sábado, junho 30, 2007

AMOR - Uma lição pra nunca mais esquecer


A única coisa que Deus nos pede é: "ame a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo". Deus só pede isso a nós. Existem milhares de religiões e seitas espalhadas por todo o mundo -- cada uma delas com seus textos/escrituras sagradas, códigos de ética, moral e conduta --, mas Cristo veio e disse apenas isto: "Eu deixo um novo mandamento: amem a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo."

Em todas essas várias religiões, você encontrará os mais diversos tipos de ensinamentos... você irá se deparar com muitos caminhos distintos que, se seguidos e praticados ao mesmo tempo, poderá levar um homem à loucura. Cada religião, cada seita ou filosofia têm seus ensinamentos constituídos/formados de dois aspectos. Os ensinamentos de todas elas são formados pela mesma fórmula: um ensinamento profundo, que está intimamente ligado à Essência (Verdade, Deus) e um ensinamento que dita como deve ser a conduta/comportamento do seguidor ou praticante (trata-se da forma externa.) Assim, a fórmula é: um ensinamento profundo + um ensinamento superficial.

O primeiro aspecto do ensinamento é aquele que está ligado diretamente à Essência, à Verdade... é a parte em que Deus está totalmente presente. Esse primeiro aspecto é a ponte que permite a ligação entre Deus e o homem, pois ele foi concebido sob inspiração divina. Toda religião possui ensinamentos constituídos sob essa inspiração, sob esse momento de íntima comunhão com Deus. Através desse primeiro aspecto Deus flui e alcança o homem.

O segundo aspecto é o que deixa tudo perigoso e complicado. Ele é a forma como as religiões, seitas e filosofias se apresentam ao homem; é a exteriorização/somatização do primeiro aspecto. Ele é composto de muitos princípios éticos e morais e, por isso, sua exteriorização está subordinada à cultura de onde se encontra cada religião ou seita. Dentro do segundo aspecto, você encontrará muitas diferenças, muitas discordâncias, devido ao lugar e ao tempo em que a religião foi concebida. Então, cada uma delas possui seu próprio código, sua maneira de conduzir o homem a Deus. É por isso que, se alguém vai atrás da Verdade buscando-a em vários lugares, a pessoa poderá acabar se perdendo no caminho. Encontrará muitas decepções, a menos que ela saiba filtrar muito bem o que está sendo ensinado em cada um desses lugares.

Aquele que se entrega a um caminho específico, e segue confiando, com o coração totalmente aberto, possui mais chances de encontrar Deus do que aquele que O busca em vários lugares. Ele possui mais chances porque, em primeiro lugar, ele está em paz com o mundo. Ele é capaz de confiar e se entregar ao caminho que escolheu seguir... confiando que Deus estará esperando por ele em algum lugar de sua jornada. Assim, ele está mais próximo de Deus, do que o homem que O procura em todos os lugares.

Quem busca, em todo lugar, encontrar a Deus não confia no mundo... ele não pode estar em paz. Ele vive desconfiando da vida, como se houvesse uma conspiração feita para garantir que ele se perca dEle. Quem dá desconfiança, fatalmente receberá desconfiança de volta. Como pode alguém encontrar o Amor, se ele o busca no caminho da desconfiança? Não, ele não pode. Ele terá primeiro que resolver esse relacionamento dele com o mundo. Ele precisa se tornar mais hamornizado com a vida. E uma vez feito isso, ele poderá relaxar, confiar, e se entregar a um caminho.

E um dos caminhos mais simples foi o deixado por Jesus Cristo. Jesus disse: "ame a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo." O bom de ser cristão é ter que cumprir apenas esse mandamento e ver toda a sua vida se tornar perfeita. Outras religiões pedirão que você faça jejuns, não coma carne, pedirá que você faça alguns sacrifícios e oferendas... um monte de coisas. Mas os cristão só tem que seguir esse simples mandamento deixado por Cristo. Aquele que seguir e interiorizar esse mandamento alcança a iluminação. É como diz Cristo: "nasceremos de novo... morreremos para o mundo e nasceremos no espírito."

Este é o maior e o mais simples mandamento já deixado para o homem, em toda a história humana: ame! Se cumprires isso, não precisa de mais nada.

Às vezes fazemos muitas coisas pela força da cultura e do hábito... mas Deus não exige e nem se preocupa se comemos carne ou não, se somos gordinhos ou não, se fomos feios, altos, se andamos com roupas de igrejas... isso são coisas só para o exterior.

Deus vê o que temos lá no fundo do coração. Podemos encontrar pessoas, por aí, que cumprem todos os preceitos perfeitamente... pessoas que são exemplos impecáveis, mas que possuem um coração podre cheio de embustes, falsidades, hipocrisias. O que tudo isso adianta para essas pessoas?

Cristo diz que nem mesmo um copo de água que damos com amor será esquecido no dia de nos aprensentarmos face-a-face com Deus. A única coisa que será cobrada de nós é se amamos o suficiente todas as pessoas e situações que passaram pelas nossas vidas. Quando o homem se encontra já no fim de sua vida, ele sabe que tudo será tirado dele -- e ele não sabe apenas intelectualmente. Ele realmente SABE, porque a morte está tão próxima dele, que ele começa a sentí-la... e a sentir todos os efeitos que acontecerão após sua morte acontecer --, ele sabe que tudo será tirado dele e que não sobrará mais nada. A única coisa que valerá a pena será se ele olhar para sua vida e disser "não importa o que os outros fizeram a mim, não importa se as pessoas não me retribuiram, nem fizeram a sua parte... eu amei!" No fim das contas, o que valerá é isso.

Amar significa abdicar de si mesmo, deixar o ego pra trás... deixar o orgulho. Olhe para Cristo: quem mais tinha que ter o ego cheio, quem mais tinha que ter orgulho não seria Jesus Cristo? Ele foi o mestre dos mestres, foi o próprio Deus encarnado... e ele foi orgulhoso? foi egocêntrico? exigiu louvores para si? É claro que não. Ele tinha tudo para ser o orgulho em pessoa... ele tinha o poder... mas ele não queria nada disso. Ele queria apenas amar. Ele não veio apenas para dar a mensagem, mas pra dar o exemplo.

Cristo era mestre e senhor e veio pra servir... não pra ser servido. Ele veio para andar com o povão... pra andar com os pecadores e lavar os seus pés.

Que tipo de deus hindú faz isso? Que tipo de deus egípcio saiu de seu panteão e veio servir aos humanos? Que tipo de deus grego, nórdico, xintô, ou espírito foi capaz de tão grande ato de amor?

Cristo amou verdadeiramente. Ele veio, serviu, amou, fazia o bem a todos. Espalhava suas curas e pedia que ninguém comentasse que era ele que havia feito. Jesus Cristo fazia o bem a todos. Depois ele foi humilhado, sofreu muito e no fim perdoou a todos. Isso é que é doação total... ele foi humilde até o fim.

Ele mesmo diz "vem e segue-me". Ele não queria que as pessoas simplesmente fossem atrás dele, mas que fizessem as mesmas coisas que ele fazia. Ele queria que as pessoas seguissem o exemplo que fossem santas... que soubessem amar.

Ele diz, no Sermão da Montanha, "sede perfeitos assim como o vosso pai celeste é perfeito". Jesus nos disse que podemos ser como Deus (o que é diferente de sermos o próprio Deus!), porque realmente nós fomos criados para sermos perfeitos... para sermos "a imagem e a semelhança do Criador".

E qual é o pai que não gostaria que seus filhos seguissem o seu exemplo? Deus é nosso Pai... ele quer que sejamos como Ele, mas Ele não nos obriga a nada... ele tenta nos ensinar pelo exemplo. Tudo isso só prova que Deus não nos condena, somos nós mesmos que escolhemos viver sem Deus. Ninguém pode culpar a Deus por estar ou se sentir abandonado, porque mesmo que a pessoa esteja na merda ela poderá ter a certeza de que pelo menos uma pessoa no mundo a ama: Deus. E só isso é motivo suficiente para alguém se sentir feliz e se amar.

Primeiro é preciso aprender a se amar. A primeira coisa a ser feita é mudar o interior: você precisa se amar... se dar mais valor. Se você pensar que ninguém no mundo te ama, você não conseguirá se amar... e, consequentemente, não conseguirá amar ao próximo.

"Como dizer, Senhor, 'te amo' sem mesmo vê-lO? E ser incapaz de amar ao outro que está ao lado e se pode ver? O que não ama, não conhece a Deus... porque Deus é Amor."

Como você pode amar a Deus, que é invisível, se não é capaz de amar ao próximo que está bem ao seu lado e que você pode ver e conviver todo dia? E como você poderá amar ao próximo, se você não se ama? Se você não amar ao próximo, não vai encontrar Deus.

Saber que Deus te ama é o começo de tudo. É aqui que se inicia uma vida de completa auto-aceitação, amor próprio, e de felicidade. Saber que Deus te ama é o que permite a sua vida decolar e alçar vôo. Deus te ama... te ama muito, e te ama incondicionalmente. Deus lhe aceita exatamente do jeito que você é agora, com todos os seus defeitos, com todo o passado que você guarda para si, com todas as suas imperfeições e falhas... Deus está sempre aberto a você, não importa a situação em que você se encontre.

Por isso, se a vida te machuca, não ache que você não tem valor. Você tem, sim, muito valor. E se Deus te aceita, quem é você para não se aceitar? Deus te ama... então porque você mesmo não se ama? Quem é você para isso? Esqueça todas as crenças ruins, todos os motivos que você deixou entrar na sua cabeça e que não deixam que você se ame. Se Deus te ama, você está inteiramente livre para se amar e se sentir amado... isso é algo que deve estar acima de tudo.

A partir do momento em que você reconhecer o seu próprio valor, que você se amar... você vai passar a dar valor nas outras coisas, nas outras pessoas. Você vai começar a amar as pessoas da mesma forma como a ti mesmo... da mesma forma como você dá valor a si mesmo, você vai passar a amar aos outros. E você vai perceber o quanto é simples chegar a Deus... vai perceber o quanto é simples não apenas ser um iluminado, mas um 'portador da luz' que leva a luz para todo o mundo aonde você for. Não basta ser iluminado. Deus quer que levemos a luz aos outros, que amemos aos outros... é simples assim.

Assim, você tem que aceitar a si mesmo, abrir seu coração, você tem que aceitar se amar... mudar o seu interior. precisa lavar tudo de ruim dentro de você. Deixe seu passado realmente PASSAR por você. Não retenha nada. Sinta-se como uma nova criatura a cada segundo que passa... você realmente é novo, TODO NOVO, a cada segundo.

Deus não quer saber o que você fez, Ele só quer te AMAR agora. Ele não está no passado, não está no futuro, nem está no presente. Só você está no PRESENTE. Por tanto, se você aceitar o Espírito Santo, você irá renascer. Deixa o passado pra trás e deixa o futuro pra frente. E se alguém te magoar, não perca um segundo sequer para amar essa pessoa. Aprendemos muito até com quem nos faz mal. Assim, é só vivendo nesse momento pra você aceitar a si mesmo como você já é agora.

Isso tudo é o mínimo que podemos fazer. Cristo nos amou tanto que resumiu tudo. Ele disse que do jeito que a humanidade estava, ela ia acabar destruindo-se a si própria. Não tem como reduzir o ensinamento mais do que Cristo reduziu.

Antes de Cristo, não havia todo esse papo todo sobre o amor. Amar ao próximo era piegas, fora de moda... até hoje é muito fora de moda. As pessoas só querem saber do que é seu, "o que é meu, é meu"... é o ego. As pessoas continuam achando que tudo deve girar em torno delas, querem ser o centro de tudo... querem ser os senhores da vida. E o pior... senhores da vida dos outros. Querem ser servidas, querem ser o máximo, mas não enxergam que elas precisam se doar. Você só consegue amor dando amor. Você só consegue fazer o mundo girar em torno de você, quando você aceita girar em torno do mundo... girar em torno das pessoas. Você só consegue ser o centro quando você deixa de querer ser o centro, pois é aí que você passa a conviver com todos. E todos irão te conhecer... todos irão olhar pra você e dizer "aquela pessoa é importante pra mim, aquela pessoa é o meu centro." E, no entanto, as pessoas que querem ser o centro estão correndo atrás do próprio rabo para tentar agarrá-lo, mas elas nunca conseguem.

Pessoas assim não irão querer conviver com os outros. Elas julgam os outros inferiores demais para conviver com elas... indignas demais... feias demais... burras demais. E elas acabam achando que só elas mesmas podem ser dignas de algo; é puro ego.

Como alguém irá reconhecer nelas o centro de algo, se elas se fecham em si mesmas? Por isso Cristo diz "aquele que quiser perder a sua vida, encontra-la-á." Lao-Tsé também diz: "O sábio não se preocupa com a sua salvação, e por isso a encontra." (...)

(...) São Francisco foi um homem muito egoísta durante toda sua vida. Ele só queria saber de cumprir as satisfações do próprio ego. Gastava toda a sua fortuna consigo mesmo, enquanto ele via pessoas morrerem de fome bem ali, do lado dele. Pra que ele iria se preocupar com elas? Ele estava muito bem, não tinha nada com o que se preocupar.
Mas se ele tivesse continuado a ser assim, ele teria morrido e ninguém no mundo teria ficado sabendo quem foi Francisco de Assis. Ninguém iria reconhecê-lo, a não ser como um homem rico que morava na esquina e não estava nem aí pra ninguém, apenas para si mesmo. Se ele vivesse querendo ser sempre o maioral, ele nunca seria o centro de nada.

Mas São Francisco teve uma revelação e ele, o homem que era torto, deixou de ser torto. Passou a usar sua riqueza para ajudar aos outros. Pra si mesmo, não quis nada. Passou a viver como mendigo na rua, mas passou a conviver com as pessoas... passou a se doar. E, paradoxalmente, foi assim que São Francisco começou a se tornar o centro da vida de muitas pessoas, e muita coisa girava em torno dele. E hoje em dia, até quem não é cristão sabe quem foi São Francisco de Assis.

A sua ordem monástica é uma das maiores dentro da igreja católica e seus pensamentos influenciam milhares de pessoas no mundo todo. Foi simplesmente amando que São Francisco tornou-se algo na vida, pois Deus conseguiu cumprir nele todas as suas vontades. A vontade de Deus é perfeita, Ele possui o conhecimento de tudo... não tem porque nós O julgarmos. Nós podemos pedir muitas coisas, sim... Mas Deus sabe o que realmente é bom, ou não, para nós.

São Francisco fez o mínimo que ele podeira ter feito e por isso se tornou o máximo, pois Deus cumpriu nele toda sua vontade. Isso só foi possível porque São Francisco abriu seu coração a Deus e permitiu que Ele entrasse.

Você precisa se abrir para Deus, também. Precisa se colocar disponível para Ele, porque Deus só pode entrar num recipiente que esteja vazio. Ele não vai competir com um ego para habitar o seu ser. Ou você se esvazia do seu ego, ou você nunca terá espaço dentro de você pra que Deus possa habitar. Deus nunca irá fazer morada dentro de você, se o seu coração já estiver cheio das coisas do mundo. Se você estiver cheio de si mesmo... enfim.

Como você pode pedir a iluminação do Espírito Santo, se a única coisa que importa pra você é o seu próprio espírito? Como você pode pedir que a vontade de Deus se cumpra, se a única coisa que te importa é a sua própria vontade?... Como você pode tentar ser o centro das atenções, se Deus é sempre o centro de tudo? Pra você ficar no centro, você precisa deixar que Deus entre em você...

E Deus está sempre aqui pra nós. Ele nunca nos dá as costas, mesmo se estivermos com as nossas voltadas para Ele. Mesmo quando estamos nos perdendo, Deus está sempre vindo atrás... Ele vem atrás!!!!!!! Deus não se contenta unicamente em nos aceitar apenas quando resolvemos ir até Ele. Ele está sempre vindo atrás e dizendo "ei, venha aqui... venha para mim, deixe-me entrar!" Sua humildade e amor está acima de tudo.

Cristo diz "Eis que eu vou a porta e bato... se me abrirem, eu entrarei, cearemos juntos, farei morada... e seremos um só." Em verdade, toda a existência está gritando a Deus a todo momento. Se você prestar atenção, ao olhar para uma árvore, irá perceber que ela está gritando "Deus está em mim!! Deus existe em mim!!" a todo momento. A existência inteira estão cantando à Deus a todo instante. Isso tudo é muito lindo... porque não deixar Deus tomar conta de nossas vidas?

Deus cumpre sempre com sua parte. A porta que vai até Ele está toda aberta, e Deus fica gritando à você, de lá de dentro, que entre pela porta. Ele está lá chamando-lhe para entrar. Deus não fica quieto só esperando. Ele faz muito a parte dele. Mas Ele não pode invadir a nossa parte; ele não pdoe chegar e nos forçar a entrar. Deus nunca vai arrombar nossa porta e invadir a casa, porque isso violaria a liberdade que Ele próprio nos concedeu. Por isso, sempre temos que fazer a nossa parte.

Às vezes, temos a sensação de que Deus não está no mundo porque não vemos sua ação. Ele nunca vai agir, se você não deixar. Deus não força suas criaturas... apenas pede a brecha. Somos nós quem devemos agir; nós é que cuidamos de nossos canais. Quando cuidamos bem de nossos canais, eles ficam limpos e as bençãos de Deus podem fluir. Mas se deixarmos o canal sujo com um monte de coisas que nós mesmos criamos -- como ressentimentos, dúvidas quanto a Deus, mágoas passadas --, tudo isso entope o canal. E Deus continua indo atrás, continua enviando bençãos. Mas como nós mesmos entupimos o canal, nós mesmos impedimos que as bençãos de Deus nos alcancem.

Nós sempre somos os responsáveis por tudo o que nos acontece. Não adianta querer culpar Deus ou o diabo. Nós somos os únicos capazes de fazer de nossa vida o que queremos pra ela. Nem Deus, nem o diabo podem nos obrigar a nada.

Tudo isso que foi dito até aqui, é apenas o começo... apenas a ponta do iceberg. O mais importante de tudo, é vivenciarmos tudo isso.

Quando passamos a vivenciar tudo isso, muitas promessas começam a ser cumpridas. As promessas de Deus, todos os desígnios eternos nos são revelados. Aí você vai começar a mergulhar no Espírito e ver tudo o que tem por debaixo. Todos os mistérios, tudo nos é revelados por Deus... e tudo vem de graça por causa de sua infinita misericórdia. Deus tem o prazer de nos revelar tudo... tudo o que nos é possível compreender. Mas, antes de tudo isso, precisamos cumprir com o básico primeiro: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. Somente assim nos tornaremos aptos a compreender as coisas maiores que Deus deseja nos mostrar.

Lembre-se, cumpra o básico. Faça o que Jesus pediu. Ele não veio aqui dizer o que disse se não houvesse um bom motivo para isso. As pessoas de sua época podem não ter entendido o porquê de Jesus ter dito isso, mas quem seguiu o conselho dele tornou-se iluminado e passou a ser um com Deus. Não é preciso querer entender o porquê, basta fazer o que Jesus disse. "Bem aventurados os que não viram e creram."

Cumpra o básico, ame os outros sem esperar se receberá amor em troca. Se eles não te retribuírem, pelo menos tenha a consciência limpa de ter feito a sua parte. Você encontrará muitas pessoas no mundo e nem todas aceitarão o amor. Nem todas vão aceitar essa interação que você tentar estabelecer. Você vai tentar isso muitas vezes e não vai conseguir, mas o importante é você ter a consciência limpa de ter tentado. Muitas pessoas cometerão erros e você também cometerá. E muitas vezes você irá pedir desculpas, mas não vão te desculpar, isso é fatal.

Mas pelo menos a sua parte você terá feito... você terá cumprido com o papel do amor. Você não pode obrigar que uma pessoa aceite o seu amor (nem mesmo Deus nos obriga aceitar), e mesmo assim você estará amando aquela pessoa: primeiro, cumprindo com a sua parte; segundo, respeitando a decisão dela.

É só assim que você terá a consciência livre para dizer "eu amei". Isso é o que realmente importa. É para isso que estamos aqui.

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*A autoria deste texto não é minha.

*O autor quis permanecer anônimo.

sábado, junho 09, 2007

Um conto: A vida não é um problema

Certa vez, o Primeiro-Ministro de um grande rei morreu. Esse Primeiro-Ministro era uma pessoa muito rara, muito inteligente, quase um sábio; era esperto, sagaz, um grande diplomata. Seria muito difícil encontrar alguém que pudesse substituí-lo. Então, todo o reinado foi pesquisado. Todos os ministros foram enviados para procurar por três homens. Um desses três seria o escolhido pelo rei para ser o novo Primeiro-Ministro.

Durante meses a procura continuou. Todo o reinado foi vasculhado; todos os recantos e esquinas foram pesquisados. Então, três pessoas foram encontradas. Uma delas era um grande cientista, um grande matemático. Ele podia resolver qualquer problema de matemática, e a Matemática é realmente a única ciência positiva; todas as ciências são apenas ramos da matemática. Assim, ele se achava na base.
O outro era um grande filósofo, um grande criador de sistemas. Do nada ele podia criar tudo. A partir apenas de palavras, ele podia criar sistemas maravilhosos -- era milagre. Apenas os filósofos podem fazer isso. Eles não têm nada em suas mãos; são grandes mágicos. Criam Deus, criam a 'teoria da criação', criam tudo; e sem nada em suas mãos. São brilhantes artesãos de palavras, combinam as palavras de tal modo que lhe dão a sensação de substância. E isso sem nada!

O terceiro era um homem religioso, um homem de fé, de prece, de devoção. As pessoas que estavam procurando esses três homens devem ter sido muito sábias, porque encontraram os três.

Esses três homens representam as três dimensões da consciência. Elas são as únicas possibilidades: ciência, filosofia e religião -- formam a base. O homem de ciência interessa-se por experimentos: a menos que algo seja provado pelos experimentos, não está provado. Ele é empírico, experimental; sua verdade é a verdade do experimento.

O homem de filosofia é o homem da lógica, não dos experimentos; experimentar não é a questão. Apenas pela lógica ele prova e refuta. Ele é um homem puro, mais puro do que o cientista, porque o cientista tem de carregar seus experimentos, seu laboratório. Um homem de filosofia trabalha sem laboratório -- apenas com sua mente, com a lógica, com as matemáticas mentais. Todo o seu laboratório está em sua mente Ele pode provar e refutar apenas pelos argumentos lógicos. Ele pode resolver ou criar qualquer tipo de enigma.

O terceiro homem está na dimensão da religião. A vida não é problema para um homem religioso. Ela não existe para ser solucionada; existe para ser vivida.

O homem religioso é o homem da experiência; o cientista é o homem dos experimentos; e o filósofo é o homem dos pensamentos. O homem religioso é o homem da experiência: ele olha a vida como algo a ser vivido. Se existe alguma solução, ela virá pela experiência, virá pela vida. Nada pode ser decidido de antemão pela lógica porque a vida é maior do que a lógica. A lógica é apenas um bolha no vasto oceano da vida. Assim, a lógica não pode explicar tudo. Os experimentos podem ser feitos apenas quando você não participa, podem ser feitos apenas com objetos.

A vida não é um objeto; é o próprio cerne da subjetividade. Quando você faz experiências, é diferente. Quando você vive, unifica-se. Assim, o homem religioso diz: "A menos que você se unifique com a vida, nunca poderá reconhecê-la." Como poderá você conhecê-la do lado de fora? Você pode andar e rodear de um lado para o outro, mas nunca acertará no alvo. Assim, o homem de fé não se atém nem a experimentos nem a pensamentos, mas à experiência, à simplicidade, à confiança.

Os ministros pesquisaram e encontraram esses três homens que foram, então, chamados à capital para a decisão final. O rei disse: "Por três dias descansem e preparem-se. Na manhã do quarto dia o exame final será realizado. Um de vocês será escolhido e se tornará meu Primeiro-Ministro: aquele que provar ser o mais sábio."

Eles começaram a trabalhar cada um à sua própria maneira. Três dias não eram suficientes! O cientista teve de pensar em muitos experimentos e trabalhar neles. Quem sabe que tipo de exame seria? Assim, não pôde dormir por três dias, não havia tempo; além disso, teria toda a vida para dormir depois que fosse escolhido. Então, por que se preocupar em dormir? Ele não dormiu nem comeu nada -- não havia tempo o suficiente. Muitas coisas tinham de ser feitas antes do exame.

O filósofo começou a pensar; muitos problemas tinham de ser resolvidos: "Quem sabe que tipo de problema será apresentado?". Apenas o homem religioso continuou à vontade. Ele comeu e comeu bem. Apenas um homem religioso pode comer bem porque a comida é uma oferenda, é algo sagrado. Ele dormiu bem. Ele orava, sentava-se no jardim, passeava, olhava as árvores e era grato à Deus; porque, para um homem religioso, não existe nenhum futuro, nenhum exame final. Todo o momento é o exame final, então como preparar-se para ele? Se algo está no futuro você pode se preparar. Mas se algo está aqui, agora, como pode se preparar para isso? Você tem de enfrentar a situação. E não existe nenhum futuro.

Algumas vezes o cientista dizia: "O que você está fazendo? perdendo tempo -- comendo, dormindo, rezando. Você pode fazer suas preces depois." Mas o homem religioso ria e não respondia nada, ele não era um homem de argumentos.

O filósofo dizia: "Você fica dormindo, sentado lá fora no jardim, olhando para as árvores. Isso não irá ajudá-lo. O exame não é uma brincadeira infantil. Você tem de se preparar para ele." Então o religioso ria. Ele acreditava mais no riso do que na lógica.

Na manhã do quarto dia, a caminho do palácio para o exame final, o cientista não estava nem mesmo em condições de andar. Estava tão cansado por causa de seus experimentos que era como se toda a vida estivesse se esvaindo. Ele estava morto de cansaço, como se a qualquer momento pudesse cair e dormir. Seus olhos estavam sonolentos e sua mente pertubada. Estava quase louco!

E o filósofo? Não, não estava cansado, mas sentia-se mais incerto que nunca. Ele havia pensado, pensado; discutido, discutido; e nenhum argumento chegava a qualquer conclusão. Ele estava confuso, perturbado, num caos. No dia em que chegara poderia ter respondido a muitas questões, mas agora não. Até mesmo suas respostas certas tinham se tornado incertas. Quanto mais você pensa, mais a filosofia se torna inútil. Apenas os tolos podem acreditar em certezas. Quanto mais você pensa, mais inteligente fica, melhor vê que todos os pensamentos são apenas palavras, sem nenhuma substância. Muitas vezes ele quis voltar atrás porque isso não seria de nenhuma serventia. Ele não se sentia em boas condições. Mas o cientista lhe disse: "Venha! Vamos tentar! O que você irá perder? Se nós vencermos, tudo bem. Vamos tentar, não seja tão desanimado."

Apenas o homem religioso caminha feliz, cantando. Ele podia ouvir os passarinhos nas árvores, podia ver o sol surgindo, podia ver os raios do sol nas gotas de orvalho. A vida toda era um milagre! Ele não estava preocupado porque não haveria nenhum exame. Ele iria e encararia a situação. Iria simplesmente para ver o que ia acontecer. Ele não estava esperando por nada, não tinha expectativas; estava saudável, jovem, vivo -- e isso é tudo. Só desse modo é que uma pessoa pode se aproximar de Deus; não com fórmulas prontas, não com teorias prontas, não com montanhas de trabalhos de pesquisa experimental, não com títulos e títulos de doutoramento. Não, isso não auxilia. As pessoas devem ir para o templo assim: cantando e dançando.

Se você estiver alerta, poderá responder a qualquer coisa que vier, porque a resposta virá por meio da vida, virá por meio do coração e o coração está preparado quando você está cantando, quando você está dançando... quando você está celebrando.

E eles chegaram. O Rei havia arquitetado algo muito especial. Eles foram levados a uma sala onde havia sido montada uma fechadura, um enigma matemático. Havia muitas figuras na fechadura, mas não havia nenhuma chave. Aquelas figuras tinham de ser dispostas de um certo modo. O segredo estava nisso, mas a pessoa teria de procurar e encontrá-lo. Se aquelas figuras fossem dispostas de um determinado modo, a porta se abriria.

O Rei colocou-os dentro da sala e disse: "Este é um enigma matemático, um dos maiores já conhecidos. Agora vocês terão de encontrar o segredo. Não existe nenhuma chave. Se vocês puderem encontrar o segredo, a resposta para este quebra-cabeça matemático, a fechadura se abrirá. E o primeiro a sair desta sala será o escolhido. Agora, podem começar." Ele fechou a porta e foi-se embora.

Imediatamente o cientista começou a trabalhar sobre o papel: muitos experimentos, muitos cálculos, muitos problemas. Ele olhou, observou as figuras no cadeado. Não havia tempo a perder, era uma questão de vida ou morte. O filósofo fechou seus olhos e começou a pensar em termos matemáticos sobre o que fazer, como decifrar o enigma. O enigma era totalmente novo.

Este é o problema: com a mente, se algo é velho, a resposta pode ser encontrada; mas se algo é absolutamente novo, como resolvê-lo por meio da mente? A mente é muito eficiente com o velho, com o conhecido, com o rotineiro, mas é totalmente incapaz diante do desconhecido.

O homem religioso nem se aproximou da fechadura. Que poderia ele fazer? Ele não sabia matemática, não conhceia nenhuma ciência experimental. O que poderia fazer? Ele apenas se sentou num canto. Cantou um pouco, orou a Deus, fechou seus olhos. Os outros dois pensaram: "Ele não é um concorrente. De certo modo, isso é até bom porque a escolha terá de ser decidida entre nós dois." Então, de repente os dois perceberam que ele havia deixado a sala. Ele não estava lá. A porta estava aberta!

O rei veio e disse: "O que vocês estão esperando! acabou! o terceiro homem já saiu!"

Mas eles perguntaram: "Como? Mas ele não fez nada!"

Então quiseram saber do homem religioso: "Como?"

Ele disse: "Eu estava apenas sentado. Comecei a rezar e então um voz interior me disse: 'Que tolo! Vá até lá e olhe. A porta não está fechada.' Então fui até a porta. Ela não estava fechada. Não havia nenhum problema para ser resolvido. Então eu saí."

(...) A vida não é um problema. Se você estiver tentando resolvê-la, não a compreenderá. A porta está aberta, nunca esteve fechada. Não há como tentar destrancá-la; e por ela já estar aberta, ela não pode ser aberta. Se a porta estivesse fechada, os cientistas encontrariam a solução; se houvesse algo para ser decifrado/solucionado, a ciência o faria mais dia, menos dia... seria apenas uma questão de tempo. Se a porta estivesse fechada, os filósofos encontrariam um sistema pelo qual ela pudesse ser aberta. Mas a porta não está fechada. Assim, só a fé pode abrí-la -- sem qualquer solução, sem qualquer resposta pré-fabricada. A vida não é um enigma para ser resolvido, é um mistério para ser vivido. É um profundo mistério confiar e permitir a si mesmo a entrada. Nem mesmo um passo... Empurre a porta e saia.


APENAS UM PASSO!


"Osho,
Apenas um passo!"





“Digambara,

Sim, na verdade nem mesmo um… Porque nós não vamos a lugar algum. Nós já estamos em Deus! Eu digo ‘apenas um passo’ só para consolá-lo, porque se não houver passo para dar você vai ficar confuso. Então eu reduzi ao mínimo - apenas um passo - de modo que alguma coisa permanecesse para você fazer, pois você só entende a linguagem do fazer. Você é um fazedor! Se eu disser, ‘Nada precisa ser feito, nem mesmo um simples passo tem que ser dado’, você se sentirá perdido num jogo de cara ou coroa.

A verdade é que nem mesmo um simples passo é necessário. Sentado silenciosamente, nada fazendo, a primavera chega e a grama cresce por si mesma. Mas isto pode não ser simples. A sua mente fazedora pode simplesmente ignorar isto ou pode pensar que tudo isto é tolice. Como você pode alcançar Deus sem fazer coisa alguma? Sim, um atalho a mente pode entender; é por isto que eu digo ‘um simples passo’. Isto é o mais curto, não pode ser reduzido a menos que isto.

Um simples passo! Isto é apenas para que você compreenda que o fazer é não-essencial. Para se alcançar o ser, o fazer é absolutamente não-essencial. Quando você concordar e se convencer de que apenas um passo é necessário, eu irei sussurar em seu ouvido, ‘Nem mesmo um – você já está lá!’

Rabiya, uma grande mística Sufi, estava passando. Ela costumava passar naquela rua todos os dias quando ia para o mercado onde anunciava em alta voz a verdade que ela havia alcançado. E por muitos dias ela esteve observando um místico muito conhecido, Hasan, que se sentava do lado de fora da mesquita e rezava, ‘Deus, abra a porta! Por favor, abra a porta! Deixe-me entrar!’

Mas, naquele dia, Rabiya não conseguiu tolerar aquilo. Hasan estava chorando, as lágrimas estavam rolando, e ele gritava repetidas vezes, ‘Abra as portas! Deixe-me entrar! Por que você não me escuta? Por que você não atende às minhas preces?’

Todos os dias ela ria; sempre que ela ouvia Hasan, ela ria. Mas, hoje, aquilo estava demais. As lágrimas... E Hasan estava chorando de verdade, um choro que vinha de seu coração. Ela foi até ele, sacudiu-o e disse, ‘Pare com toda esta tolice! A porta está aberta – na verdade você já está dentro!’

Hasan olhou para Rabiya e aquele foi um momento de revelação. Ao olhar dentro dos olhos de Rabiya, ele se curvou e tocou-lhe os pés, dizendo, ‘Você chegou na hora certa, senão eu iria continuar pedindo por toda a minha vida! Por anos eu tenho feito isto. Onde você estava antes? Eu sei que você passa por esta rua todos os dias. Você já devia ter visto o meu choro e minha prece.’

Rabiya disse, ‘Sim, mas a verdade somente pode ser dita no momento certo, no espaço certo, no contexto certo. Eu estava esperando pelo momento certo e maduro. Se eu lhe tivesse dito ontem, você teria ficado irritado, teria ficado com raiva. Você poderia ter reagido antagonicamente; você poderia me responder, ‘Você perturbou a minha prece!’ E não é correto perturbar a prece de ninguém. Mesmo a um rei não é permitido perturbar a prece de um mendigo. Mesmo se um criminoso, um assassino, estiver orando, nos paises muçulmanos, a polícia tem que esperar até que ele termine a prece. Somente depois ele pode ser preso. A prece não deve ser perturbada.

Rabiya disse, ‘Eu queria lhe dizer para deixar de ser tolo, que a porta está aberta, e que, na verdade, você já está dentro! Mas eu tive que esperar pelo momento certo.’

Digambara, eu digo ‘apenas um passo’ e mesmo isto parece ser inacreditável para você, daí o seu questionamento.

Você diz: "Osho, apenas um passo! "

Nem mesmo um, Digambara. Mas o momento certo ainda não chegou, pelo menos para você. Quando ele chegar, eu irei sussurrar em seus ouvidos, ‘Você já está dentro. Nem mesmo um simples passo é necessário’ porque nós não estamos indo para fora. Os passos são necessários para ir para o lado de fora. Eles não são necessários para ir para dentro.

É como um homem sonhando e no seu sonho ele vai para muito longe. E ele terá uma grande jornada para voltar para casa. Ele está em sua casa, dormindo, mas em seu sonho ele pode estar em Timbuctoo. É preciso apenas sacudi-lo.

Assim como Rabiya sacudiu Hasan, um dia eu irei sacudi-lo Digambara. É preciso apenas lhe jogar uma água fria, uma água gelada, e com o choque você vai abrir os olhos. Você acha que irá me perguntar, ‘Como eu volto para casa, pois estou em Timbuctoo?’ Não, você não irá perguntar, pois você vai poder ver que já está em casa, que você apenas estava dormindo e tinha sonhado com Timbuctoo. Você nunca foi lá.

Você nunca esteve fora de Deus! Você não consegue, é impossível, porque somente Deus existe. Para onde nós podemos ir? Não existe lugar onde Deus não esteja. Nós estamos sempre nele e ele está sempre em nós. Mas isto precisa de um despertar.

Nem mesmo um passo. Isto é apenas para trazê-lo mais próximo da verdade. Aos poucos você tem que ser persuadido. Mil passos são reduzidos para um passo e depois eu tirarei também aquele passo de você. Mas para isto é preciso um momento certo. A Verdade última somente pode ser dita numa situação certa e madura.

E esse momento também chegará. Simplesmente esteja pronto para recebê-lo e acolhê-lo...” (OSHO - The Book of the Books - Volume I - Discourse n. 6 – pergunta n° 6)


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*Palestras sobre O Dhammapada, de Gautama, o Buda -- tradução: Sw.Bodhi Champak