“Somos feitos da mesma coisa que os sonhos e nossa curta vida é rodeada por um sono.” (Shakespeare)
Shakespeare realmente sabia sobre o que estava falando e isto não era somente efervescência poética. Maharishi costumava dizer exatamente a mesma coisa.
Suponho que eu tenha questionado Bhagavan sobre esse assunto com mais freqüência do que outros, apesar de algumas dúvidas sempre permanecerem para mim. Ele sempre avisou que assim que uma dúvida fosse esclarecida, outra surgiria no lugar da primeira, num processo sem fim.
“Mas Baghavan”, eu repetia, “sonhos são desconexos, enquanto que o estar acordado continua de onde havia parado e é tido por todos como algo contínuo”.
“Você diz isso nos seus sonhos?” Bhagavan perguntava. “Eles pareciam perfeitamente consistentes e reais enquanto aconteciam. Somente agora, enquanto acordado, é que você questiona a realidade da experiência. Isto não tem lógica.”
Bhagavan se recusava a ver a menor diferença entre os dois estados, e nisso ele concordava com todos os grandes Videntes Advaitas. Alguns questionaram se Shankara não teria traçado uma linha de diferença entre estes dois estados, mas Bhagavan persistentemente negava isto. “Shankara só fez esta divisão aparente para o propósito de uma exposição mais clara”, Maharishi explicava.
Mesmo que eu tentasse alterar meu modo de perguntar, a resposta que eu recebia era sempre a mesma: “Coloque suas dúvidas dentro do próprio sonho. Você não questiona o estar acordado quando você está acordado, você o aceita. E o aceita da mesma maneira que você aceita os seus sonhos. Vá além desses dois estados, e do terceiro – o sono profundo. Estude-os a partir daquele ponto de vista. Você está estudando uma limitação do ponto de vista de outra limitação. Poderia algo ser mais absurdo? Vá além de todas as limitações, e então volte com suas dúvidas.”
Apesar disso, as dúvidas ainda permaneciam. De algum jeito, eu sentia, enquanto sonhava, que havia algo de irreal nos sonhos; não era sempre, mas alguns lampejos vez ou outra.
“Isso também não vive acontecendo com você enquanto você está acordado?” Bhagavan perguntava. “Às vezes você não sente que o mundo em que você vive e as coisas que estão acontecendo não são reais?”
Mais uma vez, apesar de tudo isso, a dúvida persistia. Porém, em uma manhã, me aproximei do Bhagavan e, para seu encantamento, entreguei-lhe um papel, onde estava escrito o seguinte:
“Bhagavan se lembra que eu expressei minhas dúvidas sobre a semelhança entre o sonhar e o estar acordado. Na manhã de hoje, a maior parte dessas dúvidas foram esclarecidas pelo seguinte sonho, que me pareceu particularmente objetivo e real:
Eu estava discutindo filosofia com alguém e pontuei que todas as experiências eram subjetivas, e que não havia nada além da mente. A outra pessoa negava, mostrando o quão sólido as coisas eram e quão reais as experiências pareciam, e que isso não poderia ser somente imaginação.
Eu respondia: 'Não, nada é mais do que um sonho. Sonhar e estar acordado são exatamente a mesma coisa.'
‘Você diz isso agora’, ele respondeu, ‘mas você nunca diria uma coisa dessas no seu sonho.’
E então, eu acordei.”
Livro-fonte: “Call Divine”.
Suponho que eu tenha questionado Bhagavan sobre esse assunto com mais freqüência do que outros, apesar de algumas dúvidas sempre permanecerem para mim. Ele sempre avisou que assim que uma dúvida fosse esclarecida, outra surgiria no lugar da primeira, num processo sem fim.
“Mas Baghavan”, eu repetia, “sonhos são desconexos, enquanto que o estar acordado continua de onde havia parado e é tido por todos como algo contínuo”.
“Você diz isso nos seus sonhos?” Bhagavan perguntava. “Eles pareciam perfeitamente consistentes e reais enquanto aconteciam. Somente agora, enquanto acordado, é que você questiona a realidade da experiência. Isto não tem lógica.”
Bhagavan se recusava a ver a menor diferença entre os dois estados, e nisso ele concordava com todos os grandes Videntes Advaitas. Alguns questionaram se Shankara não teria traçado uma linha de diferença entre estes dois estados, mas Bhagavan persistentemente negava isto. “Shankara só fez esta divisão aparente para o propósito de uma exposição mais clara”, Maharishi explicava.
Mesmo que eu tentasse alterar meu modo de perguntar, a resposta que eu recebia era sempre a mesma: “Coloque suas dúvidas dentro do próprio sonho. Você não questiona o estar acordado quando você está acordado, você o aceita. E o aceita da mesma maneira que você aceita os seus sonhos. Vá além desses dois estados, e do terceiro – o sono profundo. Estude-os a partir daquele ponto de vista. Você está estudando uma limitação do ponto de vista de outra limitação. Poderia algo ser mais absurdo? Vá além de todas as limitações, e então volte com suas dúvidas.”
Apesar disso, as dúvidas ainda permaneciam. De algum jeito, eu sentia, enquanto sonhava, que havia algo de irreal nos sonhos; não era sempre, mas alguns lampejos vez ou outra.
“Isso também não vive acontecendo com você enquanto você está acordado?” Bhagavan perguntava. “Às vezes você não sente que o mundo em que você vive e as coisas que estão acontecendo não são reais?”
Mais uma vez, apesar de tudo isso, a dúvida persistia. Porém, em uma manhã, me aproximei do Bhagavan e, para seu encantamento, entreguei-lhe um papel, onde estava escrito o seguinte:
“Bhagavan se lembra que eu expressei minhas dúvidas sobre a semelhança entre o sonhar e o estar acordado. Na manhã de hoje, a maior parte dessas dúvidas foram esclarecidas pelo seguinte sonho, que me pareceu particularmente objetivo e real:
Eu estava discutindo filosofia com alguém e pontuei que todas as experiências eram subjetivas, e que não havia nada além da mente. A outra pessoa negava, mostrando o quão sólido as coisas eram e quão reais as experiências pareciam, e que isso não poderia ser somente imaginação.
Eu respondia: 'Não, nada é mais do que um sonho. Sonhar e estar acordado são exatamente a mesma coisa.'
‘Você diz isso agora’, ele respondeu, ‘mas você nunca diria uma coisa dessas no seu sonho.’
E então, eu acordei.”
Livro-fonte: “Call Divine”.
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