Masaharu Taniguchi
A Verdade é uma só, mas a forma de expressá-la varia conforme a hora e a circunstância; e isso é o certo. Sakyamuni, por exemplo, expôs a Verdade pregando inicialmente o ensinamento do "pequeno veículo" e no final o do "grande veículo". Aparentemente esses dois ensinamentos diferem entre si, mas nenhum dos dois está errado. É a mesma Verdade expressa de modo adequado ao nível de evolução dos ouvintes. Também nesta explanação sobre a Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade, a Verdade será exprimida de acordo com o nível de evolução das pessoas aqui presentes.
Como todos já devem saber, são enormes as bênçãos proporcionadas por esta sutra. Ontem mesmo, o sr. Hidetsuna Takiuti relatou o caso de certa senhora que estava sofrendo por causa de uma gravidez extra-uterina. Como a trompa doía muito, o médico recomendara esfriar o local com gelo para atenuar a dor. Mas, quando o estado se agravou a ponto de necessitar de uma intervenção cirúrgica - a trompa estava para se romper e causar a morte por hemorragia -, foram chamar o sr. Takiuti. Este visitou a enferma, falou-lhe sobre os ensinamentos da Seicho-No-Ie e começou a ler a sutra sagrada. Enquanto a leitura prosseguia, a enferma retirou a bolsa de gelo, dizendo que a dor desaparecera, e acabou adormecendo. No dia seguinte, não estava sentindo mais nada, e, dias depois, levantou-se e recomeçou a trabalhar, completamente restabelecida!
Se era realmente gravidez extra-uterina, não sei. Porém é fato que uma doença que o médico julgara muito grave foi curada com uma só leitura da sutra sagrada, tamanho é o seu poder!
Esta sutra foi-me inspirada certo dia, quando senti irresistível vontade de escrever algo, e escrevia num só fôlego. Passemos então à explanação, lendo o trecho inicial intitulado "Deus".
SUTRA SAGRADA "CHUVA DE NÉCTAR DA VERDADE"
- DEUS -
- DEUS -
Um dia, o Anjo, vindo à Seicho-No-Ie, recita:
"O Deus da Criação transcende os cinco sentidos e também o sexto sentido;
Sagrado;
Supremo;
Infinito;
Mente que permeia o Universo.
Vida que permeia o Universo,
Lei que permeia o Universo;
Verdade,
Luz,
Sabedoria,
Amor Absoluto - Isto é a Grande Vida.
Sendo essa a natureza verdadeira de Deus absoluto, quando Deus se revela, realizam-se o bem, a justiça, a misericórdia; por si se instala a harmonia, ajusta-se cada coisa em seu respectivo lugar e não há dissensões.
Não há quem lese o próximo,
não há quem adoeça,
não há quem sofra,
não há quem seja miserável.
Deus é o Todo de tudo.
Sendo Deus o Todo e o Absoluto, nada há além de Deus.
Deus cobre toda a Realidade.
De tudo aquilo que há, nada há que não tenha sido criado por Deus.
Deus, ao criar todas as coisas, não usa barro, não usa martelo, não usa cinzel,
não usa ferramenta nem matéria-prima de espécie alguma.
Cria unicamente com a Mente.
A Mente é o Criador de tudo, a Mente é a Substância que preenche o Universo.
A Mente é Deus onipotente e onipresente.
Quando a Mente deste Deus onipotente, deste Deus perfeito, entra em vibração e se torna Palavra, desenvolve-se todo o Fenômeno e todas as coisas passam a ser.
Todas as coisas são Mente de Deus, tudo é Palavra de Deus;
tudo é Espírito,
tudo é Mente.
Nada há que seja feito de matéria. A matéria é apenas sombra da mente; ver a sombra e considerá-la Realidade é ilusão.
Cuidai para que não vos apegueis à ilusão.
A Realidade é Eterna, por isso não perece.
A ilusão é efêmera e em breve se desfaz.
A Realidade, porque é livre, não conhece sofrimentos;
a ilusão, porque é uma forma de apego, é farta de dores.
A Realidade é Verdade, a ilusão é falsidade.
A Realidade transcende os cinco sentidos,
transcende inclusive o sexto sentido
e não se projeta à percepção do homem.
"O Deus da Criação transcende os cinco sentidos e também o sexto sentido;
Sagrado;
Supremo;
Infinito;
Mente que permeia o Universo.
Vida que permeia o Universo,
Lei que permeia o Universo;
Verdade,
Luz,
Sabedoria,
Amor Absoluto - Isto é a Grande Vida.
Sendo essa a natureza verdadeira de Deus absoluto, quando Deus se revela, realizam-se o bem, a justiça, a misericórdia; por si se instala a harmonia, ajusta-se cada coisa em seu respectivo lugar e não há dissensões.
Não há quem lese o próximo,
não há quem adoeça,
não há quem sofra,
não há quem seja miserável.
Deus é o Todo de tudo.
Sendo Deus o Todo e o Absoluto, nada há além de Deus.
Deus cobre toda a Realidade.
De tudo aquilo que há, nada há que não tenha sido criado por Deus.
Deus, ao criar todas as coisas, não usa barro, não usa martelo, não usa cinzel,
não usa ferramenta nem matéria-prima de espécie alguma.
Cria unicamente com a Mente.
A Mente é o Criador de tudo, a Mente é a Substância que preenche o Universo.
A Mente é Deus onipotente e onipresente.
Quando a Mente deste Deus onipotente, deste Deus perfeito, entra em vibração e se torna Palavra, desenvolve-se todo o Fenômeno e todas as coisas passam a ser.
Todas as coisas são Mente de Deus, tudo é Palavra de Deus;
tudo é Espírito,
tudo é Mente.
Nada há que seja feito de matéria. A matéria é apenas sombra da mente; ver a sombra e considerá-la Realidade é ilusão.
Cuidai para que não vos apegueis à ilusão.
A Realidade é Eterna, por isso não perece.
A ilusão é efêmera e em breve se desfaz.
A Realidade, porque é livre, não conhece sofrimentos;
a ilusão, porque é uma forma de apego, é farta de dores.
A Realidade é Verdade, a ilusão é falsidade.
A Realidade transcende os cinco sentidos,
transcende inclusive o sexto sentido
e não se projeta à percepção do homem.
Aqui diz o que é Deus. Entre os budistas, existem muitos que detestam o termo "Deus" e dizem: "Eu acredito em Buda; por isso, não posso aceitar uma entidade estranha chamada Deus". A palavra "Deus" é usada tanto no xintoísmo como no cristianismo, normalmente com o significado de "Criador".
O budismo é considerado ateu porque não reconhece a existência de um "Criador". Na Índia, na época do aparecimento de Sakyamuni, o bramanismo pregava que este mundo foi criado por Mahesvara, a divindade suprema. Sakyamuni criticou com veemência tal doutrina, dizendo que, se este mundo tivesse sido criado por um Criador bom e onipotente, não existiriam as cruéis lutas pela sobrevivência, guerras, terremotos, inundações e outras catástrofes. "Se um ente divino criou um mundo tão mau, ele é um ser cruel, sem piedade nem amor. Se ele tem amor e compaixão, por que não demonstra? Se não consegue demonstrá-los, então é um ser fraco e incapaz. E se tal divindade é onipotente e controla o mundo conforme sua vontade, então é um ser impiedoso, cruel, que usa sua onipotência para criar um mundo tão imperfeito e cheio de desgraças. Portanto, se tal Criador existe, ou é fraco, ou um onipotente cruel. Mas é impossível existir uma divindade tão imperfeita e contraditória." Foi assim que Sakyamuni pregou, negando a existência do Criador deste mundo. Esta é a razão por que o budismo é considerado ateu e os budistas rejeitam qualquer ensinamento que utilize a palavra "Deus". Eles dizem: "Isso contraria os ensinamentos de Buda, pois o budismo não admite a existência de Deus".
O budismo é considerado ateu porque não reconhece a existência de um "Criador". Na Índia, na época do aparecimento de Sakyamuni, o bramanismo pregava que este mundo foi criado por Mahesvara, a divindade suprema. Sakyamuni criticou com veemência tal doutrina, dizendo que, se este mundo tivesse sido criado por um Criador bom e onipotente, não existiriam as cruéis lutas pela sobrevivência, guerras, terremotos, inundações e outras catástrofes. "Se um ente divino criou um mundo tão mau, ele é um ser cruel, sem piedade nem amor. Se ele tem amor e compaixão, por que não demonstra? Se não consegue demonstrá-los, então é um ser fraco e incapaz. E se tal divindade é onipotente e controla o mundo conforme sua vontade, então é um ser impiedoso, cruel, que usa sua onipotência para criar um mundo tão imperfeito e cheio de desgraças. Portanto, se tal Criador existe, ou é fraco, ou um onipotente cruel. Mas é impossível existir uma divindade tão imperfeita e contraditória." Foi assim que Sakyamuni pregou, negando a existência do Criador deste mundo. Esta é a razão por que o budismo é considerado ateu e os budistas rejeitam qualquer ensinamento que utilize a palavra "Deus". Eles dizem: "Isso contraria os ensinamentos de Buda, pois o budismo não admite a existência de Deus".
Entretanto, se eles encaram Deus dessa forma, é porque têm a ideia preconcebida de que este mundo é feito de matéria. A Seicho-No-Ie parte de uma grande premissa-Verdade de que "a matéria não é existência verdadeira". Se a matéria é apenas aparência, devemos compreender que a expressão "este mundo", empregada em frases como "este mundo criado por Deus", não se refere ao mundo material, que não é existência verdadeira. Sakyamuni negou o "mundo material" e o "criador do mundo material", explicando que a força que manifesta este mundo aparente é a "ilusão". Segundo ele, tudo que é fenomênico tem origem na ilusão. Isto quer dizer que o mundo material, imperfeito e repleto de desgraças e sofrimentos, é produto de ilusão. De fato, esta teoria é bem mais racional do que uma teoria ingênua de criação por Deus.
Contudo, a Seicho-No-Ie diz que este mundo aparente é manifestação da mente; tudo neste mundo perceptível aos sentidos é projeção da mente. Em outras palavras, este mundo aparente não foi criado por Deus, mas pela mente; a mente é a criadora do mundo fenomênico. Neste ponto, a Seicho-No-Ie se identifica com o budismo e discorda do cristianismo ingênuo que acredita que o mundo material, como ele é, foi criado por Deus, mas concorda totalmente com os ensinamentos de Cristo.
Quando os cristãos despertarem realmente e deixarem de considerar como criação de Deus este mundo material cheio de imperfeições, tragédias, doenças, conflitos e guerras, certamente todas as igrejas cristãs passarão a pregar como está fazendo a Seicho-No-Ie. Aqueles que pregam o cristianismo considerando este mundo material como existência verdadeira e afirmando que Deus é o Criador deste mundo em que se confrontam a luz e a treva, o bem e o mal, não resistem ao argumento ateu de que "não pode existir um Criador tão fraco e cruel; e, se existisse, não mereceria confiança". Portanto, para propagar o verdadeiro ensinamento de Cristo, deve-se imperiosamente compreender que o mundo da matéria não é existência verdadeira, não é o mundo criado por Deus, e que o mundo perfeito, criado por Deus perfeito, existe em algum lugar que não o mundo da matéria.
Jesus diz claramente na Bíblia: "O meu reino não é deste mundo". Ele afirma que o seu reino não é o mundo material, e jamais disse que este foi criado por Deus. Quando interpretamos o cristianismo e o budismo com base na Verdade de que "a matéria não existe", como faz a Seicho-No-Ie, compreendemos que Deus e Buda são um só ser. Se interpretarmos o termo "mundo" da expressão bíblica "Deus criou o mundo..." como mundo material, estamos errando. Mas, se o interpretamos como mundo da Imagem Verdadeira, absoluto, indestrutível e eterno, que transcende o mundo material, então é correto que o Criador deste mundo seja Deus, que é Buda ao mesmo tempo. Seus atributos estão enumerados na sutra sagrada com as seguintes palavras: "Infinito, Mente que permeia o Universo, Vida que permeia o Universo, Lei que permeia o Universo, Verdade, Luz, Sabedoria, Amor absoluto - isto é a Grande Vida. Sendo esta a natureza verdadeira de Deus absoluto...". E esta "Grande Vida" sumamente maravilhosa, que é a Verdade absoluta, luz infinita e eterna, que transcende o mundo material e os três mundos (passado, presente e futuro) é o próprio Buda.
O budismo é ateísta, mas prega a inexistência da matéria. Se a matéria não existe, o que existe então? - esta é a questão que merece reflexão. É difícil enunciar a resposta às pessoas que estão vendo a matéria com seus olhos e pensando que ela existe. É preciso que elas evoluam interiormente. À pergunta "Se a matéria não existe, o que existe então?", respondo: existe a Imagem Verdadeira (Jissô). E que é a Imagem Verdadeira?
Ontem à noite um adepto me disse: "Professor, quero primeiramente saber o que é a Imagem Verdadeira, pois não é possível contemplá-la durante a prática da Meditação Shinsokan sem saber o que ela é". Respondi que, mesmo não sabendo o que é a Imagem Verdadeira, é possível contemplá-la, desde que se proceda conforme as instruções, pois a Imagem Verdadeira está dentro de cada um de nós. Para chegarmos à Osaka, por exemplo, não precisamos saber detalhadamente como é essa cidade e onde ela fica. Já que ela existe, basta-nos adquirir a passagem e tomar o trem que para lá se dirige. Chegando lá, conheceremos Osaka. Da mesma forma, basta praticarmos a Meditação Shinsokan para nos dirigirmos à Imagem Verdadeira, seguindo as instruções. Assim, chegaremos à Imagem Verdadeira. Este foi o teor de minha resposta.
Comparei a busca da Imagem Verdadeira a uma viagem de trem, mas a Imagem Verdadeira não está em local tão distante como Osaka; ela está bem perto: dentro de nós mesmos. Ou melhor, somos a própria Imagem Verdadeira, e conscientizar isso é de suma importância.
Há pouco, o dr. Nakajima disse que "todos parecem budas, todos parecem iluminados". Isso é verdade. Mas também é verdade que "todos já são budas e iluminados", pois realmente o são quando contemplamos a Imagem Verdadeira deles. Parece haver também muitas pessoas que "ainda não estão iluminadas", e isso também é verdade. Essa diversidade decorre da diferença do grau de compreensão da Verdade. Por exemplo, quando digo que os senhores são filhos de Deus, uns conscientizam que realmente o são; outros concordam, mas sem muita convicção; e outros não conseguem entender que são filhos de Deus. O grau de despertar difere de uma pessoa para outra devido à diferença de carma (carga de vibrações mentais que cada um acumulou no passado). Consequentemente, diferem também a manifestação exterior de cada um.
O carma, segundo a "parábola do leão" citada em uma escritura budista e mencionada pelo dr. Nakajima, são vibrações mentais, hábitos e influências do meio ambiente gravados na mente da pessoa. Segundo essa parábola, um filhote de leão cresceu no meio de carneiros e pensava que era um deles. Se tivesse sido criado entre cachorros, viveria e se comportaria como um cachorro; se entre gatos, comportar-se-ia como um gato. Isso quer dizer que existem pessoas que não se comportam como filhos de Deus que são, devido à influência que receberam do ambiente em que cresceram. O leão da parábola, entretanto, descobriu sua natureza verdadeira quando ouviu pela primeira vez um urro autêntico de leão que soou na floresta. A vibração do urro (do Verbo) despertou o leão que estava adormecido dentro dele. Este é o despertar da Imagem Verdadeira.
No caso do ser humano, a vibração das palavras "Você pensa que é filho do pecado, mas é filho de Deus!" desperta-o, e ele percebe que traz o filho de Deus dentro de si, ou melhor, percebe que ele é filho de Deus. Descobre a sua natureza verdadeira, abre os olhos que vêem a Imagem Verdadeira. O que desperta a Imagem Verdadeira é a vibração das palavras pronunciadas pela Imagem Verdadeira. Recitar as orações budistas "Namu-myo-ho-ren-gue-kyo" ou "Namu-amida-butsu" é usar o poder da palavra a fim de despertar a Imagem Verdadeira. Ler A Verdade da Vida é também usar o poder da palavra para fazer vibrar a Imagem Verdadeira.
Os senhores, lendo A Verdade da Vida, ou assistindo a uma palestra da Seicho-No-Ie, percebem: "Ah! Então sou filho de Deus!". Isso, no budismo, é chamado "despertar". Trata-se de um aclaramento repentino da alma. Entretanto, mesmo percebendo que são filhos de Deus, nem todos conseguem se comportar imediatamente como tais. Um leão que foi criado no meio de carneiros, mesmo descobrindo sua identidade, comporta-se diferentemente de outros leões que cresceram como tais em seu próprio habitat; vez ou outra, deixa transparecer seu hábito, sendo dócil como um carneiro. Do mesmo modo, o ser humano, mesmo compreendendo que sua filiação é divina, não consegue se livrar repentinamente de antigos hábitos adquiridos. Apesar de ter lido A Verdade da Vida, alcançado o despertar e compreendido "Ah! É isso mesmo! O homem é filho de Deus!", as qualidades de filho de Deus nem sempre se manifestam satisfatoriamente na vida concreta. Isso porque o grau de despertar difere conforme o carma de cada um. Seria mais correto dizer que não é propriamente o grau de despertar que difere, mas sim o grau de carma, de ilusão, de hábito. Na Imagem Verdadeira (natureza divina) somos sempre perfeitos, assim como o Sol está sempre brilhando com a mesma intensidade, tanto no dia ensolarado como no dia nublado ou chuvoso. A claridade difere conforme o céu esteja limpo ou encoberto, mas isso não significa variação na intensidade da própria luz do Sol. A diferença é o grau de densidade das nuvens. Também na Imagem Verdadeira e no despertar somos sempre perfeitos, todos somos filhos de Deus que brilhamos sempre com a mesma intensidade, mas cada um de nós, em vez de exteriorizar sua imagem verdadeira e perfeita, apresenta-se de modo diferenciado em virtude da diferença do grau de ilusão ou grau de dissipação da ilusão. E isso causa a impressão de que há diferença no grau de despertar de cada um.
Pois bem, o momento em que alguém percebe que é filho de Deus através do "despertar", corresponde ao momento em que o Sol aparece por entre as nuvens. Vendo o Sol, compreende-se que ele existe e que a intensidade de sua luz não varia. O que faz parecer que a intensidade da luz solar diminui é a presença de nuvens. Mas o Sol e as nuvens são existências distintas, assim como nós somos seres distintos das ilusões mentais. Ao compreendermos isto, as "nuvens" de ilusão já não existem para nós. O fato de elas parecerem existir corresponde ao fato de enxergarmos a luz irradiada por uma estrela que já se extinguiu há muito tempo. Se a estrela parece existir apesar de extinta, é porque, conforme a distância, sua luz demora dez, cem ou mil anos para chegar à Terra. Da mesma forma, continua parecendo que a ilusão existe, apesar de ter sido extinta quando percebemos que já somos filhos de Deus.
Na verdade, quando compreendemos com emoção "Oh! Realmente o homem é filho de Deus!", já estamos iluminados e livres da ilusão, do carma; mas muitas vezes permanece por algum tempo um antigo hábito, assim como continua brilhando por algum tempo a luz de uma estrela extinta. Isto é, mesmo após despertarmos para a Verdade de que somos filhos de Deus, de vez em quando imitamos os pecadores, assim como um leão criado entre carneiros imita-os de vez em quando. Mas o agente de tal ato é o carma, e não o nosso Eu. No momento em que compreendemos que somos filhos de Deus, o falso eu já está substituído pelo Eu Verdadeiro. Até então, confundíamos o carma com o nosso Eu, mas agora distinguimos claramente do carma o nosso Eu, que é filho de Deus, e sabemos que o carma não é existência verdadeira e que Deus é tudo. Por conseguinte, por mais que o carma se automanifeste e se autodestrua, já não nos prendemos a ele. Ao compreendermos que Deus é tudo, que a ilusão não é existência verdadeira e que existe unicamente a luz de Deus, surge no plano fenomênico o mundo unicamente de luz, o mundo ideal de provisão infinita, onde "realizam-se o bem, a justiça, a misericórdia, por si se instala a harmonia, ajusta-se cada um em seu devido lugar e não há dissensões, não há quem lese o próximo, não há quem adoeça, não há quem sofra e não há quem seja miserável", pois, segundo a lei da manifestação do fenômeno, concretiza-se no mundo fenomênico somente aquilo que for reconhecido pela mente.
Portanto, o mais importante é conhecermos bem o mundo da Imagem Verdadeira, onde há unicamente a luz, o bem e a felicidade; que somente ele é existência verdadeira; que o mundo da treva, do mal e da infelicidade não é existência verdadeira, embora assim pareça. E como será o mundo da Imagem Verdadeira? A sutra diz a respeito: "Deus, ao criar todas as coisas, não usa barro, não usa madeira, não usa martelo, não usa cinzel, não usa ferramenta nem matéria prima de espécie alguma; cria unicamente com a Mente. A Mente é o Criador de tudo, a Mente é a Substância que preenche o Universo, a Mente é Deus onipotente e onipresente. Quando a Mente desse Deus onipotente, desse Deus perfeito, entra em vibração e se torna Palavra, desenvolve-se todo Fenômeno e todas as coisas passam a ser".
A expressão "todo Fenômeno" que aparece nesse texto refere-se a "todas as coisas do mundo da Imagem Verdadeira". E de que forma Deus as criou? Ele as criou com a vibração de Sua Mente, e não com ingredientes materiais como quem faz coisas no mundo terreno. Sobre esse assunto, recomendo que se leia no volume 11 desta coleção o capítulo sobre a interpretação do Gênesis, que explica minuciosamente a criação do mundo da Essência e do Universo (Jissô).
Portanto, o mais importante é conhecermos bem o mundo da Imagem Verdadeira, onde há unicamente a luz, o bem e a felicidade; que somente ele é existência verdadeira; que o mundo da treva, do mal e da infelicidade não é existência verdadeira, embora assim pareça. E como será o mundo da Imagem Verdadeira? A sutra diz a respeito: "Deus, ao criar todas as coisas, não usa barro, não usa madeira, não usa martelo, não usa cinzel, não usa ferramenta nem matéria prima de espécie alguma; cria unicamente com a Mente. A Mente é o Criador de tudo, a Mente é a Substância que preenche o Universo, a Mente é Deus onipotente e onipresente. Quando a Mente desse Deus onipotente, desse Deus perfeito, entra em vibração e se torna Palavra, desenvolve-se todo Fenômeno e todas as coisas passam a ser".
A expressão "todo Fenômeno" que aparece nesse texto refere-se a "todas as coisas do mundo da Imagem Verdadeira". E de que forma Deus as criou? Ele as criou com a vibração de Sua Mente, e não com ingredientes materiais como quem faz coisas no mundo terreno. Sobre esse assunto, recomendo que se leia no volume 11 desta coleção o capítulo sobre a interpretação do Gênesis, que explica minuciosamente a criação do mundo da Essência e do Universo (Jissô).
Continua...
Do livro: "A Verdade da Vida, vol. 21", pp. 15-28
O universo da Imagem Verdadeira é o universo Absoluto. É a existência Suprema. É Deus. Nada pode ser dito sobre Ele. Lao-Tsé já dizia que "O Tao não pode ser descrito. No momento em que passa a ser descrito, já não é mais o Tao". Todos os iluminados e sábios da humanidade confirmaram a impossibilidade de descrevê-Lo ou definí-Lo. Deus encontra-se completamente fora do alcance ou capacidade de apreensão dos nossos sentidos e mente (intelecto). Querer entender Deus com nossas mentes é como tentar fazer a moldura dentro da pintura - e essa possibilidade não existe.
ResponderExcluirEntretanto, alguns poucos mestres que visitaram esta Terra, apesar de saber (e, acima de tudo, ressaltar em primeiro lugar) que o Absoluto não pode ser descrito, mesmo assim tentaram falar algo sobre Ele. Masaharu Taniguchi foi um destes iluminados. Apesar de reconhecer que as palavras não podem comunicar o mundo da Imagem Verdadeira exatamente como Ele é, esse sagrado Mestre transmite ideias do modo mais fidedigno possível, que chega bem perto. Ele próprio reconhece:
"A definição da Imagem Verdadeira da Vida do homem é impossível de ser feita através de palavras, por mais que se tente, e o zen-budismo diz gonsen fugyu, ou seja, não se chega à conclusão alguma, por mais que alguém discorra sobre isso. Dizem também que, sendo difícil transmitir através de palavras, transmite-se de mente para mente. Desse modo, a Imagem Verdadeira é algo que acreditamos ter compreendido para, no instante seguinte, acharmos que nada entendemos a seu respeito, sendo muito difícil compreendê-la e transmití-la a outrem. É difícil transmitir, mas isso não significa que devemos ficar quietos, sem falar nada sobre ela."
Ele também complementa: "Tal é a dificuldade de expressar em palavras a Imagem Verdadeira. Portanto, não adianta o leitor interpretar mecanicamente as palavras que escreverei a seguir, porque não conseguirá entender realmente. É preciso compreender telepaticamente, captando a atmosfera das palavras."
Ou seja, se apesar de um Mestre reconhecer a impossibilidade total de comunicar e transmitir o Absoluto, e mesmo assim o tenta, ele faz isso por questão de puro amor e compaixão, na esperança de que os ensinamentos possam trazer à tona a natureza divina do leitor, aluno, discípulo ou amigo. Neste post, Masaharu Taniguchi explana sobre o universo da Imagem Verdadeira (Jissô) de modo bastante aproximado, possibilitando às nossas mentes e intuições a chance de ter uma sintonização ou vislumbre da Realidade. Suas palavras são proferidas de forma poderosa e sublimamente inspirada, o que realmente permite às nossas mentes chegar a um grande grau de elevação ou ao máximo alcance possível. Estando a mente elevada ao máximo grau possível é mais fácil a pessoa conseguir dar o salto da mente para a Consciência, do finito para o infinito - pelo simples e mero fato de a mente ter sintonizado e se ajustado às condições das coisas do Alto. Não basta ler com o cérebro as palavras e ideias do texto. Isso não será de grande ajuda. É preciso meditar, refletir, interiorizar e contemplar o que está dito. Tudo depende do nosso empenho e do nosso grau de atenção, confiança e receptividade.
A Verdade é que todos os seres sejam beneficiados! Todos já somos Cristo, Buda, a Imagem Verdadeira!
Namastê!