"MAIOR É O QUE ESTÁ EM VÓS DO QUE O QUE ESTÁ NO MUNDO." (I JOÃO 4:4)

quarta-feira, agosto 27, 2014

Comentando o capítulo 12

- Gustavo -


O Caminho Infinito diz que, por mais que todas as qualidades e atributos de Deus estejam incorporados/presentes em nossa consciência, nenhum resultado prático iremos obter se não tivermos a "percepção consciente" dessa Verdade. Isso significa que apenas saber (ter o conhecimento intelectual) da Verdade não fará com que sejamos beneficiados por ela. É necessário meditar e contemplar a Verdade, até que Sua realidade se torne uma percepção consciente para nós. Ao longo dos capítulos deste livro (e dos comentários aos capítulos) foram entregues ao leitor os "princípios" ou "chaves de compreensão" necessários para fazê-lo adquirir a percepção consciente da Verdade. Joel Goldsmith diz que, se a "percepção consciente" da Verdade não nos vem como um dom divino (apenas uns poucos têm esse privilégio!), o modo de atingi-la é através de meditação (exercícios de percepção) e estudo das verdades das Escrituras ou da literatura espiritual. Portanto, agora, a nós unicamente cabe a parte de pôr em prática o que foi ensinado.

É necessário estabelecermos diariamente a conscientização da Presença de Deus (do Reino de Deus) em nós. À medida que vamos praticando, recebemos orientação/colaboração invisível (divina), somos guiados pelo Espírito a nos elevar cada vez mais em consciência, sempre de modo a aumentar a nossa percepção da Verdade. Por sua vez, quanto maior for a nossa percepção consciente da Verdade, maior será a nossa capacidade de realizar as demonstrações de saúde, suprimento, harmonia, bem estar, etc.. A princípio pode parecer que o Caminho Infinito seja um ensinamento voltado para a realização de curas espirituais (tais como a melhoria de saúde, finanças, relacionamentos, e obtenção de outras graças materiais), mas não é assim. Este é um ensinamento de realização/iluminação espiritual. Goldsmith afirma que a cura espiritual é um efeito decorrente ou secundário da conscientização da Realidade imutável de Deus. Incansavelmente, em suas obras, Goldsmith diz que nada há para ser curado, alterado ou melhorado – pois a Realidade Perfeita já é agora! O indivíduo somente começa a realizar curas espirituais na medida em que compreende verdadeiramente que não existem curas para serem realizadas. Deus já é tudo! Todos os seres, que são a plena expressão/manifestação de Deus, também já são perfeitos! Ter a percepção dessa Verdade faz com que, no universo das aparências, as imagens se ajustem à realidade presente na consciência do curador. No livro "A Arte de Curar pelo Espírito", Goldsmith diz:

"Enquanto não vires a Deus manifestado na pessoa que está diante de ti, terás vontade de pedir a Deus para que faça algo por alguém - e isto derrotará a sua intenção. O tratamento, em sua totalidade, se desenrola no plano de Deus, dentro da conscientização de Deus como sendo a vida de cada indivíduo, como sendo a lei de cada um, como lei individual, como Espírito divino em forma de substância individual  dentro da conscientização de Deus como a Causa Única. Ora, se Deus é a Causa única, então deve Ele ser também o Efeito único; e, se Ele é o Efeito único, então, está, com isto, terminado o tratamento. O curador não tem de tratar com nenhuma outra coisa: apenas Deus como Causa, Deus como Efeito, Deus como Lei, Deus como o verdadeiro ser de cada indivíduo. Toda vez que pensas que teu paciente necessita de ajuda, está turvada a tua visão espiritual. Não te dirijas a Deus com o desejo de curar ou ser curado; não vás ter com Deus esperando emprego; não vás ter com Deus na expectativa de receber segurança e proteção: vai ter com Deus esperando Deus. Vai ter com Deus na esperança de receber a experiência espiritual de sua presença. Ora unicamente para que Deus se revele como luz, como a plenitude da luz, como a verdade em toda a sua plenitude. Ora para teres luz, verdade, iluminação; ora para teres mais sabedoria. E verás como então Deus se manifesta na forma de harmonia nos acontecimentos, nas coisas ordinárias de cada dia."

Em suma, o curador não lida com "duas realidades" ou "dois poderes". O curador não intenta fazer com que um "poder superior" atue em favor de uma "realidade inferior" proporcionando curas ou melhorias. Antes, ele reconhece que não existe "realidade inferior" para ser melhorada ou curada. Deus não pode curar o que não existe! Em contrapartida, o que existe já é perfeito, iluminado e completo, desde sempre! Deus é tudo agora! Essa é a única realidade. Quando realizamos as contemplações absolutas, não apenas elevamos nossa consciência acima da crença coletiva, mas, juntamente conosco, elevamos em alguma medida a consciência da humanidade inteira. O mundo inteiro (principalmente aqueles de convivência próxima a nós!) recebe benefícios/iluminação quando um simples indivíduo contempla a Verdade de que Deus é a única realidade.

Goldsmith também adverte:

"Poderá não ser hoje, amanhã, na próxima semana e nem no próximo ano que chegaremos a demonstrar a plenitude de Deus, a totalidade de Deus. Porém Deus é tudo; Deus é infinito, onipotente, onipresente, onisciente; e na medida de nossa conscientização deste fato, nós iremos demonstrando aquelas quantidades e qualidades da totalidade. Só porque ainda não completamos nossa demonstração de ascensão não significa que não tenhamos alcançado Deus. Quando a tivermos alcançado precisaremos seguir avante com paciência até chegar a hora em que Deus em Sua totalidade seja revelado na experiência de ascensão acima de todo mundo da crença."

Conforme dito no início, foram entregues ao estudante todas as ferramentas capazes de proporcionar sua realização em Deus. Goldsmith afirma que haverá um momento em que faremos a nossa "ascensão" para acima de todo o mundo da crença. Quando isso acontecer, todo o senso de "materialidade" e "separação" cessarão de vez em nossa percepção, e unicamente Deus e Sua perfeita unicidade constituirão a nossa realidade. No entanto, até que esse momento glorioso chegue, deveremos lidar com as crenças universais intrusas, que se apresentam como se fossem realidade. Mas podemos alcançar Deus mesmo sem ter realizado a "ascensão". Mesmo sem ter conscientizado plenamente a Sua presença, podemos captar interiormente a visão de Deus como sendo a Consciência Infinita que abrange todo o Bem; interiormente podemos captar a visão de Deus como sendo a substância e a realidade de toda a criação. Isso será o bastante. O que permitirá captarmos a visão é a correta compreensão/apreensão/aplicação dos princípios espirituais durante as práticas contemplativas. Uma vez tido o vislumbre, o contato foi estabelecido, Deus foi alcançado. A partir de então, o nosso trabalho será somente o de repetir aquele contato vezes e mais vezes, a fim de que a nossa visão de Deus se torne cada vez mais clara, nítida e pura. Então poderemos estar em constante contato com Deus, recebendo toda orientação, auxílio e benefícios necessários para cada momento de nossa vida. Paramahansa Yogananda escreve que, certa vez, fez a seguinte pergunta para seu mestre:

- Mestre, quando eu encontrarei Deus?
O mestre respondeu-lhe:
- Oh… Você já o encontrou.
- Não, mestre, creio que não.
- Sim… você já o encontrou. Estou certo que você não está esperando encontrar um personagem memorável, enfeitando um trono num cantinho antisséptico do Cosmo. Percebo, entretanto, que você imagina que a posse de poderes miraculosos é a prova de que alguém encontrou Deus. Não. Pode-se alcançar o domínio sobre o Universo inteiro e, no entanto, descobrir que Deus se esquiva. O progresso espiritual é medido pela profundeza da bem-aventurança alcançada em meditação.


Os princípios espirituais nos proporcionarão convicção/fé inabalável na Verdade, em Deus, o Infinito Invisível. A Bíblia diz que "fé é a certeza das coisas que não se vêem" (Hebreus 11:1). De início, pode ser que, em razão de dúvidas, incertezas e outras limitações, as contemplações absolutas aparentem ser ineficientes; mas o progresso espiritual não é necessariamente medido pela capacidade que a pessoa tem de realizar curas ou demonstrações. À medida que o indivíduo for se dedicando ao estudo e às práticas, cada vez mais receberá auxílio divino a fim de que progrida em compreensão, certeza e percepção da Verdade. Então a Verdade se tornará cada vez mais real e tangível. Basta que o estudante atenha-se aos princípios espirituais que foram expostos, e infalivelmente obterá resultados. Quanto mais ele descobrir que Deus (e o Reino de Deus) habita em seu universo interior (que é infinito, único!), maior será a sua realização, libertação, bem-aventurança e paz. E perceberá que os acontecimentos do mundo exterior passarão a corresponder à conscientização interna da Realidade Divina. Por fim, virá a ascensão, momento em que, assim como o fez Jesus, o indivíduo poderá afirmar: "Eu venci o mundo". Esse é o propósito dos ensinamentos do Caminho Infinito.

Que todos os seres, de todos os mundos, possam despertar para essa Verdade.
Todos os seres, de todos os mundos, vivem agora essa Verdade.
Assim é!

Namastê!


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15 comentários:

Unknown disse...

Amigo Gugu,
Excelente essa série! realmente Goldsmith é uma luz para nós.
Achei muito iluminados os seus esclarecimentos! muito obrigado! Porém, vejo uma certa contradição em suas colocações e também um certo destoamento da própria abordagem de Goldsmith, não é dito que devo perceber Deus em cada criatura, e que devo orar e vigiar sem cessar? também que devo ter sempre em mente que na verdade nada precisa de correção ou cura, dado que tudo já é e é perfeito? se faço concessões as aparências, aceitando a normalidade de suas sugestões e aceitando que o que é só é e somente é percebido em contemplação não estaria negando a verdade e contemporizando com o erro?
Nesse ponto parece assistir razão o radicalismo de Dárcio quando diz que Deus é tudo o tempo todo e não somente nos períodos de silêncio, até porque aquele que experiencia também é sempre e integralmente a expressão da Verdade ininterruptamente.
Volto a dizer que essa foi uma série muito iluminadora - não sei se este termo é apropriado, que inclusive salvei com o título original e voltarei a ler em breve.
Namastê!

Templo disse...

Olá, Jaime, grato por suas palavras.

Fico feliz que tenha acompanhado a série toda. Eu também fiquei satisfeito com a postagem do livro, e também com os comentários que fluíram.

Devo dizer que, ao iniciar a série, os comentários aos capítulos não estavam previstos. A intenção era apenas publicar o livro do Joel e, em seguida, o livro do Dárcio. Ocorre que, ao publicar o capítulo 1, veio-me a vontade de fazer um comentário ressaltando a importância de pôr em prática os conhecimentos que seriam expostos. E a ideia era que somente o capítulo 1 fosse comentado. Depois, conforme foram sendo publicados os capítulos 2, 3, 4... espontaneamente veio a vontade de tecer comentários sobre alguns pontos que considerei serem importantes. Somente quando chegou o 4º ou 5º capítulo é que eu percebi o rumo que a série estava tomando, e resolvi manter o padrão de comentários para cada capítulo. Teve momentos que pensei que não teria nada o que comentar, mas as coisas fluíam. Eu mesmo aprendi muito com os comentários, serviram para mim também. Por isso, não considero que fui eu quem fez os comentários (pelo menos não eu sozinho). E, agora, olhando pra trás, percebo que a série ficou muito boa, e fiquei satisfeito com todo o conteúdo dela.

Mas vamos as suas perguntas.

Lendo o seu comentário, eu não entendi se tem alguma questão específica que você gostaria de ver respondida, apenas entendi de forma geral a sua colocação. Assim, vou responder ao seu comentário dentro do que consegui apreender. Mas caso eu deixe de falar sobre algum ponto importante em sua pergunta, é só escrever novamente especificando mais, ok?

Da forma como entendi, os comentários não disseram para aceitarmos ou compactuarmos com as sugestões advindas da crenças universais. Por exemplo: algumas pessoas, quando consideradas pela ótica da ilusão, são tudo menos filhos de Deus (rsrs). Por que deveríamos nos importar em amá-las? Por que deveríamos nos importar em cuidar delas? Se nos deixar-mos levar pela sugestão advinda da ilusão, agiremos com ela de uma certa forma. Todavia, se, lá onde a ilusão parece mostrar a imagem de "ser humano ruim", enxergarmos a verdade de que ela é "Filha de Deus", agiremos com ela de uma forma totalmente diferente. Outro exemplo: este mundo, quando considerado do ponto de vista da ilusão, parece ser uma grande tragédia. Por que deveríamos nos importar com ele? Por que deveríamos amá-lo e preservá-lo? A ilusão diz que este mundo é um lugar muito ruim e injusto e, se nos deixarmos levar pela sugestão da ilusão, viveremos este mundo de uma certa maneira. Mas, se considerarmos o mundo pelo prisma da Verdade, perceberemos que este mundo é o mundo de Deus, então nos será possível amar e cuidar dele. Ao invés de viver a vida e o mundo com amargura, viveremos com alegria e otimismo (isso leva à espontânea adoção da ciência mental). Sempre haverá duas escolhas para nós. Uma delas parte da visão verdade e, quando adotada, a vida é vivida de forma a representar a Verdade. E isso faz com que a Mente esteja voltada para a Unidade ao invés de para a separatividade. A outra escolha deriva da visão gerada pela crença coletiva e, ao adotarmos ela, o nosso modo de vida irá representar a mentira. E isso fará com que a Mente esteja voltada para a separação ao invés de para a Unidade.

Cont...

Templo disse...

Não importa se é a realidade ou a ilusão que está diante de nós. Aquilo que está à nossa frente não importa. A ênfase não está no "objeto" a ser amado. A ênfase está em "amar". O importante é estender o amor. Aquilo que estendemos de nós diz tudo a nosso respeito. Por isso, devemos passar pela vida vendo as pessoas como Filhos de Deus (amando a todos), e vendo o mundo como o Reino de Deus (tendo bom gosto pelo mundo, importando com ele).

Não se trata de compactuarmos com a ilusão ou erro. Quaisquer que sejam as aparências, nossa atenção deve estar voltada para a Verdade. Então nossas ações seguirão de acordo. Mas vamos perceber que isso somente será feito quando estivermos lidando com o mundo (ou seja, é assim que cumprimos o segundo mandamento de Jesus). Durante as contemplações absolutas não temos de fazer isso, porque, nesses momentos, não haverá "mundo" ou "seres humanos" para nós. Unicamente reconheceremos Deus como sendo tudo (primeiro mandamento de Jesus).

Os dois mandamentos de Jesus, citados por Goldsmith, se complementam. Existiram no mundo pessoas que alcançaram a união com Deus empregando unicamente o segundo mandamento. Santos como Madre Tereza, São Francisco de Assis, e outros, provavelmente não efetuavam práticas absolutas. Mas eles alcançaram a realização em Deus através de uma vida de fé, caridade e amor. Por sua vez, há santos (principalmente no oriente) que alcançaram sua união com Deus por meio da meditação. Os mandamentos de Jesus unem ambos os modos de espiritualidade. Quando praticados em conjunto, aceleram a experiência de iluminação do ser humano.

Grato pelo comentário.
Namastê!

SERgio disse...

Amigo Gustavo,

Sou grato, também, por está série e por sEus comentários.

Reverências!

Namastê!

SERgio

Silvano disse...

Divinos personagens [personificações do Ser Real]
Permitam-me comentar este iluminado comentário que fecha esta série do iluminado ensinamento do Caminho Infinito fazendo um paralelo entre ensinamentos iluminados que têm sido publicados neste Templo dos Iluminados.
Aquele que na Representação aparece como o divino personagem “Gugu” escreveu:
“O Caminho Infinito diz que, por mais que todas as qualidades e atributos de Deus estejam incorporados/presentes em nossa consciência, nenhum resultado prático iremos obter se não tivermos a "percepção consciente" dessa Verdade.”
Esclareceu que:
“Isso significa que apenas saber (ter o conhecimento intelectual) da Verdade não fará com que sejamos beneficiados por ela.”
E complementou, dizendo que:
É necessário meditar e contemplar a Verdade, até que Sua realidade se torne uma percepção consciente para nós.”
Por sua vez, Aquele que na Representação apareceu como o divino personagem Joel Goldsmith resumiu todo o iluminado ensinamento do Caminho Infinito nestes termos:
“vai ter com Deus esperando Deus”
Isto é assim porque a Realidade é Deus!
O único Ser Real é Deus!
Se há algo a “ser conscientizado” é que é o próprio Deus Quem percebe que é Deus!
A chave de compreensão de todo o ensinamento espiritual do Caminho Infinito está condensada na expressão "percepção consciente"!
Notem que não se trata de “pensamento consciente” mas de “percepção consciente”!
Isto porque “pensamento” é a atividade da “mente do personagem” e está no âmbito da Representação, enquanto que “percepção” é a atividade da “Consciência do Ser” e está no âmbito da Realidade! Assim sendo, podemos dizer que: “A mente pensa e a Consciência percebe”. Esta percepção como atividade da Consciência é comumente chamada de meditação. Por isso dizemos: “A mente pensa e a Consciência medita”.
O que deve ser notado é que Quem medita ou percebe, é a própria Consciência!
No ensinamento da Seicho-No-Ie Aquele que na Representação apareceu como o divino personagem Masaharu Taniguchi ensinou algo de extrema importância para todos os que vão meditar! A Meditação Shinsokan tem início com a percepção de que: “Neste momento deixo o mundo dos cinco sentidos e entro no mundo da Imagem Verdadeira”.
O que Masaharu Taniguchi esclareceu e que deve-se notar é que é o próprio “eu” da Imagem Verdadeira Quem deixa o mundo dos cinco sentidos... Ou seja, não é o "eu" do personagem Quem percebe ou medita, mas o Eu do Ser Real.
Assim, na verdadeira meditação há a percepção de Si mesmo por Si mesmo, ou seja, há a percepção de Quem Somos por Quem realmente Somos; de Quem “Eu Sou” por Quem “Eu Sou”; há a percepção da Realidade do Ser pelo “Eu” de nossa real identidade!
Transcrevo algo pertinente, trecho do texto publicado em http://nucleu.com/2013/02/26/asatoma-om-%E0%A5%90-parte-2/

Silvano disse...

“Observem a sutileza de que na Meditação Shinsokan é o Eu da Imagem Verdadeira Quem medita, pois, como disse Masaharu Taniguchi no livro “Explicações detalhadas sobre a Meditação Shinsokan”: “A mente que mentaliza “Sou a Imagem Verdadeira e estou no mundo da Imagem Verdadeira é a mente da Imagem Verdadeira que veio através do poder divino da Imagem Verdadeira. Portanto, o eu que mentaliza a Imagem Verdadeira é o eu iluminado desde o princípio (o eu da Imagem Verdadeira). A Meditação Shinsokan não é uma prática comum realizada pelo pequeno ego. É uma poderosa prática espiritual na qual a Imagem Verdadeira realiza a Imagem Verdadeira – a isso se diz tornar-se Buda ou iluminar-se.”
E em comentário a isso foi escrito que:
“O que existe de verdade é unicamente a Grande Vida do Universo.”
Para os que acompanham estes textos e comentários, saibam que a frase acima, de Masaharu Taniguchi, quando conscientizada se torna o elo entre o conteúdo dos textos [a verdade revelada] e as “experiências conscienciais” [ a verdade vivenciada ]. Em termos práticos, Masaharu Taniguchi, nas páginas 228 a 232 do livro “Despertar Espiritual”, narra um “Caso verídico de pessoa que vivenciou a sensação de ser um com Deus”. Vivenciar a sensação de ser um com Deus é ter uma “experiência consciencial”, ou seja, é ter uma “experiência de percepção consciencial”. [ Acessem neste blog http://busca-espiritual.blogspot.com.br/2014/06/ensinamentos-essenciais-da-seicho-no-ie_8.html ]
Atentem ao que está escrito na página 27 do livro “Explicações detalhadas sobre a Meditação Shinsokan”: A Meditação Shinsokan consiste em captar o Eu verdadeiro através da “percepção da Imagem Verdadeira”. Na página 28 Masaharu Taniguchi adverte que: “Enquanto não compreendermos este princípio através da “percepção da Imagem Verdadeira”, ou seja, pelo processo de reconhecimento direto de que é a Verdade dentro de nós que sintoniza com a Verdade imanente no Universo, não conseguiremos apreender o nosso Eu verdadeiro. Praticamos a Meditação Shinsokan para captar esse Eu”.
Este caso citado por Masaharu Taniguchi é exemplo do “processo de reconhecimento direto”, que no Nùcleo é chamado de “experiência de percepção consciencial”.
O que será revelado a seguir tanto pode chocar alguns quanto pode despertar outros.
Normalmente a relação entre discípulo e Mestre ou é do tipo reverencial, como no caso dos adeptos que têm um profundo sentimento de reverência e agradecimento ao Mestre e seus ensinamentos; ou é uma relação do tipo devocional, como no caso dos devotos que têm um profundo sentimento de devoção pelo Mestre a quem consideram Deus manifesto.
O que pode chocar alguns ou despertar outros é a revelação de que é apenas o próprio Ser Real Quem Se percebe! Ou seja, é o Eu Verdadeiro quem percebe o Eu Verdadeiro.
A implicação desta revelação que tanto pode chocar quanto despertar é que enquanto o “adepto” se mantém apenas numa relação reverencial com seu Mestre ou enquanto o “devoto” se mantém apenas numa relação devocional com seu Mestre, não ocorre o “processo de reconhecimento direto”, a “experiência de percepção consciencial”. Isto porque é o próprio Mestre Quem Se percebe! É a “percepção do Mestre” que percebe a Unidade Deus-Filho de Deus! Esta “percepção” está em nós, mas não está em nossa mente, não está na representação, por isso não está na mente do personagem [adepto ou devoto] que estamos representando; esta percepção está na própria “Consciência” do Ser que somos! A Consciência do Ser que somos e a Consciência do Mestre é uma só, porque somos um único Ser! Quando Pedro respondeu a Jesus a pergunta: “Quem dizem que é o Filho do homem? dizendo: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo”, Jesus não atribuiu esta percepção à mente de Pedro; Jesus atribuiu a percepção de Pedro ao Pai, que está no Céu, ou seja, ao Ser que está na Realidade, não na representação.

Silvano disse...

Masaharu Taniguchi deu o seguinte exemplo ao Sr. Sawada, que então pode vivenciar a sensação de ser um com Deus: “Ao olhar para o rio Yodo, você pensa que está vendo as águas do rio Yodo? Ou pensa que está vendo as águas do lago Biwa? Na Verdade, as águas do rio Yodo se originam do lago Biwa. Em outras palavras, não existem realmente águas do rio Yodo. ‘Águas do rio Yodo´ é apenas uma denominação que as águas originadas do lago Biwa recebem num trecho do seu curso. O mesmo pode se dizer dos seres humanos. Não existe Vida com denominação própria, como, por exemplo, Vida de Sawada, Vida de Taniguchi etc. O que existe de verdade é unicamente a Grande Vida do Universo.”
Como uma oração o “adepto” se mantém numa relação reverencial com seu Mestre e como uma oração o “devoto” se mantém numa relação devocional com seu Mestre; e assim convém que seja até que esta oração conduza o adepto ou devoto à meditação, à experiência de Unidade; à percepção de que existe de verdade unicamente a Grande Vida do Universo.
Eis porque os ensinamentos da Seicho-No-Ie e do Caminho Infinito se equivalem!
E se equivalem porque são ensinamentos que não provieram da “mente” dos divinos personagens que os revelaram, porque não foram ensinamentos “pensados”; foram “percepções” advindas da “Consciência do Ser”, do “Eu Verdadeiro” de Si mesmos. Enfim foram percepções advindas da Fonte, Núcleo, Origem ou Essência do Ser Real, da Realidade e real identidade de Quem Somos.
E de forma iluminada Joel Goldsmith resumiu isso orientando assim: “vai ter com Deus esperando Deus”!
É exatamente essa a percepção iluminada: Aquele que É em mim percebe, desfruta, contempla Aquele que É em você!
Namastê.

Unknown disse...

Olá Gugu,

Perfeitos os esclarecimentos, na verdade convergimos quase o tempo todo.
Você disse:
"Em suma, o curador não lida com "duas realidades" ou "dois poderes". O curador não intenta fazer com que um "poder superior" atue em favor de uma "realidade inferior" proporcionando curas ou melhorias. Antes, ele reconhece que não existe "realidade inferior" para ser melhorada ou curada. Deus não pode curar o que não existe! Em contrapartida, o que existe já é perfeito, iluminado e completo, desde sempre! Deus é tudo agora! Essa é a única realidade. (Mas vale lembrar: essas recomendações são somente para os períodos de contemplações absolutas).

Só não compreendi o porquê dessas recomendações, que no meu entender, seriam a própria visão consciencial, serem restritas aos períodos de contemplação! Você quiz dizer que não podemos viver com a consciência de que Deus é Tudo nas atividades diárias? A própria iluminação, ou a união consciente com Deus não representa o atingimento (despertamento) dessa consciência?

Penso que amar o mundo de fato só será possível pela conscientização verdadeira de que ele, em realidade, não e nem bom ou ruim,nem feio ou bonito,mas perfeito! e é aqui que surgem (na mente ilusoria)as dúvidas sobre essa possibilidade!

Namastê!



Templo disse...

Olá Jaime,

Entendi. Vamos lá.

Existem algumas recomendações que são somente para os períodos de contemplação absoluta. As contemplações absolutas possuem duas finalidades: 1) experienciar/vivenciar a Realidade puramente espiritual (na presença desta a realidade temporal/fenomênica não existe); 2) realizar curas espirituais (o quadro temporal é modificado para apresentar um aspecto condizente com a Realidade Divina). Joel Goldsmith possuía o tempo todo a consciência de que "Deus é tudo". Quando o problema era de fácil solução, ele podia dar à pessoa um tratamento enquanto estivesse conversando ou olhando para ela. Mas se o problema envolvesse uma crença coletiva muito forte, resistente, difícil de resolver, então ele tinha que se sentar e se abstrair completamente das aparências humanas. Em tais momentos de contemplação, não existe "seres humanos", "mundo humano" ou "vida humana"... unicamente Deus existe.

Cont...

Templo disse...

A experiência que temos de Deus no absoluto, é diferente da experiência dEle que temos aqui no mundo da projeção. Para os absolutistas Deus não possui vínculo algum com o mundo das aparências. Os absolutistas dizem que Deus desconhece por completo a existência de seres humanos vivendo uma vida humana. Eles dizem que Deus somente é experienciado em sua própria realidade, que existe isolada da realidade do mundo das aparências. Todavia, há também ensinamentos que, embora sejam não-dualistas (ou seja, embora falem da Unidade), não são ensinamentos absolutistas. E para esses ensinamentos, Deus possui, sim, vínculo com o mundo das aparências. Tomemos, por exemplo o ensinamento de Eckhart Tolle. Ele diz que se você estiver 100% consciente do momento presente, em um estado de não-pensamento e de não-julgamento, você poderá olhar para uma árvore e perceber a divindade se expressando através da árvore. Não apenas através da árvore, mas cada pequeno acontecimento se torna divino, e a vida em si torna um milagre de ser vivido. Para um absolutista, esse ensinamento é um absurdo, porque aquela árvore material (e tudo o mais na existência humana) não possui vínculo algum com o Divino. Um absolutista dirá que o ensinamento de estar 100% atento ao momento presente é um ensinamento que diz respeito à ilusão e não à Realidade. Para os ensinamentos absolutistas os momentos passado-presente-futuro do mundo da projeção - são todos falsos. Unicamente existe o Agora, que é um tempo que existe fora do universo da projeção.

Por exemplo: uma pessoa está dormindo em seu quarto e sonhando. E, enquanto personagem do sonho, ela está 100% presente em cada momento/acontecimento de seu sonho. No sonho, ela evita que seu pensamento vá para o passado e para o futuro e se ocupa em ficar totalmente presente no aqui-agora do sonho. Isso faz com que sua experiência de "personagem sonho" seja mais leve, mais feliz, mais plena... mas, por mais bem-aventurada que possa ser a experiência daquela pessoa dentro do sonho, isso jamais será igual à experiência que ela tem de ser ela mesma na realidade fora do sonho. Os ensinamentos absolutistas diriam que "passado", "presente" e "futuro" do sonho não existem - unicamente existe o Agora (e esse "Agora" equivaleria ao única realidade sempre presente, ou seja: o tempo todo a pessoa esteve deitada em seu quarto).

Em razão de os absolutistas considerarem que este mundo material não possui vínculo algum com Deus (mas tão somente com a ilusão!), alguns deles chegam a dizer que este mundo é feio, imprestável, abominável, maligno - digno de ser totalmente desprezado. Mas eu não concordo com esta visão. E também não acho que Jesus, Joel Goldsmith, Masaharu Taniguchi (ou qualquer outro iluminado que teve acesso à experiência do Absoluto) não irão concordar. Ao contrário, eles dirão que, mesmo que a verdade absoluta diga que "Deus é tudo", este mundo deve ser encarado como sendo o mundo perfeito de Deus. Não é para ser desprezado! Nós somente iremos desprezar este mundo (e "desprezar" não é a melhor palavra; melhor seria dizer "desconsiderar") durante os períodos de contemplações absolutas, quando estivermos intentando experienciar a Realidade puramente espiritual (ou seja, sem a aparente presença de mundo material, seres humanos, vida humana), ou quando estivermos intentando realizar uma cura espiritual. Fora das contemplações, trataremos este mundo (com toda a vida, seres, coisas e fatos nele presentes) como sendo uma manifestação de Deus. Isso não quer dizer que nós estaremos vivenciando a ilusão, e sim a realidade.

Cont...

Templo disse...

Um místico escreveu, certa vez: "Maya é a natureza visível, que é 'maha-ya' (grande afirmação, uma grande revelação de Brahman), mas que para os profanos se converte em 'ilusão'. Se Maya é ilusão ou revelação, isso não depende de Maya, mas sim do homem que a contempla, com ignorância ou sapiência. Nesse sentido, diz a filosofia oriental que a Natureza visível é como a teia da aranha, que tanto revela como vela (encobre a aranha) - Assim como Maya revela Brahman, mas ao mesmo tempo o vela. A Natureza manifesta e oculta Deus".

Portanto, quando os comentários dizem que "devemos vivenciar a ilusão como se fosse realidade", isso significa que devemos viver Maya de forma que ela revele Deus, ao invés de encobrí-Lo. Por isso foi dito nos comentários: "Pode parecer paradoxal, mas o caminho para escapar da ilusão é vê-la e vivenciá-la como sendo realidade, ao invés de uma ilusão. Não nos esqueçamos de que 'este é Ele!'". É impossível viver Maya durante as contemplações absolutas, porque nas contemplações absolutas Maya some! A ilusão não existe, apenas aparenta existir. Mas, durante as contemplações, elas deixarão de inclusive aparentar existir. Fora das contemplações, a ilusão também não existe, mas aparentará existir. Em decorrência disso, a nossa maneira de proceder será diferente. Por mais que o mundo visível (produto de Maya) seja uma ilusão, ele não irá sumir ao fazermos as contemplações. Não sumiu para Jesus, não sumiu para Goldsmith, e nem para ninguém. Todos tiveram que voltar a lidar com o mundo visível ao "retornarem" da Realidade Absoluta. Eles estavam o tempo todo naquela Realidade Absoluta (e sabiam disso), mas agora a miragem de "mundo visível" estava diante deles (o que não ocorria quando estavam imersos nas contemplações absolutas).


Enquanto tivermos que lidar com as crenças universais, saberemos o tempo todo que Deus é tudo; e, justamente por isso, iremos perceber Deus em cada ser, em cada acontecimento, em cada detalhe da vida, e, ao invés de sentirmos aversão e desprezo pela vida, deveremos acolhê-la, amá-la, reverenciá-la e agradecê-la. Ao fazer isso, também estaremos honrando a Deus.

Os ensinamentos do Caminho Infinito é destinado a formar curadores, praticistas de cura espiritual. Por isso, todos (ou quase todos) os princípios espirituais são de natureza absolutista e dirão respeito aos momentos de contemplações absolutas. "Não lidar com dois poderes/realidades" ou "reconhecer que não existe realidade a ser curada" são princípios para serem praticados durante os períodos de contemplação. Nesses momentos estaremos desconsiderando por completo todas as ilusões (crenças coletivas), não haverá sequer "aparência" de ilusão à nossa frente. Nossa experiência de Deus será constituída unicamente da Realidade Espiritual. Ao terminarmos a contemplação absoluta, a ilusão continuará a não existindo, mas sua aparência voltará a estar diante de nossos olhos. Então nossa experiência de Deus deverá abranger também o universo visível, tal como ensinado por Eckhart Tolle e outros professores. Note que ambos os ensinamentos (de Goldsmith e Eckhart Tolle) dizem respeito à iluminação, mas O Caminho Infinito objetiva também realizar curas espirituais. Enquanto que ensinamentos tais como o de Eckhart Tolle não possuem este propósito. Foram aspectos assim que fizeram com que eu achasse valer a pena fazer distinção entre pontos a serem levados em conta durante "períodos de contemplações absolutas" e "períodos fora das contemplações absolutas".

Namastê!

Unknown disse...

Gugu,

Muito obrigado por suas palavras iluminadas, sempre uma benção!

Obrigado também ao Silvano pelos sEUs (permita-me SERgio) ensinamentos elevadíssimos em consciência!

Namastê!

Templo disse...

Meu Amigo, que na representação aparece como os divinos personagens Silvano, Jaime, SERgio...

Quero agradecer e expressar minha alegria pela presença e participação de Você (todos vocês).

Obrigado pelas palavras, pelos comentários...

Mas ainda não acabou, estamos entrando na segunda parte desta série, que é a publicação de um livro (realmente excelente!) sobre os princípios passados no Caminho Infinito.

Grande Abraço a todos!

SERgio disse...

Olha!!... Magnífico!

Clarificando sua dúvida, o Amigo
Jaime, destacou um trecho de um comentário anterior do administrador
deste blog (acredito que esta pergunta foi/será muito útil a outros visitantes ,que por ventura ,surgirem...), de maneira que permitiu "fluir" um esclarecimento dos "MAIORES" (quase colocou o indescritível em palavras.) rsrs..
Isso sem contar, o "adendo" -também brilhante - do Silvano!

Pois é... Deus não existe; Deus É!
(algo, que não é "algo", além de todos os conceitos...) E, por não existir, engendra aparências, para
existir "lá fora". O que É (Uno)
manifesta-se (verso).

Daí, o aparente paradoxo...

Sou grato a EU, que manifesta-se como "vocês" e "eu".

Templo disse...

Isso mesmo, SERgio.

Graças aos comentários seus, do Jaime e do Silvano, muita coisa boa aconteceu neste espaço.

Não é por nada, não, mas aqui está demais! rsss.

E tudo isso é EU fazendo!

Agradeço Àquele que "aparece como", e que "tudo faz".

Namastê!