sexta-feira, maio 29, 2020

IMORTALIDADE TRAZIDA À LUZ - 3/8

- Dorothy Rieke -


Seguramente, devemos começar pelo fato de que o homem nunca nasceu na matéria. Muitas pessoas, incluindo alguns Cientistas Cristãos, “trabalham” para se protegerem da transição da morte. Não será esse procedimento uma forma de começar pelo oposto do problema? Se se regozijassem no fato de que jamais haviam conhecido o nascimento material, reconheceriam igualmente o seguinte: que aquilo que nunca nasceu, nunca pode morrer. A pior e a mais perigosa mentira sobre o homem é a crença de que este tenha tido uma origem material.

Não deveríamos então negar esta mentira mais do que qualquer outra? Em nosso livro texto, a Sra. Eddy oferece-nos uma notável interpretação espiritual dos versículos do capítulo 10 do Apocalipse: “Vi outro anjo forte descendo do céu, envolto em nuvem, com o arco-íris por cima da sua cabeça, o rosto como o sol, e as pernas como colunas de fogo, tendo na mão um livrinho aberto. Pôs o pé direito sobre o mar e o esquerdo sobre a terra.” Acerca desta interessante visão, a nossa líder escreve na página 559 de Ciência e Saúde: “Esse anjo tinha na mão um “livrinho” aberto, para ser lido e compreendido por todos. Porventura esse mesmo livro continha a revelação da Ciência divina, cujo “pé direito” ou poder dominante estava sobre o mar — sobre o erro elementar, latente, fonte de todas as formas visíveis do erro? O pé esquerdo do anjo estava sobre a terra: isto é, um poder secundário era exercido sobre o erro visível e sobre o pecado audível.” Permaneçamos alertas para não colocarmos nosso pé unicamente sobre “o erro visível e o pecado audível.”

Uma vez negados a moléstia, a dor e o pecado, realizamos menos de metade do nosso trabalho — não nos devemos nunca esquecer de controlar e de reduzir a nada “o erro elementar e latente, a fonte de todas as formas visíveis de erro”, através de um claro reconhecimento da totalidade de Deus. O que é esse erro elementar? Não é mais nada senão a crença do nascimento do homem na matéria. Recordem-se que o anjo considerou importante colocar o pé direito ou poder dominante sobre a fonte de todas as formas visíveis do erro, a crença de um nascimento humano. Se o anjo tivesse podido apoiar-se num só pé, decerto teria escolhido o pé direito, pois uma vez dominado o erro latente elementar — a crença de que o homem nasce na matéria — nunca poderia existir nenhuma outra forma de erro visível. Não existiria nenhum corpo físico passível de desenvolver uma doença, nenhum sentido material capaz de experimentar uma dor, nenhum mortal contra o qual estar em conflito, nenhuma forma de matéria capaz de acumular o erro e nenhuma mente mortal ansiosa ou medrosa. Como é bom saber que o pé direito da Verdade onipotente está colocado sobre o erro latente do nascimento material, e reconhecermos e compreendermos que o homem é imortal.

A Sra. Eddy elaborou frases maravilhosas para melhor evidenciar o fato de que o homem nunca nasceu. Uma dessas afirmações trouxe-me uma cura e ajudou-me a compreender que, por nunca ter sido mortal, nunca poderia estar implicada num acidente. Eu tinha caído de uma determinada altura sobre um rochedo pontiagudo e ao voltar-me a Deus para pedir ajuda, recordei-me da seguinte declaração: “O homem (…) não pode decair de sua origem elevada.” Ao estudar a referida citação no livro texto, raciocinei que, se eu nunca havia nascido na matéria, era totalmente impossível eu cair. A passagem seguinte vos é decerto familiar: “Já que o homem nunca nasceu e jamais morre, ser-lhe-ia impossível, sob o governo de Deus na Ciência eterna, decair de sua origem elevada.” (pág. 258:28) A que corresponderá o fato de nunca haver nascido, de nunca ter tido concepção material? — interroguei-me. A resposta veio como se fosse Deus a falar-me: “A tua 17ª irmã nunca nasceu.” No primeiro instante, fiquei perplexa com tal resposta, mas refletindo mais um pouco, vi claramente que se a minha 17ª irmã nunca havia nascido na matéria, ela não possuía nenhum corpo físico que pudesse cair, e que nenhum poder podia ocasionar essa queda. Concluí que ela nunca havia deixado o céu pela terra, que ela nunca se tinha corporalizado ou materializado; ela habitava sempre em Deus, onde era impossível cair; o seu ser era espiritual, e por isso, estava ao abrigo de feridas ou contusões; a única substância que sempre a animara era o Espírito e como consequência, um ferimento não tinha qualquer razão de ser. Em seguida, regozijei-me pelo fato de tudo quanto era verdadeiro a respeito da minha 17ª irmã ser igualmente verdadeiro a meu respeito, porque também eu nunca nascera na matéria. Essa iluminação espiritual a respeito da minha verdadeira identidade espiritual foi confirmada mais tarde numa referência de Ciência e Saúde relativa à nossa imortalidade: “A Ciência divina dispersa as nuvens do erro com a luz da Verdade, levanta a cortina e deixa ver que o homem nunca nasce e nunca morre, mas coexiste com seu criador.” (pág. 557:22)

Naturalmente, seguiu-se uma cura instantânea e completa. Que melhor descrição do homem imortal podemos encontrar, senão aquela contida na epístola aos Hebreus (7:13): “sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias, nem fim de existência, entretanto feito semelhante ao Filho de Deus.”

Somos agora esse homem imortal. Através da iluminação da Ciência Cristã é possível compreender essa verdade, reivindicá-la e regozijarmo-nos com ela.

Essa epístola aos Hebreus levanta uma questão importante. Será que o apóstolo sugere que rejeitemos os nossos pais humanos? É de fato uma obrigação fazê-lo, se desejamos ser lógicos na reivindicação da nossa imortalidade. Como podemos afirmar que somos filhos de Deus e em seguida declarar que nascemos de determinados pais humanos? Recordemo-nos que não podem existir, em nós duas identidades — o filho do rei e o cigano. Existe apenas uma só identidade e essa corresponde ao filho de Deus. Jesus deixou-nos o seu exemplo, renunciando aos seus pais terrenos com apenas doze anos de idade e reconhecendo Deus como o seu único Pai, afirmando a Maria e a José “que se ocupava dos negócios do Pai”. Ele recusava todo parentesco humano, declarando: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? (…) qualquer que fizer a vontade ,de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe.” (Mateus 12:48, 50)

Seremos nós insensíveis, cruéis e ingratos ao negar a paternidade desses entes queridos a quem nós chamamos nossos pais e ao recusá-los como a fonte de nosso ser? Não, pelo contário, nós os abençoaremos. Em vez de vê-los como humanos, nascidos na mortalidade, sujeitos ao pecado e à doença, nós os abençoaremos como filhos imortais de Deus, espirituais, perfeitos, sujeitos unicamente às leis de Deus. São muitas as mulheres que foram curadas pela Ciência do mau funcionamento de orgãos físicos, de varizes e de outras dificuldades causadas por partos, por não se considerarem como mortais dando à luz a outros mortais, mas regozijando-se por serem seus filhos as expressões imortais do ser de Deus, não possuindo qualquer outra origem. Problemas de eczemas, asma e diabetes são bem menos suscetíveis de se desenvolverem nas famílias ou nas crianças que aceitam Deus como o seu único Pai e seu único Criador. E não se trata de uma falta de amor… de fato, é uma tomada de consciência da presença de um Amor muito maior, um Amor que liberta, e da ausência de pressões, de contrariedades e de limitações de um sentido humano de amor.

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domingo, maio 24, 2020

IMORTALIDADE TRAZIDA À LUZ - 2/8

Dorothy Rieke


É daí que me advém a convicção de que todos os Cientistas Cristãos deveriam estar mais conscientes da sua imortalidade, e assim possuírem um melhor conhecimento desta e estarem mais alertas para esse fato.

Em II Timóteo (1:10) lemos que Cristo Jesus destruía a morte e trazia à luz “a vida e a imortalidade mediante o Evangelho”. Mary Baker Eddy escreveu em nosso livro texto que Deus “destrói a mortalidade e traz à luz a imortalidade” (pág. 72:12). Que seja essa a nossa oração para esta época; que a mesma Mente que havia em Cristo Jesus e em nossa líder seja igualmente a nossa, e que possamos nós adquirir o mesmo conceito claro de imortalidade que neles existia, para que também nós possamos curar, pregar e ensinar da mesma forma como eles o faziam. Que melhor texto poderíamos nós encontrar na nossa busca do tema da imortalidade trazida à luz na nossa consciência, do que aquele que consta das páginas 241 e 242 do livro 'The First Church of Christ, Scientist and Miscellany'? Os parágrafos deste último, que contém literalmente o resumo desta exposição, foram escritos pela Sra. Eddy em resposta a uma carta que lhe havia sido enviada. O conteúdo dessa carta era o seguinte:

“Ontem a tarde, fui repreendida por um praticista da Ciência Cristã, porque eu me referi a mim mesma como a ideia imortal da única Mente divina. O praticista retorquiu que a minha afirmação era falsa, pois eu vivia ainda na carne. Eu respondi-lhe que eu jamais vivera na carne, pois esta apenas vivia ou morria em função das crenças que eu entretinha a seu respeito.” 
Eis aqui a resposta da Sra. Eddy, tal como foi publicada no Sentinel e mais tarde, incorporada nos seus escritos: “A Senhora está cientificamente correta no conceito que detém acerca de Si mesma. Não se pode demonstrar a espiritualidade sem que antes se tenha declarado a identidade imortal de cada um e sem que esta seja plenamente compreendida. A Ciência Cristã é absoluta; ela não está nem aquém nem além do ponto da perfeição, mas encontra-se exatamente nesse ponto e é a partir daí que deve ser praticada. A menos que se compreenda perfeitamente o fato de se ser um filho de Deus, e como tal, perfeito, não existe Princípio algum a demonstrar, nem qualquer regra que o permita fazer (…) Na prática da Ciencia Cristã, deve-se afirmar corretamente o seu Princípio, para que a demonstração seja possível.”

Referindo-se a essa carta e à sua resposta, os responsáveis pela publicação dos escritos da Sra. Eddy declararam o seguinte: “É com imensa satisfação que temos o privilégio de publicar um trecho de uma carta enviada à Sra. Eddy. da autoria de uma Cientista Cristã residente no Oeste, bem como a resposta dada pela Sra. Eddy à mesma. A questão levantada é de extrema importância e exige uma resposta correta e absoluta. Os Cientistas Cristãos sentem-se muito honrados por receber as instruções da sua líder sobre esse ponto.”

Afirmo frequentemente que, caso me encontrasse numa ilha deserta e apenas pudesse conservar comigo uma frase de todos os escritos da Sra. Eddy, escolheria esta mesmo, pois nela está contida a indicação exata de como colocar em prática a Ciência Cristã, e assim, de como a viver. Tal como os responsáveis pela sua publicação o sublinharam, esta resposta da Sra. Eddy é um ensinamento para todos nós. Não seremos assim privilegiados por possuir tal ensinamento como base da revelação atual sobre a imortalidade trazida à luz?

O segundo ponto nessa maravilhosa frase é compreender que somos imortais. Antes de contemplarmos tudo quanto constitui a imortalidade, afirmemos que já possuímos toda a compreensão a esse respeito. Aceitarmos a declaração da Sra. Eddy, a qual salienta a importância de admitir que o homem é a própria semelhança de Deus, abre a porta à imortalidade. Na mesma página, podemos ler:  "A compreensão e o reconhecimento do Espírito têm que vir finalmente (…)"

De novo a nossa líder nos encoraja a afirmar agora aquilo que é justo e bomAo fazê-lo, abriremos realmente a porta a uma maior compreensão. Deste modo, mesmo que pretendamos prosseguir na nossa busca científica e aprofundar o tema da imortalidade, vamos admitir e afirmar desde já que o compreendemos agora. Declarar que compreendemos a imortalidade, baseados no fato da compreensão divina constituir a nossa própria compreensão, faz com que sejamos conduzidos à nossa verdadeira herança e abre caminho para que a imortalidade seja trazida à luz na nossa consciência. O novo dicionário escolar Webster define a imortalidade como “qualidade ou estado daquilo que é imortal; existência eterna.”

Um estado do ser que se define como não sendo mortal, não sendo efêmero, pregava a imortalidade de uma forma lógica e coerente e referia-se à sua origem espiritual nos seguintes moldes: “Vim do Pai e entrei no mundo.” (João 16:28). Estava igualmente consciente da sua pré-existência, uma vez que afirmou: “Antes que Abraão existisse, eu sou.” (João 8:58). Exprimia o reconhecimento da sua existência espiritual, dizendo: “Eu e o Pai somos um.” (João 10:30); reconhecia a continuação da vida depois da sua existência terrena, ao afirmar: “Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.” (João 20:17). Jesus jamais admitiu alguém como morto, mas apenas como adormecido; acerca da filha de Jairo, ele afirmou: “Por que estais em alvoroço e chorais? A criança não está morta, mas dorme.” (Marcos 5:39) E acerca de Lázaro: “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo.” (João 11:11) Em ambas as situações, ele provou a nulidade da morte e a realidade e imortalidade da Vida.

É seguindo a mesma lógica que a Sra. Eddy revela a imortalidade do homem. O que é que melhor poderia resumir a sua compreensão da origem divina do homem, da sua vida espiritual e eterna, do que um postulado que a Sra. Eddy considerou como uma das “pedras angulares do templo da Ciência Cristã”? — “que a Vida é Deus, o bem, e não o mal; que a Alma é impecável e não se acha no corpo; que o Espírito não é nem pode ser materializado; que a Vida não está sujeita à morte; que o homem real e espiritual não tem nascimento, nem vida material, nem morte.” (C&S pág. 288,: 23-28). Com este postulado declarando que o homem espiritual ignora o que é o nascimento, vamos agora abordar o tema da imortalidade.

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terça-feira, maio 19, 2020

IMORTALIDADE TRAZIDA À LUZ - 1/8

Dorothy Rieke


Jamais poderei esquecer a iluminação e a alegria que invadiram a minha consciência, assim que me foi revelado pela primeira vez o fato de eu ser uma filha imortal de Deus e não uma criatura mortal e material. Esta revelação deu-se durante uma conferência da Ciência Cristã, quando era eu ainda uma estudante muito recente desta Ciência. Permitam-me agora partilhar convosco o relato que, pela primeira vez na minha existência, me revelou a imortalidade.

A história centra-se num jovem príncipe que quando ainda criança, deixou a sua ama e foi passear sozinho num bosque onde acampava um grupo de ciganos. Estes últimos raptaram o menino e criaram-no como um verdadeiro cigano. Tendo vivido alguns anos ao ar livre com os seus raptores, o rapaz tornara-se tão moreno e trigueiro como os ciganos que o rodeavam. Vestia-se com as mesmas vestes, falava a mesma língua e usava também já um nome cigano. Assim, tendo a aparência de um verdadeiro cigano, era natural, que ele se considerasse como tal. Quando o rapaz atingiu a idade adulta, o grupo de ciganos acampou novamente nos bosques que circundavam o palácio e um amigo íntimo do rei, que nunca havia deixado de procurar o príncipe, ao ver o jovem, ficou impressionado com a forte parecença deste, com o rei. A despeito da sua aparência de cigano, o velho cortesão ficou perfeitamente convencido de que se tratava do filho do rei. Conhecendo um pouco do idioma cigano, perguntou ao jovem: “Sabeis quem sois?” Fitando o seu interlocutor com extrema admiração, ele respondeu: “Se eu sei quem sou? Claro que sei.” E apressou-se então a pronunciar o seu nome cigano. “Ah! — exclamou o amigo do rei —, mas esse não é o vosso verdadeiro nome. A verdade a vosso respeito é que sois o filho do rei.” O jovem abanou decididamente a cabeça, retorquindo: “Está enganado, eu não sou o filho do rei; sou cigano.” Mas o cortesão respondeu: “Eu sei que é isso que pareceis ser, mas de fato, sois realmente filho do rei.”. “Se isso que afirmais é verdade — retorquiu o jovem — , então eu devo ter um sósia, porque somos duas pessoas diferentes: eu o cigano, e o filho do rei. Mas eu não sei onde este se encontra.” “Não — insistiu o nosso amigo — sois apenas um. E é a vós que eu me refiro, ao filho do rei.”

“Então — continuou o jovem na esperança de que a questão seguinte resolvesse o caso —, se eu sou realmente o filho do rei, qual é a origem do cigano?” O seu interlocutor respondeu-lhe que ele não possuía absolutamente nada de cigano, que apenas o parecia, e depois prosseguiu, explicando que toda essa aparência não era senão uma mentira a seu respeito, a qual nunca poderia modificar o fato de ele ser realmente o filho do rei. Resumindo, apenas na sua ignorância e no seu desconhecimento se tinha alojado o seu conceito de cigano, uma vez que ele jamais pudera ser outro senão o filho do rei.

Chegando a este ponto, o conferencista declarou: “Não é maravilhoso que durante todo aquele tempo o rapaz sempre fora o filho do rei e nunca um cigano?” A seguir, ele frisou bem o fato de que, apesar de todos os sinais exteriores evidentes — a linguagem, as vestes, o comportamento e a pele morena — o jovem não era de fato um cigano, mas sim o filho do rei. Então, dirigindo-se ao público, anunciou: “Vós também sois os filhos e as filhas do rei — sois os filhos de Deus. Não importa a evidência que o sentido material apresente a respeito de cada um de vós — que sois um mortal, uma criatura material, filha de pais humanos e possuidora dos seus próprios problemas e aflições —, a verdade é que cada um de vós é realmente o filho imortal de Deus e nunca deixou de o ser.”

Contudo, para o velho cortesão, não foi suficiente ter convencido o rapaz que ele era filho do rei e assim, insistiu em que este o devia acompanhar até a presença do rei, identificá-lo e reivindicar as suas origens. O príncipe assim o fez, mas desta vez, ele não afirmou: “Observem-me, vejam como eu me pareço com um cigano,” mas exatamente o oposto: “Reparem como eu me assemelho muito com o rei. Sou a imagem e semelhança de meu pai. Sou o filho do rei e tudo o que o meu pai possui também me pertence.” Claro está que, como consequência, o príncipe foi reconhecido como o verdadeiro descendente e assim, ao herdeiro foram atribuídos todos os seus direitos.

O conferencista sublinhou que também nós nos devemos aproximar com coragem do trono da graça, identificando-nos como os filhos de Deus, nada menos que a Sua própria imagem e semelhança, e reclamar a nossa herança, reivindicar a saúde, o sucesso, a felicidade e o trabalho. Se mantivermos firmemente a nossa verdadeira identidade e reivindicarmos a nossa herança, também nós receberemos a nossa parte de tudo aquilo que é maravilhoso e bom.

Deixei essa conferência regozijando-me no fato de não existirem em mim duas identidades, de nunca ter sido uma cigana, uma mortal, mas sempre a filha do rei, a filha perfeita de Deus. Logicamente, já havia me decidido a reivindicar a minha verdadeira herança. Nunca deixarei de ser grata pelo fato de me ter sido tão prontamente revelada a imortalidade no meu estudo da Ciência Cristã.

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segunda-feira, maio 11, 2020

CURA: CONHECER A DEUS CORRETAMENTE


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- Joel S. Goldsmith -


Quando você entende a causa da doença ou a causa do pecado, você tem a resposta para a Cura Espiritual. Deus não contempla doenças em ninguém, e isso você sabe. Deus não faz com que alguém seja um pecador, e nem a qualquer momento, ou por qualquer razão, causa a morte. Não, não. O segredo do pecado e da doença foi revelado desde Adão e Eva. O mundo se recusou a aceitá-lo, mas nós o fazemos.

Quando você aceita a crença em dois poderes, o poder do bem e o poder do mal, você está sujeito a essa crença. Certamente, a mente universal do homem aceitou dois poderes, e tentou usar Deus para destruir os poderes do mal - mas, é claro, sabemos que isso não funcionou e não pode funcionar. Na medida em que você pode aceitar, dentro de si mesmo, e só pela Graça Divina, que a Onipotência de Deus torna o mal uma impossibilidade, e você pode olhar para qualquer condição de uma natureza errônea e saber que não é de Deus e, portanto, não tem poder, então o que acontece? As imagens na mente universal, de dois poderes, evaporam. Para ilustrar isso, contei a história dos dois homens que estavam sentados em um bar e bebendo muito. Um finalmente olhou para o outro e disse: “Você precisa parar de beber, seu rosto está ficando embaçado”. Certamente. Mas lembre-se de que até a beleza está nos olhos de quem vê, não em qualquer pessoa ou coisa.

Você sabe de tudo o que você testemunhou, que as curas espirituais ocorrem na proporção em que seu praticante ou ministro pode dizer: “Graças a Deus, isso não é ordenado por Deus. É apenas o braço de carne ou nada. Existe apenas porque a mente universal do homem é composta de dois poderes”. Realmente não existem dois poderes, e quando o Reino de Deus chega à sua experiência individual, você descobre que as coisas ou pessoas que você temia como sendo tão poderosas perderam seu poder. Então você está nesse estado de Consciência onde “o cordeiro se deitará com o leão” (Isaías 11:6). Um com Deus é maioria.

A Consciência de Deus não pode ser antagônica a Si Mesma em qualquer instância, mas você está suficientemente ciente desta Verdade? Certamente Deus constitui sua Consciência, mas Deus também constitui a Consciência do inimigo, do animal, da besta. Só pode haver uma Consciência, da qual este universo evoluiu. “No princípio, era Deus” (Gênesis 1:1). Não havia mais nada. Portanto, tudo o que existe evoluiu da Consciência de Deus, e é a Consciência de Deus em vários estados ou níveis. Sim, Deus é a Consciência Universal da qual o mundo evoluiu. O que causa dificuldade é que você pensa que é diferente do que eu sou. Toda experiência humana é baseada em uma lei - a autopreservação, que é a primeira lei da natureza - e essa lei é universalmente reconhecida. Você vê que nada disso poderia acontecer, se fosse aceito que Deus é a Consciência ou Alma deste mundo; e, portanto, a Consciência que é minha é a Consciência que é sua. Então poderíamos dizer com o Mestre: “Visto que fizestes ao menor destes meus irmãos, tendes feito isso a mim. Visto que não o fizestes ao menor destes meus irmãos, não o fizestes comigo”. Por quê? Porque você é eu, e eu sou você. Há apenas Um.

Por que o Amor é o maior fator na vida religiosa? Porque o Amor é Deus, e Deus é Amor. Não amor humano - não, não. O amor humano permite que você dê ao seu filho uma educação e ignore a criança ao lado. Não, o Amor que é Deus quebra a barreira entre “eu e você” e diz: “O que eu faço a você, eu faço a mim, porque o Eu de mim é você mesmo”. Você vê como, nessa Consciência, podemos aceitar o ensinamento do Mestre de “perdoar setenta vezes sete” e “orar por seus inimigos”. Os humanos não podem fazer isso. É muito difícil; mas não é difícil para qualquer indivíduo que tenha sido tocado por Deus, pela vida religiosa, porque ele ou ela pode então ver que os erros são cometidos por meio da ignorância. Então ele ou ela pode dizer: “Perdoa-lhes, Pai, eles não sabem o que fazem”.

Quando confrontado com qualquer forma de pecado, doença, falta ou limitação, sua primeira reação deve ser: "esta é uma aparência e eu sei disso - mas não é de Deus, e eu também sei disso". Nesta confiança, você pode se libertar e se estabelecer em uma Paz Interior. Você está aprendendo a “não julgar pelas aparências”, e literalmente você se vê como “o cordeiro que está deitado ao lado do leão”. Humanamente, somos treinados e somos condicionados a reagir às aparências, a temer algumas aparências. Assim, mesmo quando chegamos a este modo de vida e acreditamos que estamos no caminho, ainda temos tremores, quando nos deparamos com aparências. Até mesmo o Mestre era um rabino e uma Luz Espiritual, e ainda assim teve a experiência das três tentações.

Do ponto de vista humano, é natural reagir às aparências, e ninguém superou totalmente isso. Quando as tentações chegarem a você e o levarem a temer as aparências, não tente se afirmar a partir disso. Em vez disso, olhe diretamente para isso, e depois reconheça para si mesmo que está sendo tentado por uma aparência exterior, da mente carnal. Deus nunca teve um inimigo, em nenhum momento. Podemos temer que tenhamos inimigos, podemos temer as imagens da mente carnal, mas lembre-se de que Deus é Onipotência Absoluta, Onipresença, Onisciência, ao lado do qual não há nada.