Masaharu Taniguchi
A NATUREZA DA MENTE
Quando aprendemos que os estados imperfeitos existentes no mundo fenomênico, sejam infortúnios ou doenças do corpo carnal, surgem porque a Vida interior, que originariamente é perfeita, está se refletindo no espelho da mente cheio de poeira, e que tal imperfeição não passa de imagem distorcida e embaçada, talvez certas pessoas digam que a causa de todas as doenças está na mente ou, em outras palavras, que a mente está doente, não o corpo carnal. Mas, na verdade, como a mente em si é a nossa substância e é algo vindo de Deus, de maneira alguma pode estar doente. É importante saber isso.
O espelho da mente está simplesmente com poeira acumulada em sua superfície; portanto, não é o espelho em si que causa a imperfeição. Como o espelho da mente, ao ser produzido, foi criado em estado perfeito por Deus, não há deficiência no espelho propriamente dito. Mesmo que nossa mente apresente em sua superfície alguma imagem distorcida, a mente em si continua sendo perfeita. A mente, seja ela de quem for, na essência é sempre produto da Mente de Deus; assim sendo, nada pode deformá-la. Se conscientizarmos essa Verdade, compreenderemos que a mente do homem é na realidade sempre correta, sempre perfeita e sempre equilibrada. Por isso, caro leitor, não pense que sua mente esteja doente. Nem no passado, nem no presente, nem no futuro, a mente jamais pode adoecer. A doença não consegue penetrar na mente do homem, que é eternamente perfeita desde o princípio da criação. Portanto, não considere a sua mente como causadora da doença, nem que a causa da doença estava oculta dentro de sua mente! A mente do homem, que na essência é a Mente de Deus, não poderá ser causa de doenças nem ser a portadora delas. Quando isto for plenamente conhecido pelos homens, eles se tornarão totalmente livres.
A Imagem Verdadeira do homem é perfeita. E esta Imagem Verdadeira é o todo da existência chamada homem. As demais coisas não são o homem. Por isso, em nome da Verdade, jamais, em ocasião alguma, podemos dizer que somos doentes. A Imagem Verdadeira da nossa mente jamais pode adoecer. Isto porque a Imagem Verdadeira, que é Deus, não pode ficar doente. Então, uma outra mente, que não seja a da Imagem Verdadeira, pode adoecer? Não, esta mente também não pode se tornar doente, porque não existe outra mente a não ser a da Imagem Verdadeira. Não há como uma coisa inexistente se tornar doente. Podemos dizer o mesmo do corpo carnal. O verdadeiro aspecto do corpo carnal é o reflexo perfeito da Imagem Verdadeira do homem, que é Deus. O que não é reflexo da Imagem Verdadeira não é seu aspecto verdadeiro. E o que não é aspecto verdadeiro não existe em lugar algum. O que não existe não pode ficar doente, assim como também a nossa substância jamais poderá adoecer, porque ela é o próprio Deus. A mente jamais poderá ficar doente, porque ela é a manifestação da Mente de Deus, e é raio de luz individualizado, emanado do foco infinitamente luminoso que é o mundo da Imagem Verdadeira. E o corpo carnal também jamais poderá ficar doente, porque ele é a projeção de Deus - a nossa Imagem Verdadeira que existe no mundo invisível aos olhos carnais - neste mundo visível. Assim sendo, dentro de nós não existe um elemento sequer que possa adoecer. Tudo o que existe dentro de nós é apenas aquilo que é igual a Deus. E o que é igual a Deus jamais comete pecados nem adoece.
Seja qual for o estágio das vidas, enquanto estiverem refletindo a Imagem Verdadeira originária elas mantêm a respectiva perfeição que devem manifestar no mundo correspondente a esse estágio. E o que é perfeito não pode adoecer. Não podemos separar a Vida da sua Imagem Verdadeira nem podemos separar a Imagem Verdadeira da Perfeição. Qualquer que seja o nível em que se encontra um ser vivo, desde que a Vida deste nível esteja projetando a Imagem Verdadeira originária, esta Vida deverá ser perfeita. Não poderão existir contradições como a do canibalismo, e cada um vivificará o outro reciprocamente. Desde que a Vida esteja projetando sem distorções a Imagem Verdadeira originária nenhum ser vivo adoecerá, nem agredirá ou devorará os outros. Quando a própria Imagem Verdadeira da Vida se manifestar, em se tratando de mundo, este será um mundo de grande harmonia; em se tratando de homem, este manifestará neste mundo uma imagem perfeita como a do próprio Deus.
Não há necessidade alguma de preocupar-se com a doença, estudá-la, ponderá-la, arquitetar artifícios, dispensando atenção a ela. Por mais que analisemos a treva, não podemos com isso produzir a luz. Por mais que conheçamos a natureza da desarmonia, não podemos com esse conhecimento criar harmonia. Todos os estudos referentes à imperfeição são desnecessários. Aliás, são mais do que desnecessários, porque, quanto mais nos aprofundamos na escuridão mais nos distanciamos da luz da Imagem Verdadeira. A Vida não será descoberta pesquisando o "vazio" da Vida. Já que a plenitude da Vida é a saúde, de que adiante buscá-la agindo sobre a doença, que não passa da "ausência da Vida"? Por mais que tentemos alterar a consequência, não conseguiremos modificar a causa. Por mais que analisemos a escuridão, não podemos conhecer a luz. Basta-nos compreender que, à luz da Verdade absoluta, a doença, o pecado e a ilusão são inexistentes, e que não fazem parte da Imagem Verdadeira do homem. Não vale a pena levantar a questão que aborda os componentes da doença, do pecado, da ilusão, que são inexistentes. Isto porque não temos necessidade de conhecer o que é inexistente, e sendo inexistente é impossível conhecê-lo de verdade, por mais que o pesquisemos.
Quanto mais estudarmos fatos relativos à doença e pensarmos na doença, passaremos a saber menos sobre a saúde. Pensem bem: conhecer uma coisa inexistente é algo que nos é eternamente impossível. Delinear na mente algo que não existe verdadeiramente é desenhar a ilusão. A pretensão de conhecer o que não existe na realidade, em última análise, resultará somente em criar uma imagem mental contraditória. E tal imagem mental contraditória faz surgir no espelho da mente um "embaçamento" contraditório chamado Vida doente; fá-lo refletir com distorção a existência do homem, e projeta essa imagem mental no mundo exterior sob a forma de doença. Assim sendo, levar a efeito investigações com o intento de conhecer a doença significa produzir mais e mais doenças. Em suma, estudar sobre coisas e fatos que não sejam a Imagem Verdadeira significa impedir a sua manifestação perfeita.
Compreender cada vez melhor o que existe na Imagem Verdadeira e manifestá-la é que constitui o objetivo da vida. Quanto mais crescermos dentro da compreensão da Imagem Verdadeira, mais purificado será o nosso espelho da mente, melhor será a saúde, e o amor, a inteligência, a força e a Vida, que constituem o aspecto originário do homem, serão refletidos no homem carnal. Conhecer a Imagem Verdadeira significa, para o homem, a conquista da liberdade perfeita. Contrariamente a isso, sempre que pretendermos conhecer o que não existe realmente, a Imagem Verdadeira desaparece da vida prática. A "Imagem Verdadeira" só se manifesta nitidamente quando deixamos totalmente de nos preocupar com as coisas não existentes. E quando, assim, deixamos de tentar conhecer o que não é a Imagem Verdadeira absoluta e procuramos apenas aquilo que é projetado diretamente da Imagem Verdadeira absoluta, começamos a conhecer a existência absoluta. Por isso devemos fitar tão somente a Imagem Verdadeira. Em relação a tudo com que tivermos contato, devemos considerar que a Imagem Verdadeira Perfeita é o seu aspecto agora existente, que a Imagem Verdadeira é a sua forma, a sua Vida, o seu corpo, a sua substância, a sua face originária.
Se treinarmos a mente para ver a perfeição da Imagem Verdadeira em relação a todas as pessoas coisas e fatos, iremos deixar gradativamente de receber impressões imperfeitas de tudo que encontrarmos pela frente. Quando desta maneira desaparecerem totalmente as imperfeições da superfície do espelho da mente, refletir-se-á neste mundo somente a perfeição da Imagem Verdadeira de tudo o que existe. O mundo exterior tornar-se-á mundo ideal e o homem tornar-se-á homem ideal.
(Do livro "A Verdade da Vida, vol 8", pp. 106-111)
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