quinta-feira, abril 30, 2020

Comentários sobre o Texto da Lorraine

- Dárcio Dezolt -


O texto postado anteriormente ("Compreendendo a Natureza do Problema como sugestão hipnótica ou aparência"), de autoria de Lorraine Sinkler, merece ser muito bem lido e posto detalhadamente em prática. Para quem não sabe, Lorraine foi aluna e depois biógrafa de Joel S. Goldsmith, e também quem compilou suas palestras para editá-las em formato de livros.

Este texto explica passo a passo os princípios da cura espiritual, revela como lidarmos com “este mundo” e também como nos firmarmos na perfeição imutável do Ser que somos e do Universo verdadeiro em que estamos. O principal é cada um encontrar tempo o bastante para realmente se dedicar a estes princípios, uma vez que mera leitura dos mesmos pouco ou nada lhe adiantará.

Na primeira parte ela nos alerta quanto ao erro comum de alguém estudar a Verdade retendo na mente a crença de que “algo deve melhorar pela atividade de Deus”. A pessoa não percebe que, com esta intenção, retém a “mente carnal”, deixando de realmente reconhecer a Mente divina como ÚNICA! 

Ao dar o exemplo da “aparência”, ela explica que estamos nos movendo juntamente com a Terra, enquanto a “aparência” é a de que estamos parados. No nosso caso, esta “aparência” é a de estarmos vivendo na matéria, com corpos mutáveis, enquanto O FATO É OUTRO: somos o Templo de Deus e vivemos na Realidade espiritual perfeita e onipresente! Se não transpusermos estas noções para nossas vidas, ou seja, se não pararmos para discernir que “De fato, agora eu percebo que mesmo aparentando estar parado, já estou em movimento em unidade com a Terra”, para, em seguida, aplicarmos o princípio ao estudo, discernindo: “Realmente, agora eu percebo que, mesmo aparentando existir corpo físico, saudável ou doentio, O FATO É OUTRO: aqui e agora é o Reino absoluto de Deus e meu Eu é Deus mesmo em unidade com o Infinito, e meu corpo, o Templo de Deus”, os textos de nada nos valerão. Eles funcionam no desmantelamento do que é ILUSÃO unicamente quando nos ocupamos em descartar a aparência, trocando-a pelo FATO PERFEITO PERMANENTE. Sem haver esta dedicação em percepção, a pessoa apenas ficará acumulando informações no suposto intelecto, dizendo “ter entendido tudo”.

A autora usa também a palavra “hipnotismo”, para uma vez mais explicar que “este mundo” é puro “nada”. Imagine-se em sua casa e sendo hipnotizado para se achar num deserto: algo teria realmente mudado? Não! Você estaria em sua casa da mesma forma, apenas ILUDIDO por simples imagem mental da “sugestão”. Adiantaria ler sem discernir espiritualmente o que foi lido? Não. Você está sendo informado de que DEUS É SEU EU e que SEU REINO É AQUI E AGORA, E COM VOCÊ JÁ NELE VIVENDO! 

E o “mundo de três dimensões”? Mera “imagem mental”, sem realidade e sem substância real, tal qual uma imagem gerada por um hipnotizador! Vivemos em INFINITAS dimensões! Se quiser tirar proveito destes ensinamentos, terá, realmente, que se dedicar a “desmantelar a ilusão” pelo conhecimento da Verdade que eles expõem! Talvez você até possa ter lido e “entendido” o que leu; mas, terá praticado este entendimento no desmantelamento das crenças falsas? É este o ponto!

Sugiro, agora, que releia o texto  já postado, fazendo uso das informações como se fossem “manual de instrução”. O estudo da Verdade é científico! Requer o conhecimento e a prática dos princípios revelados. Releia! Anote à parte o que deverá mentalmente reconhecer! O que vale, nisso tudo, é unicamente a prática!

segunda-feira, abril 27, 2020

Compreendendo a natureza do problema como SUGESTÃO HIPNÓTICA ou APARÊNCIA

- Lorraine Sinkler -


Mesmo com dedicada prática, talvez não tenhamos atingido a união consciente com a Fonte de nosso ser. Um motivo deve haver, e este é o seguinte: estamos diante de Deus e do problema. Estamos, no fundo, tentando ver se Deus já atuou no caso. Apesar de muitos se acharem avançados demais para cair numa armadilha como esta, o fato é que acabam esperando que alguma situação desagradável comece a melhorar.

Isto nos leva ao mais importante dos princípios de cura. Devido à infinidade e bondade de Deus, a natureza do problema deve ser uma “aparência”uma "sugestão", uma "crença hipnótica", uma errônea compreensão a respeito da bondade eterna de Deus.

Há vários tipos de aparências. Uma delas é a que nos faz pensar que estamos parados, embora a Terra esteja girando velozmente em torno de seu eixo. Uma aparência não traduz o que verdadeiramente É. Na cura espiritual, o problema deve ser entendido como uma aparência ou sugestão, e uma sugestão jamais faz a coisa ser real. Qualquer palavra que nos dê ideia de que o problema é inexistência passa a ser valiosa. A palavra “tentação” pode servir para descrever a crença universal de que possamos estar separados de Deus, com vida própria, e que possa existir algo que nos cause dor e sofrimento. Na verdade, há somente uma Substância, uma Vida, um Ser. A tentação que nos chega, é no sentido de nos fazer crer na existência de algo além de Deus no centro de nosso ser, o próprio EU que nós somos.

Jesus assim reagia às sugestões que lhe vinham: “Afasta-te, Satanás!”, ou seja, “afaste-se, tentação! Nada me levará a crer na existência de algum poder ou vida ao lado do Uno!”.

“Hipnotismo” é outra palavra útil. O hipnotismo jamais cria algo real. Suponha que eu fosse hipnotizado para acreditar que um tigre estivesse entrando na sala. Que faria? Provavelmente sairia correndo o mais rápido possível! E aqueles não hipnotizados iriam dizer: “Que deu nele?” O fato de estar hipnotizado para ver um tigre não criaria um deles no local. O hipnotismo apenas criaria uma impressão, uma sugestão de algo que não existe realmente.

Como seres humanos, estamos hipnotizados pela crença no bem e no mal, atuando sob a hipnose do mundo das aparências. Entretanto, tudo o que vemos tem por substância o hipnotismo, mero conceito ou imagem mental, que apenas tem “substância” na mente.

A mente que aceita dois poderes é chamada de mente carnal, ou mente humana universal. Já a mente preenchida pela Verdade é clara transparência para o Universo espiritual, revelando o Corpo espiritual na plenitude de sua perfeição e o Universo em sua essência espiritual. A mente carnal constantemente julga e avalia em termos de quadros ou imagens mentais e nunca em termos de Realidade. Ela reconhece somente um conceito do Universo e do Corpo espiritual perfeitos, que jamais necessitam de melhorias ou de curas.

Já somos o SER PERFEITO que não necessita de cura. Basta afastarmos o que esconde esta perfeição, para que a chamada “cura” apareça. Mas ela não se dará enquanto estivermos acreditando que teremos de modificar alguma coisa. Cabe a nós perceber aquilo como “aparência”, que dispensa qualquer modificação, bastando-nos olhar além dela.

Para isso, devemos eliminar as crenças que nublam a mente, nutrindo-a com a Verdade, com a sabedoria e leituras espirituais. Os conceitos passam a ruir, a mente se torna bem transparente e o Verbo flui do interior para “se tornar carne” em nossa vida.

O corpo que vemos é uma formação mental; não é corpo sólido de carne e osso, mas uma formação mental de conceitos. Exatamente onde aparenta estar um corpo físico, existe o Corpo espiritual. O conceito material de corpo é um quadro na mente, o que explica porque nunca estamos lidando com condições físicas. O que aparece como condição física é, de fato, formação mental: um quadro que se apaga pela transformação de nossa mente.

Frente a uma suposta doença mortal, não é fácil serenarmos a mente para atingirmos a paz na meditação. Porém, assim que for reconhecido que aquilo é uma imagem mental, formada mentalmente, tendo em vista que “matéria é formação da mente”, tornamo-nos aptos a permanecer sentados para discernir a presença real do Universo e do Corpo espirituais, exatamente aqui e agora.

Podemos desenvolver um estado de consciência em que ficamos imunes a todos os males do mundo. Contudo, isto só nos será possível da seguinte forma: vendo os problemas pelo que realmente são. Que são eles? São a “mente carnal”, imagens mentais que desfilam diante de nós. Há somente uma “mente carnal”, razão pela qual todos vemos coletivamente o mesmo quadro. A Unidade é um princípio que jamais pode ser esquecido. Existe uma só Consciência; e, na realidade, existe apenas uma mente, que atua como instrumento da Consciência única. Na crença, contudo, há a aceitação de dois poderes, e esta crença no bem e no mal é o que constitui a chamada “mente carnal”.

Sempre é importante lembrar que estamos diante de simples quadros mentais. A mente gera quadros que aparentam ser matéria sólida; entretanto, jamais estes quadros chegam a alterar a Realidade ali presente. Se as montanhas estiverem encobertas por nuvens, poderiam estas nuvens modificá-las? Jamais! Nuvens, miragens, hipnotismo, ou “mente carnal” – com suas crenças no bem e no mal – nunca chegam a modificar o mínimo que seja da Realidade, por mais que, para nós, estas nuvens, a miragem, ou o hipnotismo, aparentem fortemente ser reais. E continuarão aparentando ser reais enquanto permanecermos no patamar da mente ou da matéria.

Somente quando elevamos nossa consciência ao ponto em que a mente se torna um espelho perfeito é que veremos a Realidade que não necessita de cura. O que vemos com a mente não iluminada é uma percepção equivocada da Realidade divina, a que podemos chamar de “mente carnal”, aparência, sugestão, tentação ou hipnotismo.

Há uma grande diferença entre acreditar que algo seja real e aquilo ser real de fato. O hipnotismo jamais cria alguma coisa ou condição. Eis por que se torna importante que rapidamente, diante de um problema, seja reconhecido que sua única “substância” é hipnotismo ou aparência. Devido ao hipnotismo universal, acabamos aceitando a crença em doença. Não sejamos, contudo, tolos a ponto de acreditar que o hipnotismo cria mesmo uma doença! Não cria! Repito: o hipnotismo jamais cria alguma coisa; ele somente gera uma "crença" de que aquilo existe. Jamais o hipnotismo modifica o Universo espiritual e a criação espiritual (Realidade). Nunca ele modifica a Unidade; nunca ele cria uma dualidade.

Alcançaremos um estágio em que deixaremos de pensar em tratar uma condição ou o corpo de alguém. Instantaneamente reconheceremos ser aquilo a “mente carnal”, aparência ou hipnotismo. Quando cessa o hipnotismo, cessa também todo o conceito material de mundo –este conceito de mundo material ou de corpo físico é dissipado.

Nunca tratamos de uma condição: tratamos de um hipnotismo. O hipnotismo é a “substância” do problema. Conscientes disso, ficamos repousados na percepção de que jamais o hipnotismo cria coisa alguma. Nosso trabalho é reconhecer que, como Deus, o Ser infinito, está aparecendo como Ser individual, não existe pessoa passível de ser hipnotizada, e esta Verdade inclui o nosso Ser. Assim, eu não posso ser hipnotizado; não existe mente que acredite em dois poderes: a mente única que existe, é instrumento puro de Deus.

Um motivo pelo qual muitos fracassam na cura é que tentam mudar uma condição, como se ela fosse real, em vez de discernirem que ela é um falso conceito mental da Realidade ali presente. O hipnotismo é a “substância” de todos os males que afligem o mundo. É vitalmente importante lembrarmos que o hipnotismo não cria uma coisa, mas cria somente a tentação de nos fazer crer na existência de uma condição ou um poder além de Deus.

O mundo da Realidade divina está aqui e agora. A pessoa da Realidade divina está aqui e agora. O que vemos, com os sentidos humanos, é o mundo de conceitos, o mundo hipnótico. Não é ele, em absoluto, o mundo da criação de Deus. Se um quadro for visto através de vidro fosco, mostrar-se-á distorcido; porém, quando o vidro for transparente, a Harmonia divina sempre-existente conseguirá ser observada através dele. Para atingirmos a consciência deste princípio, precisamos de um treinamento para “ver através ou além da aparência”, lembrando sempre que não existe pessoa a ser mudada nem condição a ser modificada. Precisamos ser aquele que é não-hipnotizado. Uma pessoa não hipnotizada, firmada no princípio de que DEUS É TUDO, E NADA MAIS EXISTE, pode retirar um grupo de pessoas do hipnotismo.

Como poderia haver união consciente com Deus, quando a máscara da crença universal se interpõe entre Deus e você? Isto é possível através do reconhecimento de que este “mundo de aparências” é hipnotismo; assim, passamos a ver, através da máscara, o Coração do Universo do Espírito.

Somos um com o Pai, e nessa Unidade reconhecemos somente um Eu, uma Vida. Transcendendo o hipnotismo, observamos a glória do Universo de Deus.

Tudo que é conhecido pelos cinco sentidos físicos não passa de uma forma de hipnotismo. O real, o eterno, a criação divina, que é a própria expressão de Deus, somente pode ser conhecido através do discernimento espiritual. Quando nossos olhos se abrem para a Realidade divina, ficamos conscientes de que não há pessoas nem condições que necessitem de cura ou mudança.

Toda condição negativa é uma “tentação” para que aceitemos algum poder apartado do Poder de Deus. Cada problema é um ponto a nos fazer recordar que vivemos no Universo espiritual, perfeito e pleno. Se algo inferior estiver sendo reconhecido, significa que ficamos hipnotizados; e assim, temos por incumbência despertar, para vivermos constante e continuamente na atmosfera do amor, da paz e da plenitude do Reino interior.

Este trabalho contínuo de encararmos cada problema como hipnotismo, um “nada”, um “não-poder” ou “não-substância”, nos conduz à Consciência mística da Unidade, em que não existe “Deus e”, mas que existe somente Deus: Deus aparecendo como ser individual, e Deus aparecendo como Universo espiritual.

O Universo espiritual, feito da Substância do Espírito, formado pela Consciência e mantido pela Lei espiritual, está exatamente AQUI. Neste Universo espiritual não existe doença, não existe falta ou limitação, não existe infelicidade ou discórdia, nem tampouco ser algum para ser curado ou modificado. Há somente o Reino da Divina Harmonia e Paz, que a tudo permeia, sem distúrbio de qualquer natureza,

Aceitemos ou não, o fato é que estamos neste Universo espiritual neste instante. Não temos de ir a algum lugar para encontrá-Lo. Ele está exatamente aqui, onde nós estamos. Portanto, assim deve ser a nossa oração:

“Pai, que meus olhos sejam abertos, permitindo-me ver e contemplar este Universo espiritual! Revele-me a Sua Glória, aqui e agora. Não permita que eu tente modificar este Universo! Deixe-me somente contemplá-Lo”.

O Caminho espiritual não se reduz a meditações de dez ou vinte minutos, em que há o reconhecimento do único Poder e única Presença, enquanto saímos pelo mundo esquecidos dessa Unidade pelo resto do dia. Este Caminho é o do reconhecimento constante da Presença de Deus onde quer que estejamos, o que nos requer um estado de alerta a cada segundo.

Pela prática constante destes princípios, eles se tornarão parte de nossa consciência de tal forma, que jamais poderemos ser convencidos da existência de algum outro poder ao lado daquele Poder único.


sexta-feira, abril 24, 2020

O "Eu" que está infinitamente acima de tudo!


 - Dárcio Dezolt -


A Verdade sobre o Ser que somos – Deus – precisa ser defendida com vigor e com contemplações. Isto por haver uma “crença hipnótica” na forma de imagens falsas que negam a Verdade. E elas negam a Verdade também com supostas “imagens excelentes”, diante das quais muitos incautos se deixam levar! Não se deixe “mesmerizar” por supostos bons acontecimentos das “aparências”, pois eles são ILUSÓRIOS tanto quanto os supostos maus acontecimentos.

A Verdade está infinitamente acima dos “bons acontecimentos”, e nossa condição real e gloriosa nesta Verdade é algo além de qualquer imaginação da suposta mente humana! “Sois DEUSES”, confirmou Jesus; entretanto esse tipo de revelação pouco efeito tem quando lido ou ouvido pela mente humana! Ela não dispõe de recursos para discernir o Fato revelado! Para ela, é preferível ver “imagens fenomênicas” retratando coisas ou condições por ela consideradas desejáveis, agradáveis, ou algo parecido! MENTE HUMANA NÃO CAPTA A SUA GLORIOSA POSIÇÃO EM SER UM COM DEUS!

Use suas meditações para experienciar seu “Eu” que é DEUS, sem levar em conta um suposto “eu humano” em má situação ou em ótima situação! Aparências são “miragens”; não se alegre nem se entristeça em função de irrealidades! Seu “Eu” é o único “Eu” em existência: não nasce, não cresce, não envelhece, não adoece e não morre! Não tire sua atenção deste Eu-Luz para se alegrar ou  se entristecer com mutáveis “aparências” deste mundo: todas elas são a ILUSÃO, enquanto VOCÊ, permanentemente, é o “EU” QUE DEUS É!


sábado, abril 18, 2020

A UNIÃO MÍSTICA

- Joel S. Goldsmith - 

A UNIÃO MÍSTICA

Todo místico eventualmente alcança tal unidade com o Espírito interior que, daí para sempre, há uma união com a Consciência Divina. Aquilo que é humano e aquilo que é divino se encontram: o elemento humano é dissolvido, e tudo o que resta é o divino. O que eram dois tornam-se Um. Essa união é chamada de casamento místico, o casamento espiritual. Este casamento é simbolicamente descrito na literatura mística como a Canção de Salomão, como a união do homem e da mulher, reunidos por um amor que transcende o amor em qualquer sentido humano. Não tem sensualidade nele, porque não há corporalidade nisso, e, no entanto, essa relação que se desenvolve entre o indivíduo espiritualmente dotado e Deus só pode ser descrita em termos de amor.

Na consumação do casamento místico, o Pai e o Filho tornam-se Um: "Eu e meu Pai". Existe um íntima relação entre os dois. "Aquele que me vê, vê quem me enviou". Não há mais dois: há apenas Um. Não há mais Jesus, filho de José: agora há Jesus, o Filho de Deus, o Cristo, ou Jesus Cristo.

A concessão do manto também é uma experiência mística, e todos que vêm para a consciência mística sentiram que o manto desceu sobre eles. Eles nunca se refeririam a isso: é uma experiência espiritual interior - não um manto externo, mas algo para ser usado espiritualmente, como uma roupa que se coloca em torno de si para separá-lo do que resta do sentido humano em sua consciência. 

"Tudo posso no Cristo que me fortalece. Eu vivo, mas não mais eu, Cristo vive em mim". Aqui está o casamento místico: Paulo e seu Cristo. Eles são casados, eles são Um. Paulo não faz nada sem o seu Cristo. O Cristo pensa através dele, o Cristo opera através dele, e este é o fruto do casamento.

Todo místico não só experimenta essa relação dual de "eu" e a habitação de Cristo, mas cada um, em algum momento, transcende esse relacionamento e torna-se aquele Superior. Ele perde a noção de sua identidade humana. O Mestre revelou ter atingido esse supremo estado de União quando disse: "Eu e meu pai somos Um. Antes que Abraão fosse, Eu sou". Este é o Mestre falando de sua Divindade, daqueles momentos em que ele transcendeu a dualidade do casamento e se tornou Aquele que é maior do que qualquer outro da identidade humana. 

A literatura mística dá conta daqueles que, em um momento ou outro, transcenderam o sentido de uma Presença sempre dentro deles, e tornaram-se a própria Presença. Deve-se inevitavelmente chegar a um momento em nossa jornada espiritual quando percebemos o nosso Ser, e então somos aquele Um, e o outro desapareceu de vista. Até agora não há registro de alguém atingindo esse nível e permanecendo nele permanentemente, embora isso não signifique que isso nunca aconteceu. Significa apenas que, quando esse estado é atingido, o trabalho da pessoa está terminado aqui e ele deixa este plano de consciência.

O supremo da experiência mística é a União Consciente com Deus. É um estado de comunhão interior tão intenso e tão elevado que a pessoa desaparece, e existe apenas como o infinito Eu, enquanto mantém, ao mesmo tempo, sua individualidade como pessoa.

No período imediatamente anterior à união completa e plena, existe unidade suficiente para que o místico perceba sua unidade com todos na vida: 

"Eu sou a vida da grama; Eu sou a vida da árvore; Eu sou a vida do oceano. Eu posso olhar por baixo do mar e ver o céu, mas, ao mesmo tempo, posso olhar para baixo do céu e ver o mar. Eu posso olhar para fora de uma árvore e ver os pássaros e, ao mesmo tempo, ser o pássaro que está sentado no galho da árvore. Eu sou a vida de todos os seres.

Eu estou conscientemente sentado em uma estrela, ou dentro de uma estrela, olhando para este mundo afora, enquanto, ao mesmo tempo, olho para cima do chão da estrela. Eu sou a vida da pedra e, ao mesmo tempo, eu olho para o chão na pedra. Eu estou aqui e estou lá, estou em todo lugar, permeando toda a criação. Eu posso ver em todas as direções de uma vez, e sempre como se a individualidade fosse centrada em um só lugar, e ainda assim em todos os lugares no mesmo momento. Eu sou a vida de todas as pessoas ao meu redor. Eu sou a mente, Eu sou a lei, e Eu sou o poder da Graça para eles, Eu Sou o Caminho, Eu Sou a Verdade e Eu Sou a Vida."

Sempre, no final, o aspirante espiritual descobre que o reino de Deus está dentro dele, e percebendo isso, refletindo sobre isso, quase de pé, passo a passo, ele é levado ao longo do caminho mental e do espiritual até que um dia o parêntese seja apagado, sua iniciação esteja completa, a iluminação venha, tudo caia, porque a Luz está lá, e ele percebe:

"Eu sou isso. Aquilo que estou procurando, Eu Sou."

Então vem um completa libertação de qualquer senso de individualidade pessoal, de senso humano, e Eu Sou revelado interiormente como sua identidade. 


quinta-feira, abril 16, 2020

A Matriz Divina e o mundo da projeção

- Dárcio Dezolt -


Se alguém vai a uma locadora, escolhe um filme e o leva para vê-lo no final de semana, o filme já estaria inteiro e consumado com ele, somente à espera de ser  projetado numa tela. E quando a sua projeção se iniciar, a mente da pessoa será conduzida às emoções previstas pelo diretor do filme para serem provocadas por ele. É desta forma que atua a suposta “mente humana”: deixando-se mover e se emocionar facilmente por quaisquer imagens, até mesmo estando ciente de serem elas uma projeção de cenas fictícias filmadas. E se o filme terminar e for exibido de novo, novamente as mesmas emoções serão geradas da mesma forma!

Não existiam dois filmes: um na caixa retirada da locadora e outro sendo projetado, quadro a quadro, na tela. O filme era um só; e a sua projeção era tão somente o seu desdobramento.

Quando os ensinamentos absolutos revelam que “não existe vida material”, e que A VIDA REAL ESTÁ EM NÓS, EM DEUS, ESPÍRITO, SENDO TUDO, buscam instruir a pessoa a “tirar os olhos da tela do mundo” para sua atenção poder se voltar totalmente à ATIVIDADE REAL EM SI MESMA, EM SUA CONSCIÊNCIA ABSOLUTA, QUE É DEUS! DEUS É TUDO!  E ESTE TUDO JÁ  “ESTÁ FEITO” (Apoc. 21: 6), SENDO, PORTANTO, PERFEITO!

Em nossa Consciência Iluminada está a “Semente Divina” que aparentemente se desdobra como “aparências em mutação”. A MATRIZ DIVINA, sendo PERFEITA, haverá de se desdobrar como “imagens de harmonia”, se a pessoa desacreditar completamente da “crença no bem e no mal”,  deixando de  viver apreensiva , preocupada ou temerosa,  por não tirar os olhos das “aparências”.

“Não temais, pequenino rebanho, vosso Pai se agradou em dar-vos o Seu Reino” (Lucas, 12: 32), disse Jesus! Estava explicando o processo verdadeiro de como o Universo funciona! Pararmos de “olhar imagens na tela” para reconhecermos e contemplarmos a “MATRIZ PRONTA”, com todas as IMAGENS VERDADEIRAS mantidas permanentemente PERFEITAS por Deus!

É por esse motivo que o ensinamento absoluto diz que “mundo material não existe”, e que existe unicamente DEUS! Se você entender esta ilustração, saberá porque mais vale a pena “contemplar” a MATRIZ DIVINA, em sua própria Consciência, do que deixar de fazê-lo e ficar de olhos nas “aparências visíveis”, ora se alegrando, ora se entristecendo,  por vê-las ora sendo boas e ora sendo más! Ao fazer isso, você não estará “vendo o que Deus faz”, mas estará unicamente testemunhando a atividade ilusória da “mente carnal”, da fraudulenta  “crença coletiva” no bem e no mal, isto é, estará unicamente acreditando numa ILUSÃO!





*Comentário ao texto postado: A mente, quando contempla o Universo Real e Eterno criado por Deus, afina-se com todas as coisas -- aspectos/atributos/características -- criadas por Deus. A criação de Deus é Bendita. Deus não criou o mal, não criou coisas ruins como pecado, doença, sofrimento, morte. Todas essas coisas são trevas e Deus não criou a treva, porque treva nada mais é do que ausência de Luz. Luz e trevas não coexistem, quando a Luz chega a treva desaparece. Quando Deus se manifesta, a treva revela-se inexistente, retornando à sua nulidade. O que Deus não criou não existe. Por isso, ensinamentos metafísicos e místicos tais como "O Caminho Infinito", "Seicho-No-Ie", "Ciência Cristã" e a "Metafísica Absoluta" negam total e completamente a existência de desarmonias como existências reais. Ensinam que são existências falsas, que retornam ao seu nada originário quando a Luz resplandecente de Deus se faz presente.

Mas o ser humano é um ser muito misterioso, dotado de mente dualística, que possibilita a ele existir captando tanto as coisas sombrias (falsas) como também o aspecto luminoso (e verdadeiro) do universo. É então que o homem vê-se dotado com o livre arbítrio a fim de que possa fazer suas escolhas e ter experiências condizentes com a sintonização de sua mente. Se sua mente estiver sintonizada com o Universo Real, ela, que é força criadora, manifestará no mundo fenomênico experiências fidedignas e condizentes com o Universo de Luz criado por Deus. Todavia, se a mente for sombria, ou seja, se ela tende a contemplar em tudo a treva e a sombra, ela projetará no mundo fenomênico os frutos de suas contemplações: experiências trevosas, sombrias, nada condizentes com a existência e natureza divina.

É por isso que os ensinamentos espirituais nos impelem a transcender a mente, ir além da mente. Indo além da mente, a divisão "bem e mal", "luz e trevas" cessam, pois estas só existem no âmbito mental. Ao sair do mental para a consciência, adentra-se a Unidade da existência de todas as coisas, e o homem pode perceber que ele e todo o Universo são um. E, naquilo que é UM, não existe contradição, divisão, desarmonia ou imperfeição. Tudo é bem.

Medite! Reserve um tempo para desenvolver e treinar a sua capacidade de ir além da mente. Uma das formas de meditação para ir além da mente e alcançar a percepção do UM é a contemplação do Universo Real criado por Deus. E disto que este post trata. Que todos os seres sejam beneficiados, despertem e alcancem a consciência de sua natureza crística, búdica, verdadeira.

Namastê!

quinta-feira, abril 09, 2020

Todo o poder está na Consciência - 2/2

Filme Joel S. Goldsmith, O Homem e sua Mensagem – Caminho Infinito
- Joel S. Goldsmith - 

CONSCIÊNCIA ESPIRITUAL

Este ensinamento trata da expansão das atividades da consciência, ou seja, de auto-revelação ou automanifestação de Deus, a Consciênca Infinita, Indivisível, que Se revela, Se desenvolve, e Se manifesta como consciência individual. Este trabalho é, potanto, de natureza individual e deve ser realizado pelo esforço próprio de cada um - pelo teu esforço.

E teu êxito se revelará quando alcançares certo grau de consciência espiritual.

Consciência espiritual é esse estado de consciência do qual desapareceream até certo ponto as crenças mundanas. Consciência espiritual, ou consciência-crística, é esse estado de consciência que não mais reage às coisas do mundo externo. Tu és consciência infinita, espiritual. És a lei para a tua vida. Nada do que está fora de ti - nada do que existe como efeito - pode ter influência ou autoridade sobre ti. És a lei para todo efeito. Quando amas, odeias ou temes alguma coisa do mundo externo, é porque estás hipnotizado, num estado de consciência mortal.

O que os seres humanos mais procuram neste mundo é ganhar dinheiro - primeiro o dinheiro, depois o sexo. Estas são as coisas que a humanidade busca com mais empenho. A consciência mortal valoriza o dinheiro e diz: "Isto me ajudará muito!". Mas a consciência espiritual não confia nele. Ela conhece a verdadeira natureza do suprimento: "Suprimento é a minha consciência individual; é a Consciência-Deus individualizada como sendo eu. Seja lá o que for que pareça necessário à minha vida, terá que vir como revelação da infinitude da minha consciência. Por isso não me procupo com a aquisição de um dólar ou de um iate."

Esta é a atitude que precisas aprender a tomar, que precisas praticar até que se torne uma realidade em tua vida. Humanamente, esta atitude não é natural para os adultos, mas o é inteiramente para as crianças. A criança, que ainda não aprendeu a valorizar o dinheiro, é capaz de lançar fora uma moeda de ouro de vinte dólares. Seu senso de valor é o afeto, o amor que sente aos pais e o que estes têm por ela. Este amor é o seu suprimento, e ela o sabe. Enquanto existir esse afeto entre a criança e seus pais, o alimento diário, a roupa e o lar se lhe apresentarão naturalmente. O amor é o senso de suprimento da criança. Somente quando perde este senso de amor é que o seu senso de suprimento muda e passa a representar-lhe cinquenta centavos ou um milhão de dólares.

Precisamos voltar a ter essa mesma confiança que tínhamos nos dias de nossa infância. O Mestre nos disse que temos de nos tornar "como uma criança" (Lc, 18:17). Procuremos, pois, voltar a esse estado em que não se considera o dinheiro como suprimento. Comecemos a compreender que o nosso suprimento é o Amor, a Consciência, ou a espiritualidade, e que enquanto tivermos a presença do Amor, tudo o que precisarmos chegará até nós pelo desdobramento natural de Sua presença. Isso representa uma etapa no desdobramento e revelação de Deus, a divina Consciência, que aparece como amor, suprindo as nossas chamadas necessidades humanas. É fácil compreender que por algum tempo precisa-te lembrar, toda vez que lidares com dinheiro, de que este não é suprimento, mas, sim, efeito do Amor, o resultado da presença de Deus, que aparece como a tua consciência. Deste modo, desenvolverás, pouco a pouco, dentro de ti mesmo uma atitude na qual não reconhecerás o dinheiro como o teu verdadeiro suprimento.

Como exemplo disto, cito o caso do casal de hindus que se iniciou na vida espiitual e se pôs a caminho com suas tigelas de pedintes. Certo dia, quando andavam por uma estrada, o marido à frente, e bem perto da mulher, inclinou-se e apanhou algo no chão, esfregou-o no manto e meteu no bolso. A mulher perguntou o que havia encontrado. Quando ele mostrou um diamante, ela de imediato o repreendeu com severidade: "Estamos vivendo uma vida espiritual. Como poderá este diamente ter mais valor que o lôdo de que lhe tiraste?" O valor não está no diamente. O valor está em nossa consciência. O valor é a nossa consciência, que é a substância, a forma, o princípio e a lei para o diamante. Enquanto Eu existir - e o "Eu" é Deus -, serei a lei que produzirá aquilo que eu precisar, sob a forma necessária, seja ela qual for.


TODO O PODER ESTÁ NA CONSCIÊNCIA

Vamos supor que alguém te telefone e diga: "Estou doente. Ajuda-me." Pois bem: até agora, quando alguém te dizia: "Não me sinto bem", provavelmente negarias isso, mas daqui por diante vamos aprender a não mais negá-lo. Não vamos levantar uma "parede" diante da doença. Ao invés disto, responderemos: "De que se trata? De algum poder? De alguma presença? De alguma realidade? Ou todo o poder está na consciência do indivíduo, que é a lei da saúde? E esse tumor, essa dor, ou essa carência, constituem alguma lei? Não. Naturalmente que não."

Desde o momento em que comecem a pedir-nos ajuda, esta deve ser a nossa atitude, a nossa compreensão. Poderemos encontrar-nos dizendo a nós mesmos: "E daí?" ou alguma coisa semelhante que nos ajude a concordar com o adversário. O princípio da cura é o seguinte: "Entra em acordo sem demora com o teu adversário." Não poderás combater coisa alguma com que estiveres de acordo. No momento em que te empenhes em luta ou combatas qualquer afirmação errônea que se te apresente, estarás acirrando o ânimo do teu adversário, ao invés de te reconciliares com o que se te afigura um erro mas, que na realidade, não passa de uma ilusão - se é que pode haver realidade numa ilusão. No instante em que combates ou atacas qualquer erro como algo que precise ser removido, tu o estarás ajudando a firmar-se, e então ninguém sabe quanto tempo a cura levará. As curas instantâneas se realizam quando o curador está cônscio ou convicto de que não existe poder ou presença na suposta manifestação do erro.

Havera tal coisa como possibilidade de cura enquanto estivermos pensando em cura ou tentando curar doenças ou seja o quê for? A cura resulta do reconhecimento de que a consciência individual é Deus, ou que Deus é a consciência do indivíduo. A consciência do indivíduo é a lei que determina o estado em que ele se encontra externamente. Em linguagem bíblica: "maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo."

A Consciência, de Deus - a consciência do indivíduo -, é sempre a lei, é sempre a presença, é sempre a realidade. Tudo o que aparece exteriormente não passa de efeito e, como tal, não pode ser a lei. Como efeito, não pode ser causa. Como efeito, não pode ser poder. Nenhum efeito pode ter poder sobre outro efeito. É lei espiritual. A Consciência é todo o poder. Todo poder vem do Alto. Deus deu domínio ao homem. Em outras palavras: Deus, a Consciência universal, deu ao homem, isto é, à consciência espiritual individualizada, todo o poder sobre todas as coisas que existem no reino dos efeitos, quer seja uma pequenina flor ou um planeta no céu.

No momento em que admitires que alguma coisa do reino dos efeitos tenha domínio sobre ti, estarás convertendo-a em lei para ti mesmo, e por isto sofrerás enquanto não mudares de atitude para com essa coisa, compreendendo não ser possível que o Eu, a plenitude de Deus manifesta, o Filho infinito de Deus, de quem Deus disse: "Filho, tudo o que é meu é teu", esteja à mercê de alguma coisa do mundo externo, à mercê de alguma condição ou de qualquer conjuntura externa. Quando te compenetrares de que Deus, a Consciência divina e infinita, constitui a consciência do indivíduo e é a lei para o universo, tomarás posse da tua vida e terás certo grau de domínio sobre ela. Do contrário, continuarás vítima de certa forma de governo externo, de certa quantidade de dólares; vítima de germes, infecções ou contágio. Somente à medida que conscientizares tua unidade com Deus; somente até o ponto em que sentires realmente que és a própria presença de Deus atuando como uma lei para o teu universo, somente até esse ponto é que serás senhor da tua existência!

"Onde está Deus, eu estou. 'Eu e o Pai somos um'. O lugar onde estás (onde Eu estou) é solo santo. Se faço minha cama no mais profundo abismo, Eu, Deus, estou ali. E esse EU SOU é uma lei para tudo o que aparece como sendo o universo inteiro, o universo externo do efeito."

O primeiro passo para atingir a Consciência-Cristo, consiste em perder o medo seja do que for, no mundo do efeito. A Consciência-Cristo não teme nem pecado, nem se horroriza deste, mas limita-se a dizer: "Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais. Quem vos impediu? Levanta-te, toma o teu leito e anda." E por que? Porque dessa maneira ela se põe de acordo com o adversário e reconhece que o único poder é a consciência do indivíduo. Toda vez que vires pecado, carência ou limitação no cenário da vida externa, em vez de te precipitares a dar tratamento, deverás dizer: "Não, tu não vais me fazer de tolo! Tu existes como uma espécie de efeito. Não passas de uma ilusão como aquela de que os trilhos de estrada de ferro se encontram num ponto distante de nós. Meus olhos já não me enganam mais."

Não dês tratamentos! Não dês tratamentos a Deus e Seu universo! O tratamento, em si mesmo, não tem valor. A história da metafísica não conhece ninguém que tenha alterado alguma condição real por meio de tratamento. Nunca se melhorou alguma coisa em todo o universo espiritual por meio de tratamento. O que tem valor é a oração. Ora sem cessar, porque oração é desdobramento de consciência. Pela tua oração é que Deus se manifesta e ti. Em teu estado de oração é que Deus revela Sua verdade à tua consciência individual.

Oração é revelação da realidade divina à nossa consciência individual. O segredo que nos permite viver espiritualmente, consiste em nos voltarmos para dentro de nós mesmos, nos observarmos e estarmos sempre procurando ouvir a realidade divina. Este é o segredo que nos revela Deus como o centro de nossa indvidualidade. Nesta intimidade de nosso ser - e somente nela -, é que se encontram a harmonia, a paz, alegria, poder ou domínio.

É nessas profundezas de teu ser que o universo espiritual deve revelar-se a ti. Não te deves preocupar ou perturbar com o que estiver acontecendo no mundo. Não quero dizer que escondas a tua cabeça na areia. Continuarás cuidando dos teus negócios, levando a vida segundo o teu mais alto sendo de retidão. Mas não te interessarás pelo resultado dos teus esforços, quando viveres conforme esse senso de retidão.

Lembra-te: Existe um universo invisível, e tu o estás procurando. "A carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus" (I Co 15:50). Nada do que existe para os teus sentidos mortais poderá ser levado para o Reino de Deus. Agora, não nos dedicamos a procurar melhorar as condições humanas, mas à revelação de Deus e do universo espiritual, que se manifesta como a nossa consciência individual. Há um universo infinito, invisível. Há um mundo de ideias espirituais, mas esse mundo não tem relação com o mundo das coisas que podemos ver, ouvir, apalpar, saborear e cheirar. O que percebemos neste mundo dos sentidos é um panorama deformado da ideia divina, do universo real que vemos "obscuramente, como por espelho em enigma". Aqui mesmo, justamente onde parece que estamos, está Deus. Mesmo em qualquer lugar onde pareça haver um fenômeno mortal, por mais insignificante e corriqueiro que seja, também ali está presente o universo espiritual. Nós o contemplamos "como espelho", e o chamamos de mortal e material. Mas, em sua verdadeira imagem, em sua verdadeira essência, ele é espiritual e divino.


TEMPLO DOS ILUMINADOS!: Consciência x Mente (Joel S. Goldsmith)

segunda-feira, abril 06, 2020

Todo o poder está na Consciência - 1/2

Filme Joel S. Goldsmith, O Homem e sua Mensagem – Caminho Infinito
- Joel S. Goldsmith - 

O objetivo de "O Camnho Infinito" é levar-nos a experimentar o desdobramento da atividade de Deus como consciência individual. Trata-se de uma revelação dentro de teu próprio ser, de algo que ocorre dentro de ti.

O Reino de Deus está dentro de ti. Na verdade, tu és a individualização, de tudo o que Deus é: "Filho, tudo o que é meu é teu" (Lc, 15:31).

O Trabalho de "O Caminho Infinito" consiste em revelar o Infinito Invisível dentro de ti, dentro da parte exterior a que chamamos de ser humano e que, na realidade, não é ser humano, e, sim, um ser divino. O mundo interpreta o cenário da vida humana em termos humanos. Mas o que aparece no mundo como se fosse um ser humano, isto é, como 'tu', como 'eu', receberá, das profundezas de seu ser, mediante este trabalho, a revelação da sua verdadeira natureza.

A revelação que emana deste trabalho não é como a que se faz de um intelecto para a outro intelecto. É a divina Consciência revelando-Se como ser individual. Para os homens, as coisas de Deus são tolice, mas "se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça" (Mc, 7:16). Que esta mensagem se afirme e se firme na tua consciência; que estas palavras circulem na tua consciência até que possas captar a visão interna do que se contém nestas linhas. Então a mensagem será tua. E poderás transmití-la, não com as minhas palavras, com a minha linguagem, ou usando o relato das minhas experiências; será a tua própria revelação desta mesma verdade.

Em metafísica, não se pode ir muito longe ensinando apenas a letra da verdade. O verdadeiro ensinamento consiste na revelação da consciência interna. Se eu te transmitir algo que apenas ouvi, ou li, ou memorizei, isso não encontrará eco em ti. Se o ensinamento não tiver se tornado minha própria consciência, não poderás assimilá-lo. A única verdade que receberás na tua consciência, lendo este livro/texto, será aquela que for parte viva de meu ser. Perceberás a chama dessa verdade, e ela deitará raiz dentro de ti.

Infelizmente, na prática da metafísica se fazem aos pacientes muitas afirmações cujas verdades não foi demonstrada nem se tornou parte viva da consciência do curador.

Não há verdade mais profunda que a declarada nesta afirmação: "O erro não existe"O universo mortal deveria entrar totalmente em colapso quando se declarasse essa verdade, mas apesar do número de vezes que ela tem sido afirmada, o mundo continua sempre do mesmo velho modo. Por que? Porque a verdade desta afirmação não se tornou ideia incorporada à consciência e absorvida por ela.

O curador espiritual poderá dizer ao paciente: "Não existe senão uma vida, e essa vida é Deus. Isto que estás vendo é sugestão, não é real, não faz parte do teu ser." Quando o curador tem convicção e consciência desta verdade, muitas vezes o erro - a doença, o pecado, ou a carência - desaparece sem que ele precise fazer afirmações. Entretanto, se o curador estiver simplesmente a repetir o que viu, o que leu, ou alguma coisa de que se recorde, apenas desejando e esperando que isto seja verdade, então suas afirmações não terão poder algum.

As coisas de Deus são tolice, para os homens, e assim também os assuntos dos homens são tolices para Deus. Procura lembrar-te disto quando fores tentado a levar qualquer dos teus problemas a Deus. Pensar que Deus cure um corpo enfermo, ou que solucione determinado problema de desemprego, ou que faça com que seja eleito o teu candidato favorito, é tolice. Os assuntos humanos, os relativos a este sonho de Adão - este sonho de existência material de toda a humanidade - são desconhecidos de Deus. Isto é o que torna possível a cura. A doença não tem existência real: é desconhecida de Deus. É por isto que a doença e a aflição, ao se chocarem com a consciência que conhece esta verdade, inevitavelmente se rendem pela impotência própria da sua nulidade.

Lembra-te sempre de que, no mundo espiritual, ensinar e aprender são coisas espirituais. Entra na tua consciência e ora a Deus. Roga a Deus que te seja revelado o teu mestre e o conhecimento que ele deve impartir. Ora assim: "Pai, conduz-me a ele; conduz-me ao mestre; conduz-me ao meu mestre".

O objetivo e consequência da prática dos ensinamentos do Caminho Infinito é a expansão das atividades da tua Alma, o desenvolvimento das faculdades a Alma do teu próprio ser. Precisas escolher um instrutor espiritual com muito mais cuidado do que o que terias na escolha de um professor na esfera dos conhecimentos humanos. Para aqueles que transmitem conhecimentos espirituais, o ensino é um ministério sagrado. Um instrutor deve viver de tal maneira na consciência de Deus, que possa tornar-se capaz de impartir realidades divinas. Isso só poderá ser fruto de um estado de consciência de quem pratica e vive esta verdade. Nada é mais sagrado do que o ensino espiritual. Nada existe que mais contribua para elevar-te acima o senso de vida mortal, material, que o ensino espiritual correto.

Sê, pois, guiado pelo Espírito! Faze desta busca de um mestre um rito sagrado! Quando receberes alguma instrução, ou a encontrares em algum livro, senta-te silencioso e medita durante algum tempo: dá-lhe oportunidade de trabalhar dentro de ti.
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TEMPLO DOS ILUMINADOS!: Consciência x Mente (Joel S. Goldsmith)