Após os esclarecimentos de Masaharu Taniguchi (que são revelações!), restou claro que Deus não criou o universo da dualidade. Este universo ilusório foi criado pela própria Ilusão, por Maya, e existe como uma espécie de imagem ou "quadro hipnótico". Um quadro hipnótico é como um sonho que nos chega no sono de repente e sem pedir licença: quando menos percebemos já estamos nele, de modo que sequer desconfiamos que estamos numa realidade de sonho. Acerca da natureza hipnótica deste universo mortal, Joel Goldsmith elucida:
Compreendamos, integralmente, que uma sugestão, crença ou hipnotismo é a substância ou alicerce de todo o universo mortal, e que as condições humanas, boas ou más, são quadros semelhantes aos de um sonho, sem qualquer realidade ou permanência. Fiquemos desejosos de que desapareçam de nossa experiência tanto as condições harmônicas como as desarmônicas, a fim de que a Realidade possa ser conhecida, desfrutada e vivenciada.
Acima deste conceito de vida, existe o Universo do Espírito, governado pelo Amor, povoado pelos filhos de Deus que vivem no templo da Verdade. Este mundo é real e permanente: Sua substância é Consciência eterna. Nele não há percepção alguma de discórdia e nem mesmo de bem material ou temporário.
O primeiro lampejo da Realidade – do Reino da Alma – surge com o reconhecimento e conscientização do fato de que todas as condições e experiências temporais são frutos de auto-hipnose. Pela conscientização de que o cenário humano inteiro, com seu bem e seu mal, é ilusão, surge o primeiro clarão e experiência do Mundo da criação de Deus e dos filhos de Deus que habitam o reino espiritual.
Uma ilusão universal nos prende à terra , às condições temporais. Conscientize isto, compreenda isto, pois somente através dessa compreensão poderemos começar a soltar suas amarras sobre nós.
Nosso primeiro lampejo de que o paraíso está aqui e agora marca o início de nossa ascensão. Esta ascensão é, então, entendida como uma escalada acima das condições e experiências “deste mundo”, e ficamos aptos a observar as “várias moradas” preparadas para nós na Consciência espiritual – na percepção da Realidade. (Joel Goldsmith, livro: o Caminho Infinito, capítulo "o Novo Horizonte")
Além disso, o Caminho Infinito expõe:
Como seres humanos, estamos hipnotizados pela crença no bem e no mal, atuando sob a hipnose do mundo das aparências. Entretanto, tudo o que vemos tem por substância o hipnotismo, mero conceito ou imagem mental, que apenas tem “substância” na mente.
Este trabalho contínuo de encararmos cada problema como hipnotismo, um “nada”, um “não-poder” ou “não-substância”, nos conduz à Consciência mística da Unidade, em que não existe “Deus e”, mas que existe somente Deus: Deus aparecendo como ser individual, e Deus aparecendo como Universo espiritual.
O Universo espiritual, feito da Substância do Espírito, formado pela Consciência e mantido pela Lei espiritual, está exatamente AQUI. Neste Universo espiritual não existe doença, não existe falta ou limitação, não existe infelicidade ou discórdia, nem tampouco ser algum para ser curado ou modificado. Há somente o Reino da Divina Harmonia e Paz, que a tudo permeia, sem distúrbio de qualquer natureza,
Aceitemos ou não, o fato é que estamos neste Universo espiritual neste instante. Não temos de ir a algum lugar para encontrá-Lo. Ele está exatamente aqui, onde nós estamos. Portanto, assim deve ser a nossa oração: “Pai, que meus olhos sejam abertos, permitindo-me ver e contemplar este Universo espiritual! Revele-me a Sua Glória, aqui e agora. Não permita que eu tente modificar este Universo! Deixe-me somente contemplá-Lo”.
Passemos agora à Meher Baba. No texto transcrito abaixo, a figura denominada "Maya" é a mesma designada por este texto como sendo o Deus "Iswara". Eis os comentários de Meher Baba a respeito de Deus e Maya:
Deus é infinito. O que quer que seja infinito transcende a dualidade, não pode ser uma parte da dualidade. Deus, que é infinito, não pode descender na dualidade. Assim, a aparente existência da dualidade, como o Deus infinito e o mundo finito, é ilusória. Só Deus é real, Ele é infinito, um sem um segundo. A existência do finito é apenas aparente, é falsa, não é real.
Como o falso mundo das coisas finitas veio a existir? Por que ele existe? Ele é criado por Maya, ou o princípio da ignorância. Maya não é ilusão, é a criadora da Ilusão. Maya não é falsa, é aquilo que é criado por Maya que dá falsas impressões. Maya não é irreal, ela é o que faz com que o real pareça irreal e o irreal pareça real. Maya não é dualidade, é o que provoca a dualidade.
Para efeitos de explicação intelectual, no entanto, Maya deve ser encarada como sendo infinita. Ela cria a ilusão de finitude, ainda assim não é em si finita. Todas as ilusões criadas por Maya são finitas e todo o universo da dualidade, que parece existir devido a Maya, também é finito. O universo pode parecer conter inúmeras coisas, mas isso não significa que seja infinito. As estrelas podem ser inúmeras, há um número enorme, mas o conjunto total de estrelas é, contudo, finito. O espaço e o tempo podem parecer infinitamente divisíveis, mas, no entanto, são finitos. Tudo o que é finito e limitado pertence ao mundo da ilusão, embora o princípio que causa esta ilusão das coisas finitas deve, em certo sentido, ser considerado como não sendo uma ilusão.
Maya não pode ser considerada como sendo finita. A coisa torna-se finita ao ser limitada pelo espaço e pelo tempo. Maya não existe no espaço e não pode ser limitada por ele. Maya não pode ser limitada no espaço porque o espaço é em si a criação de Maya. O espaço, com tudo o que ele contém, é uma ilusão e é dependente de Maya. Maya, no entanto, não é de forma nenhuma dependente do espaço. Por isso, não pode ser finita devido a nenhuma limitação de espaço. Maya também não pode ser finita por causa de nenhuma das limitações do tempo. Embora Maya chegue ao fim no estado de superconsciência, não precisa ser considerada finita por esse motivo. Maya não pode ter um começo nem um fim no tempo, porque o próprio tempo é uma criação de Maya. Qualquer visão que torne Maya um acontecimento que tem lugar em algum tempo e desaparece depois de algum tempo coloca Maya no tempo, e não o tempo em Maya. O tempo está em Maya; Maya não está no tempo. O tempo, bem como todos os acontecimentos no tempo, são a criação de Maya. Maya não é de forma alguma limitada pelo tempo. O tempo chega à existência por causa de Maya e desaparece quando Maya desaparece. Deus é a Realidade atemporal, portanto, a realização de Deus e o desaparecimento de Maya, é um ato atemporal.
Maya também não pode ser considerada finita por quaisquer outras razões. Se fosse finita, seria uma ilusão e sendo uma ilusão, não teria nenhuma potência para criar outras ilusões. Assim, Maya é melhor considerada como sendo real e infinita, da mesma forma que Deus é geralmente considerado como sendo real e infinito. Entre todas as explicações intelectuais possíveis, a explicação de que Maya, assim como Deus, é real e infinita, é mais aceitável para o intelecto do homem. No entanto, Maya não pode ser realmente verdadeira. Onde há dualidade, há finitude em ambos os lados. Uma coisa limita a outra. Não pode haver dois infinitos reais. Pode haver duas entidades enormes, mas não pode haver duas entidades infinitas. Se tivéssemos a dualidade de Deus e Maya e se ambos fossem considerados como existências coordenadas, então, a realidade infinita de Deus poderia ser considerada como a segunda parte de uma dualidade. Portanto, a explicação intelectual de que Maya é real não tem o selo do conhecimento final, embora seja a explicação mais plausível.
Há dificuldades em considerar Maya como ilusória e também como real em última análise. Assim, todas as tentativas do intelecto limitado para entender Maya levam a um impasse. Por um lado, se Maya é considerada como finita, ela própria torna-se ilusória e então não pode dar conta do mundo ilusório das coisas finitas. Assim, Maya tem de ser considerada real e infinita. Por outro lado, se Maya é considerada como sendo essencialmente real, Maya se torna uma segunda parte da dualidade de uma outra realidade infinita, ou seja, Deus. Portanto, deste ponto de vista, Maya parece realmente tornar-se finita e, portanto, irreal. Então, Maya não pode ser real em última análise, embora tenha de ser considerada como tal, a fim de explicarmos o mundo ilusório dos objetos finitos.
De qualquer forma que o intelecto limitado tentar entender Maya, ele ficará aquém da verdadeira compreensão. Não é possível compreender Maya através do intelecto limitado, ela é tão insondável quanto Deus. Deus é insondável, incompreensível, assim também Maya é insondável, incompreensível. Dessa forma, é dito que Maya é a sombra de Deus. Onde uma pessoa está há a sombra dela também. Onde Deus está, há esta Maya inescrutável. Embora Deus e Maya sejam inescrutáveis para o intelecto limitado que opera no domínio da dualidade, eles podem ser perfeitamente entendidos em sua verdadeira natureza com o conhecimento final da Realização. O enigma da existência de Maya nunca pode ser definitivamente resolvido até que ocorra a Realização, quando descobre-se que Maya não existe na realidade.
Na Verdade final e única da Realização, não existe nada exceto o Deus infinito e eterno. A ilusão das coisas finitas aparecendo como separadas de Deus desapareceu e com ela também desapareceu Maya, a criadora dessa ilusão. O Autoconhecimento vem para a alma ao olhar para dentro, e ao superar Maya. Nesse Autoconhecimento ela não apenas sabe que as diferentes mentes-ego e os diferentes corpos nunca existiram, mas também que todo o universo e Maya mesma nunca existiram como um princípio separado. Seja qual for a realidade que Maya tinha até então é agora engolida pelo Ser indivisível da única Alma. A alma individualizada agora conhece a si mesma como sendo o que ela sempre foi - eternamente Autorealizada, eternamente infinita em conhecimento, graça, força e existência, e eternamente livre da dualidade. Mas essa forma mais elevada de Autoconhecimento é inacessível ao intelecto e é incompreensível, exceto para aqueles que alcançaram o cume da Realização final. (Do livro: “Discursos” – capítulo “Deus e Maya”)
Além de tudo isso, Meher Baba também disse:
* As pessoas dizem que Deus criou Maya, mas não é bem assim. Por exemplo, tome um fio de cabelo na cabeça. O fio de cabelo é Maya e a cabeça é Deus, o Criador. Embora o cabelo cresça no topo da cabeça, a cabeça não sabe como, por que, e de onde ele vem. Então como se poderia dizer que a cabeça criou o fio de cabelo, ou que Deus criou Maya? Mas, de certa forma, a própria existência de Maya depende da existência de Deus. (Lord Meher, volume 3, pp. 821)
* Quando perguntaram a Meher Baba "por que Deus criou este universo", ele respondeu: "Quem disse que Deus criou este mundo? Nós o criamos mediante a nossa própria imaginação. Deus é supremo, independente. Quando afirmamos que Deus criou esta ilusão, rebaixamos Ele e toda sua Infinitude. Ele está além de tudo isso." (Meher Baba, 23 March 1953, Dehra Dun BG p6.)
Resumindo: Deus e Maya são existências divinas. A diferença é que Maya criou o universo da dualidade, e só pode ser considerada como real do ponto de vista da dualidade. Para os seres que habitam e percebem o universo da dualidade, Maya é um Deus real - Ele é Deus! Uma existência una! A unicidade presente em Maya é o que sustenta e mantém todo o universo da dualidade. Não fosse pela unidade de Maya, o universo da dualidade despencaria. Mas Maya mantém tudo coeso. Assim, Maya está em toda a criação e além dela.
Como é possível os ensinamentos afirmarem ao mesmo tempo que "Deus não criou Maya" mas que, apesar disso, "se Maya parece existir isso é devido à existência de Deus"? Meher Baba responde isso invocando a imagem do objeto e de sua sombra. Ele afirma que Maya é superada quando vem a ser compreendida como a sombra de Deus. A fim de compreender melhor isso, tome como exemplo a sua própria sombra. Quando a sombra de seu corpo está projetada no chão, o seu corpo não está fazendo nenhum esforço para projetar a sombra. Ele não tem intenção de projetar a sombra. De fato, ele nem sabe que há uma sombra sendo projetada. O seu corpo se ocupa em ser inteiramente ele mesmo. Contudo, a sombra projetada somente existe porque o corpo existe primeiro! Remova o corpo dali, e não haverá sombra nenhuma. Logo, percebe-se que existe uma relação possível de ser estabelecida entre a sombra e o corpo, mas não existe nenhuma possibilidade de se estabelecer uma relação entre o corpo e a sombra. Essas relações existentes entre o corpo e a sombra equiparam-se às relações existentes entre Deus e Maya.
Apesar de ser possível elaborar explicações tão pertinentes e plausíveis como essas, tudo isso não passa de intelecto. O que está aqui sendo explicitado é o máximo que palavras conseguem alcançar. Além deste ponto a mente não vai. E aquilo que está além é infinitamente mais vasto - não há nem como comparar. Por isso, vale dizer novamente que tais verdades servem apenas para diminuir as inquietações e aflições da mente humana. Elas servem apenas como consolo, a fim de que a mente possa se conformar. É como acalmar de momento uma criança que não possui qualquer capacidade de compreender como ela veio a existir. Apenas diga a ela que um dia a cegonha trouxe um bebê enrolado num pano até a porta da casa do papai e da mamãe. Ela irá acreditar e isso irá acalmá-la. A mente agitada deseja encontrar um sentido que justifique o mundo e a experiência por que está passando. Então, tudo bem: apenas dê a ela o que ela deseja. Se ela puder ficar convencida da explicação, ela irá serenar. Quando a mente se encontra tranquila, apaziguada, conformada, grande parte da perturbação diminui. Se estes consolos puderem ocasionar a diminuição da atividade da mente, tornando-a dócil e receptiva, então a aceitação da verdade poderá penetrar sem muitos obstáculos. E para uma mente que ainda não percebe, toda a questão se resume na aceitação, pois esta é que possibilitará a percepção da verdade. A mente dócil é um sólo fértil para a aceitação e percepção da Verdade. Retomando: Meher Baba explica que as palavras não adiantam. A resposta que nos importa somente é encontrada na própria realização e na experiência.
Os ensinamentos absolutistas afirmam que os seres que se vêem vivendo completamente imersos no universo ilusório da dualidade podem transcender tal dualismo e atingir a unidade com a mente divina que criou e se conserva una com todo o universo dualístico: Maya. Alguns destes ensinamentos absolutistas afirmam que essa foi a iluminação que Buda atingiu na vida em que ele era conhecido como o personagem "Siddhartha Gautama", e que somente mais tarde, na sua encarnação seguinte, Buda transcendeu inclusive aquela mente, e atingiu a unidade com a Mente Perfeita de Deus. Isso se coaduna com as afirmações de Meher Baba, que diz que a realização de Deus acarreta o inteiro desaparecimento de Maya juntamente com as suas criações. Na vida em que Jesus Cristo era conhecido como o personagem "Jesus de Nazaré", é dito que Ele atingiu a iluminação de grau maior - na verdade, única - que supera a mente una de Maya.
Uma questão fundamental que grita à nossa atenção, nestes ensinos, é o fato de eles afirmarem que haverá um momento - mesmo que levem milênios ou eternidades de milênios, falando-se do ponto de vista do universo temporal - em que o universo da dualidade desaparecerá. Neste próprio instante de agora, ele não existe, apenas aparenta existir, mas chegará finalmente o momento em que ele deixará inclusive de aparentar existir e desaparecerá por completo.
Para explanar sobre o desaparecimento do universo, o ensinamento de Um Curso em Milagres vale-se da linguagem cristã, que classifica Deus na Trindade Una "Pai", "Filho" e "Espírito Santo".
A partir de sua cosmologia, o Curso explica que no Princípio existiam unicamente Pai e Filho vivendo na realidade perfeita que o Curso denomina "Céu". Antes do início, não havia inícios nem fins; havia apenas o Eterno Sempre, que ainda está "lá" - e sempre estará. Havia apenas uma consciência de uma unicidade imaculada, e essa unicidade era tão completa, tão espantosa e ilimitada em sua alegre extensão, que seria impossível que qualquer coisa (extensão) estivesse consciente de algo que não fosse Si Mesmo. Havia e há apenas Deus nessa realidade, à qual o Curso chama de Céu. O que Deus cria em Sua extensão de Si Mesmo é chamado de Cristo (o Filho). Mas Cristo de maneira alguma é separado ou diferente de Deus. Eles são exatamente a mesma coisa. Cristo não é uma parte de Deus, Ele é uma extensão do todo. A única diferença possível entre Cristo e Deus - se uma distinção fosse possível - seria que Deus criou Cristo; Ele é o Autor. Cristo não criou Deus ou a Si Mesmo. Contudo, por causa da perfeita unicidade inerente ao próprio Deus, isso realmente não importa no Céu. Deus criou Cristo para ser exatamente como Ele, e para compartilhar Seu eterno Amor e alegria, em um estado de êxtase livre, ilimitado e inimaginável. Ao contrário do mundo concreto em que parecemos estar agora, tal estado constante e bem-aventurado de consciência é completamente abstrato, eterno, imutável e unido. Cristo, então, estende a Si Mesmo, criando novas Criações, ou extensões simultâneas do todo, que também são exatamente as mesmas em sua perfeita unicidade com Deus e com Cristo. Portanto, Cristo, como Deus, também cria - porque Ele é exatamente o mesmo que Deus. Essas extensões não vão para "dentro" ou para "fora", porque no Céu não existe conceito de espaço; existe apenas em todo o lugar. O resultado de tudo isso é o compartilhar sem fim do Amor perfeito, que está além da compreensão. Pai e Filho em um alegre e eterno compartilhar.
Um adendo conveniente sobre o Filho Único de Deus: embora seja dito que no Céu só existe o Pai e o Filho compartilhando o Amor perfeito em uma eterna unidade, é importante revelar que, na realidade do Céu, o Pai e o Filho aparecem como inumeráveis seres com individualidades distintas a fim de povoar resplandecentemente a existência divina! E esse povoado do Céu é chamado pelo Curso de "Filiação". A Filiação inteira do Céu constitui o Filho Único de Deus. O Filho de Deus é Único, mas, com o objetivo de compartilhar (o mesmo objetivo de Seu Pai), Ele também estende a Si Mesmo, ramificando-se em várias individualidades, todas elas sem jamais perder a noção de que são o Mesmo e o Único ser. No Céu, Deus compartilha a integralidade de Seu Ser com seus Filhos. E os Filhos de Deus também compartilham tudo o que têm e são com outros Filhos de Deus, sendo que todos estão sempre conscientes de Quem são. O resultado disso é o enriquecimento e engrandecimento do Céu. O Infinito se ultrapassa e se expande ainda mais, contrariando tudo o que qualquer lógica pudesse conceber. Assim é (funciona) a realidade divina. Portanto, é importante ter a noção correta do que vem a ser a realidade no Céu do Pai e de Seu único Filho.
Retomando a história: Então, algo parece acontecer que, como em um sonho, realmente não acontece - apenas aparenta ocorrer. Por um instante, apenas por uma fração mínima de nanosegundo (nem mesmo isso!), um aspecto muito pequeno de Cristo parece ter uma ideia que não é compartilhada com Deus. É como uma curiosidade inocente na forma de uma pergunta - que infelizmente é seguida por uma resposta aparente. A pergunta, se pudesse ser colocada em palavras, era "como seria a vida e todas as demais coisas se por acaso eu experimentasse existir por conta própria?". Como uma criança inocente brincando com fogo e colocando chamas na casa, teríamos sido muito mais felizes em não encontrar a resposta para essa pergunta, uma vez que o nosso estado puro e inocente estava para ser substituído por um estado de ignorância, confusão e de isolamento do todo; tal estado é caracterizado por uma profunda e intrínseca sensação de medo. E vualá! - Eis o universo da dualidade! A inocente especulação tida sobre aquela diminuta ideia foi o que provocou o famoso evento que conhecemos como sendo o “Big Bang”.
Pelo fato de tal ideia não ser de Deus, Ele não responde a ela. Responder significaria conferir realidade a ela. Se o próprio Deus reconhecer qualquer coisa exceto a ideia da perfeita unicidade, então não mais haveria unicidade perfeita. Não mais haveria um perfeito estado do Céu para o qual o Filho fosse retornar. Ou seja: É Deus quem conserva o estado perfeito do Céu ao não reconhecer a ideia levantada pela inocente curiosidade do Filho, e ao não fornecer a ela uma resposta. Do contrário, a perfeita integridade de toda a Criação seria catastroficamente comprometida e Tudo teria desastrosamente se perdido para sempre. Entretanto, Deus conservou a presença e a estabilidade da Criação - apesar do Filho ter momentaneamente especulado ou simulado sobre ideias hipotéticas e absurdas. Isso mostra o quanto Deus é Perfeito e Íntegro. Assim, Deus o tempo todo continua estendendo-Se como o Seu Filho e, graças a isso, o tempo todo o Filho conserva-se seguro e puro, inatingido pelas consequências de suas suposições estranhas. Se o Filho parece estar isolado num universo de separação, é graças ao Pai que ele ainda possui um lugar perfeito para retornar, uma vez que a ideia da separação são coisas que não interessam nenhum pouco a Deus.
Ao passar de repente da Realidade do Céu para o universo aparente da separação, o Filho Único manifesta-Se através do crivo da crença em multiplicidade. Ou seja, além da característica de "distinção" que é inerente ao ser individual, aparece também uma noção real de separação entre cada ser existente. O senso de unicidade e unidade entre os seres distintos tornou-se encoberto, obscurecido. O Curso diz que a aparente existência do universo da dualidade é mantida em conjunto, por toda a Filiação. O universo ilusório é, portanto, uma crença coletiva. A cada vez que um Filho de Deus desperta para a inexistência da separação, a crença coletiva que sustenta a existência do universo da dualidade é enfraquecida. O despertar para a verdade continuará ocorrendo no âmbito de toda a Filiação, até que Maya perca a sua força por completo. Não fosse o universo ilusório uma crença conjunta de toda a Filiação, bastaria que um único Filho de Deus despertasse para a verdade e o universo irreal desapareceria instantaneamente por inteiro! Por isso, o Curso diz que virá finalmente o tempo em que à toda a Filiação será dado a conhecer a verdade. Quando tal se completar, o universo desaparecerá no nada (e juntamente com o NADA) de onde ele surgiu. Esse é o significado do “Apocalipse” preconizado pelo Curso em Milagres.
Acerca do que foi explanado na cosmologia acima, Meher Baba discorre:
A manifestação do conhecimento infinito e da bênção ilimitada na consciência estão estritamente limitadas para a alma que alcançou a realização de Deus. A Realidade infinita na alma que realizou Deus tem conhecimento explícito de sua própria infinidade. Tal conhecimento explícito não é experimentado pela alma não-realizada, que ainda está sujeita à ilusão do universo. Assim, se a Realização de Deus não fosse um feito pessoal da alma, o universo inteiro chegaria ao fim logo que qualquer alma alcançasse a Realização de Deus. Isso não acontece porque a Realização de Deus é um estado de consciência pessoal que pertence à alma que transcendeu o domínio da mente. Outras almas permanecem em cativeiro e só podem atingir a Realização ao libertarem a sua consciência do fardo do ego e das limitações da mente individual. Daí o atingimento da Realização de Deus só tem significado direto para a alma que emergiu do processo do tempo. (Do livro: “Discursos” – capítulo “A Realização de Deus”)
Um Curso em Milagres diz que a percepção do universo ilusório durará até que a Filiação se conheça como um todo. Por isso, enfatiza a importância de todos os seres compartilharem entre si a mensagem e a percepção da Verdade, até que esta alcance cada ser integrante da Filiação. Então, a Filiação inteira será devolvida ao Universo Real. Sobre isso, o Curso diz:
* Nada e tudo não podem coexistir. Acreditar em um é negar o outro. O medo na realidade é nada e o amor é tudo. Sempre que a luz penetra na escuridão, a escuridão é abolida. O que acreditas é verdadeiro para ti. Nesse sentido, a separação ocorreu e negá-la é meramente usar a negação de maneira imprópria. O procedimento corretivo inicial é reconhecer temporariamente que existe um problema, mas só como uma indicação de que é necessária uma correção imediata. Isso estabelece um estado na mente no qual a Expiação pode ser aceita sem adiamento. Contudo, deve-se enfatizar que nenhuma transigência é possível entre tudo e nada. Deve-se notar que Deus só tem um Filho. Se todas as Suas criações são Seus Filhos, cada um tem que ser uma parte integral de toda a Filiação. A Filiação, em sua unicidade, transcende a soma de suas partes. Todavia, isso fica obscuro enquanto qualquer uma de suas partes está faltando. É por isso que, em última instância, o conflito não pode ser resolvido até que todas as partes da Filiação tenha retornado. Só então pode o significado da integridade em seu verdadeiro sentido ser compreendido. Qualquer parte da Filiação pode acreditar no erro ou no incompleto, se assim escolher. Todavia, se o faz, está acreditando na existência do nada. A correção desse erro é a Expiação. (UCEM, capítulo 2, VII, 5-6)
* Não existe nenhum mundo à parte das tuas ideias porque as ideias não deixam a sua fonte e tu manténs o mundo dentro da tua mente em pensamento. No entanto, se és tal como Deus te criou, não podes pensar à parte Dele, nem fazer o que não compartilhe da Sua intemporalidade e do Seu Amor. Estas coisas são inerentes ao mundo que vês? Esse mundo cria como Ele? Se não o fizer, não é real e não pode ser em absoluto. Se tu és real, o mundo que vês é falso, pois o mundo não é como a criação de Deus em todos os seus aspectos. E do mesmo modo como foste criado pelo Seu Pensamento, foram os teus pensamentos que fizeram o mundo e têm que libertá-lo para que possas conhecer os Pensamentos que compartilhas com Deus. Libera o mundo! As tuas criações reais esperam por essa liberação para te dar a paternidade, não de ilusões, mas como Deus na verdade. Deus compartilha a Sua Paternidade contigo, que és o Seu Filho, pois Ele não faz distinções entre o que é Ele Mesmo e o que ainda é Ele. O que Ele cria não está à parte Dele, e em lugar algum o Pai chega ao fim para dar início ao Filho como algo separado de Si Mesmo. Não existe nenhum mundo porque ele é um pensamento à parte de Deus, feito para separar o Pai e o Filho e arrancar uma parte do próprio Deus para assim destruir a Sua Integridade. Um mundo vindo dessa ideia pode ser real? Pode estar em algum lugar? Nega as ilusões, mas aceita a verdade. Nega que sejas uma sombra deixada por um momento sobre um mundo agonizante. Libera a tua mente e contemplarás um mundo liberado." (UCEM, Lição nº 132)
* A Unicidade é simplesmente a ideia de que “Deus é”. E no que Ele é, Ele abrange todas as coisas. Não há mente que contenha algo que não seja Ele. Dizemos: "Deus é" e então deixamos de falar, pois nesse conhecimento as palavras são sem significado. Não há lábios para pronunciá-la em nenhuma parte da mente é distinta o suficiente para sentir que agora está ciente de algo que não seja ela mesma. Ela se uniu à sua Fonte. E, como a própria Fonte, meramente é. Não podemos falar, escrever ou mesmo pensar sobre isso de modo algum. Vem a cada mente quando o reconhecimento total de que sua vontade é a Vontade de Deus tiver sido completamente dado e completamente recebido. Isso devolve a mente ao presente infinito, em que nem o passado nem o futuro podem ser concebidos. Está além da salvação, depois de todo pensamento de tempo, de perdão e da santa face do Cristo. O Filho de Deus meramente desapareceu em seu Pai, assim como o Pai nele. O mundo absolutamente nunca foi. A eternidade permanece um estado constante. (UCEM, Lição nº 169)
* Já repetimos várias vezes antes que apenas fazes uma jornada que já terminou. Pois a unicidade tem de estar aqui. Não importa quando vem a revelação, pois ela não está no tempo. Talvez pareça que contradizemos a nossa declaração de que a revelação do Pai e do Filho como uma só já foi estabelecida. Mas também dissemos que a mente determina quando será esse momento e já o determinou. Parece ser bastante arbitrário. Mas não há nenhum passo que alguém possa dar nesta estrada que seja apenas por acaso. Estamos apenas empreendendo uma jornada que já chegou ao fim. Todavia, parece reservar um futuro que ainda nos é desconhecido. Insistimos, porém, que dês testemunho do Verbo de Deus para apressar a experiência da verdade e acelerar o seu advento a todas as mentes que reconhecem os efeitos da verdade em ti. Qualquer que seja o momento que a mente tenha estabelecido para a revelação, ele é inteiramente irrelevante para aquilo que tem que ser um estado constante, para sempre como sempre foi; permanecendo para sempre como é agora. Nós apenas aceitamos o papel há muito tempo designado e reconhecido plenamente como já tendo sido realizado com perfeição por Aquele Que escreveu o roteiro da salvação em Nome do seu Criador e em nome do Filho do Seu Criador. Quando vem a revelação da tua unicidade, ela será conhecida e inteiramente compreendida. (UCEM, Lição nº 169)
E, assim, chegamos ao fim desta cosmologia. Resumindo todas as ideias que foram apresentadas até agora em uma sequência simples: Deus é a única realidade. A Criação de Deus existe no próprio âmbito de Deus. Deus não criou a ilusão de dualidade. A ilusão de dualidade foi criada por Maya ou Iswara. Iswara ocupa a posição de Deus em relação ao universo da dualidade, sendo ao mesmo tempo imanente e transcendente. Deus não criou Iswara, mas Iswara só existe porque Deus existe primeiro. Por essa razão, é dito que Iswara é a “sombra de Deus”. Deus é alheio à existência de Iswara e suas criações.
Nada disso explica realmente as coisas como elas são. Essa cosmologia só serve para satisfazer os anseios e tranquilizar a mente. Leve isso a sério. Todas essas explicações são complexas; e a verdade é simples. Ela está acima de tudo isso. A simplicidade da verdade a torna maior do que tudo isso. O que deve ser buscado não é o conhecimento intelectual dessas verdades, mas a experiência para a qual estes ensinamentos apontam. A resposta e o entendimento verdadeiros são encontrados na realização e na experiência.
Então estaria o mundo dos homens abandonado? Se Deus desconhece a existência de vida humana, estaria a humanidade desamparada pelo Amor Perfeito? A resposta é: mesmo que Deus desconheça a existência humana, a humanidade está amparada pelo Amor Universal. O Amor Universal transpassa este universo e Deus alcança este mundo, atraindo universalmente todos os seres para a realização dessa Consciência Divina. Para compreender como Deus opera neste universo, invoquemos novamente a imagem de um objeto e de sua sombra. A presença da sombra é totalmente dependente da existência do corpo original. Remova o corpo original e a sombra imediatamente se desvanece. Mas, embora a sombra não seja o corpo original, ela tem a qualidade de representá-lo; uma sombra representa o corpo em uma medida muito pequena; ela não é o corpo, mas fornece pistas, apresenta indícios. Por exemplo: alguém lhe propõe um jogo: você é colocado de frente para uma parede e a pessoa fica exatamente atrás de você, e pede para você olhar fixamente para as sombras da parede e tentar adivinhar o objeto que ela está segurando. Se você enxergar na parede a sombra de uma mão, poderá discernir tranquilamente: "posso não estar olhando para o objeto original mas sei que atrás de mim está a sua mão porque, embora a 'sombra' da mão não seja a 'mão verdadeira', ela apresenta o formato e todos os contornos da mão real". Logo, percebemos que sombra comporta em si algo do objeto original. Há uma relação mínima e indireta que cria uma espécie de unidade entre a sombra e o objeto real. Devido a isso, a sombra dá pistas, fornece indícios. Ela representa o corpo original em uma medida muito pequena.
Deus é Luz pura e infinita e, do mesmo modo que uma parcela do objeto se manifesta na sombra projetada, também uma parcela da Luz de Deus se manifesta neste universo. Deus é a Inteligência infinita e, do mesmo modo que as características de um objeto real são reduzidas ao aparecerem na sombra, a Inteligência infinita é reduzida ao aparecer na sombra de Iswara. A Luz, a Força e a Inteligência infinitas que constituem o Ser de Deus aparecem deformadas/reduzidas ao serem projetadas na sombra de Iswara. Mas no âmbito de Iswara essas pequenas parcelas de Inteligência, Força e Luz são tremendas, infinitas. A mera "sombra" de Deus é o suficiente para fazer surgir neste universo toda uma sorte de divindades, avatares, bodisatvas, revelações, mestres e ensinamentos iluminados, sincronicidades... Indiretamente, Deus está governando e corrigindo este universo. E o universo está fadado a se submeter e a satisfazer todos os planos designados por essa Inteligência divina. A Luz, a Força e a Inteligência de Deus que incidem neste universo agem com a pura finalidade de desmantelá-lo, até que desapareça por completo.
Assim, indiretamente Deus se manifesta no mundo e governa o mundo. Essa ação misteriosa de Deus no mundo encontra-se perfeitamente descrita no Tao-Te-Ching: "Ele age suavemente, mediante o agir-pelo-não-agir. Em sua mansidão, em seu não-fazer, Deus conquista-sem-conquistar, governa-sem-governar. Ele obriga sem jamais nada impor. E, dessa forma, Ele tudo faz". Ocorre isso porque Deus é a única realidade - essa é a Sua natureza. A maneira como Deus age e Se manifesta num universo ilusório que Ele desconhece se assemelha ao modo como o céu azul se manifesta para nós quando enxergamos o espaço que separa duas nuvens cinzentas. Na brecha, o céu se manifesta. Nessa analogia simples, o céu é tudo o que existe, e seria incorreto dizer que ele interagiu com o "povo lá em baixo" (a ilusão) no sentido de se revelar ou de se manifestar. A natureza do céu permite a ele se manifestar no mundo, mesmo que ele não tenha essa intenção. O céu inclusive desconhece que se manifestou. Mas o milagre é que: se manifestou!!! Dada a natureza de Seu Ser, o Real desmantela o irreal mediante o "fazer pelo não-fazer".
Acerca das ações de Deus no mundo, Ramana Maharshi explanou em um diálogo com um devoto:
Pergunta: Qual é a relação entre Deus e o mundo? Ele é o criador ou o sustentador dele?
Bhagavan: Os seres sencientes ou não sencientes de todos os tipos estão realizando ações apenas pela mera presença do sol, que nasce no céu sem nenhuma volição.
Similarmente, todas as ações são feitas pelo Senhor sem nenhuma volição ou desejo da parte Dele. Na mera presença do sol, as magníficas lentes emitem fogo, a flor de lótus desabrocha, a flor-de-lis se fecha e todas as incontáveis criaturas realizam ações e descansam.
A ordem da grande multidão de mundos é mantida pela mera presença de Deus da mesma maneira que a agulha se move diante de um imã, e a selenite emite água, a flor-de-lis desabrocha, e o lótus se fecha diante da lua.
Na mera presença de Deus, que não tem a mínima volição, os seres vivos, que estão engajados em inúmeras atividades, após embarcarem em muitos caminhos para os quais são atraídos de acordo com o curso determinado por seus próprios karmas, finalmente realizam a futilidade da ação, voltam-se para o Ser e atingem a liberação.
As ações dos seres vivos não chegam ou afetam a Deus, o qual transcende a mente, da mesma maneira que as atividades do mundo não afetam o sol, e as qualidades dos quatro elementos conspícuos (terra, água, fogo e ar) não afetam o espaço sem limites.
Tais ideias também estão exprimidas nos ensinamentos de Um Curso em Milagres:
"As leis de Deus não prevalecem diretamente num mundo no qual a percepção domina, pois tal mundo não poderia ter sido criado pela Mente para a qual a percepção não tem significado. Entretanto, as Suas leis refletem-se em toda a parte (através do Espírito Santo). Não que o mundo onde esse reflexo está seja de fato real. Mas apenas porque o Seu Filho acredita que ele seja real e Ele não poderia separar-se inteiramente da crença do Seu Filho. Ele não poderia entrar na insanidade do Seu Filho com ele..."(T-25.III.2)
Ao longo de todo esse texto, foi abordada a cosmologia do Universo segundo os ensinamentos absolutistas. Que possam estes ensinamentos servirem de inspiração para muitos. Que todos sejam abençoados com a percepção da verdade de Quem são e com a Revelação provinda do Pai. Que em Seu Nome ela nos seja dada. Finalizamos este texto com as palavras a seguir e também com um vídeo trazendo uma mensagem que revela a verdade sobre todos nós.
Como explicar o que acontece quando você se torna realizado em Deus? Não há mais o corpo, a mente, o ego, não há mais o universo, existe apenas você como Deus experienciando indescritível alegria. É plano de Deus despertar todos os seres deste sonho da criação, e fazê-los viver nele e experimentar a Sua felicidade infinita. (Meher Baba, 1960, Poona, DH p52)
Profundo, esclarecedor... Maravilhoso!
ResponderExcluirEsperei ansiosamente por estes dois últimos post.
Quando li o post "Ensinamentos Iluminados: Brahma x Iswara", confesso que minha reação inicial foi exatamente igual a do João Willian que comentou. "Pronto, já não bastava o Meher Baba criar uma classificação das ilusões no post anterior, agora veio o próprio Gugu me deixar confuso", pensei. Mas como é grande o respeito que lhe tenho, por tudo o que posta, fiquei caladinho e confiante a espera da conclusão.
Agora percebo. Aos meus olhos, o que fez foi pegar uma colcha de retalhos que estava dobrada, desdobrar, mostrar os retalhos, como que para quem duvida que haja retalhos nela (a mente), e depois dobrá-la novamente, exatamente igual como estava/é.
Abraço,
Júlio
Olá, Júlio, é isso mesmo.
ResponderExcluirAs explicações do texto são boas, mas estão todas no âmbito do intelecto. Apesar de pertinentes, não seria razoável apegar-se a elas e tomá-las como sendo a verdade. A Verdade está acima inclusive destas explicações, completamente insondável. Ela é compreendida melhor na quietude e no silêncio. Por isso, o que o texto está oferecendo com uma mão, está retirando com a outra. Se o leitor entender isso, é possível ele se ver no estado de quietude e silêncio necessários para se discernir a Verdade.
Grande Abraço.