é ir para dentro de si, não para lutar com esse sentimento de ser ninguém, não para tentar preencher esse vazio, mas para percebê-lo e tornar-se uno com ele. Seja o barco vazio e, então, todos os mares serão seus. Então você pode passar para o desconhecido, então não existirá qualquer impedimento para esse barco, ninguém pode bloquear seu caminho. Nenhum mapa é necessário. Esse barco avançará para o infinito. Agora todos os lugares são o objetivo, mas a pessoa tem que ir para dentro.

A necessidade de vencer é para provar que você é alguém, e a única maneira que conhecemos de provar isso é provar aos olhos dos outros, porque os olhos deles se tornam reflexos.

Qual é a necessidade de vencer? O que você quer provar? Aos seus próprios olhos você sabe que você é um nada, coisa nenhuma, e esse nada dói no seu coração. Você sofre porque você não é nada – então você tem que provar a si mesmo aos olhos dos outros. Você tem que criar uma opinião na mente das outras pessoas de que você é alguém, de que não é um nada. E olhando nos olhos delas você vai reunir  opiniões, a opinião pública, e por meio dela vai criar uma imagem. Essa imagem é o ego, não é o seu verdadeiro eu. É uma glória refletida, não é a sua própria – ela vem dos outros.

Este tipo sempre vai ter medo dos outros, porque eles podem pegar de volta tudo o que deram. Um político está sempre com medo do público, porque eles podem pegar de volta tudo o que lhe deram. É só emprestado; seu eu é um eu emprestado. Se você tem medo dos outros, você é um escravo, você não é um mestre.

Essa é a diferença entre o eu e o ego – o ego é um eu emprestado, ele depende dos outros, da opinião pública. O eu é o seu ser autêntico, não é emprestado, ele é seu. Ninguém pode pegá-lo de volta.

Veja, Chuang Tzu disse palavras bonitas:

“Quando um arqueiro atira por diversão
Ele está de posse de toda a sua habilidade”

Quando um arqueiro atira por diversão, ele está de posse de toda a sua habilidade. Quando você está brincando, não está tentando provar que você é alguém. Está à vontade, contente. Durante a brincadeira, apenas por diversão, você não está preocupado com o que os outros pensam de você.

Você já viu um pai numa luta simulada com o filho? Ele vai ser derrotado. Ele vai se deitar e a criança vai se sentar sobre o seu peito e rir, e dizer: “Eu sou o vencedor!” – E o pai vai ficar feliz. É só diversão. Na diversão você pode ser derrotado e ficar feliz. A diversão não é uma coisa séria, não está relacionada com o ego. O ego é sempre sério.

Então, lembre-se, se você é sério, você sempre está num tumulto interior. Um santo está sempre brincando, como se atirasse por diversão. Ele não está interessado em atirar num alvo específico, ele está apenas se divertindo.

Um filósofo alemão, Eugene Herrigel, foi ao Japão para aprender a meditar. No Japão eles usam todos os tipos de artifício para ensinar a meditar, incluindo o arco e a flecha. Herrigel era um arqueiro perfeito, acertava cem por cento. Nunca errava o alvo. Então ele procurou um mestre para aprender a meditar através do arco e da flecha, porque ele já era hábil nisso.

Depois de três anos Herrigel começou a sentir que aquilo era um desperdício de tempo, porque o mestre continuava insistindo que ele não deveria atirar. Ele dizia a Herrigel: “Deixe a flecha se lançar por si só. Você não deve estar presente quando aponta a flecha, deixe-a fazer ela mesma a pontaria.”

Era um absurdo. Para um ocidental em particular, era um completo absurdo: “O que quer dizer com isso, deixar que a flecha se lance por si só? Como uma flecha pode se atirar por si só? Eu tenho que fazer alguma coisa.” E ele continuava. E nunca errava o alvo.

Mas o mestre dizia: “O alvo não é o alvo coisa nenhuma. Você é o alvo. Eu não estou vendo se você está atingindo o alvo ou não. Essa é uma habilidade mecânica. Eu estou olhando para você, para ver se você está presente ou não. Atire para se divertir! Divirta-se, não tente provar que nunca perde o alvo. Não tente provar o ego. Ele já está lá, você está lá, não há necessidade de prova-lo. Fique à vontade e permita que a flecha atire a si mesma.”

Herrigel não conseguia entender. Ele tentou e tentou e disse repetidas vezes: “Se minha pontaria é cem por cento correta, por que você não me dá o certificado?”

A mente ocidental está sempre interessada no resultado final e a oriental está sempre interessada no começo, não no final – no arqueiro, não no alvo. O resultado final não tem importância. Então o mestre dizia: “Não!”

Então, completamente decepcionado, Herrigel pediu para ir embora. Ele disse: “Então eu terei que ir. Três anos é muito e não ganhei nada com isso e você continua dizendo não, e continua dizendo que ainda sou o mesmo.”

No dia em que estava para sair, ele tinha acabado de se despedir. O mestre estava ensinando outros discípulos. Naquela manhã, Herrigel não estava interessado em nada; ele estava partindo, tinha desistido de todo o projeto. Então, estava apenas esperando ali até que o mestre estivesse desocupado. Ele se despediria e iria embora.

Sentado em um banco, ele olhou para o mestre, pela primeira vez. Pela primeira vez em três anos ele olhou para o mestre. Na verdade, ele não estava fazendo nada; era como se a flecha estivesse atirando a si mesma. O mestre não estava sério, ele estava brincando, ele estava se divertindo. Não havia ninguém interessado no alvo.

O ego é sempre orientado para o alvo. A diversão não tem meta a alcançar, o divertimento está no início, quando a flecha deixa o arco. Se ela dispara, isso é acidental; se atinge o alvo, isso não é relevante; se atinge o alvo ou não, essa não é a questão. Mas, quando a flecha deixa o arco, o arqueiro deve estar brincando, se divertindo, sem se levar a sério. Quando está sério, você está tendo; quando não está sério, você está relaxado e, quando você está relaxado/à vontade, você está presente. Quando você está tenso, o ego está presente, você está entorpecido.

Pela primeira vez Herrigel olhou – porque agora ele não estava interessado. Aquilo não era mais da conta dele, ele tinha desistido da coisa toda. Ele estava indo embora, então não havia mais por que levar tudo a sério. Ele tinha aceitado o seu fracasso, não havia nada para ser provado. Ele olhou e, pela primeira vez, seus olhos não estavam obcecados com o alvo.

Ele olhou para o mestre e era como se a flecha estivesse atirando a si mesma do arco. O mestre estava só dando energia a ela, ele não estava atirando. Não estava fazendo nada, a coisa toda era feita sem esforço. Herrigel olhou e pela primeira vez entendeu o que significava.

Como que enfeitiçado, ele se aproximou do mestre, tomou o arco da sua mão e recuou a flecha. O mestre disse: “Você compreendeu. Isso é o que eu tenho dito para você fazer há três anos.” A seta ainda não tinha deixado o arco quando o mestre disse: “Concluído: o alvo foi atingido.” Agora ele estava se divertindo, ele não estava sério, ele não estava preocupado com o objetivo.

Essa é a diferença. A diversão não visa um objetivo, ela não tem objetivo. A diversão é apropria meta, o valor intrínseco, nada mais. Você se divertiu, é o que basta. Não há nenhum propósito, você brincou. Isso é tudo.

Quando um arqueiro está atirando por diversão, ele está de posse de toda a sua habilidade. Quando você está atirando para se divertir, você não está em conflito. Não há dois, não há tensão, sua mente não vai a lugar nenhum. Sua mente não está indo – então você está inteiro. Então a habilidade está lá.

Dizem de um pintor zen, um mestre zen... Ele estava fazendo um desenho, um projeto, para um pagode novo, um novo templo. Ele tinha o hábito de manter seu principal discípulo ao seu lado. Ele fazia o desenho, olhava para o discípulo e perguntava: “O que você acha?”.

E o discípulo dizia: “Não é digno de você.” Então ele o jogava fora.

Isso aconteceu 99 vezes. Três meses se passaram e o rei estava sempre perguntando quando o projeto seria concluído, quando o trabalho poderia começar. E um dia aconteceu: o mestre estava fazendo o projeto e a tinta secou, então ele disse ao discípulo para sair e preparar mais tinta.

O discípulo saiu e, quando voltou, ele disse: “O que? Você fez isso! Mas por que durante três meses não conseguiu fazer?”

O mestre disse: “Por sua causa. Você estava sentado ao meu lado e eu estava dividido. Você estava olhando para mim e eu estava preocupado com o resultado, não era divertido. Quando você ficou ausente, eu relaxei. Senti que não havia ninguém ali, fiquei inteiro. Eu não fiz este projeto, ele veio por si só. Durante três meses, ele não veio porque era eu quem o fazia.”

Quando um arqueiro está atirando por diversão, ele está de posse de toda a sua habilidade... porque todo o seu ser está disponível. E quando todo o seu ser está disponível, você tem uma beleza, uma graça, uma qualidade totalmente diferente de ser. Quando você está dividido, sério, tenso, você é feio. Você pode ter sucesso, mas seu sucesso vai ser feio. Você pode provar para alguém que você é alguém, mas você não está provando nada, você está simplesmente criando uma imagem falsa. Mas, quando você é total, descontraído, inteiro, pode ser que ninguém conheça você, mas você é.

E essa totalidade é a bênção, a bem-aventurança, a beatitude, que acontece a uma mente meditativa, que acontece na meditação.  Meditação significa totalidade.

Então, lembre-se, a meditação deve ser divertida, não deve ser um peso, um trabalho. Você não deve fazê-la como um homem religioso, você deve fazê-lo como um jogador. Como quem joga para se divertir. Você deve ser como um esportista, não como um empresário. Deve ser divertido, então toda a sua habilidade estará disponível, então ela irá florescer por si só. Você não será necessário. Nenhum esforço será necessário. Simplesmente todo o seu ser tem de estar disponível, toda a sua energia tem de estar disponível. Então, o florescimento vem por si só.

“Se atira para ganhar uma fivela de bronze, já fica nervoso...”

Se ele está numa competição apenas para ganhar um fivela de bronze, se algo deve ser realizado, um resultado é necessário, ele já fica ervoso, com medo. O medo vem: “Será que vou ter sucesso ou não?” Ele fica dividido. Uma parte da mente diz: “Talvez você tenha sucesso”; a outra parte diz: “Talvez você falhe.” Agora nem toda a sua habilidade está disponível, agora ele é meio a meio. E sempre que você está dividido, todo o seu ser se torna feio e doente. Você fica desassossegado.

“Se atira por um prêmio em ouro, fica cego ou vê dois alvos – ele fica louco...”

Vá ao mercado e observe as pessoas que estão atrás de outro. Elas são cegas. O outro cega mais homens do que qualquer outra coisa, o ouro ofusca os olhos completamente. Quando você está muito preocupado em ter sucesso, em chegar a um resultado, está muito ambicioso, quando você está muito obcecado pela medalha de ouro, você fica cego e começa a ver dois alvos. Você fica tão embriagado que começa a ver dois alvos.

Todo mundo está louco, fora da própria mente. Não são apenas os loucos que estão fora da mente, você também está fora da sua mente. A diferença é apenas de grau, não de qualidade; um pouco mais e a qualquer momento você pode cruzar a linha divisória. É como se você estivesse a 99 graus. Cem graus e você entra em ebulição, atravessou a fronteira. A diferença entre aqueles que estão em manicômios e aqueles que estão fora é só de quantidade, não de qualidade. Todo mundo está fora da própria mente, porque todo mundo está atrás de resultados, metas, propósitos. Algo tem que ser alcançado. Então, vem o nervosismo, o tremor interior, então você não pode ter quietude interior. E, quando você treme por dentro, o alvo se torna dois, ou mesmo quatro ou oito – então é impossível se tornar um arqueiro.

O arqueiro perfeito é sempre aquele que está se divertindo.

O homem perfeito vive a vida como se ela fosse uma diversão, uma brincadeira.

Veja a vida de Krishna. Se Chuang Tzu o tivesse conhecido, teria sido uma beleza. A vida de Krishna é divertida. Buda, Mahavira, Jesus, de um modo ou de outro parecem um pouco sérios, como se algo tivesse que ser alcançado – o moksha, o nirvana, o reino de Deus. Mas Krishna é absolutamente sem propósito – o tocador de flauta que vive apenas para se divertir, para dançar com as garotas, divertindo-se, cantando. Nenhum lugar para ir, está tudo aqui, então por que se preocupar com o resultado? Tudo está disponível agora, por que não aproveitar isso?

Se divertir-se é a indicação de um homem perfeito, Krishna é o homem perfeito. Na Índia, nunca chamamos a vida dele de Krishna charitra, seu caráter, nunca a chamamos assim. Nós a chamamos de Krishna leela, a sua diversão. Não é um caráter, não tem um propósito; é absolutamente despropositado.

É como uma criança pequena. Você não pode perguntar: “O que você está fazendo? Você não pode perguntar: “Qual é o significado disso?” Ela está se divertindo apenas correndo atrás das borboletas. O que ela vai atingir apenas pulando ao sol? A que fim esse esforço levará? A nenhum outro lugar! Ela não vai a lugar algum. Nós a chamamos de infantil e nos consideramos maduros, mas eu lhe digo que, quando você estiver realmente maduro, vai voltar a ser criança. Então, sua vida voltará a ser divertida. Você vai apreciá-la, cada pedacinho dela, você não vai ser tão sério. Um riso profundo vai se espalhar por toda sua vida. Será mais como uma dança e menos como um negócio; vai ser mais como cantar, cantarolar no banheiro, menos como fazer contas no escritório. Não vai ser matemática, vai ser apenas diversão.

“A habilidade dele não mudou.
Mas o prêmio deixa-o dividido.
Ele se preocupa,
Pensa mais em ganhar do que em atirar.
E a necessidade de vencer exaure suas forças.”

Se você parece tão impotente, tão sem forças, indefeso, a culpa é toda sua. Ninguém está exaurindo suas forças. Você tem infinitas fontes de poder, inesgotáveis, mas você parece esgotado, como se a qualquer momento fosse cair, sem que lhe reste nenhuma energia.

Para onde estão indo todas essas energias? Você está criando um conflito dentro de si mesmo – a sua habilidade é a mesma.

“A habilidade dele não mudou. Mas o prêmio deixa-o dividido. Ele se preocupa...”

Eu ouvi uma história. Aconteceu numa aldeia... Um homem pobre, filho de um mendigo, era jovem e saudável – tão jovem e tão saudável que, quando o elefante do rei passava pela aldeia, ele simplesmente agarrava o rabo do elefante e o animal não era capaz de se mover.

Às vezes era muito embaraçoso para o rei, porque ele ficava sentado sobre o elefante e todo o mercado se reunia e as pessoas riam. E tudo por causa do filho de um mendigo.

O rei pediu ao seu primeiro-ministro: “É preciso fazer alguma coisa. Isso é um insulto. Fiquei com receio de passar por aquela aldeia, e o menino às vezes visita outras aldeias também. Em qualquer lugar ele pode agarrar a cauda do elefante e ele não se moverá. Ele é tão forte, faça alguma coisa para esgotar sua energia.”

O primeiro-ministro disse: “Vou ter de consultar um sábio, porque eu não sei como esgotar sua energia. Não há nada para esgotar sua energia, porque ele é um mendigo. Se ele tivesse uma loja, sua energia poderia ser exaurida. Se ele estivesse trabalhando como escriturário num escritório, a energia seria descarregada. Se ele fosse professor numa escola primária, sua energia poderia ser esgotada. Mas ele não tem nada para fazer. Ele vive para se divertir, e as pessoas o adoram e lhe dão comida e leite, por isso nunca lhe falta comida. Ele está feliz, ele come e dorme. Por isso é difícil, mas eu vou.”

Então ele foi procurar um velho sábio. O Sábio lhe disse: “Faça uma coisa. Vá e diga ao rapaz que você vai lhe dar um rúpia de ouro todos os dias se ele lhe prestar um pequeno serviço – e o serviço é muito simples. Ele tem que ir ao templo da aldeia e acender uma lamparina. Ele tem apenas de acender uma lamparina, isso é tudo. E você vai lhe dar uma rúpia de ouro todos os dias.

O primeiro-ministro disse: “Mas como isso vai ajudar? Isso pode torna-lo ainda mais entusiasmado. Ele vai ter uma rúpia e vai se sentir cheio de energia. Ele nem mesmo se preocupará em pedir esmolas.”

O sábio disse: “Não se preocupe, basta fazer o que eu digo.”

Isso foi feito, e na semana seguinte, quando o rei passou, o menino tentou, mas não conseguiu, não conseguiu parar o elefante. Ele foi arrastado por ele.

O que aconteceu? Surgiu a preocupação, surgiu a ansiedade. Ele tinha que lembrar, durante 24 horas por dia ele tinha que lembrar que tinha de ir ao templo, todas as noites, e acender a lamparina. Isso se tornou uma preocupação, que dividiu todo o seu ser. Mesmo durante o sono, ele começou a sonhar que era noite: “O que você está fazendo? Vá e acenda a lamparina e pegue a sua rúpia.”

Então ele começou a guardar as rúpias de ouro – agora são sete, agora oito. Então começou a calcular que, dali a certo tempo, ele teria cem rúpias de ouro – e que essa quantia ia aumentar para duzentas. Entrou a matemática, acabou a diversão.  E ele tinha apenas uma pequena coisa a fazer, acender uma lamparina. Apenas um único minuto, nem mesmo um minuto, apenas uma coisa momentânea – mas tornou-se uma preocupação. E isso exauriu toda a sua energia.  

Se você está esgotado não é de admirar que a sua vida não esteja divertida. Você tem tantos templos e tantas lamparinas para acender, tantos cálculos na sua vida, que ela não pode ser um divertimento.
 
A habilidade dele não mudou – a habilidade é a mesma, mas o arqueiro, quando está atirando para se divertir, tem toda a sua habilidade disponível. A habilidade ele não mudou. Mas o prêmio o dividiu. Ele se preocupa. Surgiu a ansiedade, surgiu o nervosismo. Ele pensa mais em ganhar, agora não está preocupado em disparar a flecha. Agora a questão é como ganhar, e não como disparar a flecha. Ele passou do início ao fim. Agora o meio não é importante, o fim é importante, e sempre que o fim é importante a energia fica dividida, porque tudo o que pode ser feito é para ser feito com o meio, não com o fim. Os fins não estão em suas mãos.
 
No Gita, Krishna diz a Arjuna: "Não se preocupe com o fim, com o resultado. Basta fazer tudo o que é para ser feito aqui e agora e deixe o resultado para Mim, para a existência. Não pergunte o que vai acontecer, você simplesmente faz tudo o que é para ser feito. Fique preocupado com o meio e não pense no fim. Não seja orientado para os resultados."
 
Essa situação é bela e vale a pena considerar as frases de Chuang Tzu, porque Arjuna era um arqueiro, o maior arqueiro que a Índia já produziu. Ele foi o arqueiro perfeito.
 
Mas o fim entrou em sua mente. Ele nunca tinha se preocupado, nunca tinha acontecido antes. Sua arte com o arco era perfeita, sua habilidade era total, absoluta, mas, vendo aquele grande cerco de Kurukshetra, dois exércitos se defrontando, ele ficou preocupado. Qual era a preocupação? Era que ele tinha amigos em ambos os lados. Era um assunto de família, uma guerra entre primos e irmãos, então todo mundo estava ligado. Aqueles que estavam do outro lado também tinham parentesco com os deste lado. Todas essas famílias e parentes estavam divididos, e estavam uns contra os outros – era uma guerra rara, uma guerra familiar.
 
Krishna estava lutando ao lado de Arjuna, mas seu exército estava lutando do outro lado. Krishna dissera: "Vocês me amam tanto assim que terão que dividir meio a meio. Um lado pode ter a mim, e o outro lado pode ter os meus exércitos."
 
Duryodhana, o líder do outro lado, era tolo. Ele pensou: O que vou fazer com Krishna sozinho – e seu exército é tão grande. Então ele disse: "Eu vou escolher o seu exército."
 
Então, Krishna estava com Arjuna e Arjuna estava feliz, porque um Krishna é mais do que o mundo inteiro. O que podem fazer os exércitos – pessoas inconscientes, adormecidas? Um homem desperto vale muito mais.
 
Krishna tornou-se de grande ajuda quando Arjuna ficou confuso e sua mente, dividida. No Gita dizem que, ao olhar para esses dois exércitos, ele ficou perplexo. E estas são as palavras que ele falou a Krishna: "Minha energia está esgotada. Sinto-me nervoso, impotente, não tenho mais forças" – e ele era um homem de habilidade perfeita, um arqueiro perfeito.
 
O seu arco é conhecido como gandiva. Ele disse: "O gandiva parece muito pesado para mim. Fiquei impotente, meu corpo está dormente, e eu não consigo pensar e não consigo ver. Tudo ficou confuso, porque são todos meus parentes e vou ter que matá-los. Qual será o resultado? Carnificina, tantas pessoas mortas, e o que vou ganhar com isso? Um reino sem valor? Eu não estou interessado em lutar, o preço é alto demais. Eu gostaria de fugir e me tornar um sannyasin, um renunciante, para ir para a floresta e meditar. Isto não é para mim. Minha energia está esgotada."
 
Krishna disse a ele: "Não pense no resultado. Não está em suas mãos. E não pense que você é o realizador, porque, se você for o realizador, então o fim está em suas mãos. O realizador é sempre o divino, e você é apenas um instrumento. Preocupe-se com o aqui e o agora, com o meio, e deixe o fim para mim. Eu lhe digo, Arjuna, que essas pessoas já estão mortas, elas estão fadadas a morrer. Você não vai matá-las. Você é apenas o instrumento para revelar-lhes o fato de que elas já foram assassinadas, já estão mortas. Até onde eu posso ver, vejo-as mortas. Elas chegaram ao ponto em que a morte acontece – você é apenas um instrumento."
 
O sânscrito tem uma palavra bonita, não há equivalente em inglês ou em português: é nimitta. Nimitta significa que você não é o realizador, você não é a causa, nem mesmo uma das causas, você é apenas o nimitta. Você é só como um carteiro – o carteiro é o nimitta. Ele chega e entrega uma carta para você. Se a carta contém insultos, você não se zanga com ele. Você não diz: "Por que você me trouxe esta carta?" O carteiro não está preocupado, ele é o nimitta. Ele não escreveu a carta, ele não fez nada, não está preocupado com ela. Ele apenas cumpriu o seu dever. Você não vai ficar zangado com ele. Você não vai dizer: "Por que você trouxe esta carta para mim?"
 
Krishna disse a Arjuna: "Você é como um carteiro, você tem que entregar a morte para elas. Você não é o assassino; a morte vem do divino. Elas já a obtiveram., portanto, não se preocupe. Se você não for matá-las, outra pessoa fará isso." Se este carteiro não fizer isso, então alguém mais vai entregar a carta. Não é uma questão de saber se você vai estar lá ou não, ou se está de férias ou doente, e a carta não será entregue. Um carteiro substituto fará isso. Mas a carta tem de ser entregue. Portanto, não se incomode, não fique preocupado desnecessariamente; você é apenas um instrumento. Esteja preocupado com o meio, não pense no fim, porque, se você pensar no fim, a sua habilidade está perdida, você fica dividido.
 
E essas foram as palavras de Krishna: "É por isso que você está se sentindo tão esgotado, Arjuna. Sua energia não foi a lugar nenhum. Tornou-se uma consciência – então você está dividido. Você está lutando consigo mesmo. Uma parte diz vá em frente, outra parte diz que isso não é bom. Sua integridade se perdeu. E sempre que a totalidade se perde, você se sente impotente."
 
Um homem tão poderoso como Arjuna diz: "Eu não posso carregar este gandiva, este arco é muito pesado para mim. Fiquei nervoso. Eu sinto medo, um medo profundo, uma ansiedade cresceu em mim. Eu não posso lutar."
 
A habilidade é a mesma, nada mudou, mas a mente está dividida. Sempre que você está dividido você fica sem forças, quando você fica indiviso você é poderoso. Os desejos dividem você, a meditação não o divide. Os desejos o levam para o futuro, a meditação traz você para o presente.
 
Lembre-se disto como uma conclusão: não se mova para o futuro. Sempre que você sentir a sua mente indo para o futuro, volte para o presente imediatamente. Não tente completar o salto. Imediatamente, no momento em que você pensar, no momento em que se der conta de que a mente foi para o futuro, para o desejo, volte ao presente. Fique à vontade.
 
Você vai fracassar várias e várias vezes. Muitas e muitas vezes você não vai conseguir, porque este se tornou um hábito arraigado, mas mais cedo ou mais tarde, cada vez mais, você vai ficar à vontade. Então a vida fica divertida, vira um brincadeira. E então você fica tão cheio de energia que ela transborda de você – uma enxurrada de vitalidade. E essa enxurrada é felicidade.
 
Sem forças, esgotado, você não pode estar em êxtase. Como pode dançar? Para dançar, você vai precisar de uma energia infinita. Exaurido, como você pode cantar? Cantar é sempre um transbordamento. Morto como você está, como pode orar? Somente quando você está totalmente vivo um agradecimento brota do seu coração, uma gratidão. Essa gratidão é a oração.
 
Basta por hoje.
 
 

segunda-feira, maio 20, 2013

O Instante Atômico (OSHO)

 
“Quando um arqueiro atira por diversão
Ele está de posse de toda a sua habilidade.
Se atira para ganhar uma fivela de bronze
Já fica nervoso.
Se atira por um prêmio em ouro
Fica cego
Ou vê dois alvos – ele fica louco.
Sua habilidade não mudou.
Mas o prêmio deixa-o dividido.
Ele se preocupa,
Pensa mais em ganhar do que em atirar.
E a necessidade de vencer exaure suas forças.”
 

Se a mente está cheia de sonhos, você não pode ver com clareza. Se o coração está cheio de desejos, você não pode sentir direito. Desejos, sonhos e esperanças – o futuro perturba você e, seja qual for, ele está no presente. Quando você está dividido, o desejo leva você para o futuro, e a vida é aqui e agora. A realidade é aqui e agora, e o desejo leva você para o futuro. Então você não está mais aqui. Você vê, mas ainda assim não vê; você ouve, mas ainda assim não ouve; você sente, mas o sentimento é vago, não pode ser profundo, não pode ser penetrante. É assim que a verdade se perde.

As pessoas continuam perguntando onde encontrar o divino, onde encontrar a verdade. Não é uma questão de encontrar o divino ou a verdade. O divino sempre esteve aqui, nunca foi a outro lugar, não pode ir. Ele está onde você está, mas você não está presente, sua mente está em outro lugar. Seus olhos estão cheios de sonhos, seu coração está cheio de desejos. Você avança para o futuro, e o futuro é uma ilusão. Ou você volta para o passado, e o passado já está morto.

O passado não existe mais e o futuro ainda vai acontecer. Entre esses dois está o momento presente. Este momento é muito breve, tão breve quanto possível, é atômico, não é possível
dividi-lo – ele é indivisível. Este momento passa num piscar de olhos. Se o desejo entra em cena, você perdeu o momento; se existe um sonho, você está perdendo o momento. 

A religião como um todo não consiste em levar você a algum lugar, mas em trazê-lo de volta para o aqui e agora, trazê-lo de volta para o todo, de volta para onde você sempre esteve. Mas a cabeça já foi embora, para muito longe. Essa cabeça tem de ser trazida de volta. Portanto, não se deve procurar Deus em algum lugar – é por isso que você está sentindo falta dele, porque você o está procurando num lugar. Ele está aqui esperando você.

Uma vez aconteceu de Mulá Nasruddin chegar em casa totalmente bêbado, cambaleando. Ele bateu à porta da sua própria casa, bateu uma, duas vezes. Já era meia-noite e meia. A esposa veio abrir e Nasruddin lhe perguntou: “Você pode me dizer, minha senhora, onde mora o Mulá Nasruddin?” 

A esposa disse: “Isso já é demais! Você é o Mulá Nasruddin!”

O Mulá Nasruddin respondeu: “Tudo bem, eu sei disso, mas a senhora não respondeu à minha pergunta. Onde ele mora?”

A situação é essa. Embriagado de desejos, cambaleando, você bate à sua porta e pergunta onde é a sua casa. Você está na verdade perguntando quem você é. Esse é o seu lar, e você nunca o deixou, é impossível deixa-lo. Não é algo fora de você que vai sair e ir embora. É o seu interior, é o seu próprio ser. 

Perguntar onde está Deus é tolice, porque você não pode perder Deus. Ele é o seu interior, seu íntimo, sua essência. É a sua existência: você o respira, você vive nele e não pode ser de outra maneira. a única coisa que aconteceu é que você ficou tão embriagado que não consegue reconhecer o seu próprio rosto. E a menos que você volte a ficar sóbrio, vai continuar procurando e continuar não se reconhecendo.

Tao, Zen, Yoga, Sufismo, Hassidismo, estes são, todos eles, métodos para trazer você de volta, para torna-lo sóbrio de novo, para destruir a sua embriaguez. Por que você está tão bêbado? O que o leva a ficar tão bêbado? Por que os seus olhos estão tão sonolentos? Por que você não está alerta? Qual é a causa de tudo isso? A causa é que você deseja.

Tente entender a natureza do desejo. O desejo é alcóolico, o desejo é a maior droga que existe. A maconha não é nada, o LSD não é nada. O desejo é o maior de todos os LSD – o suprassumo das drogas. 
 
Qual é a natureza do desejo? Quando você deseja, o que acontece? Quando você deseja, você cria uma ilusão na mente; quando você deseja, já se afastou do aqui e agora. Agora você não está mais aqui; você está ausente, porque a mente está criando um sonho. Essa ausência é a sua embriaguez.
 
O fato é esse, mas só depois que você o conhece, só então. Você sempre ouve Buda ou Jesus ou Zaratustra dizendo: "Pare de desejar e você será feliz". Mas você não consegue deixar de desejar, você não consegue entender como pode ser feliz abandonando o desejo, porque você só provou até hoje do desejo. Ele pode ser venenoso, mas tem sido seu único alimento. Você tem bebido de fontes envenenadas e, quando alguém diz: "Largue isso", você pensa: "Mas eu vou morrer de sede". Você não sabe que existem fontes límpidas, e não sabe que existem árvores com frutas raras. Você olha apenas através do seu desejo, então não pode ver os frutos, árvores e as mais cristalinas nascentes. O tempo todo, apenas o que os seus desejos permitem entra em você. Seus desejos são como um vigia na porta do seu ser. Eles só permitem aquilo que os atrai. Mude esse vigia, caso contrário você se deparará somente com o descontentamento.
 
Fique no presente. Neste exato momento, as portas do céu estão abertas. Não há necessidade nem mesmo de bater, porque você não está fora do céu, você está dentro. Basta ficar atento e olhar ao redor, sem ter olhos cheios de desejo, e você dará uma sonora gargalhada. Você vai rir da piada toda, do que vem acontecendo. É como um homem sonhando à noite.

Isso aconteceu uma vez: um homem estava muito perturbado – as noites eram simplesmente pesadelos contínuos. Sua noite toda era uma luta. Era tão doloroso que ele sempre estava com medo de ir dormir. Ele tinha sonhos muito ruins, violentos. A natureza dos sonhos era tal que , no momento de adormecer, ele começava a ver milhares de leões, dragões, tigres, crocodilos, milhares deles embaixo de sua pequena cama.  Assim, ele não podia dormir porque a qualquer momento eles poderiam atacar. Ele foi tratado pelos médicos, mas nada ajudou. Foi analisado por psicólogos, psiquiatras, mas ninguém conseguiu ter sucesso. Então um dia ele saiu de casa rindo.

Os vizinhos, então, perguntaram: “O que aconteceu? Você está rindo? Nós não vemos você rir há anos. O que aconteceu com os seus pesadelos?”

O homem disse: “Eu contei ao meu cunhado e ele me curou.”

Os vizinhos perguntaram: “O seu cunhado é um grande psicólogo, psicanalista, ou algo assim? Como ele conseguiu cura-lo?”

O homem disse: “Ele é carpinteiro. Ele simplesmente cortou as pernas da minha cama. Agora não há mais espaço embaixo dela, então eu dormi pela primeira vez!”

Você cria um espaço – e o desejo é a maneira de criar esse espaço. Quanto maior for o desejo, maior é o espaço criado. Porque, se o desejo deve ser satisfeito em um ano, então você tem espaço de um ano. Você pode se mover nele, mas vai encontrar muitos répteis, muitos dragões. Esse espaço que é criado pelo desejo, você chama de tempo. Se não há desejo, não há necessidade de tempo.

Só um único instante existe – nem mesmo dois instantes, porque o segundo instante é necessário apenas para o desejo, não é necessário para sua existência. A existência é completamente preenchida, totalmente, num só instante.

Lembre-se: se você acha que o tempo é algo exterior a você, está enganando a si mesmo. O tempo não é algo fora de você. 

Se o homem desaparecer da face da Terra haverá tempo? As árvores vão crescer, os rios fluirão, as nuvens ainda flutuarão no céu, mas, eu pergunto, haverá tempo?  Não haverá nenhum tempo. Haverá instantes, ou melhor, haverá um instante – e, quando um instante desaparece, outro passa a existir. Um desaparece, outro passa a existir. Mas não existe tempo como tal. Apenas o instante atômico existe.

As árvores não desejam nada, elas não desejam florescer; as flores virão naturalmente. Faz parte da natureza da árvore florescer. Mas a árvore não está sonhando, a árvore não está em movimento, ela não está pensando, não está desejando.

Se o homem não existir, não haverá tempo, apenas instantes eternos. Você cria o tempo com o desejo. Quanto maior o desejo, mais o tempo é necessário.

Mas por que o tempo é necessário? Você não pode estar aqui e agora sem tempo? Esse instante não é suficiente? Instante em que você está simplesmente sentado perto de mim, sem passado, sem futuro? Um instante que está entre o passado e o futuro, que é atômico, que é realmente como se fosse não existencial. Ele é tão pequeno que você não pode agarrá-lo; se fizer isso, já será passado. Se você pensar, estará no futuro. Você pode estar nele, mas não pode agarrá-lo. Quando você o agarra, ele já se foi; quando você pensa nele, ele não está presente.

Quando ele está presente, só uma coisa pode ser feita – você pode vivê-lo, isso é tudo. Ele é tão pequeno, estreito, que você só pode viver nele, mas ele é tão vital que dá vida a você.

Lembre-se, ele é exatamente como o átomo, tão pequeno que não pode ser visto. Ninguém viu o átomo ainda, nem mesmo os cientistas. Você só pode ver as consequências. Os cientistas foram capazes de explodi-lo – Hiroshima e Nagasaki foram as consequências. Vimos Hiroshima queimando, mais de cem mil pessoas atingidas – essa é a consequência. Mas ninguém viu o que aconteceu na explosão atômica. Ninguém viu o átomo com seus próprios olhos. Ainda não existem instrumentos que possam vê-lo.

O tempo é atômico, este instante também é atômico. Ninguém pode vê-lo, porque, quando você o vê, ele já passou. No tempo necessário para vê-lo, ele já passou – o rio fluiu, a seta se moveu. Ninguém jamais viu o tempo. Você continua usando a palavra “tempo”, mas, se alguém insistir numa definição, você vai ficar perdido.

Alguém pediu a Santo Agostinho: “Defina Deus. Que quer dizer quando usa a palavra Deus?”

Agostinho disse: “É exatamente como o tempo. Eu posso falar sobre ele, mas, se você insistir numa definição, vou ficar perdido.”

Você pode continuar perguntando às pessoas sobre o tempo. Elas vão olhar para o relógio e lhe dirão as horas. Mas se você realmente perguntar: “O que é o tempo?”, se você pedir uma definição, não vai adiantar consultar o relógio.

Você pode definir o tempo? Ninguém jamais o viu, não há como vê-lo. Quando você olhar, ele se foi; se você pensar, ele não está lá. Quando você não pensa, quando você não olha, quando você simplesmente é, ele está ali. Você o vive. E Santo Agostinho está certo: a divindade pode ser vivida, mas não pode ser vista. O tempo pode ser vivido, mas não pode ser visto. O tempo não é um problema filosófico, é existencial. A divindade também não é filosófica, é existencial. As pessoas a vivem, mas, se você insistir numa definição, elas vão permanecer em silêncio, não conseguem responder. E se você conseguir ficar neste momento, as portas para todos os mistérios estarão abertas.

Então jogue fora todos os desejos, retire toda a poeira dos olhos, mergulhe e fique à vontade dentro de si, sem desejar coisa alguma, nem mesmo a divindade. Todo desejo é igual, seja por um carro luxuoso, um deus, ou uma mansão, não faz diferença. Desejo é desejo. Não deseje – apenas seja! Nem mesmo olhe – apenas seja! Não pense! Deixe que este momento aconteça, e fique nele, e de repente você tem tudo – porque a vida está presente. De repente tudo começa  a se derramar sobre você, e então este momento torna-se eterno e não há mais tempo. É sempre o agora. Ele nunca termina, nunca começa. Mas você está nele, não é um estranho.  Você entrou no todo, reconheceu quem você é.
Continua... 
 
 

sábado, maio 18, 2013

Resultados obtidos a partir do correto Desapego à Matéria - 5/5


Masaharu Taniguchi

 
Outro dia, o sr. Tobita, residente em Yokohama, compareceu à reunião da Seicho-No-Ie e contou um caso curioso. Sua irmã foi salva pela Seicho-No-Ie e se tornou adepta fervorosa. Passou a divulgar os ensinamentos a todos os seus parentes e conhecidos, oferecendo-lhes a revista Seicho-No-Ie ou pregando sermões. Tendo uma parente que mora longe e está acamada há muito tempo, foi visitá-la com o intuito de permanecer na casa dela por três dias. Chegando lá, expôs à enferma os ensinamentos da Seicho-No-Ie: "O homem é filho de Deus. A doença não existe. As pessoas, quando adoecem, recorrem desesperadas a médicos e remédios. Entretanto, os remédios são substâncias materiais sem vida. Na matéria não existe força para curar a doença". Justamente nesse momento o filho da enferma chegou com os remédios que acabara de comprar. O ambiente ficou tenso, pois a visitante estava pregando a inutilidade dos remédios. O moço não gostou e reagiu violentamente: "Estou fazendo todo o possível para curar minha mãe, e vem você dizer que todo o meu esforço é inútil! Com apenas um sermão quer inutilizar tudo que fiz até hoje e ganhar a confiança de minha mãe?". Assim gritando, atirou os vidros de remédio diante dela. Ela fora com sincero desejo de curar a parente e no entanto foi agredida devido a uma mal-entendido. Isso a deixou profundamente magoada. Nessa noite, ela pousou na casa deles, mas não conseguiu dormir. Passou a noite inteira se remoendo. Na manhã seguinte, ao se levantar, notou que o dorso da mão direita estava inchado, formando uma saliência com hemorragia interna. Vendo isso, ela se lembrou de que há sete anos sofrera contusão exatamente naquela parte da mão. A alteração mental fez com que a mesma lesão reaparecesse depois de sete anos. Ela passara a noite inteira curtindo a mágoa, e na manhã seguinte essa dor interior se materializou em forma de lesão idêntica à que sofrera sete anos antes. Nesse instante, ela refletiu: "Aprendi na Seicho-No-Ie que o corpo carnal é projeção da mente. Realmente esta inflamação foi causada por minha mente. Aprendi também que não devo ficar obstinada em nada, nem em fazer o bem. Quando a mente fica obstinada em fazer algo, até um bem se transforma em mal. Eu estava obstinada em salvar essa enferma, perdendo minha flexibilidade mental. Eu errei". Ela percebeu seu erro e começou a massagear levemente a parte inchada, pedindo perdão mentalmente. Então, a mão desinchou rapidamente, ficando apenas um tênue hematoma. No mesmo dia regressou a Yokohama e mostrou a mão ao sr. Tobita, seu irmão. Este também se lembrou da contusão que ela sofrera naquela mão há sete anos e perguntou: "Mana, você feriu essa mão há sete anos, e como é que o hematoma reapareceu agora?". Ela explicou que passara a noite toda se remoendo e que seu ressentimento se materializara, provocando essa hemorragia interna. Disse que o corpo é realmente projeção da mente e que estava impressionada com a veracidade dos ensinamentos da Seicho-No-Ie. Este é o teor do que o sr. Tobita contou na referida reunião.

Este relato mostra de modo claro que a mente pode provocar hemorragia interna. Logo, é inegável que a mente tem muito a ver com a hemorragia pulmonar. Ignorando a mente, não se pode curar verdadeiramente a hemorragia pulmonar nem outra doença qualquer. Mostra-no eloquentemente o caso de asma do sr. Ishibashi e também o caso narrado pelo sr. Tobita, ou seja, ressurgimento de hematoma após sete anos, pela ação da mente.

Para finalizar esta palestra, citarei o caso de uma pessoa que se curou instantaneamente de hemorragia interna. É um caso narrado pelo sr. Ki-iti Furuya, que trabalha no laboratório de anatomia patológica da Faculdade de Medicina da Universidade Keiô.

Certo dia, o sr. Furuya foi mordido no pé por um cachorro. Por precaução começou a tomar vacina contra raiva. Parece-me que essa vacina, para ser eficaz, precisa ser aplicada durante dezoito dias consecultivos. Acontece que, no 13º dia, ele teve uma febre que chegou a quarenta graus. Assustado, consultou um médico amigo, o qual desconfiou que fosse tifo. o sr. Furuya foi internado na ala de isolamento e submetido a vários exames, mas não foi detectado nenhum agente causador de tifo. Nessa época, estranhamente, suas pernas ficaram adormecidas, e essa dormência começou a subir pelo corpo, chegou ao tórax, atingiu os braços e, quando chegou ao pescoço, ele perdeu os sentidos. Acordou após uma semana, mas parecia-lhe que havia dormido no máximo dois dias. Depois disso, a dormência começou a ceder, como se abaixasse o nível de água de uma garrafa. Esse processo foi tão lento que levou vários anos para que o nível de dormência abaixasse até a metade do tórax. E, quando chegou a esse ponto, estagnou. Obviamente, a parte inferior do corpo continuou adormecida. Certo dia, ele recebeu a visita do sr. Nirô Hattori, que levou os volumes 5 e 6 da coleção A Verdade da Vida e falou sobre os ensinamentos da Seicho-No-Ie. Na primeira visita, o sr. Furuya não conseguiu se equilibrar sentado. Mesmo que alguém o colocasse nessa posição na cama, ele caía. Porém, na terceira vez em que o sr. Hattori o visitou e falou sobre a Verdade, ele conseguiu ficar sentado e sua sensibilidade voltou um pouco, até o nível da boca do estômago. O sr. Furuya ficou exultante. Entretanto, a melhora estagnou nesse ponto. Então ele foi trazido à minha presença e perguntou porque a melhora não prosseguia apesar de ter lido várias vezes aqueles volumes da coleção A Verdade da Vida. Perguntei-lhe: "Suas pernas estão vivas, não estão? E não têm sensibilidade?". Ele respondeu "Vivas elas estão, mas não têm tato nem sentem nada" e prosseguiu: "Cientificamente, a paralisia das pernas é causada por problema na medula espinhal". Eu lhe disse o seguinte: "A espinha é formada de vértebras sobrepostas uma em cima da outra, como contas de um rosário e está ligada ao cérebro, que é a parte mais alta e importante do corpo humano. Você diz que suas pernas não param em pé devido a problema na medula que fica dentro da espinha. Saiba que a espinha e o cérebro representam a ascendência, isto é, antepassados. Por outro lado, as pernas param em pé quando se apoiam no solo, que também representam os antepassados. Logo, o fato de você não parar em pé significa que têm problema com seus antepassados. Acho que você não está orando devidamente e cultivando sentimento de gratidão para com seus antepassados. Ofereça a leitura da sutra sagrada Chuva de Néctar da Verdade a seus antepassados com bastante dedicação". Prosseguindo a conversa, ele me contou que se casara contrariando a vontade dos pais e praticamente havia rompido as relações com eles, isto é, com a família que lhe dera origem. "Aí está o problema. "Você precisa cultuar os antepassados de sua família de origem, pedir perdão e orar a eles lendo a sutra sagrada" - este foi o conselho que lhe dei. O sr. Furuya, com docilidade rara num cientista, procedeu exatamente conforme meus conselhos. Consequentemente, por incrível que pareça, suas pernas recobraram a sensibilidade e o movimento. Ele, que estava internado, disse a si mesmo: "Hoje deixo este hospital. Na próxima vez que voltar aqui, virei andando a pé". E, no caminho de volta para sua casa, passou na Sede da Seicho-No-Ie para me agradecer. Isso foi há pouco tempo.

Além da dormência, ele tinha outro problema nas pernas: por ter ficado vários anos com as pernas estivadas, havia se formado gordura atrás dos joelhos, o que impedia a articulação. Entretanto, essa gordura desapareceu sem que ele percebesse, e agora ele consegue dobrar facilmente os joelhos, razão pela qual estava sobremaneira contente.

Atualmente, na Faculdade de Medicina da Universidade Keiô, muitos médicos estão lendo A Verdade da Vida por indicação do sr. Furuya. Ele tem um amigo que é especialista em patologia. Esse médico também conheceu a Seicho-No-Ie por intermédio do sr. Furuya. Certo dia, ele caiu de um lugar alto e sofreu forte contusão na coxa. Devido à hemorragia interna, toda a parte lateral da coxa ficou coberta de hematomas. O volume que ele estava lendo explicava de modo muito claro que o corpo carnal é projeção da mente. Ele compreendeu que a lesão que recebera na coxa era também projeção de sua mente. Até então, pensava que tal lesão fosse curada por fatores externos, mas compreendeu que não era assim. Entendeu que a lesão externa também é projeção da mente. Nesse momento, sentiu vontade de examinar os hematomas de sua coxa e, ao fazê-lo, teve uma surpresa: não havia nem sinal de hematoma! A pele, que até minutos antes estava coberta de manchas roxeadas, agora estava limpa, perfeita.

Essa é uma experiência que um médico vivenciou em seu próprio corpo, com grande espanto. Ele guardou silêncio a respeito, pois seus colegas médicos não iriam compreender. Entretanto, contou ao sr. Furuya, dizendo: "Você é capaz de compreender essa cura instantânea de hemorragia interna".

Obviamente, o sangue acumulado no hematoma é absorvido pelo organismo, mas o processo é lento. A absorção quase instantânea é considerada um milagre pelos médicos. Isso pode ser chamado de milagre, mas do ponto de vista da Seicho-No-Ie, não é nenhum milagre. Quando se pensa que o corpo carnal é uma existência sólida, a absorção do sangue extravasado se processa lentamente, pois passa por uma série de operações físicas. Porém, quando se compreende que o corpo carnal é uma sombra, uma imagem projetada, a cura se processa no momento em que se troca o "filme mental". Portanto, não há nada de estranho nesse fato. O importante é compreender que a matéria não existe verdadeiramente, que o corpo carnal é sombra da mente, que o mundo material é projeção da mente, que a situação do sr. Ishibashi era manifestação de sua mente, que a paralisia do sr. Furuya também era produto da mente e que a hemorragia interna do patologista também era projeção da sua mente. Ao compreendermos isto, tornamo-nos capazes de mudar livremente nosso ambiente e nosso corpo, que pareciam existências materiais imodificáveis.

Termino aqui esta palestra, pois já me prolonguei demais.


(Do livro "A Verdade da Vida, vol. 27", pgs. 82 à 88)
 

quinta-feira, maio 16, 2013

Resultados obtidos a partir do correto Desapego à Matéria - 4/5

Masaharu Taniguchi
 
 
No dia 17 de junho de 1934, houve a inauguração do núcleo da Seicho-No-Ie de Kobe, na sobreloja de um escritório, em Motomati. Um dos adeptos convidou o sr. Ishibashi, mas este recusou o convite porque não tinha dinheiro, embora estivesse com vontade louca de participar. Ante a insistência do amigo, pegou todo o dinheiro que possuía e foi assistir à inauguração. Ele ainda não era assinante da Revista Seicho-No-Ie. Queria ser, mas não tinha dinheiro para pagar a assinatura anual, que era de 3 ienes e 60 centavos. Tinha na carteira só 2 ienes, que estavam reservados para o aluguel. Não resistindo à vontade de se tornar assinante, foi falar com o encarregado: "Quero fazer uma assinatura, mas não tenho o dinheiro suficiente. Só posso pagar a metade, correspondente a seis meses de assinatura. Pode ser?". Foi aceito, pagou 1 iene e 80 centavos e mais 20 centavos da fotografia de recordação, totalizando 2 ienes. Ficou com a carteira vazia. Ele orou mentalmente: "Deus, hoje me tornei adepto da Seicho-No-Ie, desembolsando toda a economia que possuía. Doravante, entrego a minha sorte em Vossas mãos e conto com a Vossa infinita provisão".

Ao retornar para casa, teve uma surpresa desagradável: havia chegado uma carta da companhia de seguros, alertando que, se ele não pagasse a cota de seu seguro de vida no valor de iene até o dia 20, perderia tudo que havia investido durante dez anos. "E agora? Se tivesse aqueles 2 ienes...", pensou meio arrependido. Mas, em seguida acalmou-se, pensando: "Não, agi conforme a vontade de Deus; logo, Ele me orientará novamente de alguma forma".

No dia seguinte, o administrador foi falar com o sr. Ishibashi. Este ficou preocupado, pois havia gasto no dia anterior o dinheiro que estava reservado para o aluguel. Mas o administrador não disse nada sobre o aluguel. Ele fora pedir um favor: "Tenho um amigo que está sofrendo de dores na região ciática e não consegue se levantar. Queria que você o curasse. Peço também que faça um bom desconto no preço do tratamento porque ele é uma pessoa a quem devo muitos favores". Os dois foram à casa do doente, que estava acamado e gemendo de dor. O sr. Ishibashi, mentalizando "Deus, conto com o Senhor", introduziu suas agulhas no corpo do paciente. Como aprendera na Seicho-No-ie que é possível curar doenças apenas pelo poder da palavra, ele disse convictamente: "A dor já passou, não é mesmo?!". O paciente respondeu: "Sim, desapareceu completamente". O sr. Ishibashi continuou: "Agora, levante-se". O paciente, que até há poucos instantes estava gemendo e não podia se mover, levantou-se prontamente. "Se conseguiu se levantar, consegue andar. Vamos, tente", disse o sr. Ishibashi. O paciente começou a andar pelo quarto. O administrador, que a tudo assistia, sem saber que o sr. Ishibashi havia feito mentalização e aplicado o poder da palavra, ficou abismado, pensando que o efeito rápido fosse resultado exclusivo da acupuntura, e disse: "Puxa, não sabia que sua acupuntura fosse tão eficaz!". Agora vou mesmo arranjar muitos clientes para você!". O paciente perguntou o preço, e o sr. Ishibashi respondeu que costumava cobrar 2 ienes, mas que deixava pela metade porque havia prometido ao administrador um bom abatimento. Ele, no entanto, não achou justo pagar tão pouco por um tratamento tão eficaz e, calculando a média, pagou 1,5 iene.

Logo depois que o sr. Ishibashi voltou para casa, chegou o cobrador da seguradora, que levou embora esse 1,5 iene (risos na plateia). Desde então, tudo passou a correr favoravelmente para ele. Por incrível que pareça, ele recebia a quantia necessária toda vez que precisava de dinheiro. Percebeu que assim ela a "provisão infinita" de que fala a Seicho-No-Ie. Compreendeu que a dificuldade financeira não existe para ele, mesmo sendo pobre, e agradeceu muito.

Dias depois, quando folheava um jornal, chamou-lhe a atenção o nome Seijin Ishibashi estampado na coluna de classificados, pois ele tem o mesmo sobrenome. Ele se chama Kan-iti Ishibashi. Parecia que conhecia esse nome de algum lugar. Acima do nome, estava escrito "50 ienes". Quando viu o endereço na linha seguinte, ficou surpreso: era o seu próprio endereço! Então se lembrou de que usara esse pseudônimo e se inscrevera num concurso de frases para um comercial de certo colírio, pensando em ganhar o prêmio pecuniário, pois estava precisando de dinheiro. Mas havia se esquecido completamente disso. E fora classificado entre os cinco melhores, dentre mais de 570.000 candidatos! E o prêmio era de 50 ienes. Se ficasse em sexto lugar, o prêmio seria apenas de trinta ienes. Sentiu-se muito feliz, pois somente fatos bons estavam acontecendo a ele. A diferença entre o quinto lugar e o sexto é tão sutil que não pode ser medida com uma régua. Neste caso, a diferenciação dependeu do critério subjetivo dos jurados. Ele me agradeceu dizendo: "Algo exerceu uma influência sutil na mente dos jurados e os fez optar por minha frase, dando-me o quinto lugar e o prêmio de cinquenta ienes. E isso aconteceu exatamente quando me tornei assinante da revista Seicho-No-Ie! Até nesses fatos está atuando as mãos da Providência!".

No dia seguinte, o sr. Ishibashi recebeu um envelope da indústria de colírio. Dentro dele havia um cheque de cinquenta ienes, que dizia: "Vossa senhoria classificou-se em quinto lugar no Concurso de frases promovido por nós, fazendo jus a este prêmio". A vontade dele era sacar imediatamente esse cheque e pagar todas as dívidas, mas queria contar o fato e mostrar o cheque na reunião da Seicho-No-Ie que iria se realizar três dias depois. Por isso ficou conservando o cheque durante três dias, foi à reunião e mostrou-o a todos, dizendo: "Olhem bem: são os cinquenta ienes que recebi de Deus!", e prosseguiu: "Este dinheiro é realmente uma dádiva que recebi de Deus. Logo, não posso usá-lo apenas segundo as minhas conveniências. Mestre, gostaria que o senhor me orientasse como usá-lo". Perguntei-lhe quanto devia, e ele explicou que devia tantos ienes para fulano, tantos de aluguel, etc. Então estipulei os valores a serem pagos a cada credor, de modo que os cinquenta ienes fossem bem distribuídos.

O sr. Ishibashi guardou na gaveta a quantia destinada ao aluguel e ficou esperando o administrador aparecer. Quando o viu passar na rua, chamou-o: "Ei, venha cá". O administrador disse que estava muito ocupado e se foi, como se estivesse fugindo. "Que estranho! Quando ele vinha cobrar o aluguel, eu arranjava desculpas e fugia dele; agora eu quero pagar o aluguel e ele foge arranjando desculpas. A situação se inverteu. É realmente extraordinária a força de Deus!" - assim pensou o sr. Ishibashi (risos na plateia). No dia seguinte viu-o novamente passar na rua e chamou-o, mas ele nem parou, dizendo que estava com pressa. No terceiro dia, ao vê-lo passar, parou-o decidido a saldar o aluguel atrasado. O administrador, com má vontade, perguntou:

- Que quer comigo? Por que anda me chamando todos os dias?
- Quero pagar o aluguel. Por que foge de mim toda vez? - respondeu o sr. Ishibashi.
- Ah! o aluguel? Por que não me disse?
- Ora, não podia gritar na rua: "Vou pagar o aluguel".
- Bem, isso é verdade. Mas eu não podia imaginar que você quisesse pagar o aluguel, pois ainda não chegou o último dia do mês.
- Por que estava fugindo de mim?
- Pensei que você estivesse atrás de mim para pedir que lhe apresentasse clientes porque está chegando o fim do mês e que, se eu não lhe apresentasse cliente algum, você usaria isso como pretexto para não pagar o aluguel. (Risos na plateia)

O sr. Ishibashi ficou exultante. Ele, que antes precisava andar fugindo do administrador, agora estava em condição até de exigir qualquer coisa do administrador, inclusive clientes. O administrador, que antes gritava rudemente, agora era amável e amigo do sr. Ishibashi.

Passado algum tempo, o administrador levou sua filha de uns 13 anos de idade, pedindo ao sr. Ishibashi que a curasse. "Que ela tem?", perguntou o sr. Ishibashi.O administrador explicou: "Ela caiu da varanda e torceu o tornozelo. No Hospital da Província, o médico disse que as vértebras lombares estão deslocadas e que a garota precisaria ficar internada durante seis meses, mas não garantiu a cura total. Então queria que você a curasse com o seu poder". O sr. Ishibashi examinou a menina e disse: "A coluna está torta e é grave. Creio que vai levar uns três meses para ficar boa, e não seis meses como previu o médico. Quer se tratar comigo?". A menina concordou e passou a frequentar a clínica do sr. Ishibashi.

Para corrigir a coluna, é preciso pressionar com força a parte deslocada, mas ele não podia fazê-lo com muita força, pois a menina não suportaria a dor. Então ele resolveu curá-la com a ajuda de Deus: entoava mentalmente o "Canto Evocativo de Deus" e pressionava levemente as vértebras deslocadas quando a menina estava distraída.

Depois de uma semana, a menina deixou de andar desajeitadamente com as pernas vergastas e ficou completamente curada, andando normalmente. Diante dessa cura rápida, ficou admirado não só o administrador, como também o próprio sr. Ishibashi. O administrador até se queixou: "Você havia dito que levaria três meses para curar a menina, dando a entender que era muito grave o estado dela. Quer dizer que o médico e você, ambos, erraram no diagnóstico".

Como se pode ver, as pessoas costumam reclamar quando a doença é curada muito rapidamente.

O sr. Ishibashi retrucou: "Não, senhor. Nem o médico nem eu erramos no diagnóstico. A menina estava realmente com as vértebras deslocadas. Todos acham estranho que ela tenha se curado tão rapidamente, mas não fui eu que a curei. Foi Deus. Cada vez que fazia terapia nela, eu ficava orando a Deus. Então Ele a curou em apenas uma semana".

Em outra feita, quando ele foi pagar uma dívida, o credor ficou extremamente feliz, porque nem em sonho imaginava que o sr. Ishibashi fosse pagar naquela data. O sr. Ishibashi também ficou contente e narrou os fatos maravilhosos que vinham acontecendo com ele recentemente. Admirado, o credor falou de um conhecido seu que estava agonizado no hospital, sofrendo de hérnia, fístula anal, doença cardíaca e gastroptose. O sr. Ishibashi sentiu grande vontade de curar esse doente, principalmente por se tratar de um conhecido de seu benfeitor. Perguntou o número do quarto do hospital e o anotou em seu caderninho, mas o credor disse: "Não adianta anotar. Mesmo que você seja um excelente terapeuta, é inútil ir lá porque ele não tem mais cura. Está em repouso absoluto por ordem do médico. Outro dia um curandeiro foi lá rezar para curá-lo, mas foi severamente repreendido pelo médico. Se você for lá, será pior". O sr. Ishibashi disse que não iria ao hospital e voltou para casa.

No entanto, não resistiu à vontade de curar o doente. Então, naquela noite, praticou a Meditação Shinsokan com todo o fervor, orando a Deus pela cura daquele enfermo. Três dias depois, sentiu vontade de levar-lhe livretos da Seicho-No-Ie. Imediatamente foi à Sede da Seicho-No-Ie de Kobe para adquirir um conjunto de oito livretos, mas só havia seis. Adquiriu-os e dirigiu-se ao hospital. Entretanto, antes de entrar, buscou palavras para dirigir ao doente, pois tratava-se de um estranho. Se lhe dissesse que foi oferecer livros, poderia parecer vendedor de livros. Era uma situação embaraçosa para ele, mas não podia deixar de salvar uma pessoa que estava à beira da morte. Venceu o receio e pediu à enfermeira que o deixasse visitar o doente. Ela pensou que fosse um amigo do paciente e disse: "Ele começou a melhorar repentinamente desde anteontem à noite, estando hoje até entediado. Certamente ficará contente em recebê-lo. Entre, por favor". O sr. Ishibashi estava meio receoso, mas criou coragem e entrou no quarto. O paciente, cujo estado era considerado grave, estava bem disposto e disse: "Seja bem-vindo". O sr. Ishibashi se apresentou, disse que ficara sabendo da doença dele através do Fulano de Tal a quem devia muitos favores, mostrou os livretos que levara e explicou que ele próprio se curara de uma doença lendo esses livretos. Leu um trecho, relatou suas experiências e outros casos de pessoas que receberam graças através da Seicho-No-Ie. Com isso, o paciente melhorou ainda mais. O sr. Ishibashi lhe deu os livretos, recomendando sua leitura. Na hora de se despedir, o doente pediu ao sr. Ishibashi que voltasse brevemente para falar sobre os ensinamentos.

A noite em que o doente começou a melhorar foi exatamente a noite em que o sr. Ishibashi orou fervorosamente com o sincero desejo de curá-lo. Ele orou e levou os livretos ao doente, sem visar recompensa alguma. Simplesmente desejou curá-lo e despertá-lo para a Verdade. Esse amor desinteresseiro é que atuou no doente para curá-lo.

Dias depois, o sr. Ishibashi foi novamente visitar o doente. Encontrou-o ainda mais forte, porém muito mal-humorado. Perguntando-lhe o motivo, o paciente respondeu que estava indignado com a comida do hospital. O sr. Ishibashi lhe disse: "Não fique irritado. Não está escrito nesse livreto que a irritação produz toxina no sangue? Assim seu estado vai piorar". Mas o doente continuou reclamando furioso: "Havia pulgões na verdura! Isso é imperdoável! Não sei se a direção do hospital mandou deixar os pulgões para suprir a falta de proteínas na comida (risos da plateia), mas é muita falta de consideração com os pacientes. Não quero mais ficar num hospital como este! Vou sair daqui hoje mesmo, de qualquer forma!". O sr. Ishibashi aprovou a decisão: "Você teve uma ótima ideia. Deixe este hospital imediatamente. Hospital é lugar impregnado de vibrações mentais d doença. Por isso, quanto mais breve sair daqui, mais rapidamente será curado. Eu queria sugerir isso a você, mas não tinha o direito de fazê-lo. Agora que a ideia partiu de você, aja sem perder tempo. Entretanto, não fique com raiva de ninguém. A Seicho-No-Ie prega a reconciliação com tudo e com todos. Reflita um pouco: pode ser que foi por descuido dos cozinheiros que ficaram pulgões na verdura, mas justamente graças a isso você teve a ideia de deixar o hospital. Se não fosse a presença dos pulgões, talvez você permaneceria muito mais tempo neste local impregnado de vibrações de doença. Logo, os pulgões são seus benfeitores. Você precisa agradecer a eles" (aplausos na plateia).

Ouvindo essa explicação, o paciente compreendeu que a presença dos pulgões na comida fora realmente uma bênção, que fora um erro ter ficado nervoso e que tudo que ocorre neste mundo é benéfico. Muito agradecido, deu seu endereço ao sr. Ishibashi, convidando-o para uma visita: "Quero que você vá em casa depois que eu receber alta".

Como vimos, quando o sr. Ishibashi anulou seu ego e se entregou nas mãos de Deus, passou a ter força para curar doentes e melhorou também financeiramente. Na reunião seguinte, falou da cura de sua própria doença: "Fui salvo não só da penúria, mas também de uma doença crônica. Eu não havia falado sobre isso, mas hoje confesso, diante de todos vocês, que sofria de asma. Toda manhã, quando me levantava, respirava com dificuldade, o peito chiando muito, e levava quase uma hora para voltar ao normal. Somente então eu lavava o rosto, tomava refeição e ia trabalhar. Eu não podia carregar peso. O máximo que podia era carregar a minha pasta com apetrechos de acupuntura e moxibustão. Se pegasse um balde com água, já começava a tossir e a chiar. Não sei quando me curei, mas há dias percebi que estava curado".

Foi da seguinte maneira que o sr. Ishibashi percebeu que estava curado. Sua casa fica no início de uma ladeira. Certo dia, passava em frente à sua casa um menino puxando uma carreta cheia de caixas de bebida. Quando começou subir a ladeira, a carreta parou porque o menino não tinha força suficiente para puxá-la. O sr. Ishibashi ficou com pena do menino e foi empurrar a carreta, pensando que o menino fosse entregar as caixas num mercado a três quadras adiante. Entretanto, o menino não parou na frente do mercado e continuou subindo a ladeira. O sr. Ishibashi ficou um tanto frustrado, mas não podia parar de empurrar, pois a carreta deslizaria de ré. Duas quadras mais adiante, a rua se bifurcava: à direita uma via em declive, e à esquerda, em aclive. O menino virou à esquerda, deixando o sr. Ishibashi novamente frustrado. Continuou empurrando por mais duas quadras. Quando a ladeira se tornou suave, o menino parou e disse: "Tio, vamos descansar um pouco. Até onde o senhor vai me acompanhar?". O sr. Ishibashi respondeu: "Até onde for necessário". "Tio, o senhor já pode ir embora, porque minha casa fica logo ali", disse o menino, sem ao menos agradecer. Entretanto, o sr. Ishibashi não se aborreceu nem um pouco pela falta de reconhecimento por parte do menino. É admirável o seu estado de espírito! Despediu-se do menino e tomou o caminho de volta, quando repentinamente percebeu que não estava tendo acesso de asma, apesar de ter empurrado a carreta, sem parar, por sete quadras ladeira acima, ele que antes não podia carregar um balde de água. "Ah! entendi. Foi Deus que me enviou aquele menino para me fazer perceber que estava curado. Aquele menino foi um anjo enviado por Deus!" - assim pensando, juntou as mãos e reverenciou pelas costas o menino que se afastava puxando sua carreta.

Assim, todos os lugares aonde vai o sr. Ishibashi transformaram-se em paraíso. Realmente, o mundo ao nosso redor é projeção de nossa mente. Dependendo de nossa atitude mental, até um menino ingrato se transforma em anjo. Quando estamos com a mente endiabrada, ficamos irritados mesmo que nos agradeçam bastante. O paraíso e o inferno estão em nossa mente. Através de nossa mente podemos manifestar em volta de nós tanto o paraíso como o inferno.

Certo dia, porém, o sr. Ishibashi voltou a ter crise de asma, da qual julgava estar completamente curado. "Por que será?", pensou. Sua filha passou a trabalhar numa fábrica de roupas, cuja proprietária estava grávida e, talvez por engano da parteira, iria dar à luz no 12º mês. Diziam que o parto seria difícil e que a criança poderia nascer morta. Um dia antes do parto, a filha, ao voltar do trabalho, pediu dinheiro ao sr. Ishibashi, e então se desencadeou o seguinte diálogo:

- Dinheiro? Para quê?
- Parece que minha patroa vai dar à luz amanhã e quero comprar um presente para a criança que vai nascer.
- Você não poderia comprar o presente depois que a criança nascer?
- Mas já combinei com uma colega de trabalho para irmos juntas fazer a compra, e ela está me esperando lá fora.

O pai não tinha outra alternativa senão dar dinheiro à filha, o que fez meio à contragosto. Logo que ela saiu, o sr. Ishibashi começou a ter acesso de asma, chiando e sofrendo muito. Ele refletiu e analisou sua mente para descobrir onde é que havia errado, pois, segundo a Seicho-No-Ie, toda doença é projeção da mente, mas não encontrou explicação alguma. Normalmente, o acesso passava após uma hora, no máximo, mas dessa vez custava a passar. Não melhorou nem no dia seguinte e ficou acamado. No fim da tarde, quando a filha voltou do serviço, ele perguntou: "Como foi o parto da patroa?". Em seguida, quase ia perguntar "A criança não nasceu morta?" e sobressaltou-se com tal pensamento. Descobriu que esse pensamento fora a causa da recaída. Percebeu que ainda sentia rancor contra o próximo. No dia anterior, quando sua filha lhe pedira dinheiro para comprar presente, ele perguntara se não poderia deixar para depois do parto, pois a a criança poderia nascer morta. Mas a filha, alegando compromisso já assumido com uma colega, contrariara a vontade dele e saíra para comprar o presente. Naquele momento, passara de relance pela sua cabeça o seguinte pensamento: "Tomara que a criança nasça morta, pois assim a minha filha, que está me contrariando, dará razão a mim". Ele se lembrou disso e refletiu: "Ainda restava crueldade dentro de mim. Eu deveria orar sinceramente pelo parto feliz da pessoa a quem minha filha deve favores, mas desejei mal a ela. Perdão!". Ele se arrependeu profundamente e pediu perdão, e então o acesso de asma passou como por encanto.

Como vimos, um pensamento ou sentimento errado faz coisas incríveis. Corrigindo-se a distorção mental, a doença desaparece; mas, no caso de doença crônica, esta reaparece facilmente com qualquer atrito mental, pois está aberto o canal por onde essa desarmonia mental sem manifesta em forma de doença.
 
 
(Do livro "A Verdade da Vida, vol. 27", pp. 61 à 82)